Coração de Lata escrita por Lady Padackles


Capítulo 1
O presente


Notas iniciais do capítulo

Querido leitores, novos e antigos,

Depois de longos meses sem postar, resolvi me aventurar com uma nova fanfiction. Essa será uma fanction de drama, apesar de eu adorar escrever comédias. Espero ter tempo para atualizá-la com regularidade, e me esforçarei o máximo para fazê-lo a cada semana. Espero que gostem dessa nova UA com os queridos personagens Sam, Dean e Castiel!



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Dean contemplou o belo quarto iluminado pelas velas tão cuidadosamente arrumadas por ele. Tinha feito um ótimo trabalho... O aroma que pairava no ar era delicioso, e as delicadas pétalas de rosa espalhadas pela cama davam um charme todo especial ao ambiente. Quem diria que aquela decoração tão refinada partira de um ex-mecânico? O louro sorriu. Sam ficaria feliz com a surpresa!

— Sammy! É você!? – Dean perguntou ansioso, ouvindo o barulho de alguém se aproximar.

— Sou seu, Sr. Campbell, vim trazer-lhe um chá. - O louro viu com desgosto que era Sebastian, o mordomo, com a mesma expressão fria de sempre. Pela milésima vez não era o seu amado. Aquela casa tinha empregados demais... E Sam, como de costume, estava demorando uma eternidade para chegar do trabalho.

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— Nossa, amor, que lindo! Você que arrumou tudo isso? – Winchester sorria exibindo as covinhas que tiravam Dean do sério. Ele esperara por horas, mas ver aquele sorriso lhe dava a certeza de que o trabalho e a espera haviam valido a pena.

O louro acenou a cabeça em sinal afirmativo, orgulhoso. Em seguida começou a desabotoar a camisa do marido. Estava morrendo de tesão. Louco para curtir alguns momentos românticos ao lado do homem que amava.

O moreno segurou a cabeça do outro e deu-lhe um beijo na boca. Foi um beijo gostoso, sereno... Dean era o amor da sua vida, e Winchester era imensamente grato por tê-lo como marido. Afinal não existia homem mais bonito, mais doce e mais romântico em todo o universo...

— Ahh, Sammy, eu te amo! – exclamou o louro, assim que libertou-se do beijo.

Sam ia responder que o amava mais, mas foi atacado por beijos e apertões que o deixaram sem fôlego. O amasso só foi interrompido porque Dean lembrou-se que precisava colocar música ambiente e buscar os morangos com chocolate na cozinha.

— Fica aí quietinho que eu já volto. – Exclamou Campbell, apressado, e doido para retomar o que estavam fazendo.

Enquanto esperava, deitado na cama, o moreno sentiu suas pálpebras pesarem. Ele estava tão cansado... Acordava cedo, trabalhava o dia todo... Mas Winchester não queria magoar o marido, que tivera tanto trabalho para preparar-lhes aquele belo ninho de amor. Tentava manter os olhos abertos, mas suas pálpebras pareciam estar sendo fechadas com cola. Foi a sua professora que as colou. E agora, como ele ia fazer a prova de matemática? Ele ia tirar zero! Mas isso pouco importava agora... Afinal ele estava pelado, no meio do pátio da escola!

 

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Quando Sam Winchester acordou não viu mais velas nem pétalas, apenas Dean enroscado como uma bola magoada. O dia já começava a clarear. O moreno sentiu um frio na espinha ao se lembrar que não recordava de tê-lo visto voltar ao quarto. Sim, ele simplesmente havia adormecido...

— Dean? – Winchester chamou baixinho.

Dean fingia dormir, e não se abalou. Não estava a fim de conversa. Viver daquele jeito não estava dando certo pra ele. Quando o louro aceitou casar-se e se mudar para a mansão de Winchester, jamais imaginou que sua vida se tornaria assim... Vivia na esperança de ter momentos ao lado de Sam. Planejava o seu entediante dia em função disso. O moreno, entretanto, para seu desgosto, parecia cada vez mais atarefado e, consequentemente, mais cansado também.

