Aprendendo a Mentir escrita por Starsky


Capítulo 17
Capítulo 16 — A estante de Slug.


Notas iniciais do capítulo

Foi muito muito amor nos comentários, gente! Tô ultra hiper mega feliz com todos, sério hahaha, tanto que nem consegui segurar direito o dedo e TANDAM o capítulo ficou maior que eu esperava e teve menos coisas do que eu queria. Sabem o que isso significa? No próximo teremos outro capítulo grande para poder englobar o que faltou aqui kkk. Não temam, vale a pena!
Boa leitura!
PS: há um link importante nas notas finais para a música do capítulo.



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Capítulo 16

A estante do Slug.

Rose Weasley

 

Em seu segundo ano, Rose desenvolveu uma tabela com um número de convidados aceitável para os jantares de Slughorn. Seu intuito era medir com firmeza as chances de ela ser notada nas conversas e assegurar-se de que apenas estudantes realmente interessantes participassem do convívio. Por exemplo, era extremamente necessário evitar pessoas como Albus: desinteressadas, engraçadas demais pro seu próprio bem e aspirantes a bruxos pirotécnicos. Por outro lado, os jantares eram perfeitos para conhecer a fundo os alunos mais distantes, como ocorrido há dois anos, na época em que Jasper Wood estava para se formar. Ele e Rose passaram a noite inteira do primeiro jantar do ano conversando. Daquele momento em diante, a moça Weasley soube que a espera pelo homem perfeito tinha chegado ao fim.

Então, chegou o sexto ano. Por mais que o número ainda estivesse sob controle, Rose tinha sido responsável pela adição de um membro ao Clube do Slug. Membro este que estava atrasado!

— Calma — riu-se Roxanne, sentada do lado esquerdo de Rose na mesa redonda em que o professor e os outros alunos comiam. Contando com elas duas, havia 17 pessoas sentadas com conversas paralelas, enquanto um piano enfeitiçado tocava sozinho próximo a eles. — O jantar acabou de começar, ele não está atrasado.

A ruiva, porém, continuou batendo o calcanhar no chão com as duas cadeiras vazias à sua direita.

— Ele só entrou porque eu fiz Slughorn convidá-lo. Espero que ao menos siga as instruções que eu mandei pelo Albus hoje de manhã.

— Bom, eu acho que vai ser muito mais divertido se ele tiver ignorado cada uma delas — murmurou Roxie, tilintando os talheres em seu prato. — Mas ei, você notou algo de estranho no Albus hoje?

— Além do fato de ele correr como se o mundo fosse acabar e não prestar atenção na aula? Não, isso é normal para ele.

A lista não era nada simples, mas era um combinado perfeito de tudo que ele deveria fazer e não fazer durante o jantar para chamar positivamente a atenção do professor de Poções. Muitas pessoas podiam ignorar o fato, mas Slughorn tinha uma vasta linha de contatos no mundo inteiro! Com certeza os seus cento e tantos anos ajudavam nisso… Mas ele seria capaz de abrir portas inimagináveis para cada um de seus alunos com apenas conversas em festas dadas por ele. Era um verdadeiro malabarista de futuros brilhantes.

O primeiro item era bem claro: vista-se adequadamente. Mulheres com roupas sem muito brilho chamavam mais atenção do que qualquer tipo de tafetá. Rose estava com uma camisa azul de mangas curtas e desenhos de flores brancas e uma saia vermelha de tecido mais grosso que ia de sua cintura até pouco acima dos joelhos. Por já estar usando vermelho, prendeu o cabelo num rabo de cavalo alto e apertado. Roxanne era geralmente obrigada por ela a andar igualmente arrumada, o que demandava horas e horas de discussões e roupas jogadas de um lado para o outro! Não era toda vez que as chantagens funcionavam, e logo Roxie surgia com seu piercing no septo, um vestido branco e um moletom de lã listrado preto e branco por cima. Mas, para homens, a dica era não usar terno! Não ainda! Que ele deixasse o terno para o natal e fosse de camisa de botões e até cardigans por cima, não exagerasse, mas fosse socialmente aceitável.

Também havia postura na mesa. Certas pessoas como Lorcan Scamander não sabiam comer de braços junto ao corpo ou de boca fechada. Outro item importante era dos assuntos escolhidos na mesa, nada extremamente polêmico. E que se Slughorn lhe perguntasse sua opinião, ele desse! Nada podia ser pior que alguém sem opinião alguma sobre os assuntos do mundo.

Para a sorte de Scorpius, os escolhidos do jantar eram boas companhias, isso com clara exceção da Loucaline com aquela cara de cobra venenosa ao lado do Professor. Até mesmo Nate Parkinson estava lá!

Mas a maior dica de todas estava no final da lista longa de obrigações: mostre a versão mais interessante de si mesmo. Rose, por exemplo, já fez inúmeros monólogos sobre suas opiniões políticas e culturais. Roxanne tinha um talento inegável de previsões, além do seu gosto por esportes bruxos. Os Scamander tinham as aventuras de sua mãe magizoologista na ponta da língua. Um garoto do terceiro ano fora transferido de Castelobruxo e tinha conhecimento sobre herbologia além do estudado em Hogwarts. Nate Parkinson sabia envolver qualquer um no seu papo de “rei”. Até mesmo Lily Luna tinha cartas na manga!

