A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 35
Capítulo Trinta e Cinco - Algo em Comum




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          Dorian a encarou e viu a expressão abatida e olhos avermelhados, assim como a ponta de seu nariz. Obviamente Belinda andara chorando.

—Está atrasada. –Ele falou como cumprimento.

—Eu sei. –Ela confirmou. –E por isso acho melhor começarmos, não tenho a noite toda.

—Você deixou a caixinha que te dei em algum lugar reservado? –Ele questionou e ela assentiu.

          Dorian dera a Belinda uma caixinha de madeira simples, mas que era outro portal, exatamente como o que eles carregavam, mas esse sendo um modo para que a menina voltasse diretamente para Hogwarts, sem precisar que Dorian aparatasse nos limites da Escola, sendo que a segunda caixinha estava guardada na mochila do rapaz.

—Muito bem escondida em uma sala inutilizada do sexto andar. –Ela confirmou.

—Ótimo, isso quer dizer que ninguém irá até lá, principalmente à noite.

—Logo se vê que você não conhece os Grifinórios de Hogwarts. –Ela debochou, coçando o nariz com a costa da mão direita.

—Do que você tá falando? –Ele a encarou.

—Não se preocupe. –Ela deu de ombros. –Se me acharem por lá, posso encrencar as pessoas, tanto ou mais, do que irei me encrencar.

—Tanta convicção.

—Sei quem são meus aliados, mas sei principalmente quem são meus inimigos, Dorian.

          Belinda viu os olhos lilases faiscarem.

—Será que sabe mesmo? –Ele sorriu de canto.

          Belinda devolveu o sorriso e assentiu de leve.

—Alguns eu ainda preciso desvendar, mas não os de dentro de Hogwarts. –Ela afirmou e ele sorriu novamente.

          Dorian passou a mão no cabelo tranquilamente.

—Que seja. Você já ouviu falar do feitiço Homonculus? –Mudou de assunto.

          Belinda pensou por um instante, sentando no chão frio de madeira, só notando naquele momento que estava em um casebre todo de madeira.

—Creio já ter lido algo sobre, mas não consigo lembrar o que.

          Dorian sentou a sua frente, cruzando as pernas assim como ela e a encarando.

—Homonculus é um feitiço que se lançado em mapas, você pode ver a movimentação da área enfeitiçada. –Ele puxou um pergaminho antigo e colocou em frente à menina, que viu pontos rotulados com nomes.

          Belinda recordou da vez que Freddie e George usaram um mapa como aquele, eles o chamavam de Mapa do Maroto. Após algum tempo, Freddie revelou que derem o mapa a Harry, já que originalmente fora algo feito por seu pai.

—Que interessante. –Ela falou, se inclinando para ver o mapa de mais perto, mas ele removeu rapidamente. –De onde é esse? –Ela questionou curiosamente, o encarando.

—Não é da sua conta. –Disse simplesmente.

—Por que me mostrou se não posso saber?

—Porque vamos trabalhar em um desses, pra você. –Ele esclareceu e ela o encarou de sobrancelha arqueada.

—Por quê?

—Rabastan mandou que eu ensinasse o que sei. –Ele informou. –Eu farei isso.

          Havia algo mais naquela frase, algo que queria ser capturado, mas que apreciava a perseguição.

—E de onde faremos? –Ela quis saber.

           Dorian sorriu maldosamente.

—Escolha o lugar que quiser, Lestrange.

           Belinda sentiu uma frustração absurda por conta do nome, mas somente respirou fundo e ponderou.

—Qualquer lugar?

—Qualquer um.

—Eu quero fazer um da Mansão Lestrange.

            Dorian a encarou de forma interessada.

—E por que da sua casa?

            Belinda pensou por um momento, não tinha nada a perder se contasse parte de seus motivos ao rapaz albino.

—Porque eu sei que ela está sendo frequentada por outros, o que eu quero saber é “quem são esses outros”. –Ela informou com calma. –Você me ofereceu um presente, Dorian. –Ela disse com uma frieza intrigante. –E eu estou aceitando.

