Broken Strings. escrita por Natty Lightwood


Capítulo 15
Capitulo - 14 Segredos.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, aqui estou com mais uma atualização! Desculpe-me pela a demora! Boa leitura e obrigadoooooooooooooo pelo o carinho.



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Você se importaria se eu ainda te amasse?
Você se importaria se as coisas não durassem?
Você se importaria se eu me agarrasse em você
Para eu não entrar em colapso?

Usher - Crash - Daniel Josefson (Acoustic Cover)

 

Pov Felicity Smoak.

Inspirei fundo olhando pelo vidro fumê do carro, enquanto o Bratva renegado dirigia cuidadosamente pela avenida, as vezes ele olhava pelo retrovisor, e trocava olhares com Oliver, ambas comunicações silenciosas, apenas com o olhar, de assassino para assassino, ou chefe a empregado, não sabia ao certo como decifrar aqueles olhares profundos. Mais uma vez respirei pausadamente, observando o vidro embaçar a minha frente, ergui o dedo e escrevi, amor criminoso.

— Não somos tão criminosos.... – sorriu Xavier sem me encarar, engoli em seco e apaguei com o punho fechado o que acabei de escrever no vidro. – Bandidos dentro da lei, soa mais divertido, usamos a justiça a nosso favor, amora. – deu de ombros dando um trago em seu cigarro que estava quase no fim. Observei em silencio, enquanto ele deixava o cigarro sobre os lábios e desviava de alguns carros a frente, virando à direita, por uma rua vazia e silenciosa.

Não soltei uma palavra, desde que entramos naquele carro, Oliver ficou em silencio, com seus pensamentos tão distantes, que fez meu estomago retorcer e todo o meu corpo encolher. Uma tensão lasciva se instalou, e eu queria do fundo do coração poder ler seus pensamentos naquele momento.

— Quando chegarmos, não se assuste. – mais uma vez Xavier se mostrou presente, ainda sem me encarar. – Digamos que nossos amigos, não sejam muito receptivos com nova companhia. – disse com desdém voltando a dobrar mais uma esquina qualquer e jogando o cigarro pela janela, soltando a última lufada de fumaça, quis tossir mais me contive. – Mas como você é a mulher do chefe, creio que nada irá lhe acontecer. – sorriu.

Direcionei finalmente meu olhar para Oliver, que fitava o nada, com os dedos alisando sua barba rala, na altura do queixo, ao longo desses dias, eu pude gravar seus movimentos, quando sua preocupação se alastra, Oliver franze o cenho e solta palavrões baixos com olhar azul profundo, se estiver calmo, seu olhar é sereno, suas palavras são medidas, mas quando está um pouco ferido por dentro ele se distancia de tudo e de todos, ficando em silencio, como agora. Minhas mãos coçam umas nas outras para toca-lo, fazer carinho em sua barba, inclinar meu corpo sobre si, e finalmente subir em seu colo, sentindo suas mãos grandes e ásperas me despedir lentamente, mas isso estava longe de acontecer.

— Oliver. – chamei tão baixo que talvez não tenha chegado aos seus ouvidos. – Oliver... – catei sua mão perdida sobre o colo, mas ele permaneceu distante, com olhar vazio, expressão cansada.

Notei o quão estávamos distantes um do outro, o assento de três, mas parecia de cinco lugares. Divertidamente Xavier voltou a dobrar outra esquina, de maneira exagerada, fazendo-me ir de encontro com Oliver involuntariamente, meu corpo foi jogado de maneira bruta, que fez meu coração falhar uma batida, ao pensar em ter a testa cortada por um corte profundo assim que eu batesse de encontro com o vidro do lado de Oliver. Porem suas mãos e seu reflexo rápidos, me seguraram de maneira calorosa pelos os ombros, foi macio como seda, ofeguei e observei o quanto eu já estava sobre ele.

— De nada. – sussurrou Xavier com uma risada, como se tivesse acabado de me dar coragem ou me fazer um grande favor, revirei os olhos, soltando o ar pesadamente.

