A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 29
Capítulo Vinte e Nove - Fera Enclausurada


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Divirtam-se!



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            Belinda respirou fundo antes de empurrar a porta e entrar em casa, assim que botou os pés na sala se viu alvo de olhares, um furioso de Bellatrix, um entretido de Rodolphus, que continha uma piada interna a qual Bell ignorou, e notou Draco, como sempre preocupado. Bell sabia que Lucius e Narcisa estavam na sala, mas não deu a menor importância.
—QUEM DEU PERMISSÃO PRA ESSA GAROTA SAIR? –Bellatrix berrou.
—Pra que tanto estresse, Bella? –Ela zombou, caminhando para o centro da sala, com as mãos no bolso, sendo uma segurando firmemente a Varinha. –Você não sabe que isso dá rugas?
—Sua garotinha estúpida! –Bellatrix a encarou ferozmente. –QUEM ERA ELE? Quem é o idiota que anda com você?
—Ciúmes que eu beijei alguém, Bella? –Belinda deu um sorrisinho de canto e se jogou no sofá com tranquilidade estudada. –Ou inveja?
—SUA INSOLENTE!
—Ah! –Bell sorriu. –Sabia que eu já tô começando a apreciar esse apelido?
—ME DIGA! QUEM DEIXOU VOCÊ SAIR? –Berrou e Bell bufou.
—Precisa gritar tanto assim? –Tirou a mão esquerda do bolso e fingi massagear uma das orelhas. –Você não tem medo que suas cordas vocais se rompam?
          Belinda a viu apontar a Varinha para o seu rosto e o feitiço voar em sua direção, sem lhe dar tempo para defesa, mas ser impedido quase ao lhe acertar.
—Pra que tanta agressão? –Rabastan sorriu e deu uma piscadela em direção a Belinda, como se lhe confidenciasse algo.
—O QUE VOCÊ PENSA...?
—Menos Bella. –Rabastan sorriu. –Respondendo a sua questão, que a propósito eu escutei do lado de fora da casa, fui eu a autorizar a saída de nossa Ferinha.
—COMO SE ATREVE?
—Simplesmente não se deve manter uma fera enclausurada, Bella. –Ele sorriu. –Achei que você soubesse como é terrível ser mantido em cativeiro quando se grita por liberdade. –Suspirou teatralmente, mas Belinda sentiu que havia sentimento real ali.
—Você não tinha esse direito.
—Na verdade eu tenho. –Ele deu de ombros. –Mas já que insiste, vamos trabalhar agora, ela já se divertiu demais.
          Belinda sentiu o ódio que Bellatrix lhe dirigia pelo olhar e precisou de muito esforço pra não demonstrar o medo, nojo e ódio que sentia da mulher.
—É o que você quer, Bella? –Belinda se colocou de pé com simplicidade. –Estarei te esperando no jardim.
—COMO SE ATREVE A ME DAR ORDENS, GAROTA?
           Belinda riu e balançou negativamente a cabeça, continuando a andar, parando somente ao lado de Rabastan.
—Você está atrasado. –Disse ela, o fazendo sorrir e continuou a caminhar.
—Do que ela está falando? –Bella exigiu.
—Disse que daria uma aula de Poções, mas não fui encontra-la. –Ele riu. –E não lhe devo satisfações, cunhadinha. Ou você acha que pode mandar em mim como faz com a Ferinha? –Ele riu de novo, andando atrás de Bell. –Se bem que você não manda nem nela.
—Calado. –Sibilou, o fazendo sorrir de canto.
            Belinda brincou com a Varinha entre os dedos, até que viu Bellatrix surgir no jardim.
—Estupefaça! –Atacou, fazendo o raio vermelho acertar em cheio o ombro de Bellatrix.
           Bella berrou, já se erguendo e atacando, Bell conseguiu impedir o ataque, aumentando a raiva de Bellatrix.
