A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 31
Capítulo Trinta e Um - Prova de Fogo


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei a voltar, contudo precisei ficar sem postar por problemas pessoais, então aqui estou novamente. O/
Espero que gostem ^^
Desculpem pela demora.



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             Belinda entrou no labirinto e se sentiu voltar no tempo, exatamente como a garotinha de 7 anos que corria por entre os corredores de arbustos, muitos deles vivos, e quando não queria mais brincar, bastava chamar por Mary, que sempre sabia onde encontra-la. Anos passaram até Belinda descobrir que feitiço a madrinha usava para localiza-la com aquela facilidade.

            Bell virou para o lado direito e correu, imaginando o quão dentro do Labirinto já estava. Ouviu a Águia-Dourada gritar sobre sua cabeça e ergueu os olhos, vendo o animal magnifico planar.

            Dorian não conseguia ver muito a frente, estava mais escuro do que ele imaginara e a neve não ajudava a melhorar a visão. Dorian viu Belinda escolher um dos caminhos e acelerar a corrida, como se testando sua velocidade.

            Bell notou a Águia começar a perder altitude e voar baixo, pouca coisa mais alto que as paredes de arbusto do labirinto. Provavelmente o nevoeiro estava dificultando sua visão a longo alcance.

            Belinda corria agilmente, derrapando no gelo algumas poucas vezes e vez ou outra sendo atacada por Dorian. Dorian notou a distração do Lobo e atacou, mas os olhos negros se viraram no momento em que ele estava sobre ela, que girou e abriu a boca cheia de dentes afiados, quase agarrando uma de suas asas.

          Belinda não soube dizer exatamente o que acontecera, mas Draco surgiu a sua frente e caiu, havia sangue escorrendo de sua boca e os olhos cinza-azulados estavam arregalados de medo. Ela tentou gritar, mas a única coisa que saiu foi um uivo ensurdecedor.

          Dorian viu a cena a sua frente, viu o Lobo uivar lamentosa e desesperadamente, tocando o focinho no loiro caído no chão, se afogando em seu próprio sangue. Dorian desceu e ganhou forma humana, puxando a Varinha, presa em seu antebraço, e apontando, mas Belinda estava na frente.

—É só um bicho-papão. –Anunciou ele, se aproximando do Lobo. –Belinda! –Ele praticamente gritou.

          Lestrange se afastou, tropeçando nas próprias patas e viu Draco se transformar em um garoto todo sujo, preso a correntes e um chicote descer contra sua costa, antes que Dorian usasse o Ridikullus. Belinda piscou várias vezes seguidas, sem conseguir desviar do dançarino de tango, usando somente uma cueca azul com estampa de coraçõezinhos, a sua frente.

 -Acho melhor a gente sair daqui. –Ele falou. Os olhos de Belinda ainda vidrados no bicho-papão, que logo voltaria a sua forma e os atormentaria novamente.

            Quando Belinda virou na direção de Dorian, ele já ganhava forma de Águia novamente e começou a voar. Bell precisou se esforçar para afastar o pensamento de Draco morto e tudo o que vira nos últimos minutos, assim como precisou se concentrar em seguir Dorian para fora do labirinto.

           Quando estavam próximos a Mansão, Dorian começou a voar mais alto e logo Belinda o perdeu de vista, mas compreendeu e seguiu para casa.

 

           Fora uma noite terrível, tanto a tempestade de neve do lado externo quanto os pesadelos que Belinda enfrentara.

—Você tem que acordar! –Dorian chamou.

Belinda respirou fundo e o encarou.

—O que você tá fazendo no meu quarto?

—Desça, tenho algo a ensinar.

          Lestrange viu as olheiras abaixo dos olhos lilases, antes que ele virasse e a deixasse sozinha novamente.

          Belinda tomou banho e se vestiu com a roupa mais confortável e quente que possuía na mansão, o que não era algo muito bom, já que a maioria de suas roupas era da época de criança ou algumas poucas calças e camisetas de Mary. Bell puxou o moletom cinza que deixara da última vez e desceu para a sala.

—Senhorita Lestrange. –Vick a cumprimentou.

—Bom dia, Vick.

—A senhorita quer comer? Vick vai pegar.

—Só um copo de suco, por favor.

            A pequena Elfa saiu correndo, enquanto Belinda sentava no sofá e esfregava o rosto com as mãos. Sonhara, durante a noite, com Draco morto e com o menino preso, não lembrava de muita coisa, mas os sons do chicote contra a carne do garoto e de Draco se engasgando no próprio sangue a atormentaram durante o sono, acordando-a diversas vezes.

           Belinda bebeu seu suco em silêncio e não viu sinal algum de Dorian, após acabar, deixou o copo sobre a mesinha no centro da sala e decidiu caminhar pela casa, mas ainda assim não o encontrou em canto algum. Lestrange fez careta e seguiu para a cozinha, onde Vick cortava temperos.

—Vick, você viu o Dorian? –Ela chamou.

