Vazios escrita por Shalashaska


Capítulo 30
XXX


Notas iniciais do capítulo

Ahá! Acharam que eu demoraria mais um mês, né?
Desculpe minha inconstância, minha tendinite me impede escrever mais do que eu gostaria. Masss, aqui está o novo capítulo!
Muito obrigada pelo apoio, principalmente à Kaya Avior, Hunter Pri Rosen e a Switchblade, que comentaram nesses últimos dias. Vocês são umas lindas ♥
Boa leitura!



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Assim que se certificaram que Wanda estava inteira e Steve conseguira conter sua preocupação paternal, o grupo inteiro reunido discutia o que descobriram na memória de Bucky Barnes e na pequena fuga de realidade da Feiticeira Escarlate.

— É um método nada ortodoxo de descobrir as coisas. — Sam disse, cruzando os braços. Seus olhos estavam atentos sobre a figura silente dela, praticamente deitada sobre a cadeira. Estava sem energia, mas havia um quê de contentamento em seu rosto com o que acabara de fazer, por mais perigoso que fosse ou talvez justamente por essa razão. Samuel soltou um sibilo irritado, pois ele era apenas um homem comum no meio de super-humanos. — E ainda assim não nos deu respostas completas.

Xavier também estava exausto. A viagem mental fora demais para a sua idade, ainda mais que Wanda fora imprudente em se desprender dele. Por um segundo, sua alma simplesmente não parecia mais existir, exatamente como ele temia. Ele tinha ainda gotículas de suor em suas têmporas.

—Arnim Zola está envolvido, de alguma forma, com esses hacks e com Magneto. Isso ficou claro. — Tempestade disse, o rosto sereno. — Mas porque o procuraria se, supostamente, sabe onde ele está?

— Eu não entendo. — A voz de Shuri era resignada. Wanda admirou como ela tinha se acalmado, mas talvez fosse o enigma a distraísse o suficiente de suas emoções negativas. — Zola disse “Pentágono” e o Pentágono foi alvo de diversos ataques. Porém, outros centros de Inteligência também sofreram tentativas de invasão. E... Alguém sabe seeles mantêm uma câmara criogênica em atividade desde os anos 60?

Wanda levantou seu tronco da cadeira, buscando um copo d’água pela metade que estava em cima de uma pequena mesa de alumínio. Ela tomou aos poucos, tentando prestar um pouco de atenção no que eles diziam, mesmo que não fosse capaz de acompanhar o raciocínio naquele estado. Seu corpo, porém, era atingido pelas ondas de sentimentos que borbulhavam ali.

Notou que a aura de Steve escurecera. Ele estava silencioso, sentado em outra cadeira perto de si, e não era difícil imaginar o que ele estava pensando, embora Wanda não precisasse somente imaginar. Mas afastou-se daquilo, pois estava cansada.

T’Challa caminhou para o lado e para outro, sua boca muda até então.

— Se ainda está vivo, de uma forma que mal consigo imaginar, encontrar Magneto não seria o oposto do que ele quer? Projetou todo um plano para matar todos que interferissem na HYDRA. Será que também o mataria?

Naquele instante, Steve levantou-se.

Projeto Insight requer Insight. — Ele citou o que ouvira há três anos através de um capanga da HYDRA. —Pelo o que Xavier nos contou sobre Erik Lensherr, Zola teria um aliado poderoso. Ambos desejam uma nova ordem mundial. Provavelmente aquele cientista o vê como uma ferramenta.

— Se existe algo que Erik não é, é uma ferramenta. — Xavier disse, resoluto. — E que fique claro que, por mais obstinado que ele seja com seus ideais, ele não iria ao extremo de lidar com nazistas.

— Vamos continuar procurando. Precisamos de alguém que nos ajude de dentro do Pentágono e sabe-se lá como vamos resolver isso. — O rei resumiu a conversa. —Escute, Capitão Rogers... Aquela sua aliada, Romanoff, é uma agente notável. Pode contatá-la com essas novas informações?

— Sim.

