Nove Meses escrita por Miriã Melo Lima


Capítulo 6
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
Desculpem não ter rescondido os comentários ainda, como alguns sabem fiz uma cirurgia para retirada de um cisto e estou de repouso... Sinto bastante dor... tem sido uma recuperação difícil, enfim, vou tentar responder em breve! :)
Como avisei nas notas oficiais e uma história pequena com 11 capítulo, contando com epílogo, ou seja, estamos perto do fim!
Mais, resolvi adicionar mais um capítulo, que será um bônus, com a visão do Scorpius sobre a história de maneira geral, estou trabalhando nesse bônus e vou posta-lo provavelmente amanhã, espero que gostem dessa surpresa!!!


Capitulo editado e revisado 13/06/2017



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Um filho, ou melhor, uma filha. Um ser humano que dependia de Scorpius e eu, era assustador e ao mesmo tempo emocionante. Não podia simplesmente ignorar o sentimento que crescia e se alastrava com facilidade, desde que soube que seria mãe. Quando você sabe que vai ter um filho, mesmo sendo algo inesperado, e em certas vezes, repudiado, um sentimento toma conta da sua alma, no começo, é algo leve, incômodo e irrelevante, e então, o tempo vai passando, e você vai descobrindo coisas, sentimentos e responsabilidades. De repente, aquela coisa pequena e incômoda, ganha uma proporção tão grande e intensa, que você não tem poder para deter aquilo, para vetar ou tentar ao menos amenizar, é impossível ser indiferente, porque te consome por inteiro.

Consome tua alma, teu coração, teu corpo, tua mente, teus medos e todas as tuas incertezas, e de repente, você não se importa do que terá que enfrentar para ter aquele ser humano, não importa se de repente toda sua família te olha decepcionado, ou se todo seu futuro vai ter que ser recalculado e reprojetado, porque aquele ser humano, aquela pequena criança, é tudo que te importa.

Ela ocupa teus pensamentos, tuas preocupações, teus sonhos e toda tua vida.

Nada mais importa, nada tem tanto valor do que garantir que seu filho, esteja seguro, saudável e feliz.

É um sentimento tão irracional, forte e indestrutível, que te deixa sem fôlego, sem saber como agir a cada passo que te levar a conhecer o bebê.

E aquele sentimento estava se aflorando dentro de mim, desde que aqueles testes haviam dado positivo, entretanto, eu fugi, reprimi e ignorei aquilo, tentei enterrar e sufocar qualquer amor que estivesse crescendo dentro de mim, então me vi tão incapaz, mesmo não aceitando, mesmo desejando não sentir, eu sentia. E era tão intenso e insano, que não fazia nenhum sentindo, o estopim foi ouvir aquele coraçãozinho bater tão forte e acelerado, como se estivesse desesperado pela vida, como se gritasse por atenção.

Não dava mais para ignorar aquele amor, aquele sentimento todo, era impossível.

E tudo o que eu queria, tudo o que eu mais desejava, era compartilhar tudo aquilo com alguém, não poderia simplesmente sentir tanto sozinha, queria Scorpius comigo, queria que ele sentisse a plenitude daquele sentimento, queria enfrentar meus medos e anseios com sua ajuda, queria que ele fosse realmente o pai da nossa filha.

Era por isto que eu estava ali, para lhe dizer que precisava dele. Mas como externar aquilo? Estava difícil encarar aqueles olhos tão transparentes por mais de dois segundos, depois de ouvir que ele estava apaixonado.

Será que em algum momento nós poderíamos realmente dar certo? Será que poderíamos ser uma família de verdade? Ou será que Scorpius só queria muito estar com nossa filha, a ponto de assumir o pacote completo?

Talvez ele não sentisse aquilo, talvez aquela situação o tenha levado a dizer aquilo, talvez.

— Rose. – Scorpius me chamou, estalando os dedos em minha frente, com um semblante preocupado. – Você está bem?

Estou. – suspirei.

“O que eu deveria fazer com todas aquelas dúvidas? Eu havia entrado naquele quarto com uma decisão tomada, então, de repente, eu já não sabia se aquilo era certo. Talvez Scorpius devesse apenas ser o pai da nossa filha, e nada mais. Poderia ser mais seguro daquele jeito”.

— Queria me desculpar por... Hum... Antes... – comecei sem rumo, tentando não olhar aquela imensidão acinzentada que eram seus olhos.

— Não precisa fazer isso, eu entendi. Você está passando por constantes mudanças, está com problemas com sua família e está com medo de tudo, não estou bravo. – garantiu, tranquilo.

— Então, por que se manteve ausente todo esse tempo? – as palavras simplesmente escaparam pelos meus lábios, antes que eu pudesse detê-las.

— Não era o que você queria? – ele fez uma careta, juntando as sobrancelhas platinadas, em dúvida. – Você parecia estar sempre tensa comigo por perto, como se eu tivesse lhe fazendo mal, estava retesada, chateada e irritada o tempo inteiro, veja, só me afasto por uns dias e tudo isso parece mudar, aos poucos você tem voltado à sua rotina, Rose.

Suspirei.

— Voltei à minha rotina, porque percebi que não poderia continuar como estava, porque simplesmente já havia passado dos limites, porque lamuriar e chorar não vai mudar nada, nem quero que mude também, Scorpius. – ponderei minhas próximas palavras. – Quero você nas nossas vidas, Scorpius... Olha, quando eu descobri que estava grávida, o que mais me assombrou não foi saber que havia uma criança sendo gerada, e sim, o fato de ter que enfrentar aquilo sozinha, quando pensei em você, nunca, nem em um milhão de anos, eu imaginaria aquela reação sua, pensei que seria você a sugerir um aborto, ter você contra isso me pegou de surpresa, e depois de tudo, ver o teu cuidado, a importância e a forma como você está sendo forte pela gente, me fez enxergar que eu não conhecia metade do teu caráter, você não vai deixar de ser quem é, mais existe uma parte diferente do que eu conhecia... Me fez entender que seria realmente alguém que estaria sempre ali, quando eu precisasse... E aí, você me disse aquilo, de gostar de mim, e as coisas se bagunçaram e eu estou tão confusa quanto a tudo isso, que não sei nem como devo agir. – suspirei, vendo-o me observar em um misto de surpresa e incredulidade. – Mas hoje, quando me vi sozinha naquele hospital, depois de ouvir o coração do nosso bebê e de descobrir que é uma menina, a única coisa que desejei é que você estivesse lá, por nós. Não sei se temos maturidade suficiente para lidar com uma filha e um relacionamento agora, mas preciso que seja pai dela, pode fazer isso?

— É uma menina? – ele riu, incrédulo, enquanto eu assentia. – Nós vamos fazer isso dar certo, Rose! Eu e você, vamos fazer funcionar... Por ela... Pela nossa filha.


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Notas finais do capítulo

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