Para que não se sinta sozinha escrita por Nanahoshi


Capítulo 2
Espero que seja em um lugar bem legal


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Trazendo bem rapidamente a sequência porque era pra ser uma oneshot e tive que dividir em mais partes. Postarei duas seguidas e verei se escreverei a quarta, pois a terceira já tem um fechamento legal.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695883/chapter/2

—Três! Eu consegui!

Kazuki começou a dar pulos de alegria e socou o ar. Kagami correu para pegar a bola e voltou-se para a garota sorrindo. Enquanto observava seus pulos, o jogador segurou a camisa e limpou o suor que se acumulara ao redor de sua boca.

Fazia meses que Kazuki estava tentando melhorar sua precisão nos arremessos de três longos. No começo ela conseguia fazer apenas um por jogo, mas agora ela já conseguia acertar três com uma precisão tão assustadora que lembrava muito o shooter da Geração dos Milagres, Midorima Shintarou.

Kagami se aproximou driblando a bola e, assim que estava próximo o suficiente, ergueu a mão e pousou a mão na cabeça da garota saltitante. Ela parou imediatamente de dar pulinhos e se encolheu olhando confusa para o ruivo.

—Você vai dar trabalho para nossos adversários na Winter Cup. – ele disse abrindo um sorriso para a garota.

Kazuki corou forte nas bochechas e desviou os olhos para o chão.

—Nem tanto. – ela riu. – Você é muito exagerado, Kagami-kun.

A expressão do ruivo se tornou séria, mas antes que ele pudesse falar algo mais, a garota precipitou-se rapidamente para ele e roubou a bola de sua mão sem que ele tivesse chance de sequer processar o que tinha acontecido. Ela parou alguns passos do jogador e fitou a esfera laranja que tinha entre as mãos.

—Sou boa, mas não tanto quanto você, o Kuroko-kun ou o Kazu-nii. Ainda está longe de eu virar uma dor de cabeça.

Kagami estalou a língua e caminhou até onde ela estava. Antes que ela pudesse se virar, o braço do camisa dez alcançou a bola contornando-a por trás, mas ao invés de dar um tapa na bola para roubá-la, ele apenas pousou a mão sobre a esfera laranja. Kazuki piscou atônita diante do gesto de Kagami e virou o rosto lentamente para fita-lo. Ela percebeu um leve rubor em suas faces, mas sua expressão estava séria.

—Baka. – ele disse. – Você é talentosa sim.

Ele fez uma pressão na bola como se tentasse tirá-la das mãos de Kazuki, e isso fez com que a menina girasse o pescoço para olhar para a bola rapidamente. Assim que ela se virou, Kagami tirou a mão da bola e deu um leve tapa na testa de Kazuki.

—Ei! – ela protestou sem conseguir segurar o riso.

O jogador riu baixo e seguiu para o banco para pegar seus pertences.

—Já está ficando tarde. É melhor a gente ir. – ao terminar de dizer a frase, ele jogou a mochila sobre as costas e girou nos calcanhares.

Kazuki ainda estava parada segurando a bola, e a olhava com um ar melancólico profundo. Isso fez com que o ruivo se sentisse extremamente desconfortável, e sua mochila pareceu pesar uma tonelada ao invés de apenas alguns quilos.

Depois de pedir ajuda para Kuroko, ele ficara uma noite toda remoendo se devia mesmo comprar uma bola para ela. Depois de muito rolar de um lado para o outro na cama relembrando do rostinho triste de Kazuki, ele finalmente decidiu que precisava, que queria fazer aquilo. Portanto, no dia seguinte, logo depois do treino, ele correu até o centro da cidade e entrou na melhor loja de artigos esportivos que conhecia. Passou alguns minutos ponderando se a menina se sentiria incomodada se fosse uma bola profissional ou se ela se sentiria mais confortável se fosse uma bola regular e mais barata. No final das contas, Kagami acabou comprando a melhor que encontrou na loja. Ele estava ciente que não estava querendo compra-la nem nada, e queria que fosse um presente de altíssima qualidade.

