A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 12
Capítulo Doze - Apaixonada?!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Divirtam-se!



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           Belinda entrou na Torre de Astronomia, onde Draco já aguardava, os olhos cinza a fuzilaram e ela suspirou.
–Ela falou do Cedrico. —Se defendeu.
           Draco já havia se libertado da raiva que sentira mais cedo, na verdade em momento algum sentiu raiva, somente preocupação. O loiro rolou os olhos e estendeu uma barrinha de chocolate pra ela, que fez careta, mas aceitou e se encostou ao seu lado.
–Professora Umbridge ficou particularmente interessada em uma Black Lestrange. —Disse ele, olhando para o horizonte.
–Professora McGonagall me disse. —Mordeu a ponta da barra do chocolate.
–E fiquei sabendo que papai recebeu uma coruja e não ficou nada satisfeito.
           Belinda sentiu a fúria subir queimando sua garganta e a engoliu novamente.
–A Vadia do Ministério que mandou? —Malfoy nem precisou perguntar de quem ela falava, mesmo com o tom neutro que Bell usara, ele podia imaginar quantos modos de matar alguém ela estava imaginando.
–Sim. —Disse. —Ele foi convocado para vir em uma reunião por sua causa.
–Que maravilha. —Sussurrou. —Era tudo que eu precisava agora, Lucius Malfoy me enchendo a porra do saco por causa daquela desgraçada.
           Draco deu de ombros, comendo sua própria barra de chocolate. Lucius ficara furioso por isso, mas Draco tinha quase certeza que ele tentaria usar a influência que tinha no Ministério pra que Bell não fosse expulsa.
–Se eu fosse você, pediria a Merlin que ele viesse e conseguisse tirar esse interesse todo da Umbridge por você.
           Bell não respondeu de imediato, se concentrou em um pássaro que passava muito próximo as águas do Lago Negro, planando majestosamente, até um tentáculo enorme surgir das profundezas e puxar a ave pra baixo, antigamente Bell teria se assustado, mas naquele momento havia certa graça até no tentáculo se erguendo e caindo de volta ao fundo, balançando a água, que se tornou visível mesmo a distância. Apesar de tudo, ela sabia que Draco estava certo, Lucius tinha influência dentro do Ministério, provavelmente conseguiria desviar a atenção de Dolores dela.
–Não gosto daquele sorrisinho falso dela. —Informou. —E parece que ela tá planejando uma tortura o tempo inteiro, é estranho.
–Não mais estranho do que não usarmos Varinhas na aula. —Ele disse, fazendo careta.
–Nem me fala. —Bufou. —O que vai ser nos N.O.M.s? Vamos simplesmente ter que recitar o que lemos nos livros? Isso vai nos foder!
–Na melhor das hipóteses. —Concordou ele. —Na pior a gente se mata ou mata alguém.
          Draco viu um sorriso divertido surgir nos lábios da outra, de repente, e imediatamente ele soube o que era.
–Como foi a ronda? —Questionou ela, mudando completamente de assunto.
–Irritante. —Disse ele, tanto pra falar de Bell, quanto pra tentar descrever a ronda.
–Vamos, me fala a verdade, Draco. —Ela rolou os olhos. —O que custa?
–Minha dignidade. —Sorriu ele.
–Você nunca teve, não sei porque se preocupar agora. —Zombou e ele lhe deu um beliscão no braço. —Ai, filho da puta!
–Mamãe ficaria muito grata pelo elogio. —Ironizou, a fazendo sorrir.
–Imagino que ela se descabelaria se me ouvisse falar assim. —Ele riu.
–Sem dúvida.
–Me pergunto que Feitiço Narcisa usa pra deixar o cabelo o tempo inteiro tão organizado. —Ele rolou os olhos, mas sorria.
–Aquilo não é Feitiço, Belinda, só cuidado.
–Ela usa gel, tipo você? —Brincou e ele bufou, a encarando.
–Vai se foder.
–As pessoas dizem muito isso pra mim. —Deu de ombros e ele riu.
–Idiota.
–Agradecida. —Sorriu com ironia. —Agora me conta o que aconteceu.
          Draco bufou e voltou a olhar para o Lago Negro. Ele sabia que Belinda não o deixaria em paz e que descobriria, se já não soubesse, toda a história.
–Nada demais. —Deu de ombros. —Fiz uma aposta com o Blás...
–Aposta? —Ela o encarou de sobrancelha arqueada.
–Sim. —Assentiu com simplicidade, tentando deixar qualquer sentimento distante, para que ela não percebesse a mentira. —Então beijei a Sangue-Ruim.
          Belinda poderia se deixar enganar, se não fosse aquele brilho entretido nos olhos dele e se ela mesma não mentisse quase que o tempo inteiro, a fim de esconder seus verdadeiros sentimentos.
–Ah, Malfoy, Malfoy, Malfoy. —Sorriu de canto. —Se eu ganhasse um galeão a cada vez que você mente sobre Hermione, eu estaria milionária agora. —Suspirou teatralmente e viu os olhos dele estreitarem. —Você realmente quer mentir pra mim? Justo para mim, Malfoy?
