Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 35
Terceira Fase - Capítulo Onze. Titânide




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Escondido em um dos vários bosques de Lemúria, Leon tinha um ar abalado. Mik, Zinki e Aziel olhavam para ele impacientes e nervosos. Já havia se passado algumas horas desde que fugiram e o poder de Aziel de ocultar seus cosmos impedia que eles pudessem sentir o cosmo do inimigo também.

— Droga Leon, o que vamos fazer? – Perguntou Zinki, que parecia mais assustado que os outros.

— Eu digo para lutarmos – disse Aziel.

— Contra os heróis, os cavaleiros de prata, Perséfone e os deuses que estão protegendo ela? – Disse Mik. – Seria muito fácil, não sei por que não pensamos nisso antes.

— Ao menos morreríamos lutando.

— Leon, diga que tem uma ideia melhor – implorou Zinki. – Por favor.

— Eu tinha. Eu tenho. Mas...

— Mas o que? – Perguntou Aziel.

— A essa altura, tem menos de um por cento de chances de funcionar.

Todos se entreolharam.

— Eu vou – disse Leon de repente. – A Maldição de Gêmeos precisa ser destruída, de qualquer jeito.

— Eu irei com você – disse Aziel. – Você é meu amigo, não vou deixar você sozinho.

Amigo. A palavra reverberou no coração de Leon e, por um tempo, ele apenas contemplou a ideia de ter amigos.

— Não, eu irei sozinho. Vocês devem ficar e encontrar a melhor oportunidade de interferir.

— E como saberemos? – Perguntou Mik.

— Se atenham ao meu plano.

— Que plano? – Perguntou Aziel.

— Tenham fé em Atena.

Era um plano estranho, mas fazia sentido ter menos de um por cento de chance de funcionar. Após as últimas palavras, Leon disparou para fora do bosque e da proteção de Aziel. Ele correu por vários minutos até alcançar uma grande clareira onde um homem loiro, de armadura branca e dourada, o aguardava no centro. Foram rápidos, pensou Leon. Enquanto isso, Mik teletransportou os outros para outra floresta seguindo as coordenadas de Zinki.

— Ele pretende morrer? – Perguntou Zinki.

— Eu não acredito nisso – disse Aziel.

— Leon uma vez disse que precisava de informação – lembrou Mik. – Talvez não precisemos ficar apenas fugindo. Podemos ir à busca de informação também. Acho que deveríamos começar pelo Calabouço de Grenakan e descobrir o que acontece lá.

Grenakan era uma vasta estrutura de pedra circular, afastada da cidade e protegida por uma muralha que já havia desmoronado em várias partes. Plantas cresciam entre cada reentrância. Espionando através de buracos nas pedras, eles viram a mesma coisa que tinham visto antes – no meio do salão circular, duas mulheres trajando armaduras negras concentravam seus cosmos em uma enorme esfera de energia roxa que ululava em cima de um pedestal de mármore talhado. Dessa vez, a terceira garota que tinham visto antes não estava mais lá.

Longe de Grenakan, no Palácio de Perséfone, Hector caminhava com um ar preocupado. Viu entrando no salão em que estava, um homem alto e loiro trajando uma armadura branca e dourada. Leon de Raposa era puxado por um dos braços,  tinha um olho inchado, a armadura parcialmente destruída e vários pequenos sangramentos.

— Aquiles – disse Hector. – Enviaram o mais poderoso de nós para capturar o garoto de bronze?

— Questiona os desígnios de Perséfone, Hector?

— Eu questiono o que eu quiser. Por que tem tanto medo dele?

Aquiles aproximou-se de Hector impetuosamente.

— Alguns dos mais poderosos cavaleiros de Atena já foram cavaleiros de bronze – começou Aquiles. – Foi esse garoto o responsável por toda essa guerra. Se seu desejo for apenas reviver a história, apenas diga, Hector. E eu derrotarei você de novo.

— Isso mesmo. Lutem entre si e se matem, idiotas – intrometeu-se Leon. – Vocês ainda vão ver. Não passam de meros peões.

Aquiles puxou o garoto com força e seguiu seu caminho. Para Hector, por mais que tudo parecesse certo, algo não fazia sentido. Era como se as coisas estivessem acontecendo e ele estivesse de mãos atadas. Ele seguiu Aquiles até que os três se viram em uma sacada que dava para um enorme jardim dentro do Palácio. No outro lado do jardim, erguia-se imponente o pilar branco que sustentava o brilho que emanava o poderoso cosmo da Kamui de Perséfone. No parapeito, ela estava ao lado de seus filhos Sabázio, o Deus Cavaleiro, e Zagreu, o Deus Dragão, e entre eles estava uma jovem garota de cabelos azuis curtos e olhar impassível.