E agora o presente de Kazuki se encontrava escondido na mochila que ele jogara sobre os ombros. Trouxera-a em segredo pois ainda travava uma luta interna se deveria ou não presenteá-la. Tinha medo do que ela iria induzir daquele gesto e não tinha a menor ideia de como iria reagir. Porém, no fundo, Kagami sabia que seu maior medo era que a garota desconfiasse de seus sentimentos para com ela, já que não qualquer um que te presenteia com uma bola de basquete profissional. Ele não saberia o que fazer caso a garota perguntasse indiretamente, ou pior, diretamente. Kazuki era de uma espontaneidade anormal, e ele sabia que a chance de ela soltar alguma coisa que o colocasse contra a parede era muito alta.

Porém, mesmo com todos aqueles receios, a expressão tristonha da menina ao olhar para a esfera laranja entre suas mãos foi o que faltava para convencê-lo de uma vez por todas que ele daria a bola de basquete nova a ela.

Kagami franziu a testa e se abaixou para pegar a mochila de Kazuki. Jogou-a sobre o outro o ombro e caminhou até a menina que ainda se encontrava na mesma posição. Não parou quando cruzou com ela, apenas fez um leve aceno com a cabeça e disse:

—Vamos.

Ela levantou a cabeça piscando os olhos de forma perdida, mas assim que viu o ruivo carregando ambas as mochilas, entendeu e correu atrás dele. Quando finalmente alcançou-o, puxou energeticamente a alça de sua mochila para que ele a soltasse.

—Oi! – ele protestou puxando de volta.

—Kagami-kun! – ralhou Kazuki. – Me dá a mochila! Não é normal um amigo carregar a mochila para outro!

O ruivo demorou alguns segundos para processar o que a garota dissera, mas assim que entendeu, corou até a raiz dos cabelos. Por mais que Kazuki se vestisse sempre como um garoto, ele não conseguia vê-la como um desde que descobrira sobre seu disfarce. Ele tomava cuidado com o nome que usava para se dirigir a ela em público, mas quando estavam só os dois, ou acompanhados de Kuroko, ele se sentia melhor chamando-a pelo nome verdadeiro. E Kagami também a tratava com uma menina, como estava fazendo naquele momento.

—Desculpe... – ele murmurou ainda corado e entregando a mochila para a garota.

Ela estava apreensiva quando encaixou o braço na alça e voltou a driblar a bola. Os dois começaram a andar, o silêncio começando a se adensar de forma desconfortável. Quando Kagami sentiu que deveria dizer algo para quebrara a atmosfera, a garota bocejou e espreguiçou o braço livre demoradamente.

—Uah! Que sono. – ela declarou piscando com os olhos entreabertos. – Tsc! E eu ainda tenho que cozinhar quando chegar em casa. Esqueci de comprar mais comida congelada ontem quando fui no supermercado. Que saco!

O ruivo olhou para a amiga com um ar confuso.

—Você não gosta de cozinhar?

—Não. – respondeu ela. – Eu tenho preguiça porque não sei cozinhar direito. Além disso, todos os pratos que minha avó me ensinou são muito complicados de fazer.

O ruivo automaticamente desviou os olhos para o chão quando uma súbita ideia lhe ocorreu. Hesitou alguns instantes, mas a necessidade de criar uma situação agradável para entregar o presente falou mais alto.

—Hmmm. – ele soltou inclinando o pescoço para o lado tentando parecer alguém que não quer nada. – Que tal eu te ensinar uns pratos rápidos? Aí você não precisa viver de comida congelada.

Kazuki virou o pescoço tão rapidamente que Kagami jurou que a menina ia ter um torcicolo.

—Tá falando sério? – ela perguntou com as sobrancelhas arqueadas de surpresa.

—Claro que sim. – ele grunhiu. – Eu lá tenho cara de quem brinca quando o assunto é comida?

Pegando-o de supresa, Kazuki soltou uma risada alta e extremamente agradável aos ouvidos do ruivo.

—Você realmente não brinca com comida. Nunca vi alguém comer tanto quanto você!

Por mais que estivesse acostumado aos comentários em relação ao seu apetite insaciável, a fala de Kazuki trouxe um leve rubor ao seu rosto. O que aquela menina tinha que o deixava tão nervoso?