          Draco passou a mão no cabelo e bufou mais uma vez.
–Eu a beijei. —Admitiu, não deveria, mas ele tinha certeza que Belinda já sabia de tudo.
            Belinda sorriu levemente, mas não zombou, agora sabia como era difícil gostar de alguém e não poder ficar de verdade com aquela pessoa, não quando tanto estava em jogo. Bell lembrou do sorriso caloroso de Ty e do modo que ele a olhava, o que a fez soltar um suspiro.
–E? —Voltou ao presente, Draco gostava de Hermione e apesar de não assumir isso nem pra si mesmo, Bell conseguia ver.
           Belinda havia conseguido tirar toda a verdade de Hermione na noite anterior, puxando a amiga pra uma conversa no banheiro, evitando que as outras acordassem e escutassem, mesma Ginny. Ela gostou de saber o que acontecera, gostou de saber que Hermione, apesar de tudo, ainda nutria bons sentimentos por Malfoy.
            Draco a encarou, Bell não ria de forma zombeteira como fazia antes, somente um leve sorriso, que ainda não chegava aos seus olhos. Malfoy encarou o horizonte, vendo que o sol já se erguia e começava a jogar luz no Lago Negro e em volta de todo o Castelo.
             Belinda o viu abrir a boca umas três vezes, sem emitir som algum, mas finalmente começou a falar. Draco contara cada detalhe do que acontecera, de como ficara terrivelmente mexido por causa do maldito cheiro do shampoo de Granger e de como a ronda terminara, com Hermione se afastando dele.
–Ah, minha garotinha finalmente tá crescendo. —Bell disse sorrindo, se referindo a Hermione. —Hermione Granger deixando Draco Malfoy na mão. Merlin! Como isso é interessante.
         Draco bufou, mas não conseguiu esconder o sorriso torto e cretino.
–Você acha que isso me decepciona? Só mostra como ela quis e me deseja, eu continuo com vantagem.
–Cuidado ao achar isso. —Bell espelhou o sorriso divertido dele. —Eu pensava o mesmo em relação ao Ty, agora veja só, aceito que ele me abrace quando quer, me veja no estado mais desgraçado possível e deixo meu coração saltar só de ver o sorriso dele. —Bufou. —Se apaixonar é uma desgraça.
          Draco se surpreendeu ao ouvir aquilo, porém a própria Belinda parecia ter notado somente naquele momento, tanto o que dissera quando o que significava.
–Você acabou de admitir...
–Caralho, caralho, caralho. —Disse ela, desesperada. —Eu tô apaixonada pelo Ty! Puta que pariu, puta que pariu... —Draco se perdeu na conta de quantos palavrões diferentes ela chamou e repetiu. —Não, isso não pode tá acontecendo, não agora. —Choramingou.
           Draco riu, mas passou o braço pelos ombros dela.
–Você tá muito ferrada, Black. —Ela gemeu de frustração.
–Vá tomar no cu, Malfoy. —Ele riu.

           Belinda viu as aulas se arrastarem e quando o almoço finalmente chegou, se juntou aos amigos. Marcos lhe sorriu e Murilo relaxou, ambos imaginavam que ela se manteria distante por mais tempo.
            O almoço correra de modo leve e divertido, Bell sorria com os amigos, embora sua mente estivesse distante e ela só captasse os finais das piadas, contudo ninguém notava isso. Ela saiu do Grande Salão na companhia de Marcos, Murilo, Dino e o Trio de Ouro, conversavam tranquilamente e ela se forçou a lhes dar atenção e manter a mente no presente.
–Aquele é Lucius Malfoy? —Hermione questionou, olhando para o homem ao pé das escadas vai-e-vem.
           Belinda ergueu o olhar, já o havia visto antes mesmo que Hermione falasse, mas estava disposta a fingir que não e tentar passar despercebida por Lucius, que parecia ter sentido estar sendo observado e virou para encara-la, os olhos frios analisaram todos e pararam em Bell, irritados e gélidos. A menina manteve a pose e se aproximou mais, na companhia dos amigos.
–Belinda. —Disse ele, a fazendo se conter para não bufar. —Espero ter sido chamado por um motivo muito bom.
–Então sinto que vai se decepcionar. —Falou e viu um brilho perigoso passar nos olhos dele.
–E eu já mandei você parar de andar com gentinha de Sangue-Ruim.
            A raiva ameaçou explodir, mas ela somente o encarou e deu um sorriso torto.
–Nossa concepção de gentinha é diferente, quando você falou que eu deveria parar de andar com esse tipo, eu liguei a nomenclatura imediatamente a Crabbe, Goyle, Parkson e sua corja. —Deu de ombros teatralmente. —Droga! E eu aqui, satisfeita por achar que estava fazendo algo certo e que a família aprovaria. —Bufou, sob o olhar fulminante do homem.
–Conversaremos sobre isso depois, não na frente desses... —Ele olhou para o grupo e fixou em Harry.