           Ao final do duelo Belinda sentia seu corpo arder tamanho a dor, contudo, pela primeira vez, ela conseguiu atingir Bellatrix o suficiente para ver o sangue da outra verter de vários cortes, o que lhe deu uma satisfação grandiosa.
           Não era como se Belinda esperasse por um treinamento leve, mas estava desacostumada a algo tão violento e direto. Principalmente a raiva de Bellatrix, contudo ela própria viera guardando todo seu ódio durante o tempo que passara em Hogwarts, o que estava lhe dando certas vantagens em troca.
—Vá descansar, Belinda. –Rabastan mandou ao fim do treino. –Tenho certeza que não vai querer ouvir o que Bella terá a dizer de hoje.
—Eu nunca quero ouvir o que ela tem a dizer, Rabastan. –Ele sorriu e assentiu.
          Belinda notou que o homem parecia distante, até mesmo os olhos constantemente vigilantes pareciam um pouco mais calmos e perdidos.
—Acho melhor você descansar. –Repetiu, voltando a encará-la. –Amanhã antes do almoço iremos embora, mas você poderá se encontrar com seu amante. –Debochou e ela rolou os olhos.
—Amante?
—Fiquei sabendo que se beijaram.
           Belinda rosnou.
—Salvei a vida patética dele, o que é bem diferente.
—Claro que sim. –O tom estava carregado de ironia.
—Poupe-me. –Resmungou a menina, começando a se afastar do homem.
            Rúnda estava deitado no meio da cama, após a menina sair do banho, o que a fez suspirar e se jogar no cantinho, não queria acordar o gato. A cabeça latejava próximo a têmpora esquerda, onde Bellatrix lhe acertara.
—Dizem que não se deve dormir após bater a cabeça. –Draco comentou, parado tranquilamente a porta.
          Bell lhe sorriu fracamente.
—Eu não bati minha cabeça, bateram pra mim. –Justificou e ele sorriu, se aproximando da cama.
—Vai pra lá, quero espaço.
—Não dá, Rúnda tá ocupando a cama. –Ela informou, olhando o bicho.
—Belinda!
—Draco! –Ela revidou no mesmo tom de descrença.
           Malfoy bufou e pegou Rúnda no colo.
—Ele me deve essa depois de ficar andando pela minha cama na outra noite e não me deixar dormir em paz. –Justificou e colocou o gato na poltrona, fazendo Bell bufar.
            Rúnda acordou e miou desgostoso, contudo somente se ajeitou da melhor forma e voltou a fechar os olhos, ignorando aos dois.
—Você é insuportável. –Ela resmungou enquanto ele se jogava ao seu lado na cama.
—Aprendi contigo.
—Teu cú.
—Ele tá muito bem, obrigado.
—Idiota. –Ela disse sorrindo.
—Mas e ai? –Ele a encarou com um olhar brincalhão. –Quer dizer que você e o Dorian tão ficando, é?
—NÃO! –Ela pareceu horrorizada.
—Entraram aqui dizendo que você tava se agarrando com um pirralho de cabeça branca lá fora.
—Cala a boca! –Ela mandou, começando a ignorar o amigo e se virando para dormir.
           Belinda o ignorou por cerca de vinte minutos, quando o sono finalmente começou a tomar conta.
—Bell? –Draco chamou e ela resmungou algo inaudível de volta, o que o fez sorrir e se aproximar mais da amiga. –Me fala a verdade, vocês realmente ficaram? –Ele parecia se divertir.
           Belinda bufou e se virou de frente pra ele, encarando os olhos cinza-azulados do amigo.
—Sabe Malfoy, um beijo para salvar uma vida não é nada. –Ela resmungou depois de algum tempo. –O contrário de sua paixãozinha pela Mi.
—Cala a boca, idiota. –Ele rosnou, dando um empurrão na menina, que sorriu. –Eu não tenho paixãozinha por aquela Sangue-Ruim.
—E eu sou um unicórnio.
—Unicórnios são legais, você é só idiota mesmo.
—Obrigada.
—Vai dormir, isso deve ser sono. –Ele resmungou e se virou para dormir, o que a fez rir baixinho.

