A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 10
Capítulo Dez - Pirraça


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Divirtam-se!



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Belinda entrou no Salão Comunal e viu os olhares de diversos tipos e de vários colegas de Casa, o que a fez olha-los de sobrancelhas arqueadas.
–Bell? —Hermione chamou, descendo a escada e se aproximando da amiga.
–Oi.
–Você tem que ir ver a professora McGonagall por causa... De mais cedo. —Falou o mais baixo possível e Belinda suspirou. —Ela disse que assim que você recebesse o recado deveria ir.
–Claro. —Suspirou e deu meia volta.
–Eu vou com você. —Mione disse, se colocando ao seu lado.
–Pra onde você vai? —Bell quis saber, quando elas estavam próximos do corredor que levava ao escritório de McGonagall.
–Tenho que fazer uma ronda antes da hora de dormir. —Deu de ombros, sem olhar para Belinda.
–Posso ajudar depois que falar com a professora Minerva?!
–Na verdade não, só os Monitores podem ficar andando por aí depois do horário. —Ela deu de ombros. —E hoje você, por hora, é uma exceção excepcional.
–Entendo, se bem que eu sempre sou, de alguma forma, exceção excepcional. —Zombou e Mione riu. Bell viu Malfoy, encostado na parede, com uma expressão zangada a alguns metros. —O que diabos ele tá fazendo aqui?
–Infelizmente as rondas são em duplas. —Respondeu Hermione e suspirou de modo cansado. —Hoje eu farei com ele.
–Ah é? —Bell deu um pequeno sorriso. —Interessante.
–Para! —Disse a outra, começando a corar. —Não tem nada de interessante nisso, só irritante. —Bufou. —Essa Doninha Loira vai querer me irritar.
–Ou te ignorar. —Bell falou, encarando a outra, que franziu o cenho, mas já estavam perto demais de Malfoy pra que ela revidasse. —Qual é o pior, Mi?
–Você surtou de vez? —Draco quis saber, encarando Belinda, assim que elas se aproximaram. —A gente tem muito pra conversar, mas não agora.
–Draco. —Bell começou.
–Depois a gente conversa e não vai se atrasar. —Disse com simplicidade, Bell sabia onde e a hora que deveria aparecer. —Vamos logo, Granger. —Falou o mais ríspido possível e se virou para ir embora, sem olhar pra Hermione, que bufou, respondendo qualquer coisa mal criada.
Bell deu um pequeno sorriso, depois suspirou e seguiu até a sala da professora, depois de duas batidas a porta se abriu e Minerva a encarou seriamente, talvez mais séria que o comum, mandando-a entrar em seguida e sentar, logo tomando lugar na própria cadeira.
–O que tem a me dizer sobre o ocorrido de mais cedo, srtª Lestrange? —Foi direta e Bell se conteve pra não bufar.
Belinda sabia que poderia montar uma defesa bem articulada, porque era conhecedora da falta de amizade dos professores com o Ministério ou seus subordinados, mas deu de ombros e encarou a professora.
–Ela colocou como se Harry fosse um mentiroso e pior ainda, falou como se Cedrico tivesse morrido por vontade própria. —A raiva queimou sua língua.
–Você não deveria ter gritado e muito menos saído da sala sem permissão.
–Eu sei, professora, mas...
–Não a justificativa. —Bell suspirou e olhou para a parede atrás de McGonagall, depois encarou seus olhos novamente. —Você sabe por que Umbridge está aqui, srtª Lestrange?
–Ela está a mando do Ministro, o que quer dizer que o Ministério decidiu intervir em Hogwarts. —Algo brilhou nos olhos por trás das lentes do óculos.
–Então por que acha que não será expulsa? —Bell mordeu o lábio. —Potter e você tem que ter cuidado com as brigas, então é bom que não revidem, por mais que ela diga algo que os provoque. —Falou de modo sério, era uma ordem. —Você sabe o que está acontecendo aqui, então sabe que ela poderá usar o poder.
–Isso é abuso de poder. —Resmungou. —E ela nem nos dá aulas! Ela quer que fiquemos lendo a parte mais... Ineficiente do livro, como se nunca tivéssemos praticado magia na vida! Que aula de Defesa Contra as Artes das Trevas não se usa Varinha? Principalmente no ano dos N.O.M.s!