Os dois seguiram conversando sobre cozinhar e morar sozinho até chegarem ao prédio onde a garota morava. Cumprimentaram o porteiram e subiram. Chegando ao apartamento, Kazuki correu para cozinha para conferir quais ingredientes ela tinha disponíveis.

—Kagami-kun, espera só um pouquinho. Eu preciso ver se tem alguma coisa aqui que dê pra usar. – ela berrou antes de enfiar a cara dentro da geladeira e começar a remexer seu conteúdo.

—Sem problema. – o ruivo respondeu olhando em volta.

Era um apartamento bem menor do que o dele. A sala de estar estava unida com a sala de TV, porém a mesa de refeições era extremamente pequena, cabendo no máximo três pessoas. Havia um sofá surrado de cor bege em frente à uma TV também pequena que estava pousada sobre uma cômoda comprida e baixa cheia de porta-retratos e enfeites. Um pequeno corredor levava aos outros cômodos da casa, que não eram mais do que três. A cozinha ficava praticamente anexada à sala, já que uma enorme abertura na parede permitia uma visão parcial da mesma. Uma bancada havia sido montada na parte inferior na abertura, lembrando um parapeito de uma janela muito grande. De onde estava, Kagami podia ver no canto direito da cozinha uma porta que provavelmente dava na área de serviço.

O olhar escarlate de Kagami vagou mais uma vez pela sala e pousou com mais atenção sobre os porta-retratos dispostos ao lado da televisão. Havia um em específico, o maior de todos. Nele haviam quatro pessoas, e duas claramente eram Kazuki e Kazuko quando pequenos. Não deviam ter mais do que quatro anos na fotografia. Ambos estavam sentados no colo de dois adultos, Kazuki no colo do homem, e Kazuko no colo da mulher. Esta tinha os cabelos negros longos e repicados, com várias camadas meio rebeldes, mas que ficavam elegantes ao emoldurar seu rosto. Seus olhos eram de um verde muito profundo e gentil, a pele morena cor café-com-leite. O homem que carregava Kazuki era magro e tinha um semblante simpático e energético. Sorria mostrando todos os dentes, o cabelo curto espetado cor chocolate combinava com sua pele morena levemente mais clara que a da mulher ao seu lado.

Ele correu os olhos alternando entre os rostos, e a conclusão óbvia é que eles formavam uma família muito feliz e harmoniosa.

Nesse instante, um par de pés titubeou no assoalho, mas não se virou. Kazuki andou até parar ao seu lado,o cabelo levemente bagunçado e com um ar afobado. Seus olhos heterocromáticos estavam fixos no rosto de Kagami, e ela se perguntava o que estava absorvendo sua atenção daquela forma. A garota seguiu seu olhar e finalmente descobriu o que prendia a atenção do camisa dez.

—São seus pais? – perguntou Kagami ao perceber que ela identificara o centro de sua atenção.

—Sim. – ela respondeu assentindo com um sorriso leve brincando em seus lábios.

O jogador mais alto deu dois passos na direção da cômoda para observar a foto melhor.

—Vocês são bem parecidos com sua mãe.

—Pois é... Minha avó sempre diz isso. – ela olhava o retrato com os olhos brilhando e seu semblante estava tomado pela nostalgia. Porém, subitamente, o sentimento foi cortado e ela arregalou os olhos. – Droga, esqueci de olhar as bebidas!

Ela voltou correndo para a cozinha e abriu a geladeira mais uma vez. De onde estava, Kagami perguntou elevando a voz:

—Onde seus pais moram? Estão em Osaka com seu irmão?

Kazuki deixou alguma coisa cair, mas pelo barulho o ruivo presumiu que não fosse nada grave. Ela se levantou praguejando e massageando a mão para responder à pergunta do amigo:

—Olha, onde quer que eles estejam morando, eu espero que seja um lugar bem legal.

Os olhos vermelhos de Kagami se arregalaram com a resposta inesperada e ele girou nos calcanhares para encarar a garota de frente. Ela acabara de entrar na sala novamente com dois refrigerantes de 1,5 litros aninhados nos braços. Percebendo o olhar chocado do camisa dez, Kazuki sorriu de leve e se aproximou novamente depois de colocar as garrafas sobre a mesa.