— Felicity. – foi tudo que Oliver disse, mas não entendi a expressão, se foi de aviso, alerta ou de carinho, mas se fosse a última opção eu ficaria mais feliz. Segui seus olhos, enquanto seus olhos estavam fixos, na altura dos meus seios, onde continha um decote v. Corei, e mantive um sorriso discreto, enquanto Oliver apenas umedeceu os lábios, me posicionado ao seu lado com cuidado. Choraminguei internamente, por não ter atenção desejada. – Tenha mais cuidado. – advertiu baixo.

— Tenha cuidado. – repeti irritada. – Como se fosse fácil. – grunhi cruzando os braços sobre o peito de maneira dramática. – Para onde diabos estamos indo? – a pergunta saiu firme direcionada ao motorista renegado que apenas sorriu e apontou a sua frente. – Estou enjoada, de tanto rodar, rodar, e não chegar a lugar nenhum. – gemi a contra gosto, lançando um olhar bruto para Oliver que não se opôs a nada. Ao inferno!

— Amora, acabamos de chegar. – avisou-me Xavier fazendo-me fuzila-lo com olhar, que droga de nome era aquele?

O carro parou e o mesmo digitou uma senha, em um painel que apareceu na parede ao seu lado, o grande portão começou a deslizar para o lado, e assim o Bratva fumante seguiu o caminho a frente, entramos em outra mansão, essa era mais moderna, com um jardim perfeito e enorme, ao longo do percurso acreditei está no meio de um bosque, de tão bela as arvores ficavam a beirada da estrada de pedras que se seguia sem fim até a entrada da enorme mansão. Enfim o carro estacionou, Xavier desligou o moto e saiu do carro com graciosidade, como se tivesse acabado de chegar a uma grande festa de gala, onde haveria vários paparazzi, para capturar fotos suas, com a mesma delicadeza Oliver saiu do carro, ajeitando suas vestias, soltando o ar, e estendendo a mão para mim, como apoio, ou como se eu fosse mesmo uma bonequinha de porcelana que a qualquer momento fosse quebrar. Por ser tão cavalheiro, assenti pegando sua mão para enfim sair do carro.

— Dom, milyy dom – gemeu sorrindo em russo Xavier indicando a enorme mansão a nossa frente. Sorri torto, ao observa-lo se referir a casa como; lar, doce lar.

— Ya nadeyus', chto u vas yest' nekotoryye dovol'no krepkiy napitok. – suspirou Oliver pesadamente ao meu lado, fitando a mansão com desdém, não era muito para saber que ele falava em bebida, precisando de algo muito forte.

— Vodca russa, nunca falha Capitão. – deu de ombros Xavier subindo os degraus com uma pequena corrida, observei mais um pouco a entrada, as janelas eram enormes, com cortinas cor de vinho por trás do vidro, voltei o olhar para a enorme porta de madeira escura, com um empurrão, Xavier adentrou sem pressa, dando-nos espaço para também entrar, um arrepio percorreu meu corpo quando a porta foi fechada com estrondo assim que nos colocamos adentro, como se informasse a chegada de alguém, como a nossa.  

Oliver suspirou mais uma vez, e começou a caminhar com passos objetivos, as mãos despojadas pelas laterais do seu corpo, que por Deus! Olhando assim, é mesmo a visão do paraíso, bumbum volumoso dentro de um jeans apertado, ombros largos, corpo muito malhado que o deixa bastante... gostoso. Oliver cruzou um corredor e virou à esquerda, tive que acelerar os passos para acompanha-lo, Xavier parecia um encosto atrás de mim, sua presença era estranha e me fazia arrepiar, ainda pude escutar um Amora, ao descer as escadas de algum tipo de porão, até entrar, fiz uma careta para ele sobre meu ombro, mas ele já puxava outro cigarro do bolso. Adentrando ao local, o lugar estava escuro, apenas uma luz ao fundo, onde continha alguns homens, treinando ou fazendo outro tipo de coisa. Respirei profundamente, sentindo um cheiro misturado, como de metal e mofo logo sendo misturada a fumaça de cigarro que atravessou meu campo de visão, assim que Xavier passou por mim e piscou descaradamente. Franzi o cenho incrédula para ele, será que não tinha medo de flertar com a companheira de foda do seu capitão?

