Uma Pequena Esperança escrita por sahendy


Capítulo 2
Gargalhadas não forçadas


Notas iniciais do capítulo

Gente, por favor comentem, favoritem, isso é muito importante para mim! Espero que vocês gostem da nova fic!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697238/chapter/2

Era inevitável a raiva que sentia pela qual Gary havia contratado mais dois seguranças, ele estava desperdiçando seu dinheiro aos poucos, assim que Scott e Jimmy foram liberados para se trocarem e começarem de imediato o emprego, Gary me disse que os dois seguranças que eram para mim iriam ficar comigo por 2 dias enquanto ele viajaria para Los Angeles a negócios. 

— Eu vou terminar de ler então. - Respondo a ele que me ignora atendendo seu celular para falar sobre mais uma festa. 

Saí da sala dele e a cozinheira parou na minha frente me perguntando o que deveria fazer para jantar, sorri para ela segurando os livros e arrumando o óculos que escorregava de meu rosto.

— Pode fazer o que achar melhor Loren - Respondo a ela que sorri e vai para a cozinha, na direção Gary abre a porta e a vê passar e grita "ANDE LOGO COZINHEIRA" e logo cochicha "Favelada" fecho meu rosto para ele na hora que vem em minha direção dizendo que não poderia jantar comigo hoje já que iria para uma reunião muito importante. - De novo? Mas, é a terceira vez que não janta comigo Gary. - Me oponho a saída dele.

— Amélia, eu preciso disso essas reuniões significam mais dinheiro. Mais dinheiro, melhor para todos os negócios. Acabo de assinar com mais duas empresas. - Ele responde, Jimmy e Scott aparecem no corredor para se apresentarem ao trabalho, ficam no canto do corredor o esperando. - Ei! Qual de vocês quer me acompanhar numa reunião muito importante? - Gary os questiona, Jimmy dá um passo a frente se apresentando antes que Scott pudesse dar. Dou meia volta indo para o quintal terminar de ler um livro para começar um novo. 

Uma hora depois Gary me deu um beijo e se dirigiu até o carro dizendo ao motorista onde iria agora, ainda tentando me concentrar no livro Scott aparece atrás de mim e fica ali quieto por uns minutos me observando - enquanto eu apenas lia - retirei meus óculos num momento e mexi no cabelo, logo troquei minha posição. Estava ficando muito nervosa por ele ficar ali atrás de mim e aquilo tirava a minha atenção totalmente. 

— Ah, com licença - Digo a ele que olha para mim. - Será que você poderia, não sei ficar um pouco longe? Está me incomodando. - Digo a ele que sorri e se afasta um passo, dou um sorriso também e volto minha atenção ao livro "Razão e Sensibilidade" mas me sinto mal pela forma como fui arrogante com ele, sendo que Scott claramente não tinha culpa de estar ali, olhei para ele novamente fechando o livro e retiro o óculos novamente. - Desculpe pela arrogância, mas é a primeira vez que tenho um segurança aqui ao meu lado e é realmente muito estranho. 

Scott sorri, seus olhos verdes brilham olhando em direção ao jardim ali a nossa frente, me viro para o jardim também admirando as flores dálias, que eram minhas favoritas, o pôr do sol deixava tudo ainda mais lindo, e as luzes da piscina reluzente o espaço. 

— Também peço desculpas! - Ele me diz, abaixo a minha cabeça jogando um sorriso de canto para ele - Nunca fui segurança na minha vida, entende? E seu namorado queria mesmo que eu ficasse de olho em você. 

— Não tem problema... Scott! Posso te chamar pelo primeiro nome ou Gary pediu algo a mais? - Pergunto a ele ainda sem me virar.

— Na verdade, o senhor Richards nem me permitiu muito contato com você... Disse que a senhorita é muito reservada e detesta a maioria dos seguranças. - Scott me disse.

Levantei recolhendo os livros e coloco os óculos novamente, o que Gary pretendia me privando de contato até com os seguranças? 