— Sempre há alguém devendo favores à Natasha. — Sam soltou um suspiro. — Ela deve nos dar alguma pista sobre o Pentágono.

— Ela estava analisando os atentados. Disse que encontrou certo padrão justamente no cuidado em que os autores tem em encobirir rastros e se planejar. São coordenados por alguém experiente. Mencionou que poderia ser alguém que conhecia. Passou alguns arquivos com o nome de Indústrias Trask.

Wanda sentiu a cabeça zonzear novamente, um aspecto físico débil para seus sentidos aguçados. Parecia ter visto o rosto de quem Natasha disse, a face jovem e os cabelos loiros. Yelena.

Eles se organizaram de novo, separando atividades de busca para cada um. Steve se comunicaria com Natasha, enquanto Sam e T’Challa ocupavam-se com o mapeamento e frequência dos ataques. De resto, Wanda não ouviu muito bem, até que Steve agachou-se a sua frente, o rosto duro e a voz grave.

— Não faça nada estúpido até eu voltar.

A frase não era dele e Wanda sabia o peso disso. Fora Bucky o que dissera, antes de sair para a guerra. Ela não quis pensar em como ele não voltara, não o mesmo e não depois de anos, mas agradeceu a preocupação de seu amigo e meneou com um aceno positivo da cabeça, sabendo que faria exatamente o contrário.

Wanda tinha segredos.

Ela encarava o nada. Era algo recorrente em sua vida, olhar para um ponto vazio e fixo no horizonte e, de alguma forma, conseguir enxergar o infinito dentro de si até que algo a interrompesse. A viagem até a Travessia da Bruxa parecia ter sido uma alucinação sua, causada por alto nível de estresse e privação de sono, mas tudo na sua vida era um sonho de humor duvidoso desde que Pietro partira, irreal e distorcido.
O que era pior, ter a sensação de que estava presa num pesadelo ou saber que se tratava da realidade?

Contemplava tal pergunta sozinha na varanda, segurando a pequena fotografia em que sorriam ela, Pietro e seus pais, a foto que seu irmão guardara por tantos anos. Era um pedaço de papel pesado em seus dedos, tanto que suas mãos pendiam enquanto seu rosto era banhado pela luz do pôr-do-sol.

Soltou um suspiro. Pensar sobre como o luto era árduo não tirava seu irmão da cova, nem fazia Bucky melhorar ou o mundo finalmente tomar rumo. Ficava apenas triste e cada vez mais triste. Ela tentou viver em dobro por seu Pietro, depois viveu de menos por ambos. Estava cansada, impotente e com medo. Será que aquilo que Agatha dissera era verdade? Havia ainda ego nela, que a fazia tomar decisões impensadas, mas ao mesmo tempo em que trazia resultados. Refletiu novamente, decidindo que na verdade era seu id totalmente desprovido de barreiras. Quando a taxavam de frágil, ela queria provar exatamente o contrário. Quanto mais se sentisse inútil, mais desesperada ficava para contribuir de qualquer forma para o grupo, para o mundo, tão longe de ser gentil. Talvez fosse verdade, então. Ela fingia acreditar em mentiras.

O que aconteceria se não acreditasse mais?

Wanda sentiu um arrepio de eletricidade no corpo e quase enxergou a cor escarlate. Às vezes imaginava como era se sentir invencível e plena, indestrutível, porém era difícil acreditar numa realidade feliz quando era acusada de ser responsável por inúmeras mortes – embora, com tristeza, ela soubesse que era verdade – e também por não ser considerada estável por seus amigos. Ela pensou mais um pouco sobre o assunto e concordou também, desgostosa com a verdade ácida e inconveniente. As coisas ruins ao seu respeito eram verdadeiras, ponto. Era depressiva, quieta, teimosa, com poderes além do imaginável e com a tendência perigosa a vingança.

— Há uma nuvem em cima da sua cabeça. — Wanda virou-se para ver a dona da voz. — Aqui. — Tempestade sentou-se também no chão da varanda. Trazia consigo o cheiro da garota e dois copos de limonada, um para Wanda e outro que bebia. A Feiticeira franziu a testa para aquele gesto, pois por mais que Ororo Munroe fosse fascinante, não estava preparada para que ela viesse atrás dela.