Mas onde estava Lily?

— Roxie — sibilou Rose, passando o olhar na mesa. — A Lily não vem hoje?

— Estranho. Eu a vi arrumada no salão comunal pouco mais cedo. — Ela torceu a boca. — Será se desistiu de última hora?

Foi quando a porta do escritório de Slughorn rangeu, chamando a atenção dos alunos e do professor. Lily adentrou com um sorriso aberto, dizendo suavemente:

— Boa nooite. Desculpem o atraso.

Logo atrás dela veio Scorpius com passos extensos e um riso alto, que foi interrompido no instante em que encarou o grupo sentado no jantar.

— Eu sinto muitíssimo — disse ele ao fechar a porta. Deu para ver a Loucaline erguer o olhar por cima dos próprios ombros, empurrando um menino do primeiro ano que estava sentado ao seu lado, provavelmente para ceder aquele lugar a Scorp.

— Está tudo bem, meus jovens — exclamou Slughorn mais animado que antes. — Por favor, sentem-se. Estávamos falando sobre o surgimento de um novo tipo de arte oriental feita de fogo de dragões indianos.

— São terrivelmente fascinantes quando fazem esculturas de vidro — falou Lysander. — No verão passado, vovô nos levou para vê-los, lembra, Lorcan?

— Foi iradíffimo. — O outro Scamander acenou de boca cheia.

Lily e Scorpius rodearam a mesa oval para a tristeza da Nott, falando algo um para o outro até chegarem ao lado de Rose. Porém, no instante em que o olhar dela e o de Scorpius se cruzaram, toda a graça da conversa pareceu sumir instantaneamente, pois ele retraiu a boca e engoliu a seco, como se tivesse visto uma assombração. Lily sentou-se e puxou a cadeira entre si e Rose para o rapaz, rindo.

O rosto de Scorpius começou a ficar estranhamente vermelho. Ele olhou para a cadeira, olhou para os demais membros do clube do Slug e voltou a encarar a cadeira, sentando-se vagarosamente como se fosse um robô defeituoso ao lado de Rose. Então, quando finalmente conseguiu se acomodar, totalmente ereto e travado, lançou um olhar desconfiado para a Weasley apenas para escutá-la falar:

— Você não leu a minha lista? — Ela resmungou baixo com um revirar de olhos antes de se voltar para Roxanne. — Ele não leu a lista. O que diabos ele está vestindo?!

Não era como se estivesse maltrapilho ou num nível morador em condições de rua politicamente correto, mas não estava nada como Rose havia mandado! Blusa de botão? Não! Mocassim, Derby ou Oxford nos pés? Não! Estava com uma camisa simples azul de mangas nos cotovelos e uma calça jeans qualquer. Não apenas tinha diminuído o brilho como tinha matado toda e qualquer sugestão de moda que ela fez.

Mas Scorpius não conseguiu dizer nenhuma frase composta. Parecia que Lily tinha engolido a sua língua.

— Ahn… Eu… Li...

— A lista era longa, querida. Dê um desconto a ele — falou Roxanne, jogando o tronco por cima da prima. — Você está lindo. Rose que é uma chata, então relaxe que ela não vai te queimar.

Subitamente, Rose chutou a perna da prima. Ela prometeu que não brincaria, droga!

— De qualquer forma, onde vocês estavam? O jantar estava marcado para oito.

— Calma, Rose. A culpa do atraso foi minha — disse Lily, lançando seu rostinho angelical próximo à conversa deles. Aquilo fez com que Rose franzissse o cenho. Desde quando eles estavam próximos a ponto de ela defendê-lo? Encarou o Malfoy, que parecia estar passando mal, suando, olhando para cima e murmurando algo para si mesmo. Era pavoroso. — Eu estava com Teddy, e ele me pediu para trazer um caldeirão da última pesquisa que o Professor Slughorn mandou. Só que numa virada de corredor, Scorpius e eu nos batemos, e eu o sem querer derramei tudo em cima dele. Não era nada ácido, mas meio que fez crescer flores na roupa dele. — Ela tocou o ombro do loiro e sorriu diretamente para ele com aqueles lábios coloridos do mesmo batom que Rose havia roubado há poucas semanas. — Me desculpa outra vez…

Espera um pouco. Ela chamava Scorpius pelo nome? Wow! A coisa era bem diferente do que Rose imaginava. Não conseguiu sequer frear a lembrança de James dizendo que o rapaz costumava encarar Lily. O que era definitivamente estranho, enquanto ele ziguezagueava a atenção entre Rose e Lily, logo antes de soltar o ar que estava prendendo no peito.

— Tudo bem, tive sorte que não me transformou em um sapo ou coisa do tipo — disse ele, passando a mão no cabelo.