—Eles já faleceram. Foi num acidente de carro. Eu e Kazuko não tínhamos mais que cinco anos.

A única coisa que Kagami conseguiu fazer de imediato foi guardar silêncio. Logo depois, uma imensa necessidade de falar algo fez com que dissesse:

—Kazuki...Eu... Sinto muito...

A menina tornou a sorrir, mas de forma claramente triste. Seus olhos, um verde e o outro negro, fitaram os rostos da fotografia de uma forma doce e melancólica.

—Está tudo bem, Kagami-kun. Já faz mais de dez anos. Eu não me lembro muito bem deles então não é como se eu realmente sentisse falta.

Enquanto o ruivo ouvia e assimilava a frase, seus olhos escarlates perplexos automaticamente buscaram o rosto da menina. Kazuki podia ter dito aquilo, e parecia plausível pela pouca idade que tinham quando os pais faleceram, mas Kagami sabia que era mentira.

A tristeza e a dor nos olhos brilhantes da garota denunciaram tudo.

E foi só naquele momento que o ruivo teve noção da verdadeira dimensão da solidão que a garota sentia.

Tinha perdido os pais quando pequena. Vivia com os avós, que por melhores pessoas que fossem, não durariam muito tempo naquele mundo. Pelo pouco que ela contara, aparentemente nenhum dos outros parentes eram próximos o suficiente para serem realmente relevantes para a garota.

O único que sobrara era o irmão, que se encontrava naquele estado crítico e desesperador, e que precisaria muito mais dela do que ela dele. E pra coroar, com apenas quinze anos, Kazuki inventara de fazer a maior loucura de sua vida para realizar o sonho de Kazuko: levar o nome do garoto até o topo dos campeonatos de basquete do Ensino Médio.

Agora tudo fazia sentido para Kagami. Era por isso que ela tinha concordado com um plano tão insano. Para os gêmeos Murakami, eles só tinham um ao outro.

Ao conluir esse pensamento, uma agonia tomou conta do peito do adolescente. Sentiu uma vontade enorme de correr até Kazuki e abraça-la com força, mostrar para ela que ele também estaria ali para tudo que ela precisasse. Porém a única coisa que conseguiu fazer foi permanecer parado enquanto a menina se virava para ir buscar os copos.

Quando ele ouviu o tilintar de vidro contra vidro, Kagami pareceu despertar de um transe. Ele girou e caminhou até a garota.

—Vamos. Vou fazer você virar uma digna chef de pratos rápidos. – e dizendo isso pousou a mão na cabeça de Kazuki e bagunçou seu cabelo.

—Kagami-kun! – ela exclamou ao ser pega de surpresa, mas ela estava claramente com vontade de rir pelo seu tom de voz.

Animada, a menina seguiu o ruivo para a cozinha. Chegando lá, ambos olharam para os ingredientes espalhados pela bancada curta. Kagami analisou-os de forma pensativa por um instante, e depois começou a selecioná-los com mais cuidado. Ele separou duas latas de molho de tomate, um pacote de carne moída, dois pacotes de macarrão, queijo, uma cebola, 4 dentes de alho, manteiga e creme de leite.

—O que você vai fazer? – perguntou a menina olhando de forma curiosa para a escolha dos ingredientes.

—Vou te ensinar a fazer espaguete à bolonhesa. É bom que vou usar os ingredientes mais simples. Vai ser bem rápido e vai ser fácil para você aprender.

Habilmente, o ruivo separou os ingredientes na bancada de forma organizada enquanto Kazuki guardava o resto. Ela correu para ajuda-lo a encontrar os apetrechos de cozinha, separando facas, colheres, potes e panelas. Primeiramente, Kagami dedicou-se a amassar o alho enquanto a garota o observava com atenção exacerbada. Ela ficou encantada com os movimentos hábeis do camisa dez, as mãos que pareciam grandes demais para todos os apetrechos de Kazuki faziam tudo com extrema naturalidade e rapidez.

—Pode ir cortando a cebola para mim? – pediu o ruivo ainda prestando atenção no que fazia.