            Belinda acordou cedo na manhã seguinte, com alguém batendo em sua porta ininterruptamente. A menina levantou sem muita vontade, o quarto estava escuro e ela não tinha disposição para mudar aquilo e quase desiste de sair da cama assim que pisou no chão frio.
—Que inferno. –Rosnou quando tropeçou em alguma coisa jogada no chão.
—Bom dia, Ferinha. –Rabastan cumprimentou sorrindo, assim que a porta foi aberta.
           Lestrange respirou fundo e o encarou sem muito ânimo.
—Que merda você quer a essa hora? É bom que seja muito importante.
           Rabastan sorriu e girou uma bolinha de gude verde na ponta do dedo indicador.
—Estamos em uma reunião que requer sua presença. –Ele brincou.
—Por quê?
—Sem muitas perguntas, Ferinha. –Ele se apoiou na porta. –A não ser que queira passar o natal conosco.
—Me dê dois minutos.
            Belinda não aguardou resposta, somente bateu a porta do quarto, pegou sua Varinha e seguiu para o banheiro.
—Lumus. –A ponta da Varinha brilhou e revelou sua imagem descabelada e amaçada no espelho.
            Belinda tomou um rápido banho e correu para fora do quarto, onde encontrou Rabastan da mesma forma que o deixou, ainda encostado a parede e brincando com a bolinha verde.
—Vamos lá? –Ele convidou sorrindo e guardando a bolinha no bolso do casaco.
           Rodolphus e Bellatrix estavam na sala quando Bell chegou, os olhos escuros de Bella brilhavam de fúria.
—Por que me chamaram? –Ela quis saber.
—Estávamos conversando sobre seu desempenho. –Rodolphus comentou.
—Não sei que desempenho. –Bella disse.
—Então deve ser horrível pra você, não é? Já que a pirralha sem desempenho algum conseguiu te acertar. –Bell provocou, se jogando no sofá. –Várias vezes. –Sorriu.
—SUA...
—Acalme-se. –Rabastan sorriu. –Você a provoca e deveria saber que ela vai revidar.
—Ela não tem o direito!
—Tanto quanto você tem de provoca-la.
           Belinda viu Rodolphus, sentado em uma das poltronas, somente encarar a discussão que dera inicio, parecendo muito desinteressado.
           Lestrange viu, por mais de trinta minutos, Rabastan defender sua liberdade, contra a prisão domiciliar que Bellatrix queria para a menina. O que a fez se perguntar o que ele pediria em troca mais tarde.
—A garota não pode ficar presa pra sempre, Bella. –Rabastan falou com uma tranquilidade forçada.
—Pensando por esse ponto, o Rabastan tem razão Bella. –Rodolphus disse tranquilamente, ganhando um olhar homicida da mulher e um surpreso de Belinda. –Quanto mais mantermos a garota presa, pior será o desempenho dela.
—E o que está sugerindo? –Questionou furiosamente. –Que a deixemos sair a hora que quiser?
—Não. –Rabastan cortou. –Porque se não provavelmente não a veremos mais. –Sorriu. –Contudo o que eu tô sugerindo é que a gente libere um pouco mais, uma vez por semana pelo menos, para que ela saia com o... Quem é mesmo o rapaz que Rodolphus te viu ontem? –Ele encarou Belinda com uma malícia peculiar nos olhos e a menina bufou.
—E por que eu diria isso? –Bell questionou, brincando com as unhas, como se ignorasse a todos.
—Ora, Ferinha. –Ele sorriu. –Estou tentando negociar sua liberdade aqui.
—Bancando o advogado do diabo. –Ela debochou. –Merlin! Toma cuidado, posso começar a pensar que você é um cara legal.
—É um excelente titulo pra quem tenta lhe defender, em Ferinha? –Revidou e Bell sorriu. –Gosto disso. Advogado do diabo, é um bom titulo.
—Não acho que vocês realmente me queiram aqui pra discutir minha vida. –Ela se ergueu tranquilamente. –Estarei na cozinha quando decidirem o que fazer comigo.
—E alguém sabe o que fazer com você? –Rodolphus questionou e Belinda sorriu de canto, o encarando com um brilho estranho nos olhos.
—Não, mas os idiotas nunca percebem isso.
—E quem autorizou que você fosse embora, garota? –Bella exigiu saber, fazendo Belinda a encarar de sobrancelha arqueada.
—Não é como se minha opinião fosse valer pra merda nenhuma, Bellatrix, então qual sentindo tem em ficar vendo você berrar, Rabastan zombar de você e Rodolphus fingir que liga para o que você diz?
—OLHA COMO FALA, GAROTA INSOLENTE!
—E além do mais, é muito cedo para que eu queira ouvir seus gritos.
—Vá, Ferinha, vá. –Rabastan mandou.
            Belinda pegou torradas e um copo de suco e bebeu sem muito entusiasmo, não acreditava que Rabastan conseguiria convencer Bellatrix a qualquer coisa, mas a verdade é que não tinha tanta importância, porque Rabastan era um Lestrange e um Lestrange, ela bem sabia, não fazia nada sem querer algo em troca.
            Cerca de uma hora se passou até Rabastan entrar na cozinha e finalmente dar o aval.
—Quer dizer que Bella concordou com você? –Ela riu.
—Vamos dizer que sou bem persuasivo quando quero.
—Mas o que merda quer de mim?
—Por que pensa isso? –Ele sorriu, puxando uma torrada do prato da menina.
—Lestranges não fazem nada de graça, Rabastan.
           O homem deu um sorriso aberto.
—Só continue a se encontrar com o Dorian e a evoluir no seu treino. –Ele sorriu novamente e se virou para começar a sair da cozinha. –Afinal nós somos parceiros, não é?
             Belinda não gostou de como a frase soara, mas continuaria a fazer o que ele disse, porque era benéfico a ela também. Rabastan era útil enquanto estivesse lhe dando o que ela queria.

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que sumi, mas a faculdade está me consumindo, contudo aqui estou eu.
Não, não desistir da Bell e espero que vocês não desistam de mim.
Espero que gostem do capítulo.
Beijos e até breve.



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