Rose retorceu a boca, endireitando-se em seu lugar. Scorpius estava estranho desde aquela manhã. Depois da aula de DCAT, ele praticamente voou para fora da sala! E não era como se cumprimentasse sempre Rose, mas algo estava estranho. Quer dizer, ele a viu chorar no dia anterior!

Você deu calor a um coração nascido para correr.

A voz dele ecoou no fundo da mente de Rose, enquanto a palma da sua mão praticamente sentiu o batimento do peito dele outra vez. Tum tum. Tum tum.

Ahhhhhhhh! Para de pensar nisso, Rose! Ela chorou e se estapeou em pensamento, abismada que vez ou outra aquela lembrança invadia sua cabeça. Não era algo para se preocupar ou sequer se lembrar! Foi o calor do momento! Era um jeito de ele se mostrar grato pela interferência de Rose, sim! A mesma coisa que aconteceu com a história do fogo. Era tudo gratidão e bom senso de um rapaz bem educado e que jamais se aproveitaria de garotinhas inocentes como ela. Que era inocente, claro!

O problema mesmo eram aqueles batimentos ridículos ecoando com a imagem de Scorpius sorrindo. Não eram nada além de batimentos, por Merlin!

— Rose — chamou o Professor Slughorn, cortando sua concentração. — Diga-me, o que está achando do prato? Você costuma ser bem crítica com aquilo que proponho nos jantares.

— Bastante crítica, Professor — disse ela com um sorriso educado. — Achei fascinante a mistura dos molhos com o cordeiro. Lembra-me um pouco de quando visitei a Itália com minha mãe.

— E como está Granger? Eu soube que a carreira no Ministério está lhe fazendo bem.

— A popularidade dela entre a comunidade inglesa bruxa está realmente maior. — Rose precisou segurar a língua para não começar mais um de seus discursos. — Devo dizer que até mesmo as rugas estão sumindo. Depois que conseguiu o posto de parlamentar, as causas pelas quais ela lutava decolaram na opinião popular, o que é ótimo para o nosso desenvolvimento como sociedade, não acha?

Slughorn pôs a mão na pança com um riso alto.

— Eu me lembro muito bem quando ela ajudou a reorganizar muitas discussões sobre liberdade e direitos trabalhistas aqui nesta mesma sala após a guerra. Ainda era uma garotinha na época.

Rose sorriu, mas retrucou em sua mente que Hermione deixara de ser uma garotinha antes mesmo da guerra. As pessoas deveriam reverenciá-la e elegê-la como próxima Ministra da Magia.

— E quanto a Harry Potter, Lily? — Retomou o professor, pondo uma porção na boca fina e enrugada. — Creio que os Aurores têm lhe dado trabalho, pelo que o Professor Lupin me contou.

Os olhos de Lily subiram e foram encarados por muitos da mesa em silêncio. Isso acontecia com certa frequência, especialmente se o nome de tio Harry surgia.

— Ah, ele está bem. Sempre cheio de papelada para preencher e ganhando menos do que queria, mas bem. Um pouco frustrado ainda que Teddy largou a carreira para lecionar, mas vai superar. — Seu sorriso foi condescendente e sem graça. Mas o pior foi ver como todos ainda a fitavam à espera de algo mais a ser comentado, como se fosse falar algo sobre a excitação da carreira do Departamento de Execução de Leis. — Mas, claro, nada o faz mais feliz que trazer justiça.

— De fato não há nada melhor — murmurou Slug, passando o olhar para a cadeira entre Rose e Lily para finalmente perguntar: — E quanto a você, Sr. Malfoy? É a primeira vez que vem a um de nossos jantares, por que não fala um pouco de si?

De repente, o corpo de Scorpius tremeu num susto, recebendo a atenção de todos.

— Eu? Como o que?

— Ora, conte sobre o que costuma fazer, seus planos, seus pais… Se bem me lembro, Astoria, sua mãe, frequentava nossas reuniões e parecia que não iria parar de falar nunca. Achei, ahn… Um tanto estranho quando soube que ela havia se casado com Draco Malfoy.

O peito de Rose saltou. Falar na família de Scorpius poderia ser um gatilho de memórias ou uma judiação naquela escola. Ela própria foi responsável por essa judiação durante anos, e se o seu “antigo eu” que não tinha contato algum com Scorpius estivesse ali, certamente faria alguma piadinha sobre o sobrenome dele.

— Ah, sim. Ela ficou muito feliz com o meu convite. Até perguntou se o senhor ainda tem o livro “As noites nas sombras”.

— Claro que tenho! Um exemplar maravilhoso de pesquisa aprofundada nas culturas da magia e feitiçaria. Ela tinha costume de dizer que teria um igual em sua casa.

— E tem — disse Scorpius com um sorriso. — Comprou uma edição igual à do senhor há muitos anos, e até hoje pega o livro vez ou outra. Ela já deve ter mais uns três livros do mesmo autor, todos autografados.

