Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 18
Segunda Fase - Capítulo Seis. O Fruto da Morte




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As batalhas no Santuário seguiam ferozes. Atena não era capaz de esconder a preocupação. Hyoga continuava refletindo sobre o avanço inimigo, tentando imaginar o que viria após esse ataque. Enquanto isso, na Ilha da Rainha da Morte, três cavaleiros de bronze – Leon de Raposa, Mik de Orion e Aziel de Erídano – viam-se diante de três Lemurianos vestindo as armaduras Sápuris de Wyvern, Grifo e Garuda, que uma vez pertenceram aos Três Juízes do Inferno.

— Não, – disse Leon – nós não iremos morrer aqui.

— Vocês são meros cavaleiros de bronze, não tem chances contra nós – disse o Lemuriano de cabelos lisos na armadura de Garuda.

— Cavaleiros de bronze? – Disse Leon. – Não, não. Você entendeu tudo errado. Não é conosco que vocês deveriam se preocupar.

Os três homens paralisam, pois o cosmo que vinha em direção a eles era terrível, amedrontador, era como o brilho de uma agulha dourada banhada em peçonha, veloz e surpreendente como o bote de uma cobra.

— Era um chamariz. Distraiu-nos para que ele pudesse vir – constatou o Lemuriano dos longos cabelos na armadura de Grifo. – Ichi de Peixes está vindo!

Ichi então surgiu caminhando na beira daquele terreno plano.

— Águas Venenosas! – Gritou Ichi sem pestanejar.

Surgiu em pleno ar, atrás de Ichi, águas roxas que se acumularam e tomaram forma de várias serpentes gigantes unidas por um único corpo. Todas atacaram ao mesmo tempo. Os cavaleiros de bronze se afastaram, pois mesmo o cheiro daquelas águas era mortalmente ácido. O golpe explodiu contra os três Lemurianos, mas todos já podiam sentir que seus cosmos haviam sumido. Era o teletransporte lemuriano.

O cheiro ácido era estonteante e começou a dar enjoos nos cavaleiros de bronze.

— Hora perfeita para o Santuário enviar cavaleiros – disse Ichi.

— O Santuário não nos enviou – disse Mik, recuperando-se do enjoo. – Viemos por conta própria. Precisamos ir ao Santuário, há uma crise acontecendo.

— Não precisamos ter pressa, afinal, estamos em outro país – disse Ichi relaxando com as mãos atrás da cabeça.

— Distância não será um problema – sorriu Mik.

Enquanto isso, no Santuário, Atena se levantou.

— Já chega, não vou ficar aqui apenas olhando meus cavaleiros se matarem enquanto tenho o poder para acabar com isso. É totalmente irracional.

— Atena, por favor, não – tentou Hyoga em vão.

Subitamente, o cosmo de Atena preencheu o Santuário. Era um cosmo gigantesco, mas inofensivo. Era como a ira de uma mãe, que apesar de implacável, ainda mantinha sua ternura. Uma coluna de luz se ergueu do seu quarto e todos os cavaleiros puderam vê-la. Alguns dentro do Santuário até se ajoelharam. Quando Hyoga conseguiu olhar Atena diretamente, ela já vestia sua sagrada armadura Kamui, que emanava uma aura de luz. Em um punho o seu inseparável cetro de Nike e no outro o Escudo da Esperança. Atena iniciou sua marcha, caminhando em direção ao Salão do Mestre. Hyoga se preparou para implorar mais uma vez para que Atena não fosse pessoalmente à luta, mas foi interrompido por Kiki, que falou em sua mente através da telepatia.

— O senhor não irá acreditar – disse Kiki.

— Eu sei, eu vi o cosmo de Atena.

— Não é isso – respondeu Kiki. – O cosmo de Atena apenas abafou outro evento. Aqui, na frente do templo de Áries, o lemuriano de Orion e dois companheiros de bronze trouxeram Ichi. E você não vai acreditar nas informações que eles têm.