— Pequena. – chamou minha atenção Oliver ignorando Xavier. – Ele é um idiota. – acenou com a cabeça de maneira lenta ficando a minha frente, senti suas mãos deslizarem para baixo em busca das minhas. – Estou aqui, eles não irão fazer nada contra você. – afirmou baixo, com sua respiração quente tocando minha face.

— Não estou com medo.... Apenas curiosa. – admiti querendo realmente saber o que realmente estava prestes acontecer, nesse lugar, e com a minha vida. Eu apenas sentia o caminho ficando cada vez mais perigoso. Um círculo de fogo que se fechava entorno de nós.

Oliver inclinou seu tronco para frente, descendo os lábios sobre os meus, deixando um beijo suave, mordiscando antes de se afastar, mesmo sendo um simples gesto, me fez prender a respiração. Querendo apenas um quarto para me afundar em seus braços largos e quentes. Umedeci meus lábios, com meus olhos fixos aos seus, ele se afastou.

— Amora.... – chamou Xavier de maneira irritante. Queria uma faca nesse momento, eu iria fazer esse cretino em pedacinhos em questão de segundos. Começando pela a maldita língua, se ele me chamasse de amora de novo.

Olhei sobre os ombros de Oliver enquanto um homem alto, de barba rala sobre o maxilar, pele pálida, cabelos negros e olhar azul claro se aproximou com uma carranca, diferente de Xavier, esse era mais sombrio, pela maneira de lançar um olhar nada amigável e interrogativo, se todos eram mafiosos, então esse homem poderia ser um torturador cruel, pensei estremecendo no lugar. Com as mangas dobradas sobre os cotovelos eu pude ver as inúmeras tatuagens que cobriam sua pele até os dedos.

— Esse é meu amigo mafioso, Marcos Luckonw. – apresentou Xavier apontando para o mesmo, que permaneceu fechado. Xavier deu uns tapinhas na costas do mesmo, que apenas mostrou uma carranca sem desviar o olhar.

— Capitão. – foi tudo que Marcos disse com um tom perigoso.

— Vejo que ainda permanece vivo. – disse Oliver com pesar na voz, suspirei e me afastei um pouco do mesmo, que pôs os braços para trás do corpo, com a postura ereta e confiante, Oliver sabia como ser superior a eles nos momentos certos, isso era algo sexy e até mesmo admirável.

— Ainda sim. – respondeu baixo com aceno de desdém.

— Amora...

— Amora é a senhora sua....

— Minha mãe era chamada de cereja. – interrompeu Xavier com uma careta. Bufei encostando a testa no ombro largo de Oliver para pedir forças.

— Desista. – uma voz brincalhona disse atrás de mim, Oliver não deu importância, já eu estremeci. – Xavier não chama as mulheres pelos os seus respectivos nomes, ele dá nomes de frutas. – informa cortando nós e ficando a nossa frente.

O dono da voz é um homem, alto de porte atlético, cabelos negros em liso para o lado, olhos azuis profundos, pele pálida, sem barba, mas com sorriso confiante e muito bonito no rosto, ao flexionar o braço para frente noto um pedacinho da tatuagem Bratva no seu peito, assim como a de Oliver.

— Olá Oliver. – acena com a cabeça ainda com seu sorriso encantador. Vejo Oliver suavizar ao eu lado, com sorriso torto. O que chamou minha atenção.

— Sempre bom te ver Tommy. – afirma Oliver calmante ao meu lado.

— Então essa é Felicity Smoak? Procurada por todos os Bratvas? – brincou me estudando por um momento, balançando sobre seus pés para trás e para frente.

— Não sou procurada. – rebati nervosa. – Estou sob a proteção do Capitão. – indiquei o polegar para Oliver. – Meu pai que está com a corda no pescoço, ou faca, nem sei mais.

