Coração de Lata escrita por Lady Padackles


Capítulo 12
Planos pro futuro




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— Casais podem se separar... - disse então baixinho, quase para si mesmo.
Dean encarou o robô, surpreso com o comentário. - Sim, mas... Castiel, eu amo o Sam!

O androide encarou seu dono de volta.

— Pode ser, Dean... Mas você não é feliz naquele casarão. Não adianta me dizer que não é bem assim. Eu te conheço... Vejo toda a tristeza refletida nesses lindos olhos verdes. Você não sabe como isso me machuca...

O rapaz ia responder alguma coisa, mas não tinha realmente o que dizer. Castiel estava certo. Ele não era feliz... Obviamente sempre nutrira a esperança de um futuro diferente. Assim que se casou, imaginou que Sam não tardaria a confiar mais em seus funcionários e deixaria o comando da empresa para algum administrador competente. Teriam mais tempo para ficar juntos, viajando, curtindo a vida... Planejava que com o tempo seu marido deixasse de ser tão paranoico e permitisse que ele saísse de casa sozinho. Quem sabe até pudesse encontrar um trabalho de que realmente gostasse, e que o deixasse ocupado e feliz? Mas o tempo estava passando depressa e tudo o ele que sonhara parecia se tornar cada vez mais distante.

— Muitas pessoas que se amam se separam, Dean... - completou Castiel, cortando os pensamentos de Campbell. - Se fossemos embora juntos, você seria muito mais feliz... Imagina, poderíamos sair a qualquer hora. Sermos livres para fazer o que quisermos... - o androide suspirou olhando de maneira apaixonada.

— Não posso, Castiel! - O louro então respondeu enfático. Realmente ele não podia... Aquela era uma ideia completamente maluca... Imagina, largar seu marido e sua vida por uma aventura com um robô? Não! Por mais que ele fosse o androide mais lindo e amável do universo inteiro...

Depois de ouvir aquela resposta, Castiel se calou, parecendo amoado.

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Minutos mais tarde, os fugitivos chegaram no horário planejado e seguiram outro algoritmo complicado que os permitiu voltar para casa em segurança, e sem serem vistos.

— Você daria um excelente ladrão, sabia? - Dean brincou. Queria levantar o astral do outro, que ainda parecia tristonho. Em vez disso, só conseguiu deixar a situação ainda pior.

— Ladrão!? Eu jamais tiraria algo que não é meu! - o androide respondeu horrorizado, olhando para Campbell com cara de ofendido.

Dean sentiu-se mal. Claramente o robozinho não entendera seu comentário...

— Eu estava apenas me referindo ao fato de você ser um excelente estrategista, Castiel...

— Você acha que eu quero roubar você do Sam, não é?! É isso? - o androide parecia agora muito enfezado.

— Não... Eu não estava me referindo a isso... - Campbell estava na defensiva. Nunca havia visto o amigo daquele jeito.

O louro ainda tentava se explicar quando Sebastian bateu na porta para lhe servir o jantar. Castiel aproveitou para se retirar de perto do dono, e foi se sentar de cara amarrada na sala de televisão.

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— Castiel... O que há com você? - Dean se aproximou de mansinho depois de comer. Ele tinha feito só um comentário inocente... Porque o amigo estava tão sensível?

— Desculpa, Dean... - o robozinho suspirou. - É claro que eu não poderia roubar você do Sam. Você não pertence a ele, e jamais pertencerá a mim... É um homem livre... Mesmo se for casado. É um homem livre para tomar suas decisões. Pode fazer o que quiser...

Campbell suspirou pesadamente. Sentia um enorme aperto no peito agora. Castiel estava magoado, e isso não tinha nada a ver com o comentário que ele fizera sobre ser um bom ladrão. O robozinho estava apaixonado... Era óbvio que ele, Dean, estava apaixonado também. Por que não se entregarem um ao outro? Mas tudo era tão confuso... Ele amava dois ao mesmo tempo, e não queria machucar nenhum dos dois. Como isso seria possível?