— Os garotos que sumiram dos seus postos? – Perguntou Hyoga. – Mande Ichi subir aqui imediatamente.

— Os cavaleiros de bronze estão solicitando a presença deles também.

— Negativo – disse Hyoga de maneira firme. – Só cavaleiros de ouro são permitidos aqui.

— Eles disseram que é importante.

Enquanto isso, Atena adentrou o Salão do Mestre através dos tecidos atrás do trono. Ela viu Ban e Sorento, ambos já feridos do combate.

— Já chega, Ban de Capricórnio – disse Atena, com sua suave e pacifica voz. – Você está sendo manipulado. Um cavaleiro de ouro não pode se deixar manipular.

Ban então começou uma gargalhada. Atena se aproximou dele. Ban a fitou com seus olhos possuídos pelas trevas e deu um passo em direção a ela, mas Sorento, em sua brilhante armadura, se colocou entre os dois.

— Não, Sorento – disse Atena, tirando-o do caminho.

Ban continuava rindo.

— Atena, você não tem ideia de quem está sendo manipulado.

De volta no Quarto de Atena. Hyoga ainda discutia com Kiki.

— Eu já disse que...

— Eles sabem o plano do inimigo! – Exclamou Kiki.

Hyoga então se calou.

— Hyoga, eles estão me dizendo que você não deve deixar Atena se aproximar dos inimigos! – Disse Kiki de maneira quase desesperada.

O cavaleiro de Aquário paralisou por um segundo.

— Hyoga! Você está me entendendo?!

O cavaleiro de Aquário disparou em direção ao Salão do Mestre.

Curiosa era a maneira como funcionavam os poderes que guardavam o Santuário de seus inimigos. Shiryu era responsável por eles, alimentava-os com seu cosmo, e com isso, essas barreiras impediam, por exemplo, que inimigos se teletransportassem da primeira casa direto para o Salão do Mestre ou para o Quarto de Atena. Porém, sempre existirão meios para que a corrupção invada o Santuário, ele pode entrar, por exemplo, na simples e singela forma de uma fruta guardada no estômago.

Quando Hyoga adentrou o Salão do Mestre, o que ele viu foi nada menos que a consumação da corrupção. Ban de Capricórnio, tomado por um cosmo pútrido, com sua boca aberta, sendo esticado, retorcido, puxado. Atena paralisada pelo mesmo cosmo, que se transferia de Ban para Atena na forma de uma simples romã, que saia da boca do cavaleiro de Capricórnio e adentrava a deusa pela mesma via.

Ao mesmo tempo, em todos os outros combates, Nachi também se retorcia, Jabu também estava sendo ferido pelo cosmo terrível, assim como Geki. Seus adversários não podiam acreditar no que viam; Jabu e os outros estavam sendo libertados do controle inimigo, mas ao mesmo tempo, sofriam ferimentos mortais causados pela expulsão do cosmo corruptor.

O fim do controle derrubou Ban no chão, ferido, consumido como algo que pudesse ser simplesmente jogado fora após a utilização. Atena caiu no chão, sentido a dor e o asco de ter sido profanada por aquele fruto infernal. Hyoga correu até ela, mas era tarde. A deusa desapareceu como se sua existência estivesse sendo lentamente apagada. Por um momento, as mãos de ambos quase se tocaram pela última vez.

— Onde ela foi? – Perguntou Sorento, anestesiado pelo que vira.

A rainha da guerra justa irá saborear a amarga fruta da morte, e será tragada pela escuridão eterna — Lembrou Hyoga.

Kiki voltou a se comunicar com o cavaleiro de Aquário.

— O que aconteceu? – Perguntou. – Porque não sinto mais o cosmo de Atena?

Não apenas Kiki, mas também todos os cavaleiros e moradores do Santuário sentiram o vazio deixado pela deusa.


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