— Ele é muito bom, é um dos meus pesquisadores favoritos — disse Slug, assentindo com a cabeça antes de fitar a ruiva. — Você deveria ler, Rose. Vai ajudá-la muito nos seus planos pós Hogwarts.

Os outros alunos não costumavam prestar tanta atenção nas conversas que o professor tinha quando estavam comendo, só fingiam com suas cabeças no mundo da lua. Porém, os olhos azuis de Scorpius a encararam ao seu lado, menos nervosos e com um raio de curiosidade saltante, e ela o olhou de volta sem querer. Precisou pestanejar e rir para si mesma para quebrar aquela conexão rápida. Onde estava com a cabeça?

— Ah, claro! — exclamou, passando a mão pelos cabelos presos. — Mamãe tem um desses na sua biblioteca, mas vou guardar a dica para ler no recesso de natal.

— Ela quer ser uma escritora, sabe? Dessas que viajam o mundo inteiro contando suas aventuras — murmurou Slughorn para uma menina dos primeiros anos da Lufa-Lufa ao seu lado.

Foi quando a Loucaline pôs violentamente os cotovelos sobre a mesa com as mãos entrelaçadas apoiando o queixo. Lá vinha veneno!

— Eu não acho que muitos aqui se importem, Professor — silvou ela como uma cobra. Ai que abuso Rose tinha daquela garota! E pior, ela não tirava os olhos peçonhentos de cima de Scorpius, como se estivesse caçando a presa mais inocente da escola. — Mas conte mais sobre você, Scorp! Além de ter sido uma ótima arma secreta no jogo de ontem, você não falou mais nada.

Ele só deu um sorriso sem graça, o que fez Rose sentir vontade de vomitar. Mas, antes mesmo que pudesse falar, Slughorn riu alto, terminando o último pedaço de seu jantar.

— Bem lembrado, Madeline. O jogo de ontem foi surpreendente no final. Nathaniel merece os meus sinceros parabéns!

Nate Parkinson estava folgado em sua cadeira numa posição espaçosa e dominadora. As garotas mais novas suspiravam por ele porque não chegaram a conhecer Jasper. Sim sim, Jasper era melhor...

— O time que merece, Professor. Benjen está até agora se contorcendo dolorido pelos corredores do castelo — disse ele, balançando a cabeça pensativo. — E o Scorpius se garantiu também!

Alguns alunos assentiram, começando a participar da conversa.

— O time de vocês foi bem — falou Lorcan de boca cheia. — Mas tem que admitir que foi uma vitória de segundos finais!

— Segundos definitivamente impagáveis — disse Scorpius mais brando.

Muitos riram, incluindo Lily ao seu lado. O plano de popularidade dele tinha passos largos de Lily, Lufa-Lufa, varinha, vassoura e Sonserina, mas parecia que estava chegando ao fim. Apesar do início conturbado, das quedas de vassoura, do roubo dos lanches da Lufa-Lufa e da enganação para fazer amizade com Nate Parkinson, Scorpius havia se tornado alguém importante.

O jantar prosseguiu com a sobremesa. Roxanne começou uma discussão com o Parkinson e com Lorcan sobre quadribol, enquanto Slughorn estava mais interessado em saber detalhes da vida da primeiranista Jane Shacklebolt, filha do atual Ministro da Magia e neta do já falecido Kingsley Shacklebolt. Nesse ritmo, pouco a pouco, os alunos se levantavam e se espalhavam em conversas animadas pela sala. O piano não parava de tocar. Mas Rose não se movia. Seus olhos encaravam o Professor Slughorn e não prestavam atenção em mais ninguém saindo de perto. O mundo pareceu ficar oco, enquanto nada tinia em seus ouvidos… Asssim como o tum tum dentro dela.

Eram apenas batimentos de coração. Eram apenas batimentos de coração. Eram apenas batimentos de coração. Se repetisse mais uma vez, podia ser que acreditasse que não estava suspirando pela lembrança da sua mão no peito daquele garoto. De novo.

— Eu não sabia que você queria ser escritora. — Scorpius a fitou do canto dos olhos, ainda com suas orelhas vermelhas.

Ela o encarou de volta. Finalmente ele estava falando em sentenças completas.

— Uma hora a leitora vai passar a escrever — disse ela, maneando a cabeça.

— É, isso é bem a sua cara. — Scorpius assentiu, coçando a própria nuca. — Eu me lembro quando você falou que queria viver aventuras como as dos seus pais na época de escola.

— Não como as deles exatamente. Serão aventuras maiores e melhores, e eu vou registrar cada pequeno detalhe delas em longos e longos exemplares.

Em seus sonhos, estaria durante doze semanas na lista dos mais vendidos da Floreios e Borrões.

— Mande-me uma cópia autografada.

— Se os exemplares não esgotarem nas primeiras duas horas, claro. — Rose pestanejou, sorrindo abertamente. O que fez Scorpius soltar o ar, também achando graça. — E você? Qual o plano pós formatura? Ou Intendente da Morte continua de pé?