—Vick viu sim. Vick viu o senhor Dorian indo para o porão, senhorita Lestrange.

—Obrigada.

            Belinda caminhou, sem muita certeza, até o porão, onde encontrou o rapaz. Dorian estava sentado no chão frio, com a costa apoiada a parede e os olhos fechados. O cabelo estava completamente bagunçado e a expressão mais jovial do que ela já vira, a fazendo sentir uma vontade extrema de desenhá-lo.

           Dorian abriu os olhos de uma vez e a encarou. Bell notou o quão claro o lilás estava, era um contraste arrebatador com o cabelo branco e pele clara, ele parecia pronto para ser desenhado.

—O que você tá olhando? –Perguntou irritado.

—Foi você quem me acordou. –Ela rebateu, tentando ignorar a beleza da cena.

          O fundo escuro das pedras em combinação com toda a brancura de Dorian era excepcional e ela só imaginava o que poderia fazer tendo papel e tintas naquele momento.

—Senta. –Ele mandou, indicando o chão de frente a ele.

          Belinda caminhou até onde fora indicada e sentou, sem desviar os olhos do rosto do rapaz, absorvendo cada detalhe de sua expressão, que mesmo irritada, Bell nunca vira tão aberta e jovem.

—O que você quer? –Ela perguntou, assim que sentara a sua frente.

           Dorian puxou um cordão de prata, do chão ao seu lado, e entregou para a menina. Belinda encarou a corrente, de pequeninos elos finos de prata interligados, por um momento e desviou os olhos negros confusos de volta ao rapaz.

—Você aprenderá o feitiço Portus. –Ele avisou. –Qualquer objeto atingido pelo Portus cria uma chave de portal... Mas uma chave de portal não precisa de dois pontos, somente um, o qual nos leva, no horário correto, a lugares pré-determinados. –Ele suspirou. –Contudo você já deve ter ouvido falar de Portal-Duplo.

—Pra um portal-duplo precisa de dois pontos. Um de entrada e outro de saída. –Ela confirmou e o viu pegar outra corrente praticamente idêntica a que lhe entregara, a única diferença é que a dele era mais comprida.

—Vamos ser honestos. –Ele falou, a encarando. –Você não gosta de mim e eu não gosto de você. –Disse e ela assentiu, mas atenta aos olhos dele. –Estamos presos um ao outro por obrigação e sabemos que isso não acabará tão cedo. –Ela assentiu novamente, o vendo erguer as mãos de dedos longos e bagunçar o cabelo, fazendo a mão da menina coçar pela falta de papel e tinta. –Essas correntes ficarão o tempo inteiro comigo e com você. –Ele colocou a corrente no chão a sua frente, completamente esticada. –O que mais sabe sobre portal-duplo? –Ele questionou, estendendo a mão para a corrente dela.

—O contrário dos portais comuns, não precisa de lugares pré-determinados, contudo tem duas maneiras. A primeira diz que você precisa do horário correto, assim pode se transportar para o local onde a outra chave está. –Ela explicou e ele assentiu. –A segunda forma diz que você pode criar um feitiço para que não precise de horários. Sendo assim, tendo dois portais, com o feitiço certo você pode se transportar a qualquer horário e para qualquer lugar em que o segundo portal esteja... O único problema é que isso é ilegal.

—Certo. –Ele concordou. –Desde que nos conhecemos não estamos vivendo na legalidade, não acho que isso irá fazer diferença, não é? –Ela concordou. –Faremos um portal-duplo, o qual sempre estará conosco. –Ele explicou. –Você, por ter Umbridge de olho, não poderá tira-lo pra nada, para que ela não perceba do que se trata. –Ela assentiu. –Após você fazer os portais...

—Eu? –Ela arqueou a sobrancelha. –Eu não sei fazer isso.

—Por isso que irei ensinar. –Explicou. –Mas iremos testar, antes que seja realmente usado.

—Que você me odeia não é novidade, mas querer que eu me perca é um tanto quanto exagerado, não acha? –Ele rolou os olhos.

—Eu ainda não posso me livrar de você, Lestrange, não se preocupe.

—Se você diz.

          Dorian rolou os olhos novamente.

—Após os portais estarem prontos, colocarei um feitiço de proteção, assim ninguém conseguirá saber o que você carrega. –Ela assentiu.

          Horas se passaram enquanto os dois trabalhavam, pela primeira vez lado a lado. Dorian explicava onde ela estava errando e Belinda tentava concertar. Mesmo o almoço e lanche foram feitos no porão.

           Passava das dez da noite, sendo que ela tinha certeza que Rabastan já dera uma explicação qualquer para seu desaparecimento da mansão Malfoy, quando Dorian finalmente se deu por satisfeito com os portais e Vick entrava trazendo sopa e pães.

—Vamos testar, Lestrange. –Ele pegou um cordão e ela puxou o outro.

          Belinda encarou o colar por um momento e suspirou, o enrolando na mão direita, segurando a Varinha com a esquerda. Era a hora da prova de fogo.


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Notas finais do capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo.



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