— Entendo. – assentiu me estudando por um longo momento. – Bom, sou Thomas Merlyn, mas todos esses cretinos me chamam apenas de Tommy, sem nomes de frutas. – sorriu fazendo Xavier revirar os olhos. – Acho que você conheceu meu amigo Xavier.

— Somos quase íntimos. – piscou Xavier pra mim, fazendo-me franzi o cenho. – Não é amora?

— Xavier. – repreendeu Oliver com a voz grossa e profunda. – Mantenha suas mãos para si mesmo, caso minha mulher perca a paciência, deixarei ela arrancar suas bolas. – rosnou me fazendo sorrir ao seu lado.

— Desculpa, Capitão. – ergueu as mãos em rendição com sorriso malicioso. – Mas ser torturado por uma linda mulher, é um sacrifício que eu preciso correr. – piscou com malicia me fazendo rosnar.

— Bom Felicity, essa é a segunda casa do grandão aqui. – disse Tommy batendo no peito de Oliver com o braço envolta do pescoço do mesmo. – Somos seus protegidos e irmãos.

— Como assim? – eu quis saber.

— Se me permitem? – Tommy olhou para os outros que deram de ombros, permitindo-o a continuar. – Xavier era modelo, seus pais são psicólogos, mas a pergunta é como ele entrou para máfia? E se tornou um mafioso renegado? – sorriu fazendo Xavier acenar com desdém. – Bem. Xavier teve uma namorada, filha de um Bratva muito antigo, a mesma trouxe ele para essa vida, ele gostou incialmente e foi treinado pelo pai dela para ficar sob os comandos da máfia, porem em uma das missões fora do país, sua namorada e o pai dela foram mortos por outra máfia, a Italiana.

— Nossa.... – mordi o lábio olhando para Xavier que por um momento ficou distante, puxando um cigarro do bolso e acendendo o mesmo ao se jogar em uma cadeira vazia, perdido nas lembranças.

— O nome dela era Hanna, morreu muito jovem, pobrezinha. – continuou Tommy com pesar. – Enfim depois disso, Xavier continuou na máfia, mas não foi mais o mesmo, ele matou todos que fizeram isso contra sua amada e seu sogro, com sangues nas mãos, ele era impossível de se controlar na época, fazendo os negócios de Anatoli decair e gerar uma guerra, então antes que uma bala fosse disparada em sua cabeça sobre as ordens de nosso líder russo, Oliver interviu e desde então Xavier serve somente a ele e mais ninguém. – disse olhando de Oliver para Xavier que ainda fumava distante. – Ele pode até ter sido frio um dia, mas hoje ele é um malvado doméstico e que dá nomes de frutas para as mulheres, na noite passada ele transou com uma professora, pelo os gritos da garota e dele, não me surpreendi quando ele chamava ela melão. – Tommy fez uma careta arrancando risadas de todos.

— A garota tinha peitos enormes, por isso eu chamei ela de melão. – Xavier assobiou animado.

— E como o Capitão interviu? – soltei curiosa recebendo um olhar interrogativo de Oliver que me fez encolher os ombros com a pele corando. Eu queria saber o resto da história, e nem pensar porque Xavier me chamava de Amora.

— Anatoli tem muito respeito por Oliver, por causa do seu ato de bravura no passado, então os mafiosos em que Oliver proteger, ele não se importa em deixar vivo, porém não está mais sob os comandos da máfia, mas se nós desobedecermos às regras, morremos do mesmo jeito, com ou sem a proteção do Capitão. – acenou com as mãos em uma explicação mais logica. Notei que Tommy é o único que mais conversa e é realista. – Vivemos uma vida perigosa e dividida.

— Marcos? – indaguei. O mesmo girou um canivete entre os dedos me lançando um olhar frio, seus olhos vazios me fizeram estremecer e quero me estapear por querer me intrometer no seu passado, porem por outro lado, Tommy sorri com divertimento, estralando os dedos a sua frente.