Leon lembrou-se da garota que Aziel e Mik comentaram ter visto no Calabouço de Grenakan. Quando Aquiles, Hector e Leon começaram a se aproximar mais, a visão que tiveram do que havia no pátio os deixou boquiabertos. Centenas de mulheres de aparência angelical, todas trajando armaduras magníficas, multicoloridas e ornamentadas. E mais magnífico ainda eram os cosmos de cada uma delas. Era como se cada uma tivesse o poder de um cavaleiro de ouro.

— Eis a verdadeira arma de Perséfone, peões – escarneceu Leon, rindo para Hector e Aquiles.

Perséfone então colocou uma mão no parapeito da sacada.

— Uma aliança fora forjada – disse ela, sua voz ecoava suave e serena pelo jardim. – Eu e minha irmã Titânide nos unimos contra a tirania de Atena.

Ao ouvir o nome, Leon buscou na memória. A Rainha Sem Nome, Deusa das Fadas e Ninfas, que foi apelidada de Titânide há muito tempo atrás. Mas era impossível que estivesse se envolvendo em uma guerra. A Deusa das Fadas, apesar de poderosa, era um ser pacífico e arredio, assim como suas crias.

— Hoje, seremos nós as responsáveis pelo julgamento final do Santuário de Atena – continuou Perséfone, erguendo sua foice para o alto.

Um cosmo poderoso emanou de sua arma, voou em direção ao céu e explodiu, criando uma nuvem gigantesca. Através da nuvem, todos em Lemúria puderam enxergar imagens. Mesmo Leon demorou um pouco para compreender – eram imagens da Terra. Era possível ver os gigantescos portais do inferno rugindo, cavaleiros de bronze e de aço lutando contra cavaleiros negros. Soldados tentando conter o avanço dos mortos. O mundo estava em guerra.

O Raposa sorriu. Ela é orgulhosa, quer que todos vejam.

O brilho no alto da torre branca ressonou mais forte. A luz disparou contra Titânide e a envolveu. Quando se abrandou, a Deusa das Ninfas estava trajando uma kamui divina, semelhante à de Atena, mas prateada e azul. Era a kamui de Titânide, não de Perséfone!.

— Agora vão! – Ordenou a deusa.

Todas as garotas que ocupavam o pátio começaram a flutuar e distorcer o espaço-tempo até desaparecerem nos céus. Através da nuvem, era possível ver a chegada delas no Santuário. Cada uma que surgia, pintava um pouco de dourado as nuvens negras acima das terras de Atena. Cavaleiros de ouro e bronze, embasbacados, olhavam para o céu. Mesmo Seiya e Shiryu, que ainda enfrentavam Belerofonte e Cadmo respectivamente, pararam para olhar o que estava acontecendo.

O céu se cobrirá de anjos inquisidores. Enganados e traídos, eles julgarão os servos daquela que julga, lembrou Hyoga.

Quando Titânide surgiu nos céus, tudo ficou dourado, e com um movimento de mão, ela varreu o anel de pedra e o gigantesco portal do Santuário como se tirasse um inseto da sua frente, arremessando estilhaços rochosos a vários quilômetros de distância.

Em Lemúria, com todos vendo o que acontecia através da esfera celeste, Perséfone caminhou até Leon, tocou em seu ombro e teletransportou todos os presentes na sacada para frente do Santuário, diante da casa de Áries. Hyoga ficou sem palavras ao ver, surgindo diante de si, todas aquelas pessoas, incluindo Leon.

Através de telepatia, Perséfone começou a falar com todos do Santuário e todos os cavaleiros de Aço, Bronze, Negros e Heróis que ainda lutavam. Era uma demonstração de habilidade telepática singular.

— Vocês não precisam mais lutar – disse. – Venham até mim.

Sua capacidade de teletransporte era ainda mais incrível, pois ela fora capaz de teletransportar todos os cavaleiros de ouro restantes para aquele lugar. Kiki, Hyoga, Shiryu, Seiya, Jabu, Geki, Ikki e Shun, assim como os Heróis Caídos Hector, Aquiles, Cadmo, Belerofonte, Hércules, Édipo e Atalanta. Todos estavam reunidos com Perséfone, Sabázio, Zegreu e Leon.

— Basta de guerra – Continuou Perséfone, direto na mente de todos. – O cavaleiro de Atena responsável por libertar os mortos foi capturado. O filho de Saga de Gêmeos, ansiando por vingança, ameaçou-me com a Adaga de Ouro.

Nesse momento, ela sacou a adaga. Todos ali e todos em Lemúria eram capazes de ver. Zegreu pegou o garoto ferido das mãos de Aquiles e arremessou aos pés dos cavaleiros de ouro. Leon tentou se erguer, mas não conseguiu.

— Atena está recebendo uma punição justa – disse Perséfone. – Esse garoto também receberá, por ter manipulado a todos na tentativa de satisfazer sua vingança. Mas não se preocupem, eu serei a nova senhora do Santuário no lugar de Atena, e prometo manter a paz na Terra.


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