— Ah, não. Os Comensais remanescentes perceberam que eu estou confraternizando com Weasleys, então me deram um pé na bunda. — Ele afinou os lábios com um levantar de ombros, o que impressionou Rose. Era só ela que tinha notado ou o assunto mais delicado da vida tinha se tornado piada? — Mas não, meus planos não envolvem me tornar um bruxo das trevas.

— Uma pena. Eu realmente poderia publicar o volume “Como Rose Weasley fez amizade com um bruxo das trevas”. — Então apoiou-se na mesa com o cotovelo, olhando diretamente para o rapaz. Lily já não estava mais ao seu lado, tinha ido para o outro lado da sala com uma moça do quinto ano. — Afinal, o que pretende fazer?

— Eu vou ser um medibruxo — murmurou como se estivesse declarando algum tipo de sentença. — Não sei realmente como isso vai acontecer porque os grandes institutos dificilmente aceitarão um Malfoy como aprendiz, ao menos foi o que eu ouvi falar. Eles são bem cheios de burocracias e dificuldades com as pessoas que aceitam. Mas é isso que eu quero fazer, sabe? Talvez alguns anos depois da formatura. Até lá eu consigo dinheiro para fazer isso em outro país.

Rose frizou o cenho. A conversa ia começar outra vez.

— Eu espero que você obedeça a minha lista da próxima vez que eu te mandar uma. — Ela se levantou de imediato, batendo no ombro de Scorpius. — Vem, eu quero te mostrar que eu sou a solução dos seus problemas.

Seria algo ruim  ser vista conversando demais com Scorpius Malfoy, mas naquela noite tinha que parar ao menos um instante para dar um último empurrão nele. Ele a empurrou no dia anterior, ele disse que ela era fogo. E quando se é fogo, você deve incendiar quem puder ao seu redor.

Não longe da mesa central do jantar, havia uma estante de madeira com várias prateleiras. Na verdade, em toda a sala havia prateleiras! Diversas delas se inundavam com fotos, tickets de jogos de quadribol e recortes de jornal enquadrados em porta-retratos diferentes. Mas a mais bonita de todas era aquela estante! A famosa estante de Slughorn. E bem na terceira prateleira havia uma foto em movimento de três homens rindo ao redor do professor Horácio.

— Está vendo esses caras? Eles são ex-alunos do Slug — disse Rose, cruzando os braços com pompa. — O da direita é chefe de cirurgias mágicas no St. Mungus. O da esquerda é pesquisador em maldições hereditárias na Irlanda, e o último é um medibruxo também conceituado em Londres. — Scorpius a encarou abestalhado, não entendendo o que ela queria com aquela apresentação informal. — Todos fizeram parte do Clube do Slug. Nosso professor tem uma rede de contatos boa o suficiente para colocar em estágios de verão e nas conversas com as pessoas certas. Basta ser interessante o suficiente e mostrar como suas notas são boas.

— Espera, como você sabe das minhas notas? — engasgou o loiro.

— Porque eu sempre supero elas, lógico. — Rose torceu o rosto numa espécie de sorriso. — Acredite, a carreira de escritora é mais sofrida que a de um medibruxo, por isso tenho que aprender com quem me relacionar para não depender para sempre da fama dos meus pais. Eu não quero me tornar Lily e Dennis Moon.

Scorpius entortou a cara.

— Quem são esses?

— Exatamente. Ninguém os conhece, mas todos sabemos quem era o Ministro Leonard Spencer-Moon.

Uma risada alta veio do canto da sala. Era Roxanne, gesticulando algo para cima e para os lados enquanto conversava com Nate, Lily e sua amiga do quinto ano. Aquele era aparentemente o grupo de conversa mais quente do jantar. Não demorou quase nada para que Slug se juntasse a eles com seu copo de hidromel na mão e jeito sorrateiro. Para a alegria de Rose, Loucaline não estava ali! Estava presa no canto no meio de uma conversa com um garoto da Corvinal do seu ano, fuzilando Rose ao lado de Scorpius como podia. O que não era algo exatamente bom já que Rose ainda precisava evitar a atenção ao lado do rapaz.

Porém, quando estava para se despedir dele e fugir para o lado das primas, deparou-se com uma imagem que não tinha visto ainda. Scorpius encarava a estante com um sorriso bobo no rosto e as mãos enfiadas no bolso da calça. Ele notou que Rose o encarava e apontou para porta-retrato de madeira entalhada na segunda prateleira.

Havia duas moças na foto, uma sonserina e outra corvina, que se abraçavam, riam e pulavam juntas de animação. Eram muito parecidas, ambas morenas de olhos claros e narizes iguais, mas a mais alta, a da casa Corvinal, praticamente tremia com gritos que a fotografia em movimento não soltava. Ela era realmente bonita.

— Essas são minha mãe e minha tia Daphne no dia em que mamãe foi aprovada no estágio de férias do Departamento de Execução de Leis do Ministério — disse ele suavemente.

— Mas sua mãe trabalha na Central de Obliviação.