–Acho que você realmente veio com defeito de fábrica, Bell. —Harry zombou, como ela  sempre fazia, interrompendo o que Lucius dizia. —Sua criação, pra sorte de todos, não tem um dedo dos Malfoy.
–É o que sempre digo. —Disse ela, abrindo um largo sorriso.
–Não tenho tempo a perder com moleques e criancices. —Lucius se virou e começou a subir as escadas, sem olhar pra trás. —Vamos logo, Belinda.
          Belinda rolou os olhos e bufou de leve, sem a menor vontade de acompanha-lo, mas sabia que seria pior se não fizesse.
–Falo com vocês depois. —Disse encarando os amigos, os olhos negros irritados. —Deixa eu ver logo a merda que vai dar tudo isso.
–Não sabia que eles haviam chamado o Sr. Malfoy. —Murilo comentou, encarando Belinda.
–A Vadia do Ministério fez questão de mandar uma carta pra ele comparecer aqui hoje. —Bufou.
–Ao que parece ela só fez isso com você. —Ron comentou. —Os tios do Harry não receberam nada.
–Eles são Trouxas, Ronald, não é como se tivessem permissão pra vir em Hogwarts. —Hermione falou, como quem explicando algo a uma criança.
–Não importa o porquê a Vadia fez isso. —Bell esclareceu, vendo Draco aparecer ali perto. —Isso me deixa mais ferrada do que eu já estava.
          Draco passou pelo grupo e aguardou Belinda no meio da escada, sem se importar com os olhares de reprovação e raiva, mas um olhar em questão foi particularmente interessante, Granger tentava não encara-lo, mas o olhar o encontrava constantemente.
–E a Doninha, o que tá fazendo? —Marcos encarava Malfoy, parado no meio da escada, a aguardando.
–Achei que fosse bem óbvio. —Disse ela, rolando os olhos.
–Não sei como você o aguenta. —Criticou e ela o fitou.
–Da mesma forma que aguento você. —Os olhos verde-azulados brilharem de fúria.
–Não compare nossa amizade com ele. —Cuspiu.
–Realmente é uma comparação bem injusta. —Ela deu um sorriso fatal. —Afinal Draco tem estado ao meu lado, bem mais do que você.
           A alfinetada fez todos arregalarem os olhos e Marcos estremecer de raiva.
–Então tá dizendo que prefere ele? O cara que tá ali pra, provavelmente, tentar te deixar mais ferrada ainda?!
–Não. —Sorriu de modo frio, os olhos negros se tornando um buraco fundo e cheio de raiva. —O contrário de você, Coren, ele tá ali pra tentar me acalmar e evitar que eu faça mais merda, não me deixar mais nervosa e pilhada. —Lhe deu uma piscadela zombeteira. —E se prefiro ele? No memento é você quem julga cada palavra minha e é Draco quem me dá apoio. —Belinda viu a surpresa no rosto de todos.
–Bell... —Murilo falou, extremamente chocado.
–Bem, preciso ir, antes que eu me foda mais. —Falou dando um aceno irônico.
–Não acredito que você...
–Nem gasta sua saliva, Coren. —Cortou ela. —Porque de crítica basta a minha família.
          Comparar Coren com os Malfoy era um golpe baixo e ela sabia, mas a raiva era tanta que não lhe fazia diferença.
          Lestrange o ignorou e começou a subir as escadas, já tendo perdido Lucius de vista, e se colocou ao lado de Draco, que esperava pacientemente, contudo ainda ouviu sussurros chocados, preocupados e os de xingamentos de Marcos, não sabia se dirigidos a ela ou não, contudo não iria dar importância aquilo no momento, já tinha problema demais pra se preocupar.
–O que foi? —Draco quis saber, quando viravam em um dos corredores.
–Suas inimizades com meu amigos que está fodendo minha paciência. —Informou, irritada.
–Não vem descontar em mim. —Bufou ele. —Foram eles que falaram merda e te irritaram, não eu, caralho.
           A menina respirou fundo e deu de ombros, se encaminhando para a sala de Umbridge, onde ela tinha certeza que Lucius já estava, provavelmente mais irritado que antes.
           Ah, o dia com toda a certeza não iniciara bem e provavelmente terminaria pior ainda. E tudo o que Belinda podia fazer, era fingir não ligar, por isso ela ajustou a postura o melhor que pode e colocou a máscara mais calma que conseguiu, quando estava preparada pra passar por todo aquele teatro sem tentar atacar ninguém, bateu a porta da sala de Dolores, ouvindo um infantil e irritante "Entre".
–Não me deixe esfregar a cara dessa vaca no chão. —Pediu pra Draco, que deu um sorriso de canto, sem humor.
–Farei o possível.
          Belinda respirou fundo novamente e abriu a porta, encarando um Lucius de olhar frio e Umbridge, com seu maldito sorrisinho permanente. Como Belinda desejou arrancar aquele sorriso da boca dela e aproveitar pra arrancar seus olhos juntos.


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Notas finais do capítulo

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