Para Sempre escrita por Sue Niehaus


Capítulo 3
Auras


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoas, mais um capítulo fresquinho pra vcs.... um serumaninho que está acompanhando a fic, pediu capítulos maiores, vou tentar escrever maiores... prometo.
Vou colocar aqui em baixo, as Auras e seus significados, pra vcs intenderem.

Vermelho: energia, força, raiva, sexualidade, paixão, medo, ego.
Laranja: autocontrole, ambição, coragem, poder de reflexão, desânimo, apatia.
Amarelo: otimismo, felicidade, intelectualidade, amizade, indecisão, vulnerabilidade à influência alheia .
Verde: serenidade, poder de cura, compaixão, farsa, ciúme.
Azul: espiritualidade, lealdade, criatividade, sensibilidade, generosidade, humor instável.
Violeta: alta espiritualidade, sabedoria, intuição.
Índigo: benevolência, intuição apurada, busca existencial.
Rosa: amor, sinceridade, amizade.
Cinza: depressão, tristeza, cansaço, falta de energia, ceticismo.
Marrom: ambição, egoísmo, opiniões fortes.
Preto: falta de energia, doença, morte iminente.
Branco: equilíbrio perfeito.

Boa Leitura...



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Pois bem, Regina é minha colega não só na aula de inglês do primeiro tempo, como também na de educação artística. E como se isso não bastasse agora vejo que ela estacionou o carro bem ao lado do meu. Até então eu havia conseguido me conter e não olhar para outra parte além das botas da sujeita, mas agora, eu sabia, minhas possibilidades de escapar chegavam ao fim.

 — Ai, meu Deus! É ela! Está vindo bem em nossa direção! — exclama Cosima. — E olha aquele carro! Um BMW preto novinho em folha! E com o insulfilm mais escuro que existe! Um espetáculo! Olhe, o plano é o seguinte: vou abrir a porta e acidentalmente bater na porta dela; então terei uma desculpa pra falar alguma coisa. — Ela se vira para mim em busca de aprovação.

— Não arranhe meu carro. Nem o carro dela. Nem o de qualquer outra pessoa — eu digo, balançando a cabeça e tirando as chaves da mochila.

— Tudo bem — resmunga Cos, fazendo beicinho. — Pode arruinar meus sonhos, não me importo. Mas faça um favor a si mesma e dê uma conferida na garota! Depois quero ouvir você dizer, olhando fundo nos meus olhos, que não pirou nem ficou de perna bamba com o que viu!

Reviro os olhos e me espremo entre meu carro e o Fusca vizinho, tão mal estacionado, que parece querer montar no meu Miata. Já estou com a chave na porta quando, atrás de mim, Cos me surpreende, puxando meu capuz para baixo, arranca meus óculos e corre para o lado do passageiro, onde, com gestos nada sutis da cabeça e do polegar, insiste para que eu olhe para a Regina, que a essa altura já está atrás dela. Então, obedeço. Bem, não posso continuar evitando a menina pelo restante da vida. Assim, respiro fundo e levanto os olhos. E o que vejo me deixa incapacitada de falar, piscar ou mover qualquer outra parte do corpo. Percebendo meu estado, Cos arregala os olhos e começa a abanar as mãos freneticamente, fazendo o que pode para abortar a missão e me trazer de volta ao “quartel-general”, à normalidade. Mas não posso. Quer dizer, bem que eu gostaria, porque sei que estou agindo exatamente como a esquisitona que todos já acham que sou. Mas não dá, é impossível. E não apenas por causa da beleza inquestionável da tal de Regina. Tudo bem, os cabelos são lindos e luminosos; vão descendo ao longo das maçãs do rosto, salientes e esculpidas a cinzel, até roçar os ombros. Mas quando ela ergue os óculos de sol para me fitar de volta, constato que os olhos dela, estranhamente familiares, são amendoados e escuros, emoldurados em cílios tão longos que quase parecem falsos. Ah, e os lábios! Os lábios são carnudos e convidativos, tão bem desenhados quanto um arco de Cupido. E o corpo que sustenta tudo isso é mediano, com muitas curvas, firme. Vestida com roupas escuras de cima a baixo.

 — Ei, Emma! Alô-ou! Você pode acordar agora. Por favor! — Cos vira-se para Regina, rindo de nervosa. — Não repare na minha amiga, não. Geralmente ela se esconde debaixo do capuz.

Os olhos de Regina, pregados nos meus, vão se tornando de um colorido cada vez mais intenso à medida que os lábios esboçam um sorriso. Mas, como já disse, não é a beleza estonteante dela que me paralisa dessa forma. Um fato não tem nenhuma relação com o outro. Acontece que toda a área em torno do corpo dela, desde a gloriosa cabeça até a ponta das botas coturno preta, consiste em nada além de um espaço vazio, em branco. Nenhuma cor. Nenhuma aura. Nenhum espetáculo de luzes pulsantes.