— De fato trabalha. Só que ela sonhava em ser Aurora, e até passou nas provas, mas, depois que eu nasci, pediu para ser transferida. — Ele cruzou os braços, ainda olhando para a foto. — Mamãe disse para mim que foi por conta dos perigos do trabalho. A verdade é que ela ficou doente por um tempo e achou melhor ir para um departamento mais calmo.

Astoria Malfoy era linda e devia ser inteligente. Era provavelmente uma boa mãe para Scorpius. Isso estava na cara só de olhar para ele sorrindo desmedido enquanto a apresentava por foto para Rose. Ele também devia ser um bom filho para ela. Tão bom que até mesmo fez Rose perceber uma informação importante.

— É por causa dela que você quer ser um medibruxo?

Scorpius assentiu com a cabeça.

— Medibruxos não devem ver cara e nem sobrenome ao atender seus pacientes. É isso que eu quero fazer, como muitos não fizeram para nós.

Devagarzinho, cada detalhe da história de Scorpius ia aparecendo. Ele não teve uma infância realmente fácil, não como a dela em que suas únicas preocupações eram comandar seus primos minions nas brincadeiras, ou até impedir que Hugo quebrasse algum dos móveis de casa. Pessoas como Rose julgaram Scorpius durante sua vida inteira, e ainda assim isso trazia força nele para ser diferente delas. Para, na realidade, ser melhor que elas.

Ele era um cara incrível.

— Então siga a porcaria da minha lista, idiota — resmungou Rose, empurrando-o com o ombro.

Scorpius soltou um grunhido que misturava um gemido e uma risada.

— Mas eu li a lista! Você falou até para ser a minha versão mais interessante. O problema é simples: como diabos eu faço isso?

— Depende, Scorpius. Eu sei que você é incapaz de se destacar em diálogo, mas deve ter algum talento para as pessoas te admirarem

Rapidamente, ele abriu a boca para dizer algo, mas, como se pensasse duas vezes, fechou-a de uma vez. Isso não gerava muita confiança em Rose.

— Bom, eu sei fazer jardinagem — disse hesitante. Aquilo era tão ridículo que fez com que ela revirasse os olhos. — E-eu não sei ser interessante. Quando eu fico em casa eu leio, faço café, leio e faço milhões de outras coisas para a minha mãe.

— Como jardinagem? — retrucou ela.

— Eu odeio aquele jardim — murmurou para si mesmo, fazendo-a rir. — Eu também jogo Imagem e Ação, sou ótimo nisso por sinal! Tem o piano, e quando eu era criança fazia malabarismo com limões. Se bem que eu acho que nunca passei de dois… Mas o piano é sério. Toco desde os cinco anos. Isso serve?

Rose ergueu uma sobrancelha.

— Professor Slug! — berrou, virando-se para o grupo de Roxanne, que parou o assunto na mesma hora para encará-la. Scorpius ficou atônito. — Nós precisamos da ajuda do senhor para resolver um assunto de extrema importância! Malfoy e eu estamos discutindo sobre música, e ele não para de falar que pode tocar melhor do que a magia que o senhor pôs no piano!

Todos olharam para Scorpius.

— E-e-ei, o que você está… — gaguejou ele.

— O que eu quero dizer — murmurou ela, agarrando o braço do rapaz e levando-o na direção do professor — é que temos que colocar esse ego inflado dele a prova. Quero dizer, só porque você ganhou no último instante um joguinho bobo de quadriloso, não significa que você é a pessoa mais talentosa do mundo.

Slughorn franziu o olhar, passando a mão pelo queixo.

— Você toca, Scorpius? — disse ele, recebendo um balançar de cabeça como resposta. — Então o que acha de nos dar uma amostra? Afinal, o que seria mais delicioso que poder calar Rose Weasley por uma noite?

Roxanne riu pelo nariz com aquilo, fazendo com que Rose retorcesse o nariz.

— Rose… — gemeu Scorpius próximo a ela. — Eu nunca toquei pra esse tanto de gente.

— Feche os olhos que você estará sozinho — resmungou a garota, estapeando suas costas.

Bastou um balançar de varinha do professor para que o piano parasse sua melodia sem graça e automática. Quando percebeu, Scorpius estava sentado na frente de um longo e límpido instrumento de cauda, nervoso que só a sua cara pálida denunciava. Os alunos fizeram uma meia-lua ao seu redor, cochichando uns para os outros que nunca tinham visto alguém tocar num jantar do Slug, especialmente alguém cuja família estava relacionada a Comensais da Morte.

— Espero que esse seja um plano seu — falou Roxanne ao lado da Wesley. — Sério, se ele tocar “parabéns pra você”, não vai ter como salvá-lo.

— Eu não fazia ideia que vocês eram tão próximos, Rose — murmurou Lily, também se aproximando das primas. Rose a encarou com o corpo enrijecido. Próxima ela era de Scorpius, mas não deveria transparecer tanto assim para Lily prestar atenção. A surpresa mesmo tinha sido a intimidade da Potter com ele. Era sinistro. — Ele tem cara de quem sabe mais que isso, Roxie. Ao menos tem postura para isso.