— Bom, então deve respeita-lo imagino... Precisa tanto do emprego que não pode falar comigo, tudo bem. - Digo a ele que me olha e tenta se explicar, o deixo ali parado e entro para o meu quarto, ele me acompanha até o corredor - Não, tudo bem... Daqui eu me viro sozinha, isso significa sem você Scott! - O paro ali que novamente me pede desculpas e saí do corredor me deixando entrar no meu quarto, guardo os livros e me jogo na cama pegando o celular e olhando as mensagens de algumas pessoas famosas que conhecia de festas. 

Despertei uma hora depois de um cochilo que havia tirado com o celular do lado e o barulho de alguém batendo na porta, me levantei arrumando o cabelo e abri um pouco da porta olhando quem era ainda segurando a maçaneta firme ouvi Scott anunciar que era hora de descer para jantar, sorri em resposta para ele fechando a porta novamente e indo colocar uma outra roupa para descer. Abri a porta novamente e no fim do corredor estava Scott, sorri em contradição para ele que não havia saído dali.

— Uau! Você não descansa? - Pergunto e continuo seguindo o meu caminho. 

— Ah, me desculpe senhorita Sullivan. - Ele responde arruma o terno me seguindo, assim quando entro na sala de jantar olho para aquela enorme mesa farta de comida e apenas o meu lugar disponível, Clara a nossa empregada que terminava de colocar o prato à mesa a chamei e perguntei se Gary havia ligado e deixado alguma mensagem se iria demorar ou não iria voltar para casa naquela noite.

— Ele não ligou senhorita! - Clara me respondeu e se afastou da mesa pedindo licença, Scott fica parado na porta enquanto eu me sento esperando um tempo para Gary chegar, toda noite ás 20h o jantar era servido, me serviram uma taça de vinho e eu fiquei ali o esperando. 

Todo o tempo ali sentada tomando um vinho e faminta já olhando toda a comida, lembrei-me de como tudo poderia ser diferente se não somente Gary agisse de modo estranho mas se eu mudasse o meu jeito perante ele. Meus pais Cinthia e Kyle jamais puderam me compreender e gastavam todo o tempo que tinham cuidando de pessoas necessitadas na rua que sofriam com o crime. Gostavam de resolver os crimes prendendo assassinos, ladrões, sequestradores, estupradores, era algo que se sentiam bem. E isso poderia ser diferente se tivessem me deixado ser mais participativa na vida afora. 

Como por exemplo ir para uma escola pública e brincar com outras crianças, ter contatos. Mas, desde que era pequena fui privada disso, estudei em casa dos 4 aos 11 anos quando minha babá senhora Louise contratou o professor Robert Holland para me ensinar com a permissão de meus pais. Aos domingos, Louise me levava para a igreja de manhã e a tarde eu poderia ficar 30 minutos brincando num parquinho. 

A noite meus pais ligavam do skype e perguntavam como eu estava e o que havia aprendido, ás 21h eu era posta para dormir sem histórias antes de poder sonhar, e apenas o beijo de Louise no lugar do de minha mãe, a única amiga que fiz aos 13 anos - Brenda - se deu um tiro no natal quando tinha 16 anos e eu já estudava numa escola preparatória para meninas. E, ano passado Louise que já tinha saído de minha casa foi morar na Espanha com sua filha mais velha quando se casou e cá estou novamente sem nenhum amigo ou amiga e a única pessoa que tenho era Gary que me deixava sozinha a maior parte do tempo, ou as empregadas que me diziam coisas como "Hoje a noite está tão linda" ou "Use o vestido tal para ir a próxima festa" mas o meu maior encanto era sem dúvidas, os livros. 

De certo modo, a literatura sempre me salvará, nas noites de mais escuridões eu pegava minha lanterna e lia embaixo das cobertas, a noite quando eu fugia do campus e ia para a cabana perto do lago onde todas as meninas tinham medo e alegavam que lá era um lugar assombrado. Para mim, lá era o meu lugar, onde eu pertencia a ele. 

