Nove Meses escrita por Miriã Melo Lima


Capítulo 5
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

Hei, espero que gostem...
Capitulo editado e revisado 13/06/17



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Quatro meses tempo, eu te imploro paciência... Eu vim do céu por causa do amor...”

As semanas seguintes foram um turbilhão de emoções diferentes, depois daquela tarde, Scorpius passou a me evitar assiduamente, ele mantinha-se informado da gravidez através de Alvo, Dominique e Lily, e eu simplesmente não conseguia ir até ele para ajustar nossos ponteiros.

Estava confusa, como se não bastasse estar gerando uma vida, em um momento não adequado, ainda tinha que lidar com os dramas clássicos da vida de uma adolescente de dezessete anos.

Fora minha confusão interna, tive que encarar a diretora Minerva, porque uma hora ou outra aquela notícia ia vazar, e mamãe achou melhor conversamos seriamente com ela, se não chegássemos em um acordo, poderia ser obrigada a abandonar Hogwarts, afinal, algumas regras foram quebradas ali.

— Você está dizendo que a Senhorita Weasley engravidou dentro da escola? – Minerva ostentava aquele olhar que todos os meus familiares me dirigiam desde que souberam da gravidez, um misto de surpresa, decepção e perplexidade.

— Este não é ponto, Minerva. – minha mãe suspirou, cansada, dirigindo um breve olhar em minha direção. – Rose está grávida, cometeu um erro e terá que arcar com as responsabilidades... E também com as consequências, queremos apenas saber se ela terá a chance de finalizar o ano letivo e se formar com todos os outros alunos. – aquilo me assustava, Hogwarts era o meu lar, eu amava aquele lugar, amava cada sala, aluno e professor daquela escola.

Saber que havia possibilidade de ser expulsa e não poder me despedir de todos devidamente, de não ter a chance de me formar, me deprimia.

Houve um longo período de silêncio, ela parecia estar em dúvida eterna e ponderava qual seria a melhor escolha.

— Não seria justo, expulsá-la, Hermione. – um alívio percorreu meu corpo, quando ela me olhou demoradamente, suspirando. – Rose cometeu um erro, foi inconsequente e tenho certeza que vai arcar com suas responsabilidades, uma prova disto é estarmos aqui, no entanto, ela sempre foi a melhor aluna que essa escola teve depois de você, não posso ignorar todo seu histórico impecável por conta de um erro. – Minerva soltou um breve sorriso. – Você poderá ficar, Rose. E sei que agora, você deve estar pensando que sua vida acabou, mas um filho não acaba com uma vida, e sim, lhe oferece uma segunda chance. E se tiver força de vontade o suficiente e a dedicação que eu sei que você tem, fará todos os seus sonhos se realizarem e ainda será uma ótima mãe. – as palavras dela me perseguiram por alguns dias, desde que descobri sobre a gravidez, tudo que sabia fazer era chorar por todos os sonhos que eu havia destruído, de todas as coisas que havia perdido, a única coisa que não percebi é que não havia perdido nada, apenas ganhado algo.

Eu ainda poderia ser a Rose inteligente, sabe tudo, irritante e perfeccionista.

Agora mais do que nunca, eu precisava de um futuro seguro, porque não era apenas minha vida que estava em jogo, e sim, a do meu filho.

Tinha uma responsabilidade com aquela vida que estava crescendo, precisava garantir um lar, um futuro e uma vida estabilizada para o bebê.

Não podia deixar aquela criança sentir-se rejeitada, um erro.

Era um pedacinho de mim que estava crescendo, não podia ignorar aquele sentimento, que a cada dia tornava-se mais intenso.

Com o passar dos dias, minha rotina foi finalmente voltando ao normal, voltei a frequentar assiduamente as aulas, estudava na biblioteca, cuidava da minha alimentação e tentava manter-me o mais centrada possível, a única coisa que ainda me incomodava, era o fato de Scorpius estar distante.

Havia me acostumado com sua presença constante, sentia falta do cuidado e da forma engraçada como ele se preocupava comigo e com nosso bebê.

Eu ainda não conseguia acreditar que ele havia se declarado para mim, era quase irreal saber que Scorpius sentia algo por mim, principalmente, quando em um passado não muito distante, eu já havia sido obcecada por ele.

Sim, eu, Rose Granger Weasley, havia sido apaixonada por Scorpius Malfoy.

Mas como disse antes,  eu não era popular, não era da prole do Castelo, eu era bonita, querida pelos meus colegas, mesmo assim, éramos como água e vinho.

Vivíamos discordando em tudo, Scorpius tinha prazer em me ver irritada, e eu, fazia questão de me manter longe, afinal, além de tudo, ele era um Malfoy.

Mulherengo, irritante e irresponsável.

Embora ele tenha se mostrado uma pessoa bem sensata e madura, mesmo assim, mesmo tendo ficado balançada com sua declaração, não podia simplesmente arriscar.

Não éramos só nós dois nessa história, se arriscássemos um relacionamento naquele momento e desse errado, o que era bem provável, nosso bebê ia sofrer também.

Tínhamos que ter uma convivência boa o suficiente para oferecemos um ambiente tranquilo para aquela criança.

Precisávamos passar por cima daquilo, e pensar no bem maior, entendi isso quando me vi sozinha no consultório médico, pronta para fazer minha primeira ecografia.

A sala era escura e fria, havia um computador para as imagens e alguns aparelhos que não conhecia, a médica era uma jovem senhora elegante e silenciosa.

— Nome? – ela perguntou, concentrada no teclado.

— Rose Weasley.

— Idade?

— Dezessete anos.

— Lembra da data da última menstruação?

— Não. – depois disso, ela terminou de digitar e adicionou um gel gelado em minha barriga, enquanto deslizava o aparelho.

— Aí está. – ela sorriu, virando o visor para mim. Era impressionante, nunca havia visto uma ecografia de perto, mas era incrível.

Meu bebê estava perfeito, conseguia ver ele através das imagens embaçadas.

— Você está com dezoito semanas, quatro meses e meio, ele mede 15 cm e está pesando 190 gr. Está um pouco abaixo do peso, precisa se alimentar melhor. – assenti rapidamente, tentando acompanhar as imagens rápidas do visor. – Ai está o coração. – ela sorriu, quando o som alto e forte invadiu o ambiente.

Era inacreditável, parecia um galope de cavalo, rápido, alto e intenso.

Naquele momento, todo arrependimento, toda dúvida sumiu, evaporou completamente, tudo que eu sentia era um misto de felicidade, alívio e emoção.

Era meu bebê, meu filho. Seu coraçãozinho batendo tão rápido, tão forte... Tão vivo.

— Olha, o que temos aqui. – a medica sorriu, chamando minha atenção, enquanto eu ainda lembrava do barulho que o coração dele fazia. – Você quer saber o sexo do seu bebê?

— Já dá para saber? – perguntei ansiosa, fazendo a médica rir.

— Oh, sim... Essa mocinha está bem à vontade com as perninhas abertas.

No quinto faltam quatro e eu aposto que os presentes, já tão vindo em rosa ou azul...”

— É uma menina? – ela assentiu, confirmando, enquanto eu não conseguia segurar as lágrimas, que estavam se acumulando em minhas retinas.

Naquele momento, eu desejei que Scorpius estivesse ali, desejei que ele estivesse segurando a minha mão, enquanto compartilhávamos aquele sentimento único.

Eu percebi que precisávamos dele em nossas vidas, que só estaríamos completos, se ele estivesse ao nosso lado, não importava como, ele precisava estar ali.


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