— Marcos é sobrinho distante de Anatoli, filho de um meio irmão do mesmo que morreu alguns anos. – suspirou Tommy sem saber como continuar ou mesmo sem querer conta mais do que aquilo. – Ele matou o melhor amigo de Anatoli no ano passado, por causa de um sistema de segurança.

— Como assim um sistema? – soltei em incrédula.

— Eu criei um vírus de proteção ao sistema russo, e o filho da puta alterou os códigos por brincadeira, então cortei a garganta dele sem nem piscar. – respondeu Marcos entediado ainda girando o canivete nos dedos. Gelei no lugar, com o ar fugindo de mim.

— Você criou o vírus Notx? – arregalei os olhos surpreendida ao me lembrar.

Lembro-me bem, de como Ray ficou impressionado com todos os algoritmos e códigos cruciais do vírus, nem eu mesma que seria a melhor hacker na época fui capaz de passar da barreira e olha que usei todas as cartas na manga. Se Marcos não fosse tão perigoso eu me arriscaria a pedir um autografo e algumas informações de sistema.

— Notx é apenas um de todos que já criei. – deu de ombros jogando e cravando o canivete atrás de Tommy, que apenas bufou para o mesmo sem reações de medo.

— Impressionante. – confessei baixo e admirada. – Então seu tio quis matar você? – engasguei com meu pensamento.

— Não. – Tommy tomou a vez. – Ele foi apenas banido, e como sempre foi nosso amigo, ficou conosco desde então. – Assenti animada internamente em saber que tinha um hacker por perto, com brinquedinhos que talvez pudesse me mostrar. – Oliver podemos conversar?

Oliver fitou o nada interrogativo e por fim assentiu para Tommy.

— Venha. – puxou-me para as escadas. Eu não quis olhar para atrás e ver o que os outros falavam, apenas o segui. – Tommy me espere no escritório. – ordenou por cima do ombro.

Ao chegarmos no andar superior, Oliver abriu uma porta, e nos guiou para dentro, com o silencio sufocando a todos nós naquele momento.

— Oliver...

— Esse foi meu quarto, pode ficar aqui, até que eu resolva algumas coisas com o Tommy. – cortou um pouco duro. – Ninguém irá incomoda-la. – suspirou massageando as têmporas. Tinha algo que estava o incomodando ali.

— Tem algo acontecendo... converse comigo. – pedi. Mas ele desviou voltando-se para a porta sem me encarar.

— Tem algumas coisas sobre mim que você não sabe. – mordeu o lábio segurando a maçaneta. – Coisas sombrias... e que pode nos afetar, não sei... se depois que você souber o que eu fiz, ainda vá sentir amor por mim.

— Então, converse comigo. – pedi mais uma vez na esperança de persuadi-lo a se abrir. Eu não gostava dessa distância entre nós, até agora a pouco, mesmo com todo o perigo, estávamos indo bem, e eu não queria perde aquilo. – Eu tenho vivido no inferno por muito tempo, mas você me salvou e está conseguindo me...

— Não agora. – balançou a cabeça frustrado. – Preciso de um minuto, confie em mim Felicity, é tudo que eu peço, e se depois de você descobrir tudo sobre mim, me querer ainda eu serei seu para sempre. – suspirou. – Fique aqui. – disse distante, saindo e fechando a porta com o estrondo.

Meu coração acabou se partindo, o lugar era frio e escuro, nada naquele quarto me fazia querer ficar ali, e o quanto sombrio o passado de Oliver poderia ser? Ele não me contou nada até agora, sempre minha proteção vinha acima de tudo. Deixando sempre entrelinhas.

Pov Oliver Queen.

Entrei o escritório irritado. Tommy estava analisando alguns papeis com uma carranca no rosto, bebericando seu copo de uísque. Suspirei e me joguei na cadeira à frente da sua mesa. Voltar para essa maldita casa, me trazia todas as lembranças boas e tristes, e isso estava acabando comigo, eu precisava contar tudo para ela, mesmo que no fim das contas ela me visse como um monstro.