Rose cruzou os braços, pensando que deveria ter colocado o suposto talento de Scorpius à prova antes de insistir naquela exibição. O rosto dele estava suando, por Morgana!  Argh! Que tipo de gênio era ela? Era só olhar para a cara preocupada do loiro encarando as teclas brancas e pretas do piano para ter mais certeza ainda do quão ferrado ele estava.

— Não quero nem olhar isso — disse a ruiva, virando-se de costas no seu arrependimento interior e murmurando para si mesma: — Por favor não toque “parabéns”...

Mas parecia que a magia não tinha abandonado o piano. Todo barulho cessou no instante em que a primeira tecla* foi pressionada suavemente e grave. E a segunda. E, devagar, a terceira. Rose voltou-se novamente para observar, vendo o rosto angustiado dele endurecer, ao passo que suas mãos deslizavam pelas teclas devagarzinho. Ele sabia tocar! E ela pestanejou. Ele realmente sabia tocar! Por que nunca disse isso antes?! Engolindo a seco, o rapaz fechou os olhos como ela mandou, e as notas pingavam como gostas de chuva incessantes e tão suaves que eriçaram os pelos no braço de Rose. Foi quando a musicalidade do instrumento começou a ganhar corpo e ritmo, tinindo aguda.

— Puta merda — sussurrou Roxanne de olhos arregalados. — Ele realmente toca...

Os olhos de Rose varreram a sala e perceberam algo claro: todos o encaravam impressionados e petrificados como mágica que vinha do piano. Scorpius não os veria, mas estavam assustados demais com a beleza inesperada da música que se derreteram na dor e seriedade dela. E quando Rose voltou sua atenção ao rapaz, foi como um tiro certeiro em seu peito. Os olhos dele continuavam fechados e suas mãos movimentavam-se largas e ágeis. O mundo se fechou nele e no seu balançar angustiado de cabeça por um instante. E sempre que entreabria o olhar para encarar as teclas com seriedade, ficava quase assustador.

A música acabou, mas ninguém soube o que os havia atingido de verdade. Lily foi a primeira a bater palmas, assustando Scorpius, que pulou no banco de uma vez. Então veio a enxurrada de aplausos e assobios, todos de uma vez!

— Você é uma verdadeira caixinha de surpresas — falou Roxanne, passando a mão no cabelo loiro do rapaz. — Acabou de fazer todas as garotas dessa sala se apaixonarem.

Ele se encolheu à medida que foram parabenizá-lo e comentar da sua performance. Rose, porém, permaneceu plantada. Sacudiu a cabeça sem saber o que pensar. Não que sua mente estivesse vazia! Só não parava de imaginar como seria que o coração dele estava batendo naquele instante ou durante a música. E se ela pudesse tocá-lo para tirar a dúvida?

Deu um passo para trás. Devia estar ficando sem noção do perigo!

— Você foi maravilhoso, Scorpius — disse Loucaline, tentando por a mão sobre o braço do rapaz.

Só que Roxanne foi mais esperta e o puxou pelo braço, erguendo-o do banco como um boneco alto e desengonçado.

— Ele estava lindo, não estava, Rose?! — berrou, encarando a ruiva, que nada disse. Aquilo fez Roxanne bufar, virando-se para Lily. — E você, Lil? O que achou?

Lily sorriu, balançando a cabeça ao fitar os olhos de Scorpius diretamente.

— Foi realmente incrível. Talentos assim não deveriam ficar escondidos por muito tempo, sabia?

— Eu prefiro tocar só — respondeu ele, enfiando as mãos no bolso da calça.

Foi quando Nate Parkinson surgiu entre os dois, pondo o braço por cima de seus ombros com um riso largo.

— Cara, você tem que me ensinar um dó ré mi qualquer dia desses. As pessoas se derretem por gente que toca!

O sonserino praticamente os carregou de volta ao sofá que estava sentado antes, ao passo que a Loucaline foi esbaforida logo atrás.

Nem se quisesse, Rose se moveria dali para dizer a Scorpius como ele foi bem. Ou maravilhoso. Ou assustador. Ou tudo que ela nunca imaginou que ele pudesse ser... Estava simplesmente sem palavras para o tum tum que martelava seu próprio peito.

— Você não consegue tirar os olhos dele, não é mesmo? — A voz de Roxanne surgiu no seu ouvido de repente. Estava bem ao lado com os braços cruzados.

— Tirar os olhos de quem? — retrucou Rose numa tentativa frustrada de disfarçar saber do que ela estava falando.

Roxanne apontou com a cabeça para Scorpius ao fundo da sala, entre Nate Parkinson e Lily. Pareciam estar se divertindo com o Malfoy mexendo os braços num piano imaginário.