— Dean! – insistiu Sam. Dessa vez o moreno acariciou o marido de leve, que não pôde negar-se a abrir os olhos. – Desculpa, meu amor... Você não está bravo comigo, está?

— Não... – respondeu Campbell. Mas sua voz rouca soou um tanto infeliz.

Aquilo não era justo! Então Dean não sabia que ele trabalhava duro o dia todo? Acordava cedo... Participava de dezenas de reuniões... Era um homem ocupado, que mal tinha tempo para relaxar durante o dia. O louro, ao contrário, passava o dia todo em casa dormindo, nadando na piscina, assistindo filmes e se divertindo. Dean simplesmente não tinha o direito de ficar com aquela cara de vítima só porque ele, exausto, não conseguira se manter acordado para uma transa.

— Eu estava exausto... – justificou-se o moreno secamente. – E já estou atrasado... – resmungou olhando o relógio. Precisava se enfiar no chuveiro.

— Eu sei. – respondeu o louro, seguindo Winchester até o banheiro. – É que eu fico o dia todo te esperando... E quando você chega, você dorme... – suspirou.

Desculpa, Dean, mas quando chego em casa, a noite, depois de um exaustivo dia de trabalho, é difícil ter energia para fazer muita coisa... – Winchester agora soava irritado.

— Tudo bem... Eu entendo que você seja muito ocupado. Mas então eu vou me ocupar também. Não tem cabimento que eu fique o dia inteiro apodrecendo aqui, sem fazer nada...

Dean continuou falando, mas Sam não respondeu. A água que escorria agora por seu rosto e corpo o impediam de entender muito do que o outro dizia. Mas ele não precisava escutar. A ladainha era sempre a mesma... Winchester não entendia o que mais aquele homem queria. Já havia lhe comprado praticamente um parque de diversões inteiro para se distrair em casa. Quisera ele não precisar fazer nada além de dormir e se divertir...

— Eu vou sair de casa hoje! – desafiou o louro, assim que Sam pôs os pés para fora do box. – E sozinho. Não quero nenhum segurança atrás de mim, me enchendo o saco.

Sam fechou a cara. Como Dean era chato... O louro sabia muito bem que era perigoso sair desacompanhado. Sam era um homem importante, e, principalmente, muito rico. Assaltantes e sequestradores viviam de olho. Dean, que já era conhecido pela mídia, seria alvo fácil.

— Tudo bem... Se te sequestrarem, sequestraram... – disse o moreno, dando de ombros, e fingindo não se importar.

— Ninguém vai me sequestrar, Sammy! Deixa de ser paranoico! – Dessa vez o louro não se conteve, e explodiu com a voz alterada. Que se danasse se os empregados ouvissem. Ele não aquentava mais viver como um prisioneiro.

— Pode ser que sim. Pode ser que não... Eu não sei. - insistiu Sam.

Dean notou que os olhos de Winchester estavam marejados. O mais novo estava agora todo engravatado, e prontinho para sair. - Vou tomar o café da manhã no carro. Tenho uma reunião em vinte minutos... – resmungou ele.

 

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Pronto. Lá estava Dean. Sozinho de novo... Por mais que o rapaz tivesse vontade de sair, assim como anunciara ao marido, não conseguia parar de pensar em Sam. Campbell sabia que ele se preocupava de verdade, e partia seu coração saber que o outro devia estar com o coração apertado depois da discussão que tiveram.

A verdade é que ele tinha sido um insensível... Sam tinha motivos para estar traumatizado. Sharon Winchester, sua mãe, morrera com um tiro na cabeça, depois de passar vinte dias sequestrada, em um cativeiro imundo. Fazia tempo. Sam era ainda adolescente. Mas o episódio deixara ele e seu pai extremamente paranoicos com a segurança daqueles que amavam. Agora, com 27 anos apenas, o moreno já havia perdido também o pai. O Sr. Gerald Winchester morrera há quatro anos, e desde então, Sam, filho único do casal, assumira as empresas da família. Ele era competente e fazia um ótimo trabalho. Mesmo assim Dean achava que era responsabilidade demais para alguém tão jovem.