— Por que me trouxe aqui? – rosnei tirando minhas luvas. – Sabe que não gosto de voltar para essa casa, sempre nos encontramos no clube.

— O círculo está se fechando. – respondeu direto bebendo o resto do liquido de uma vez só. – Isso vai ser uma guerra do caralho, preciso que fique pronto.

— Não é uma novidade. – sorri com sarcasmo. – Está ferrado é nosso lema, Tommy.

— Sarcasmo não combina com você Ollie. – sorriu ainda sem me encarar. Jamais eu vi ele tão sério, passamos por tantas coisas juntos. Sempre fomos como irmãos, desde a infância. Me mantive em silencio até que ele enfim me olhou nos olhos com uma expressão profunda.

— Sei que...

— Você está repetindo a história. – interrompeu secamente. – Caralho, Oliver pensei que em todos esses anos, você tinha aprendido o sentido, de ferrar e se ferrar. Ela vai destruir você como...

— Meça as palavras, Thomas, eu sou a merda do seu capitão. – rosnei cortando-o e ficando em pé enxergando tudo em vermelho. – Eu sei o que estou fazendo.

— Não aqui. – bateu na mesa ficando em pé. – Mas que porra homem, eu sei que você quer protege-la, eu admiro isso, seus olhos dizem o quanto você está apaixonado por essa mulher, mas pense com a cabeça e não com seu pênis.

— Então não entre no meu caminho. – lati querendo socar em algo ou alguém, aquilo tudo era tão sufocante, as feridas do passado estavam sendo abertas no meu peito.

— Somos irmãos desde o início, e se você está ferrado, nós também estamos. – suspirou contornado a mesa. – Esqueceu que se morrer, todos nós morremos? O Anatoli não suporta nenhum de nós, você morto é questão de tempo para todos nós irmos para a mesma cova, porra.

Respirei fundo, sabendo que o peso que está nas minhas costas por todo esse tempo, fica cada vez mais pesado, e cada minuto que se passa é perca total de tempo. Ferrados era a palavra correta para definir tudo, e quanto mais longe eu ia, mas todos iriam comigo, assim como Felicity.

— Sua garota não pode viver aqui, não no meio de caras loucos, capazes de matar qualquer pessoa, principalmente as inocentes. – afirmou, me atingindo em cheio no peito. Senti meus olhos arderem com as lagrimas que desejavam cair. – Helena se foi da pior forma. – continuou com a expressão cansada. Terminando de acabar com meu coração, lembrar dela, dói e me corrompia por dentro.

— Dez anos Tommy. – gemi com a dor no peito, a mesma dor que senti quando a perdi.  

— Parece que foi ontem. – assentiu pensativo. – Éramos jovens...

— A culpa foi minha, sempre minha. Ela não pertencia a nada disso, e eu a trouxe para meu mundo, e paguei o preço da pior forma. – respirei pesadamente com o buraco no peito.

— Estou do seu lado, mas preciso saber. – limpou a garganta me fitando com a expressão séria. – Você a ama?

— Sim. – balancei a cabeça. – Muito mais do que antes, do que amei Helena.

— Então estamos ao seu lado. – sorriu com compaixão. – Isso quer dizer que vamos está em guerra.

— Sempre estivemos. – suspirei.

Ele assentiu, o telefone começou a tocar ruidosamente no bolso de Tommy, ao puxa-lo atendeu de imediato.

— Merlyn. – fez uma pausa e me encarou com os olhos arregalados. – Sim. Sim. Tudo bem, estamos indo, obrigado.

— O que houve?

— Encontraram o cara. – respondeu olhando através de mim.

— Que cara? – pisquei ainda confuso.

— Liam Smoak.

Puta merda. Serei eu capaz a voltar a enfrentar os demônios do passado, lidar com Felicity após a execução do pai? O que eu poderia fazer? O mundo estava desabando debaixo dos meus pés. E era tudo em questão de tempo, a se tornar mais sombrio e frio. 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo! beijos babes.



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