Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 17
Segunda Fase - Episódio Cinco. A Face das Três Sombras




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Vários anos se passaram desde a última batalha entre Atena e Poseidon, causada pelo demônio de Atena, o cavaleiro Kanon de Gêmeos. Como resultado, o deus dos mares fora aprisionado novamente em uma ânfora, seus generais foram eliminados e seu verdadeiro exército nunca teve a oportunidade de renascer em sua plenitude. Poseidon, apenas em forma de cosmo, retornou para o corpo de Julian Solo com o único objetivo de ajudar os cavaleiros de Atena na luta contra Hades. E a única testemunha do ocorrido foi o último General Marina sobrevivente, Sorento de Siren.

Após aquela última revelação, Sorento percebera que Julian jamais voltaria a ser o hospedeiro da alma imortal do seu mestre Poseidon, então, decidiu partir com o objetivo de manter vivo o último desejo do deus dos mares: ajudar Atena a defender a humanidade. Sorento encontrou-se pessoalmente com Atena e, agindo como um soldado secreto da deusa, provou inúmeras vezes o seu valor. Quando estava prestes a honrá-lo e introduzi-lo entre seus cavaleiros, algo que mudaria totalmente a perspectiva das coisas aconteceu: Sorento mostrou-se capaz de ler o futuro nas estrelas.

 Como Atena poderia colocar no cargo de Mestre do Santuário um homem que já lutara contra os seus mais notáveis cavaleiros? Justamente um cargo com um histórico tão grave de traição? Atena sabia que Sorento jamais seria aceito, a não ser que ele mostrasse seu valor aos seus cavaleiros antes de ter sua identidade revelada. E assim, durante anos, Atena escondeu a identidade do antigo General Marina por trás da máscara roxa e do capacete vermelho.

E agora, Sorento tinha uma oportunidade.

Um turbilhão de chamas irrompeu no Salão do Mestre, envolvendo o Patriarca. Quando o turbilhão desapareceu, do seu centro, partes do manto incinerado de Sorento voaram pelo ar. Ele próprio, porém, estava intacto, pois seu corpo estava revestido pela poderosa armadura de prata de Altar. Seu brilho era como o de ouro branco e seus entalhes bem desenhados e complexos faziam dela uma das mais belas armaduras.

— Não pode ser...

— Esse nível de poder jamais me derrotará – disse Sorento.

— Derrotar? – Começou Ban. – É claro que não.

— Do que você está falando?

— Eu quero brincar com você. Testar minhas magias.

O Patriarca fitou Ban com desconfiança. Havia algo errado, mas nada podia explicar o que seria.

— Vamos começar? – Disse o mago de Atena, movendo suas mãos como se pudesse transmutar o cosmo com elas. – Erga-se das pedras, ó lorde das rochas, golem invencível. Gigante das Montanhas!

O chão se rasgou e se revirou. Sorento saltou para trás, dando espaço para aquele estranho movimento. As rochas se dobram e desdobram, até começarem a tomar forma. Um humanoide gigante, feito de pedra, simplesmente brotou do chão em meio a estalos e gemidos. Ele golpeou Sorento com seu punho de rochas deformadas, que saltou para o lado sem esforço. O local do golpe explodiu em rochas e detritos. Mas então, apenas uma nota ecoou da flauta prateada de Sorento, e o monstro ajoelhou-se como se fosse golpeado em todo corpo ao mesmo tempo, fazendo várias rochas se desprenderem dele.

— Você acha mesmo que pode ganhar de um cavaleiro de ouro? – Perguntou Ban.

— Que pergunta tola. Quando você ainda era um cavaleiro de bronze, eu já era um General Marina, Ban de Capricórnio.

Mais uma nota aguda ecoou da flauta e o Golem se despedaçou como se golpeado por um poderoso pulso sonoro.

No Quarto de Atena, a cada explosão no Salão do Mestre, a deusa agarrava com mais força o trono em que estava sentada.

— Hyoga, chega, por favor. Isso tem que acabar. Deixe-me ir até lá, eu tenho poder para acabar com isso – disse Saori.

— Eu não posso permitir, – respondeu Hyoga. – seja quem for o Patriarca, ele parece estar conseguindo segurar Ban.

— Eu não estou falando do Mestre do Santuário, estou falando de todo o Santuário – disse Atena com um olhar sério.

Hyoga começou a pensar sobre o assunto. De fato, talvez Atena já tivesse adquirido poder suficiente para ajudar e desequilibrar a balança estratégica do inimigo.

Enquanto Hyoga pensava e a batalha no Salão do Mestre tinha prosseguimento, Mik de Orion, Aziel de Erídano e Leon de Raposa corriam em grande velocidade para fora do Santuário.

— O que foi aquilo?! – Perguntou Mik enquanto corria.

— Golpeei o chão para chamar a atenção, – respondeu Leon. – Assim, alguém irá tomar o nosso posto e não deixaremos pontos fracos no Santuário.