Sem saber o que fazer ou o que dizer, o rapaz apenas sentou-se ao lado do androide, e pegou sua mão. Hesitou antes de dizer qualquer coisa. Mas Castiel merecia saber a verdade...

— Cas... Eu também te amo... - o louro estava um tanto sem jeito. Não tinha facilidade com declarações. Os olhinhos de Castiel se acenderam, apresentando um brilho tão especial que fez com que Dean se emocionasse. Estava difícil segurar as lágrimas porque aquela declaração, tão sincera e tão bonita, também era triste. - Eu... Eu não sei o que fazer... Não quero machucar nenhum dos dois, entende?

Castiel limpou com o dedo uma lágrima solitária que escorreu pelo rosto de seu dono. Em seguida segurou o rosto de Dean com ambas as mãos, fechou os olhos e deixou que seus lábios se tocassem lentamente.

— Eu te amo tanto... - o androide suspirou. - Saber que você me ama também... É tudo o que eu queria ouvir, Dean. Mas não quero te ver triste por causa disso... Nosso amor é tão lindo, tão especial... Queria que te fizesse o homem mais feliz do mundo inteiro, sabe? - a expressão em seus olhos era agora triste.

Dean suspirou e não disse mais nada, apenas aceitou que Castiel se aproximasse e o envolvesse em seus braços para mais um beijo apaixonado. O louro fechou os olhos e se deixou envolver por todo o sentimento que explodia para fora de seu peito. Não tinha mais jeito... Era mais forte que ele.

De repente, naquele momento, nada mais importava. Seus problemas tinham ido embora, de mala e cuia, para a cochinchina. Seu coração batia tão depressa que Campbell teve medo que ele fosse lhe escapar pela boca para também fugir pra bem longe dali. Que fossem todos pra longe então: seus problemas, seu coração e inclusive Sam Winchester. Aquele beijo era mágico, enebriante...

A porta estava trancada. Tudo o que acontecesse ali dentro ficaria entre ele e Castiel. Dean não conseguiu evitar. Sua vontade falava mais alto. Nem se tentasse o rapaz lembraria do momento em que ele e o amante despiram-se de suas roupas. Nunca imaginou que fosse se apaixonar por um coração de lata. Nunca jamais supôs que poderia desejar, desesperadamente, um pênis de silicone. A vida podia mesmo ser surpreendente...

As mãos e a boca de Castiel eram habilidosos. Quando o membro de Campbell entrou para valer na brincadeira, foi difícil para o louro segurar os gemidos de prazer. Ele jamais sentira o que Castiel estava sendo capaz de lhe proporcionar. Sam e seus namorados anteriores eram apenas humanos. Aquele robozinho parecia ser de outro planeta...

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Enquanto isso, Winchester não conseguia pegar no sono. Sentia-se todo amassado e apertado na poltrona, e seu corpo estava dolorido da cabeça aos pés. O rapaz suspirou alto, e trocou de posição. Ao seu lado, Oliver dormia. Como ele conseguia? A vontade de Sam are de acordar o amigo para que este sofresse junto, mas ele se controlou.

O moreno fechou os olhos com força e pensou em como sua vida andava ruim. A empresa ia mal, e ele não tinha tempo para si mesmo ou para estar com seu marido. Não queria pensar no pior, mas se não conseguisse o investimento que precisava, estaria arruinado. O rapaz sentiu um enorme frio na barriga só de pensar. Não conseguiria passar o resto de seus dias tendo que viajar na classe turística... Não queria ter que vender a sua linda mansão para morar em uma casa menor e com menos conforto... Muito menos queria ser o homem responsável por arruinar a empresa de seu pai!

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O pênis de Dean estava ereto. A bundinha de Castiel estava linda e tentadora, convidando-o a entrar.

— Castiel... - o louro falou ao pé do ouvido do outro. - Você... Você sente isso? - ele perguntou colocando um dedo dentro do orifício do androide. Era o cu mais limpinho e bem cheiroso do universo inteiro...

