A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 30
Capítulo Trinta - Ave de Rapina


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Espero que gostem.



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                Belinda ajustou o curto vestido preto no corpo e calçou os sapatos de salto alto, os olhos estavam bem marcados e chamativos, deixando-os mais intensos que o comum. O cabelo estava preso em um bonito e elegante coque frouxo, deixando algumas poucas madeixas roxas, recentemente pintadas, em seu rosto alvo.
                Lestrange se encarou no espelho, se questionando o porquê de Narcisa decidir comprar somente vestidos que exibiam suas pernas e saltos altos. Eram bonitos, ela não negava, mas não era exatamente o estilo que ela escolheria para passar o natal.
                Belinda respirou fundo e retirou o cordão que Cedrico lhe dera, o colocando dentro do porta joias, se sentindo quase nua sem o familiar peso em seu pescoço, logo a substituindo por um colar de seda negro com o pingente de esmeralda que Draco lhe dera no natal passado. Bell se encarou no espelho e levou a mão a garganta, tentando se adaptar a falta da corrente de Diggory e a medalha do texugo.
—Tudo bem. –Ela sussurrou para si mesma, se retirando de seu quarto em seguida.
                A sala da Mansão estava decorada magnificamente e cheia de homens poderosos ao lado de suas mulheres, que exibiam belas joias e vestidos. Bell não se deu ao trabalho de parar para cumprimentar ninguém, então se dirigiu para o lado da grande janela de vidro que dava ampla visão da entrada da casa e se posicionou ali.
—Lestrange. –Blás cumprimentou com um sorriso e ela sorriu de volta. –Tá bonita.
—Eu acho engraçado que as pessoas sempre dizem isso com certa surpresa. –Ela brincou.
—Não é todo dia que a gente pode te ver vestida assim. –Ele gesticulou a menina, que sorriu de canto.
—Você tá muito bonito, Zabini. –Ela devolveu o galanteio. –Cada dia mais bonito, na verdade.
                Blás riu.
                Lestrange não mentira, Zabini realmente parecia ficar mais bonito a cada dia e não havia como negar isso.
—A casa tá cheia de gente barulhenta. –Draco comentou, se juntando aos amigos.
—E vazias, principalmente vazias. –A menina esclareceu.
—Você realmente odeia o mundo, não é? –Blás provocou.
—Na verdade não, odeio parte das pessoas que vivem nele, do mundo eu até gosto.
—Me pergunto em qual das partes você me classifica. –Ele brincou rindo.
—Ah, você não quer saber. –Ela debochou e Draco riu. –Não quer mesmo.
—Tem algumas coisas que não se deve perguntar pra Bell, cara. –Draco confidenciou, ganhando um leve tapa no braço.
—Muita coisa não se deve perguntar e ainda assim você pergunta, idiota. –Ela retrucou.
—Como se você não fizesse o mesmo. –Ele bufou.
—Cara, não importa em que situação tá o relacionamento de vocês, mas continuam se provocando como se ainda se odiassem. –Zabini riu.
—A gente nunca se odiou. –Ela sorria.
—Fale por você. –Draco provocou.
                Belinda encarou o loiro.
—Vai se foder, Malfoy.
—Não é má ideia, pra falar a verdade. –Ele fingiu pensar.
—Que nojo! –Ela estremeceu de brincadeira.
—O que você tem contra sexo, Bell? –Zabini questionou.
—Não é contra sexo, é contra o pensamento que o Draco acaba colocando na minha cabeça.
—Ninguém mandou você ter uma imaginação assim.
—Ninguém mandou você ficar falando esse tipo de coisa. –Ela rolou os olhos.
—Mas...
—Calado. –Ela mandou.
                Blaise riu dos dois.

—Espera ai, minha mãe acaba de chegar. –Ele fez careta.
—Não sabia que ela viria. –Bell comentou, encarando a bela mulher morena e de longo cabelo cacheado entrando na sala.
—Nem eu, na verdade.
                Belinda fez careta, vendo Blaise se afastar pra ir falar com a mãe.
—Acho engraçado como ele parece ficar desconfortável quando a mãe dele tá perto.
—Não é de surpreender, na verdade. –Draco revidou. –Margareth é linda, famosa e uma...
—Uma viúva negra? –Ela encarou o amigo sorrindo.
—Por ai.
                Belinda viu os olhos cinza-azulados descerem para seu pescoço e a sobrancelha loira arquear.
—Cadê o...?
—Tirei. –Ela revelou, sem deixar que ele concluísse a frase.
                Draco a encarou confuso a principio, mas Bell viu a compreensão brilhar em seus olhos.
—Entendo.
—Nem todo luto pode durar pra sempre. –Ela deu de ombros.
                Draco sabia que a verdade era porque Belinda temia que Bellatrix usasse as memórias de Diggory para machuca-la e ela tinha razão em temer, pois de Bellatrix Lestrange se podia esperar tudo.