A garota assentiu e correu para lavar as mãos. Assim que voltou para a bancada, descascou a cebola com um pouco de dificuldade, partiu-a ao meio e começou a cortar. Demorou alguns segundos para que Kagami começasse a prestar atenção no que ela estava fazendo, e assim que o fez, estendeu instintivamente as mãos e arrancou a faca da mão da menina.

—Kazuki! – ele exclamou. – Sabia que desse jeito você tem uma chance maior de cortar os dedos? Além disso, a fatia fica muito grossa assim, e você não consegue espalhar o sabor na massa.

A garota piscou atônita para o ruivo e depois olhou para a cebola que começara a ser picada sobre a tábua. O jogador mais alto suspirou e se aproximou da garota.

—Olha. É assim que se faz.

Ele cortou um quarto da cebola com a faca deslizando para cima e para baixo numa velocidade constante e um ritmo harmônico.

—Oh, suge! Você realmente tem muito jeito na cozinha, Kagami-kun! – ela assobiou com as sobrancelhas arqueadas.

Mesmo estando acostumado a esse tipo de comentário, foi impossível impedir o ardor subir por seu rosto. Ele continuou concentrado no movimento da faca rezando para que a garota não visse nada.

—Toma. – ele disse finalmente estendendo a faca para menina.

Ela se encolheu diante do gesto. Não sabia se conseguiria cortar com tanta perfeição quanto Kagami. Hesitante, Kazuki segurou o cabo e voltou a se posicionar de frente para a tábua. Com muito cuidado, ela posicionou a faca como vira Kagami fazer e desceu a faca vagarosamente. Tentando memorizar e reproduzir os movimentos do ruivo, a garota acabou compenetrada demais na tarefa, e nem percebeu quando levou a mão ao rosto para esfregar os olhos quando um incômodo começou a embaçar sua visão. Automaticamente, o incômodo dobrou, crescendo para uma ardência insuportável. Kazuki largou bruscamente a faca sobre a banca e enterrou o rosto no braço.

—Ai! Isso arde!

Kagami, que dedicava-se a abrir as latas de molho e preparar a carne moída para ser refogada parou imediatamente de fazer o que estava fazendo e avançou para a garota.

—Oooi, baka! Não se coloca a mão no rosto enquanto se corta cebolas! – ele exclamou tentando segurá-la.

Ela se debatia muito por causa da ardência, e esfregava com força o rosto na manga da camisa que usava. Sem perceber o que estava ao seu redor, Kazuki fez um movimento brusco do braço e acertou em cheio o olho esquerdo de Kagami. E, é claro, o ruivo imediatamente cobriu o olho com as mãos, esquecendo-se que também cortara a cebola há pouco. A ardência tomou conta quase instantaneamente de seu olho e ele seguiu o exemplo de Kazuki esfregando-o no braço.

—Argh! – ele grunhiu.

Com o olho direito levemente aberto, ele pôde ver que o rosto da menina estava levemente vermelho, assim como os olhos que ela piscava rapidamente expulsando torrentes e torrentes de lágrimas. Não demorou muito para que o olho esquerdo de Kagami também começasse a lacrimejar.

Foi nesse momento que ambos se deram conta do ridículo da situação.

—Caramba, Kazuki! - ele protestou tentando segurar o riso – Você me fez chorar também!

O som da risada da garota encheu a cozinha, o ruivo acompanhou-a. Depois de rirem muito da burrada coletiva, os dois correram para a pia e dividiram o jorro d'água para lavar os olhos vermelhos.

—Nunca mais... me deixe cortar a cebola. – arfou Kazuki quando finalmente sentiu os olhos livres do ardor.

O ruivo se recostou na bancada e riu mais uma vez.

—Parece que eu vou ter muito trabalho para te transformar numa digna cozinheira.

A garota amarrou a cara para o amigo e resmungou baixinho:

—Eu vou aprender, tá?

O jogador revirou os olhos e estendeu o braço para dar um leve tapa na testa de Kazuki.

—Baka. Vai sim. – ele virou-se novamente para a bancada e pegou o pano de prato jogando-o sobre o ombro. – Vamos continuar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que estão achando? Gostaram? Opinem, critiquem, comentem!

Beijinhos e até já o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Para que não se sinta sozinha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.