O louro suspirou. Ligou para o marido em seguida.

— Desculpa, amor. Eu não vou sair da casa... Não se preocupe, tá? Eu te amo.

Sam sentiu um enorme alívio. Que bom que Dean estava em segurança e de melhor humor.

— Eu também te amo, Dean. Me desculpa por não te dar a atenção que você merece...

— Mas no sábado você será todo meu... – completou Campbell, fazendo Winchester sorrir.

 

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Era quarta-feira ainda. Uma entediante quarta-feira... Dean assistiu vários filmes e dormiu durante o dia. Mesmo assim o tempo demorava a passar. O rapaz lembrava-se de reclamar dos tempos em que trabalhava como mecânico. Nunca gostara de acordar cedo... Vivia se queixando. De certa forma, agora sentia falta. Mais do que de ter o que fazer, o homem sentia falta de ter com quem conversar. Os empregados o tratavam com uma formalidade desnecessária. Era impossível interagir com eles de igual para igual... Sebastian principalmente. Estava ali para servi-lo do que fosse necessário, mas nunca tinha um sorriso ou uma expressão amigável no rosto. Dean tinha a certeza de que o mordomo não gostava dele, apesar de Winchester, que o conhecia o homem desde criança, garantir que ele era frio com todo mundo.

Quando Sam chegou do trabalho com um presente para ele, Dean não se surpreendeu. Em geral ganhar presentes tornara-se uma constante em sua vida. Principalmente após uma discussão... Para falar a verdade, aquele gesto apenas servia para deixar o louro irritado – afinal, ele tá tinha coisas demais, e companhia de menos... Mas aquele embrulho era tão grande que Dean ficou curioso.

Dois empregados colocaram a caixa no quarto do casal e se foram, deixando os patrões a vontade.

— Pode abrir! Tenho certeza que vai gostar! – Sam parecia entusiasmado.

Dean abriu a caixa com cuidado, revelando o que parecia ser... Um homem,! Estava vestido de calça jeans, camiseta vermelha e um tênis esportivo... Estava de olhos fechados e não respirava.

— O que... que... é isso? – perguntou o louro boquiaberto. O sujeito não se mexia. Estaria empalhado? Dean sentiu calafrios percorrerem seu corpo todo.

Winchester gargalhou alto da expressão assombrada do outro.

— É um robô, bobinho... O nome dele é Castiel. Mas se quiser, pode chamar de outra coisa.

Um robô? Impossível! O tal Castiel era absolutamente perfeito! A textura da pele, e dos cabelos escuros... Até seus olhos azuis não tinham nada de artificial. Tudo nele era exatamente como o de um ser humano. A única diferença era que Castiel não se mexia. Pelo menos não ainda... Dean estava boquiaberto.

— Dizem que ele é fantástico! Pena que não está carregado... Mas o fabricante já configurou pra você, e disse que basta deixar ao ar livre, recebendo luz natural por algumas horas, que Castiel ganhará vida. Sua bateria é feita da mais alta tecnologia. Incrível como é capaz de armazenar tanta energia apenas com uma pequena carga de luz solar!

Sam gostava de novidades tecnológicas. Começou a discursar, cheio de paixão, sobre componentes eletrônicos de última geração e outras coisas das quais Dean não entendia, e nem queria entender... O louro estava ainda simplesmente estupefato com o presente.

— Mas ele ganhará vida como? – perguntou o ex-mecânico interrompendo o marido.

— Como se fosse um humano, Dean! Uma companhia pra você enquanto eu não estiver em casa! - disse Sam por fim, todo entusiasmado.

Campbell não pôde acreditar... Winchester chegara ao cúmulo de presenteá-lo com um robô de companhia? Que idéia sem cabimento... Como se uma coisa mecânica pudesse agir como um ser humano... O louro agradeceu o presente de má vontade. Pelo jeito aquele seria mais um objeto inútil que logo ficaria abandonado em um canto qualquer da casa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Por favor, comentem!



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