“Ah”, ela pensou. “Se você pudesse ver a tormenta em meu coração.”

Mas fora o suco, ela não soltou palavras vagas ou engatou em uma conversa estranha de início. Havia apenas as duas, o aroma de limão, açúcar e garoa. Observavam o pôr do sol da varanda que dava para um pequeno jardim, e naquele horário todos se preparavam para o descanso da noite ou no caso dos ex-Vingadores, de mais trabalho investigativo. 
Wanda, depois de muito pesar sobre o significava o gesto da mutante, pegou o longo copo de vidro e bebeu timidamente o suco. Notou que Ororo, que olhava de soslaio, deu também um sorriso incontido e depois ergueu uma única sobrancelha. Os últimos raios do Sol tingiam os cabelos brancos dela de tons dourados, de modo que a aura imponente e gentil dela parecia ainda mais divino.

— Você não tem medo de mim. — Wanda disse. — Lá no laboratório. Eu senti hesitação em todos, menos em você e Xavier. Por quê?

Ororo pensou por um instante, sua expressão tranquila.

— Eu deveria ter medo de você?

— Eu gostaria que ninguém precisasse ter medo de mim. Mas... É o que geralmente acontece.

— Você é perceptiva. Não lhe ocorreu que Steve e Sam só ficaram com medo de te perder? Ou da situação, de forma geral?

— Sim. Mas eu senti outros níveis de medo. Medo do desconhecido.

— É. Acho que sim. Ninguém sabe da extensão dos seus poderes, Wanda. Nem você. E aparentemente... — Ororo disse muito séria, a voz estupefata. — Não existe um limite até agora.

Aquilo não lhe animou, mas Wanda soube ser grata pela honestidade.

— Eu e Xavier não ficamos com medo... Por que estamos acostumados com o desconhecido. A cada criança que entra no Instituto Xavier, não sabemos o que ela pode fazer. Talvez ela tenha potencial apenas para soprar a geada em plantas, talvez ela possa partir o planeta no meio. E até mesmo eu comecei de forma estranha.

— Ah, é? — Wanda virou-se mais uma vez, interessada. Seus olhos tomaram um pouco mais de foco. — Como foi?

— Eu perdi meus pais num acidente aéreo. Fui recrutada por uma gangue no Cairo. Roubei, sofri ameaças físicas, psicológicas e todo o tipo de coisa. Escapei. Fui para o Sul, para o Quênia, onde vivem meus ancestrais, e quase morri na viagem. Foi quando descobri meus poderes, e até mesmo quando eu conheci T’Challa, nós dois apenas adolescentes.

Lapsos das memórias orbitavam o rosto tranquilo dela. Wanda se sentiu alfinetada por intensos, porém fugidios, sentimentos de dor, fúria, lamentação; também nostalgia e até mesmo amor, e não podia acreditar no semblante calmo da mulher a sua frente.

— Veja, eu tive a necessidade de aprender mais sobre meus poderes porque eles estão diretamente ligados às minhas emoções. Eu estava triste, garoava. Furiosa, relampejava. Parecia uma estranha coincidência até as coisas saírem de controle.

— Você... Você matou alguém?

— Sim. — A voz dela não diminuiu um único tom. — E prometi nunca mais matar de novo.

O vento quente de Wakanda levou o assunto embora. Ororo tinha o rosto dourado ao virar sua face para o Sol, os lábios entreabertos e hesitantes.

 — Lá, no Quênia, outras coisas aconteceram e até mesmo eu fui considerada uma deusa. E...

Wanda soltou uma breve risada, olhando para ela.

— Não é tão difícil assim te achar uma deusa.

O sorriso de Tempestade foi tão intenso quanto seu nome. Ela ajeitou os próprios cabelos, não vaidosa, mas agradecida pelo elogio.