— Ummhumm - respondeu o robozinho.

Dean agora estava um pouco confuso. Castiel não sentia dor, sentia? Não sentiu dor quando Sam o penetrou, ou pelo menos fora o que o robô lhe garantira. Se não sentira dor, seria capaz de sentir qualquer outra coisa? Seria capaz de sentir prazer? Como Dean não se perguntara isso antes?

— Você sente mesmo, Castiel? É bom ou é ruim?

— É bom! Vai, Dean... Continua. Eu te quero dentro de mim! - a voz do robô soou urgente.

Dean obedeceu. Apesar de curioso, não tinha o que contestar. Se Castiel queria aquilo, ele queria mais...

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— Cas...

— Hmmmm?

Castiel e Dean estavam agora deitados lado a lado no carpete da sala de televisão. Tinham se amado ali mesmo, e pelo menos Dean estava cansado. Cansado não... Ele estava exausto! Era como se aquele dia tivesse durado uma semana inteirinha...

O louro virou-se para Castiel e encarou-o curioso. O robô parecera sentir tanto prazer quanto ele, mas o rapaz precisava voltar ao assunto. Precisava saber... Teria ele sensores capazes de lhe enviar sensações de prazer?

— O que você sentiu? Quando eu estava dentro de você? - perguntou por fim.

— Eu senti... - o androide ficou pensativo - Senti que eu deixei de ser robô... E você deixou de ser humano... Porque não importa. É tudo uma grande ilusão... - ele suspirou e prosseguiu. - Sabe, Dean. Eu senti o mundo inteiro dentro de mim, e ele era tão absolutamente lindo que eu compreendi o que é Deus.

Dean engoliu em seco. Talvez ele nunca fosse entender a sensação física que tivera o robô, mas a sensação amorosa foi explicada com tanta sensibilidade e emoção que ele teve certeza que tinha sido tão maravilhoso para Castiel quanto fora para ele próprio.

O louro olhou para seu robozinho que parecia muito relaxado e feliz. Uma onda enorme de amor tomou conta do rapaz. Ele amava Castiel. Amava demais... Depois de um turbilhão de emoções e pensamentos imensamente confusos, a nebulosidade parecia estar finalmente se dissipando.

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Horas mais tarde, Sam, Oliver e os seguranças (sim, mesmo contendo despesas um homem como Winchester não poderia dispensá-los), desembarcaram no aeroporto de Moscou. O moreno não se lembrava de ter estado mais cansado que naquele momento, em toda a sua vida. Mas aquele sacrifício haveria de valer a pena. Quem sabe seu pesadelo não estava prestes a acabar? Ele precisava tirar aquele enorme peso dos ombros para voltar a levar uma vida normal! Tudo precisava voltar a ser como antes... O clima feliz na empresa e ele, com tempo para respirar. Tiraria uns dias de descanso, com Dean, na casa do lago. Seu amado ficaria tão feliz... O louro merecia uma recompensa por estar sendo tão paciente com ele.

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Problema se quisessem criticá-lo por isso... Mas era verdade. Uma única transa fora o suficiente para dar a Dean a certeza do que ele queria. E ele queria Castiel... Faria qualquer coisa para ser feliz ao lado de seu robozinho. O louro sentiu uma pontadinha no peito. É claro que ele ainda amava seu marido... Mas Castiel, ele amava ainda mais! Sentia por ter que magoar Winchester, mas não via outra saída. Se com Sam ele não era feliz, por que não se dar uma nova chance? Ele não precisava que o sustentassem. Era um homem forte e saudável, e podia trabalhar. Não era uma pessoa materialista e fútil, e o pouco que ganhasse seria suficiente para ele e seu androide. Só de pensar em se separar e mudar para um apartamento simples, onde seria livre, renovava as energias do rapaz. Com Castiel ao seu lado, a vida seria uma linda e maravilhosa aventura.


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