Uma hora se passou e o telefone havia tocado quando Clara atendeu perguntei se era Gary e ela se acomodou dizendo que não era, apenas era Ophelia que queria confirmar minha presença e de Gary na festa que teria próxima noite, quando soube que ele de fato não viria para casa naquela noite olhei para Scott que parecia estar tão nervoso e perdido no meio da casa e o convidei para jantar comigo.

— Scott? - O chamo, ele se apresenta na minha frente. - Sente-se, jante comigo nessa noite? - Pergunto, ele receia em aceitar o meu convite para jantar e apenas agradece. - Sente-se! Sei que está com fome, afinal ficou o dia inteiro tentando "cuidar" de mim, e agora eu estou sozinha nessa mesa imensa, jante comigo. Sim? - Ele se sentou a minha frente deixando a cadeira de Gary vazia e Clara iria nos servir, peço para ela parar e eu mesma nos sirvo. 

— Senhorita Sullivan! - Ele me chama.

— Senhorita não... Pode me chamar de Amélia. 

— Ok... Sen... Perdão! Amélia, quero pedir perdão pelo modo como agi esta tarde, eu ainda não sei direito como me portar.

— Nunca trabalhou como segurança Scott? 

— Não! Eu era mecânico antes e quando comprei minha moto e precisava terminar de pagar soube que seu noivo estava precisando de segurança e resolvi tentar. - Ele me responde e se serve de vagem. 

— Bom, fico feliz que tenha conseguido. É, e não se preocupe com o que houve nesta tarde... Eu fui indelicada com você, senhor Carter. - Respondo e ele sorri colocando a primeira garfada na boca, totalmente sem modo algum ele comia, mas eu não me importava. Conforme comíamos Scott fazia piadas a todo o tempo e pela primeira vez em tantos meses me senti confortável perto de uma pessoa, e dei risada como se não houvesse o amanhã. - Gosta de ler senhor Carter? 

— Ah sim, mas prefiro a vida ao ar livre. Claro que não dispenso um bom livro, mas minha verdadeira paixão está aí no mundo afora prestes a me descobrir. - Ele me responde. 

— Uau! Sua namorada deve se orgulhar profundamente do senhor. - Respondo e limpo minha boca tomando um gole do vinho.

— Não tenho namorada... Sinto-me mais livre sem alguém ao meu lado, com todo o respeito é claro. - Ele afirma e ouvimos o barulho de um carro se aproximando, Scott se levanta assustado e eu dou risada novamente pelo desespero, pego seu prato e coloco por cima do meu, ele sorri para mim e se encosta na porta. 

— Não se preocupe! - Sussurro a ele e Gary atravessa a porta, olhou para mim e indagou "Por que não me esperou amor?" me levantei o cumprimentando, ele cheirava a uísque mas não o questionei. - Esperei, mas achei que não viria para casa... Você nem ao menos ligou Gary. 

— Ah de novo não Amélia! Vou tomar um banho, tive uma reunião muito importante hoje. - Ele grita e eu o sigo até o pé da escada.

— E nessa reunião é permitido beber? - Pergunto, Gary olha para trás nervoso e desce uns degraus. 

— O que quer dizer com isso? - Ele pergunta nervoso. - Já não está bom a mansão que você mora? O carro que você tem? Amélia, você deveria me agradecer, porque nem ao menos se cuidar direito você se cuida e fica enfiada naqueles livros estúpidos. - Gary afirma e sobe as escadas, Scott se aproxima de mim.

— Amélia? Está tudo bem? - Ele pergunta.

— Está senhor Carter, eu só... Preciso ficar sozinha agora. Pode ir descansar e pede para tirarem a mesa. Obrigada. - Afirmo e subo as escadas correndo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Por favor não deixem de comentar, é muito importante para mim!!!