—E quem você acha que está frequentando sua casa, se não nós dois?

—Além de nós dois. –Foi firme. –Comensais da Morte, é isso que acho. –Ela suspirou e encarou os olhos lilases. –Vamos ser francos, você pensa o mesmo.

            Dorian a analisou por mais um instante.

—Por que quer descobrir algo assim?

—Porque se eles vão destruir minha vida, como estão fazendo...

—Por você ser uma Lestrange?

—Não é um nome muito querido. –Ela zombou. –A questão é que eu quero saber quem são exatamente e se o maldito Lord das Trevas também está lá.

—Eu imaginei que você fosse querer mapear Hogwarts.

—A única pessoa a qual eu fugiria lá dentro é a Vadia do Ministério, fora isso eu me viro. –Foi especifica. –Eu quero saber quem está junto de Bellatrix.

—Você parece que a deseja morta mais que qualquer coisa.

            Havia curiosidade palpável, pela primeira vez, em algo que Dorian lhe dizia.

—Você nem pode imaginar o quanto.

            Dorian apreciou a frase e sorriu por fim.

—Vamos fazer o mapa da Mansão Lestrange. –Confirmou.

—Você parece odiá-la tanto quanto eu. –A menina observou, o olhando atentamente.

            Dorian a encarou de modo selvagem, os olhos brilhando com uma intensidade arrebatadora.

—Não, não quanto você. –A frase a fez imaginar milhares de coisas.

             Era a primeira vez, desde que se conheceram, que realmente compartilhavam um sentimento. Belinda sorriu da ironia, Bellatrix parecia o elo que acabava por unir Belinda com as pessoas, todos com um mesmo objetivo, a ruína de Bellatrix Lestrange.

—No fim temos algo em comum, Dorian. –Ela sorriu, mas nada sutil e bonito. –Todos queremos Bellatrix morta.

             Dorian notou aquele ódio avassalador na menina, algo que ninguém de sua idade deveria ter dentro de si, mas que Belinda tinha para dar, vender e ainda iria lhe restar aos montes.

—Você conhece a Mansão Lestrange melhor que eu. –Ele assegurou, puxando papel e lápis. –Consegue me dizer onde ficam os lugares, para que eu desenhe?

              Belinda o olhou surpresa.

—Você desenha? –Dorian notou o choque e a encarou.

—Qual o problema?

—Não esperava que você desenhasse, somente isso.

—Que seja. –Ele bufou. –Vai me falar ou não?

—Na verdade não. –Ele a encarou de sobrancelha arqueada.

—E por quê?

              Belinda puxou o papel e lápis que ele tinha nas mãos.

—Porque eu prefiro ter o controle do meu espaço e fazer o desenho.

              Dorian a olhou surpreso.

—Você desenha?

              Bell franziu o cenho.

—Nós vamos repetir a conversa que acabamos de ter?

              Belinda esboçou rapidamente a Mansão Lestrange, mas demorou a conseguir recordar todos os cômodos da casa.

              Dorian se surpreendeu pela quantidade de cômodos que haviam na casa, sabia que a Mansão Lestrange era enorme, mas não imaginava que houvesse tantos compartimentos. E mesmo com tudo o que Belinda já colocara, ela parecia que ainda desenharia muitos outros. E ele devia admitir, os traços que ela rabiscava na folha eram elegantes e chamativos, havia uma graça feroz no modo que ela transpassava as coisas para o papel.

—Acho que precisarei de mais tempo para finalizar isso. –Ela concluiu, erguendo os olhos do papel e o encarando.

—Volte para Hogwarts e traga pronto amanhã. –Ele decidiu.

—Rabastan sabe o que você está me ensinando? –Ela quis saber, enrolando o papel com calma.

              Dorian ponderou a questão.

—Deveria?

              Belinda sorriu um pouco e negou, sem olhar para o rapaz, muito ocupada em enrolar o papel com o esboço da Mansão Lestrange.

—Acho melhor não.

—Então estamos de acordo em algo.

              Dorian a viu sorrir diante a frase.


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Notas finais do capítulo

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