–Isso realmente não é bom, mas você e Potter começarem uma guerra contra ela não irá ser de serventia alguma, pelo contrário. —Cortou e Bell travou a mandíbula. —Sem falar que ela ficou muito interessada em seu nome.
Belinda estremeceu perceptivelmente e ganhou um olhar mais atento de Minerva. Odiava a ideia daquela mulher com cara de sapo se interessar por ela, mesmo que fosse somente pelo nome. Lestrange, ela sempre soubera que aquele nome seria sua ruína.
–Eu farei o possível, professora. —Falou em algo mais alto que um sussurro.
–Não só o possível, Lestrange.
Belinda suspirou, entendendo o recado, então assentiu e disse com a voz mais clara.
–Sim senhora, professora.
–Ótimo. —Decidiu. —Você ganhou uma semana de detenção, onde terá que ajudar na limpeza dos banheiros da Escola e a polir a prataria, sob a vigilância de Filch, todos os dias das 17:00 horas, até as 20:00 horas. —Belinda sentiu uma vontade enorme de protestar, mas mordeu a língua e assentiu. —Agora vá dormi, você começa amanhã.
–Sim senhora. —Disse ela, a voz calma, apesar da raiva, os movimentos fluidos e tranquilos. —Boa noite, professora McGonagall. —Falou, antes de fechar a porta, mas ainda viu um olhar preocupado na mulher.
Não sabia se a preocupação era com ela ou por causa dela, mas nenhuma das alternativas a deixava de bom humor.
Belinda caminhava de forma lenta para a cozinha, onde tinha certeza que os Elfos ainda dariam comida com extrema facilidade e alegria, eles adoravam alimentar todos que apareciam por ali. Os corredores já estavam desertos, o máximo que ela poderia encontrar era um Monitor e levar uma suspensão, não que estivesse preocupada por mais uma ou duas horas de castigo na companhia de Filch.
Belinda não encontrou ninguém na ida, mas não passou despercebida na volta. Pirraça, milagrosamente estava sentado no chão, brincando com um ratinho, ou torturando, o que parecia ser mais provável, toda vez que o rato tentava fugir, o Poltergeist o encurralava novamente e cutucava com um espetinho de aparência afiada e diabólica.
–Ora, ora, ora. —Pirraça disse alegremente para a menina, sem desviar atenção do rato. —Se não é a maluca Menina-Lestrange que anda com os ruivos iguais. —Belinda se viu encurralada como o rato, nunca falava com Pirraça a sós.
–Olá Pirraça. —Cumprimentou, se encostando na parede do corredor, a alguns poucos passos dele, sem demonstrar preocupação, seria pior se ele visse o temor dela.
–Fiquei sabendo que gritou, gritou muito, com o Sapo-Rosa. —Belinda ergueu uma sobrancelha e deu uma mordida no bolinho de abóbora, que estava delicioso.
–Ah! É assim que você chama pra Vaca do Ministério? —O Poltergeist soltou uma gargalhada engraçada, mas que fazia os pelos da nuca da menina arrepiarem.
–Vaca do Ministério. —E riu de novo, fazendo o guizo na ponta do chapéu tilintar. —Gosto desse nome também, Menina-Lestrange.
Belinda quase bufou, nunca gostara de como Pirraça a chamava, não só pelo nome, mas pela ironia que ele empregava, contudo agora o sobrenome Lestrange tinha um impacto maior e mais desagradável. Bell escondeu a irritação, dando uma mordida no bolinho.
–Sabe Pirraça, eu andei pensando em aprontar com o Filch. —Pirraça se virou completamente pra ela.
Belinda congelou por um segundo, enquanto o Poltergeist abriu um imenso sorriso e flutuou em sua direção, esquecendo o rato, que fugiu guinchando desesperado.
–Diga Menina-Lestrange, diga o que você quer fazer.
Bell só via aquela animação cúmplice em Pirraça quando ele armava pegadinhas junto com os gêmeos, jamais imaginou que veria isso dirigido a ela. Belinda sorriu de canto, não era a parceria mais leal que ela poderia arrumar, mas sem dúvida era a melhor para aquele momento.