— Eu acho que os filhos deles vão ser lindos — disse Roxie. Só que Rose tomou um susto e até mesmo engasgou com a própria saliva, tossindo desesperadamente. Não fez efeito algum sobre a morena, que esperou que a ruiva acabasse para voltar a falar. — Com certeza serão magros! Scorp e Lily deveriam tomar poções nutricionais para melhorar isso, eles podem acabar tendo sérios problemas de saúde. Mas eu me pergunto se os bruguelinhos serão ruivos de olhos azuis ou loiros de olhos verdes. Tio Harry vai adorar Scorpius como genro quando o conhecer mais a fundo, eles certamente se darão bem. Você não acha que eles seriam o casal mais fofo da vida, Grindy?

Rose torceu a cara.

— Não sei. Não parei para pensar nisso.

— Não? — Roxanne pôs a mão no peito. — Então, se você estava encarando, mas não pensava nisso… Estaria com ciúmes?!

— Você está realmente implicando com isso de me juntar com o Scorpius desde que eu te falei da conversa da biblioteca. — Rose forçou o riso ao cutucar a prima com o cotovelo.

— Lógico! Sabe o que dizem quando um cara faz uma garota chorar, não sabe? — disse ela, mas a ruiva negou com a cabeça. — Se um garoto consegue fazer uma garota rir naturalmente e chorar de emoção, ele é capaz de fazê-la se apaixonar.

De repente, seu rosto começou a formigar. Não fique vermelha, Rose! Não fique vermelha! Roxie nunca vai te deixar em paz se você fraquejar!

—  Pff, você acabou de inventar isso. — Sacudiu os ombros e desviou o olhar.

— Só estou dizendo — murmurou Roxie, passando a mão nos cachos. — Eu estava realmente esperançosa que algo pudesse estar acontecendo entre vocês.

Entre Rose e Scorpius? Não havia nada além de tentativas de suicídio em dupla e conversas sobre suas personalidades ocultas dos olhos do mundo. Tinha que desviar daquele assunto antes que Roxanne começasse a imaginar coisas onde não existia absolutamente nada.

— Acho que ele gosta da Lily de verdade — disse Rose, pondo a mão no próprio queixo. — Lembra de quando eu estive na detenção com o James? Ele disse algo sobre o Scorpius ficar encarando a irmã e tal. E hoje ficou todo nervoso com ela na mesa do jantar. Talvez os filhos que você imagina se tornem reais no fim das contas.

Roxanne tremeu os beiços em desprezo ao comentário.

— Só se Scorpius estivesse encarando a Lily como você está fazendo com ele. — Ela pausou por um momento. Nem mesmo Roxanne poderia refutar a possibilidade de um cara estar afim de Lily Luna, isso era humanamente impossível. Todos eles se apaixonavam por ela sem mesmo perceber. — Mas se você não pensa nele como eu acho que pensa, Rose, não fique no caminho também.

Rose piscou rapidamente.

— Como assim no caminho?

— Não sei se você percebeu, mas ele é um garoto bonito. Depois de ontem, não vai demorar para as garotas caírem em cima dele. — Então, apontou para o rapaz novamente, que ria com a cabeça para trás. — Madeline Nott e Lily Luna estão ali, não estão? Logo logo, ele vai dizer coisas como “você é fogo” para elas. E elas vão rir, agradecer e até chorar como você fez. — Um salto tomou Rose, fazendo com que seu rosto formigasse. — Como eu te conheço, sei que cedo ou tarde vai ficar com ciúmes dessa atenção e vai sabotar tudo que construíram.

O susto no coração da ruiva se tornou raiva tão rápido que ela sequer soube como agir além de fazer uma careta.

— Claro que não! Ficou louca que eu vou ter ciúmes do Scorpius?!

Mas Roxanne riu para desconcertar ainda mais Rose Weasley.

— Só estou dizendo, não necessariamente de um jeito romântico de ciúmes. Até porque tenho certeza de que você teria ciúmes também se eu misturasse o nome de qualquer outra pessoa com Grindelwald, certo?

De repente, a raiva sumiu, e Rose precisou segurar o riso.

— Nem se atreva. Grindy sou eu e ninguém mais, baixinha preguiçosa.

As duas se abraçaram de lado e caminharam juntas para fora da sala de Slughorn. Porém, no instante antes de sair, Rose olhou para trás e sentiu seu campo de visão cruzar com o de Scorpius Malfoy do outro lado. Fechou a porta e tentou abandonar toda aquela noite para trás. Era mais fácil do que imaginar que Roxanne poderia estar falando algo verdadeiramente substancial. Até porque estava ficando bem na cara que Scorpius tinha sentimentos por Lily Potter.

Sim, ele tinha.


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Notas finais do capítulo

*Música que Scorpius tocou: https://www.youtube.com/watch?v=nIy-l23ijrw

E aí, pessoas lindas?! Primeiro de tudo, quero saber o que vocês imaginaram quanto aos objetivos de vida do Scorp e da Rosie haha. Achei legal explorar isso para os dois, então queria a opinião de vocês. O que vocês imaginam que eles podem se tornar se não for isso? Hahahaha.
E para todos que estão esperando, no próximo capítulo teremos a volta do ponto de vista de ninguém menos que... ROXANNE WEASLEY! Yaaaay! Então fiquem atentos, logo logo estou de volta! Beigooos ♥