                O jantar se arrastou, principalmente com Margareth tagarelando sobre incontáveis shows, o qual Belinda ignorou completamente.
—Draco, preciso da sua ajuda. –Ela sussurrou quando eles se retiravam da sala de jantar.
—Em que? –Ele quis saber, encarando a amiga.
                Belinda o puxou para a saída da casa, parando somente para pegar um casaco no armário próximo a porta, antes que alguém os visse sair.
                A neve cobria tudo em volta, deixando somente a entrada limpa, com muito sacrifício dos Elfos, Belinda imaginava.
—Preciso sair pra treinar com Dorian.
—Como você vai até ele? –Draco questionou, caminhando com a amiga para o portão.
—Eu não vou até ele.
                Bell indicou o pássaro sobre o portão de ferro e Draco o encarou por um momento, levando tempo e metade do caminho até a saída, para notar que era uma Águia-Dourada.
—Ele tá aqui. –O loiro balançou a cabeça. –O que precisa que eu fale?
—Se a Narcisa perguntar só diz que eu já fui dormir e não deixa ninguém ir até meu quarto.
—Toma cuidado. –Ele mandou e a menina assentiu.
                Draco deu meia volta assim que chegou ao portão, de onde a Águia voou para trás de um arbusto e logo surgiu um homem, usando somente um sobretudo marrom. Malfoy não gostava do homem de olhos lilases, havia algo fora do lugar e suspeito.
—Malfoy? –Bell chamou quando ele já estava a alguns passos distante.
—O que? –Ele a encarou por sob o ombro.
—Feliz natal. –Ela sorriu e ele retribuiu o sorriso.
—Quando você voltar entrego teu presente. 
                Belinda assentiu e saiu das propriedades da Mansão Malfoy.
—Eu esperava muita coisa, menos ter que aturar você durante o natal. –Ela resmungou para Dorian.
—Estou tão satisfeito quanto você. –Ele devolveu, segurando o braço da menina e aparatando.
                Belinda respirou fundo, ainda sentindo uma leve tontura e enjoo, mas se manteve firme, somente se encolhendo dentro do casaco e enfiando as mãos nos bolsos, enquanto caminhavam para dentro dá casa.
—Você conhece o labirinto aqui perto? –Ele quis saber, enquanto ela entrava na sala.
—Passei parte da minha infância lá, pra falar a verdade. –Deu de ombros. –Mas não posso dizer se ele continua da mesma forma. –Ela o encarou de sobrancelha arqueada. –Qual interesse?
—Nenhum específico. Só estava pensando se seria um bom lugar para treinar.
—Você conhece o labirinto Longleat? –Questionou após um momento, se sentando no confortável sofá próximo à lareira. –Perto de Horningsham? –Ela o encarou, era raro conversarem de fato, mas às vezes necessário.
—O que tem?
—O labirinto dos Lestrange foi inspirado nele, contudo com maiores dificuldades e mais caminhos. –Ela deu de ombros. –Provavelmente hoje em dia é capaz de termos alguns animais morando por lá.
—Então é mais fácil pra se perder.
—E bem mais difícil de sair.
                Lestrange viu um sorriso de canto nos lábios do rapaz.
—O que me diz de um passei no labirinto entre Animagus?
                Foi a primeira vez que Belinda viu aquele sorriso, era perigoso de um modo que assustaria a metade das pessoas, mas Belinda, pela primeira vez desde que conhecera Dorian, se sentiu confortável, exatamente por conta do perigo que ele demonstrava no sorriso.
—Me dá um minuto.
                Dorian não questionou, somente a viu desaparecer em direção as escadas.
                Belinda retornou já em forma de lobo, o que fez o albino sorrir levemente, mas nunca de modo amigável.
—Pela primeira vez você está sendo um pouco inteligente, Lestrange.
                Belinda sentia o vento gélido enquanto corria em direção ao labirinto, não sabia o que esperar de Dorian, mas tinha certeza que seria estupidez baixar a guarda, afinal de contas ele era uma Ave de Rapina.
Águias-Douradas, em alguns países, são treinadas para devorarem Lobos. –Rabastan lhe dissera. –Eu tomaria cuidado com ele.
Não se preocupe, Rabastan. –Ela revidou. –Eu o levo comigo, se for o caso. –Ela esclareceu com um pequeno sorriso.
                Belinda recordava que Rabastan sorrira diante a ameaça, mas também foi ali que passou a olha-la de forma menos arrogante.

 


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Notas finais do capítulo

Sei que estou terrivelmente atrasada e em dívida com vocês. Meu atraso se deve a vários problemas que tive nesses últimos tempos, mas agora que estão resolvidos, vamos voltar as postagen
Espero que tenham gostado.
Deixem seus comentários.
Beijos e até o próximo capítulo.



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