Belinda voltou ao Salão Comunal da Grifinória, onde não havia mais ninguém, embora quase fosse pega por Parkinson, que estava louca para lhe dar uma detenção, no caminho de volta, Pirraça surgiu do nada e atirou um rato, que Bell tinha quase a certeza de ser o mesmo de mais cedo, na menina, que saiu correndo e gritando, tentando se afastar do bicho, o que fez Belinda ter tempo de correr até o quadro da Mulher-Gorda e se salvar, gargalhando assim que se viu segura.
Freddie e George estavam sentados no chão, próximos a janela, o que não era uma visão incomum, pelo contrário, era tão conhecida que chegava a ser familiar e confortável.
–Amor da minha vida. —George lhe sorriu quando ela se aproximou, logo se jogando no chão ao lado deles. —Ouvi sua risada musical assim que entrou. —Bell rolou os olhos ,mas sorriu.
–Parabéns! —Cumprimentou Freddie, sorrindo pra ela.
–Por? —Bell ergueu uma sobrancelha, mas tinha quase certeza do motivo.
–A gente ficou sabendo que você e o Harry gritaram com a Vaca Rosa. —Belinda riu.
–Pelo visto cada um decidiu dar um apelido carinhoso pra ela, não é?
–Qual você deu? —George quis saber, mexendo com pequeno doce, que Bell teve certeza não ser uma boa ideia comer.
–Vadia do Ministério. —Sorriu. —E Pirraça a chama de Sapo-Rosa.
Os dois a encararam surpresos e divertidos.
–Quando você falou com o Pirraça? —George questionou.
–Até onde sei você nunca teve coragem de se aproximar dele sozinha. —Freddie completou.
–Não foi exatamente planejado. —Deu de ombros e pegou o docinho da mão de George, o estudando cautelosamente, um lado laranja e outro roxo. —Qual é esse?
–Nugá Sangra Nariz. —Freddie sorriu. —O lado laranja faz sangrar seu nariz de forma incontrolável, só se curando quando come o lado roxo.
–Estamos precisando de voluntários pra teste. —George pegou de volta o doce. —Mas Hermione vive arrancando os avisos que colocamos.
–Ah, ela arrancou o que colocamos de manhã, o da tarde e quando achávamos que ela não encheria mais o saco, ela arrancou o que colocamos a noite.
–Sem falar que tentou nos proibir de colar avisos, dá pra acreditar? —George falou indignado, concordando com o irmão e Belinda riu.
–Mione se preocupa com o bem estar dos alunos e sempre foi a mais correta do grupo. —Bell sorriu. —Ela só tem medo que vocês acabem matando alguém, principalmente agora que é Monitora.
–Jamais faríamos isso! —Protestaram juntos.
–Não propositalmente. —Freddie completou e ela riu. —Mas nos conte o que aconteceu com Pirraça.
Belinda contou tudo, inclusive o plano que armara contra Filch. O que fez os gêmeos planejarem mais uns quatro ataques.
–Mas esperem minha detenção acabar. —Alertou ela. —Se não aquele velho desgraçado vai querer me fazer limpar tudo.
Belinda viu Hermione entrar no Salão correndo, de bochechas coradas e ofegando, passando para o quarto sem nem mesmo olhar para os três.
–Parece que nossa amada Mione viu o próprio Merlin sair do túmulo. —George zombou e a menina riu.
Belinda se perguntava o que havia acontecido durante a ronda, Hermione estava com Draco, o que queria dizer que, ou eles brigaram ou se beijaram novamente, Bell gostava e torcia pela segunda alternativa.
–Vou dormir também. —Se colocou de pé. -Amanhã meu dia vai ser horrível e cansativo, mas tentarei conseguir alguns... Voluntários, pra vocês.
–Por isso que te amamos. —Disseram e ela riu.
–Interesseiros.


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Notas finais do capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo.



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