 

***

Todo o mundo tem uma aura. Todos os seres vivos têm espirais de cor que emanam do corpo. Um campo energético multicolorido do qual nem se dão conta. Nada perigoso ou assustador, nem ruim, de forma alguma, mas apenas parte de um campo magnético visível — bem, ao menos para mim.

Antes do acidente, eu nem fazia ideia de coisas assim. E, definitivamente, não era capaz de vê-las. Mas desde que acordei no hospital vejo cores por toda parte.

— Tudo bem com você? — perguntou a enfermeira ruiva, preocupada.

— Sim, mas por que você está toda rosa? — respondi, sem entender o porquê daquele brilho rosado que a cercava.

—Perdão, mas por que estou o quê? — ela se esforçou para disfarçar o susto.

— Rosa. Isso que está aí ao seu redor, especialmente da cabeça.

— O.K., meu amor, fique aí descansando, que vou chamar o médico. — Ela me deixou sozinha no quarto e saiu correndo pelo corredor.

 Só depois de passar por uma batelada de exames oftalmológicos, ressonâncias cerebrais e avaliações psiquiátricas, que eu aprendi a guardar minhas visões para mim mesma. E mais tarde, quando passei a ouvir pensamentos, a captar histórias de vida pelo toque e a conversar com minha irmã morta, já estava escaldada o suficiente para ficar de bico calado. Acho que já me acostumei a viver assim; nem sequer recordava que existe um jeito diferente. Mas ao ver Regina emoldurada apenas no preto reluzente da carroceria de um carro chiquérrimo e caríssimo, acabei me lembrando de outro tempo da minha vida, mais feliz e mais normal.

 — Seu nome é Emma, certo? — ela pergunta, enfim abrindo o sorriso esboçado há pouco e revelando mais uma de suas inúmeras perfeições: dentes incrivelmente brancos. Eu fico ali, inutilmente tentando desviar o olhar, enquanto Cosima começa a pigarrear feito uma maluca. Só então me lembro de quanto ela detesta ser ignorada.

— Ah, desculpe. Cosima, Regina, Regina, Cosima — digo, sem ao menos piscar. Regina dá uma olhada rápida para o Cos, cumprimenta minha amiga com a cabeça e logo se volta para mim. Sei que vai parecer maluquice minha, mas durante a fração de segundo em que Regina desviou o olhar senti uma fraqueza e um frio muito estranhos.

Mas assim que ela vira seu olhar novamente para mim, tudo volta ao normal

— tudo fica quente e bem de novo.

— Posso pedir um favor? — E sorri. — Será que você pode me emprestar seu O morro dos ventos uivantes? Preciso colocar a leitura em dia, e hoje não vou ter tempo de passar na livraria.

 Abro a mochila, retiro meu exemplar todo amarfanhado e estendo o braço com o livro na palma da mão, parte de mim torcendo para que a ponta de meus dedos toque a ponta dos dedos dela, enquanto outra parte, a mais forte e sábia, aquela com poderes sobrenaturais, treme só de pensar nas revelações que podem brotar do contato com uma desconhecida tão linda. Ela joga o livro no interior do BMW, e diz: — Obrigada, a gente se vê amanhã.

 Só então percebo que nada aconteceu com aquele breve toque, além de um leve formigamento na ponta dos dedos. E antes que eu possa dizer o que quer que seja, ela já está dando a ré para sair da vaga.

— Amiga — diz Cosima, balançando a cabeça e se acomodando a meu lado no Miata. — Desculpe, mas quando falei que você iria pirar quando visse a garota, eu não estava sugerindo que você pirasse. Não era pra você seguir ao pé da letra. Caramba, Emma, o que foi que deu em você? Que esquisitice foi aquela? Só faltou você dizer: Muito prazer, eu sou a Emma, a psicopata que vai perseguir você pelo restante da vida! Não estou brincando. Achei que a gente teria de ressuscitar você! E olhe, pode acreditar você deu uma tremenda sorte. Imagine se a Lily, nossa queridíssima amiga, estivesse lá para ver a cena, hã? Ela jamais te perdoaria meu amor, já esqueceu? Cos continua tagarelando sem parar durante todo o caminho. Simplesmente eu a deixo falar enquanto presto atenção no trânsito, roçando o dedo na cicatriz espessa em minha testa — Como explicar a ela que, desde o acidente, as únicas pessoas cujos pensamentos não posso ouvir, cujos toques nada revelam e cujas auras não consigo ver são as que já morreram?


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Notas finais do capítulo

aiaiai Espero que tenham gostado... Mas só pra saber, se a Emma só não consegue ver as auras das pessoas mortas, e a Emma não viu a aura da Regina, será se isso significa que a Regina...?
hsahuasusa
Talvez amanhã eu poste um novo capítulo, ou vou tentar atualizar o mais rápido que eu poder...
Deixem a opinião de vocês aí nos comentários, pra eu saber se estão gostando ou não... e beijão pra galera que comentou o capítulo anterior, fiquei feliz que estão gostando.. hsua tchau pessoas.



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