— Bom, como eu estava dizendo... Ah, sim. Talvez não exista alguém apropriado para te ensinas as coisas e talvez seja até mesmo presunção eu vir falar com você com todo o meu tom de vice-diretora do Instituto, mas o que quero dizer é que... É que você foi capaz de coisas incríveis. Coisas que pessoas comuns não são capazes. E isso pode dar medo a quem não está preparado.

O pensamento foi estranho. Em outras palavras, Ororo dizia que em circunstâncias diferentes, Wanda também poderia ter sido considerada uma divindade e tal fato não poderia ser mais distante da realidade. Ou, caso ainda pudesse ser verdade, seria uma deusa de aspecto sombrio e que o nome não era dito, daquelas que de epítetos obscuros e interessantes.

— Eu sou uma Nexus. — Afirmou, sem saber ao certo o que ela significava. — Você e professor Xavier disseram isso. Digo, não “disseram”, mas...

Uma cadeira de rodas se aproximou delas.

— Ah. — Xavier sorriu. — Eu disse que ela tinha escutado, Ororo. Wanda tem sentidos bem aguçados e uma curiosidade admirável.

A Feiticeira Escarlate desviou o rosto brevemente. Admitia o que tinha feito antes, mas a expressão usada pelo professor a fazia sentir vergonha, como se tivesse sido pega em flagrante. No entanto, ela logo ergueu o queixo e questionou:

— E o que é uma Nexus, professor?

— Bem, minha querida... É uma pergunta simples, para uma resposta complexa. — Ele soltou um suspiro. — Para que você compreenda, acredito que devo contar um pouco mais sobre os mutantes e até mesmo sobre alguns alunos meus... E especialmente de uma aluna.

Wanda anuiu, instigando-o a continuar.

— Ao longo dos anos, fui percebendo a extensão dos poderes de meus alunos e amigos, pesquisando a história do Gene X. Nós não somos novos no mundo, querida... E há termos que vez ou outra encontramos na literatura que parece referir aos mutantes. Nexus é uma delas, um termo em latim que se refere à conexão ou anexo, e o contexto disso sempre se apresentou como “uma conexão importante entre um grupo ou sistema”. No caso de mutantes, é alguém cujos poderes parecem afetar toda uma conjuntura, por exemplo o tempo. O universo.

O mundo pareceu ficar mais silencioso para que ela pudesse absorver o peso de suas palavras. Era algo grande, grande demais para uma única pessoa e talvez por isso mesmo que professor Xavier estivesse tão surpreso por encontra-la, assim como comentou com Ororo. Dissera que encontraria apenas uma mulher chamada Jean em sua vida inteira.
Mas Wanda se viu presa com o diagnóstico grandioso, pois ele significava que o poder estava todo em suas mãos. Ela poderia, se Xavier estivesse certo, fazer tudo.

E geralmente o que saia de suas mãos não era vida.

— É algo delicado, Wanda. Nunca houve alguém aprimorado que tenha alcançado nível semelhante e hoje você se desprendeu de uma lembrança. Há uma aluna minha, Jean Grey, que senti que é uma Nexus. A conheci muito nova, numa experiência que lhe trouxe muito trauma, e por isso temos ido devagar com seus poderes telepáticos.

— Há dias mais difíceis do que outros para ela. — Completou Ororo, o rosto com certa tensão. Sua face tornou-se uma neblina densa, impossível de ser lida, e tão melancólica quanto a noite.

— Sim. Ela sentiu a morte de uma pessoa muito querida. — Resumiu com delicadeza, sabendo que Wanda passara pela mesma situação. — E geralmente são as barreiras psicológicas, emocionais, que nos impõe limites. Ela tem os têm superado cada vez mais. Tive também uma aluna, há alguns anos, chamada Lorna Darne. Ela era um prodígio, filha... Bem, filha de um amigo próximo.

A Feiticeira Escarlate sentiu algo mais ali, mas Xavier era cuidadoso. Não deixara sua mente vulnerável. De qualquer modo, não era difícil juntar as peças que ao pouco ela coletava, tanto da boca das pessoas quanto o que enxergava além delas. Seria essa mulher, Lorna, filha do querido amigo Erik Lensherr?

— Ela sempre lutou pelo nossa causa e, assim como a maioria de nós, passou por eventos terríveis. Era ótima de coração, mas sofria de bipolaridade também. Isso fazia as coisas um pouco mais difíceis pra ela.

— E ela tinha também um bom senso de humor. — Tempestade tomou o resto de sua limonada. — Sua alcunha era “Polaris”.

Wanda soltou um riso fraco pela ironia.

— Estão colocando-a no pretérito. Ela... Morreu?

— Sim. Numa luta para tirar os mutantes do exército. O que quero dizer, — Disse ele, mudando de assunto. — Não há como eu afirmar com certeza ou não, nem de Jean Grey, nem de você, mas... Mas meu instinto me diz que tem algo mais em você. Tem certeza de que não há o Gene X na sua família?

— Eu... Eu não sei. — Respondeu, a foto tremendo em seus dedos. — Meus pais morreram muito cedo e eu... Bem, meu pai fazia alguns truques de mágica com marionetes, e só. Coisas tolas.

Charles repousou seu olhar na foto dela.

— Posso ver?

Wanda hesitou. Era a foto que tinha de Pietro criança , de resto sua imagem estava gravada em sua cabeça. Mas, sabendo que entregava a Xavier, ela ergueu o braço e emprestou a fotografia.
Ele sorriu em agradecimento e disse o quanto ela era uma criança adorável, mas à medida que encarava a figura, o rosto de Xavier tornou-se sério. Uma gota de suor desceu sobre sua têmpora, tremeu.

— Professor? — Ororo chamou, pondo a mão em seu braço.

— Ah, não é nada, querida. — Ele pareceu recobrar a consciência do aqui e agora. Seus olhos encontraram os de Wanda, intensos e atônitos. Ela só inclinou o rosto, tentando entender o motivo do nervosismo. — Seu irmão, bem... Seu irmão me lembrou de alguém. Qual era o nome da sua mãe mesmo, Wanda?

— Marya.

— Ah, sim. Romani, sim? — Ela assentiu, confirmando a etnia de sua família, mas achou a pergunta estranha.

Novamente, algo que Xavier ocultara. Wanda não gostou da sensação, porém preferiu deixar o assunto para mais tarde. Já havia muito que se pensar e ela precisava de tempo para assentar as informações que recebera.

Eles engataram em conversas amenas por um tempo. Xavier fez graça dos hábitos saudáveis de Tempestade e sua preferência recém-adquirida por limonada, desde o lançamento do novo álbum da Beyoncé. Soltaram comentários sobre os alunos focados e impressionantes do Instituto Wakandano que visitaram cedo, depois sobre instalações que gostariam de adaptar na infraestrutura da própria escola.

Logo veio a noite e eles se despediram, Tempestade lhe dando um último olhar terno e pedindo para ficar bem e não andar tanto no sereno, nem na garoa que engrossava. Wanda, porém, decidiu ficar mais um pouco ali, aproveitando a brisa da noite e a música orquestrada por grilos.
Ela pensou em tudo em que ouvira hoje, de Agatha, de Charles e Ororo. Sem que tenham combinado algum tópico, todos disseram o quanto ela poderia mais, mais e mais, e o quanto ela se sentia ao mesmo tempo presa. É claro que ela gostaria de se sentir bem o suficiente para manter-se inteira e ser útil para o grupo, pois estar debilitada obviamente não era uma escolha.

Sozinha mais uma vez, sentada sob o céu escuro e nublado de Wakanda. A chuva forte por fim veio enquanto Feiticeira Escarlate encarava o próprio braço por um longo tempo, sentada nos degraus da varanda e encostada em um pilar. O vento se foi morno, levando embora as palavras docemente murmuraradas por ela.

 Vegsvisir.

Luz púrpura iluminou suas feições, a seta da estranha bússola apontando o Norte. Apontando para casa.

Talvez deixasse de acreditar em mentiras.

 


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem!
Espero que tenham gostado e vejo vocês na próxima ♥



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