— E por que estamos correndo?

— Estamos correndo para, caso queiram nos rastrear, eles irão até o local mais distante possível até perder nosso rastro. Agora, preciso que nos teletransporte para a Ilha da Rainha da Morte. Encontraremos Ichi e o traremos para cá. Ele será a nossa cartada contra o plano do inimigo.

— Você está falando sério?

— Sim! Agora!

Mik então toca Aziel e Leon e, em um piscar de olhos, os três estavam no calor escaldante da Ilha da Rainha da Morte. Leon notou que aquilo não era normal. Até o vulcão da ilha parecia estar estranho. De maneira repentina, os três sentiram um cosmo terrível no lugar. Na verdade, não era apenas um, mas sim quatro cosmos. Um deles, Aziel reconheceu como sendo o cosmo do cavaleiro de Ichi.

— Venham! – Gritou Aziel, correndo em direção ao local de onde vinha o cosmo do cavaleiro de Peixes.

Eles correram até chegar à beira de uma escarpa, de lá, eles podiam ver Ichi, imóvel sobre uma rocha no meio do mar.

— Ele está... – Começou Mik.

— Não se mova! – Disse Leon. – Caímos em uma armadilha.

— Do que você está falando? – Perguntou Mik.

— Há um cosmo sinistro cercando o local, Ichi está paralisado, mas não por que quer. Porém, o cosmo não está agindo sobre ele. É algum truque. Alguém... Alguém deve tê-lo ameaçado.

— Como alguém ameaçaria um cavaleiro de ouro? Você está maluco? – Disse Mik.

— Não... Alguém pode ter ameaçado os moradores da ilha!

— Como você sabe disso?

— Droga, como você faz perguntas! Eu sei por que esse é o plano do inimigo, imobilizar os cavaleiros de ouro! E a única maneira de parar Ichi seria com reféns.

— Não se preocupe – disse Aziel. Sempre que ele falava, os outros dois tomavam um susto. – Estamos seguros, nossos cosmos estão ocultos por mim. É uma das minhas habilidades. Eu posso fazer nossos cosmos se esconderem no fino véu que nos separa do mundo dos mortos.

Mik e Leon começaram a olhar Aziel com certa estranheza.

— Eu fiz isso antes de nos teletransportarmos, pois não sabia o que iríamos encontrar.

— Perfeito! – Sorriu Leon. – Então vamos descobrir quem está fazendo isso.

Eles dispararam em direção à fonte do cosmo maligno. O lugar era muito próximo do vulcão, exatamente onde o calor era mais insuportável. Lá, no alto de um pequeno terreno plano ao lado do vulcão, eles viram três pessoas vestindo mantos negros e máscaras prateadas.

— São meus mestres – disse Aziel.

— Então são seguros? – Perguntou Leon.

— Nem pensar – respondeu Aziel, surpreendendo a todos. – Nunca vimos as suas faces. Eles inicialmente eram bons mestres, mas com o tempo se revelaram torturadores sádicos.

— Bom, não importa. Eles são a fonte, e eu, bom, eu sou o plano – disse Leon com um sorriso afiado e malicioso.

No centro daquele pequeno planalto, ao lado do vulcão, os três mascarados estavam de frente um para o outro, conjurando mantras que evocavam a força que cobria a ilha. Mas então, eles sentiram um cosmo crescendo em um lado daquele pequeno terreno plano. Era um garoto vestindo uma armadura de bronze com um capacete em forma de focinho de raposa.

— Olá – disse Leon.

Com a atenção voltada para o cavaleiro de bronze, nenhuma das três pessoas de capuz pôde ver a aproximação de Mik e Aziel, nem mesmo sentir seus cosmos e sua presença, que estavam escondidas pela habilidade de Aziel.

— Chamas da Morte! – Gritou o cavaleiro de Erídano e, de seu braço enfaixado, várias chamas brancas e azuis ascenderam, e quando ele golpeou, elas dispararam contra os inimigos com uma força terrível.

— Flecha Estelar! – Gritou Mik, seu golpe era feito com os dois braços à frente, que disparavam uma rajada de brilhos destruidores na forma de uma gigantesca seta ardente.

Os dois golpes acertaram os três inimigos em cheio. Os mantos se rasgam e queimam com o impacto. Os três homens se defenderam como puderam. Mik, Leon e Aziel ficam então pasmos com o que viram.

Um deles tinha um cabelo longo e de cor roxa, o cabelo ficava preso na altura do meio das costas. O segundo tinha os cabelos arrepiados e curtos de cor azul clara. O terceiro tinha cabelos lisos e longos, presos na altura da nuca e de cor verde claro. Mas de todas as suas características, havia uma que era igual em todos eles: os pares de pintas na testa.

— Lemurianos! – Afirmou Leon.

— Vocês acham isso surpreendente? – Perguntou o de cabelos arrepiados.

Subitamente, rajadas de vento negro começam a circular os corpos dos três inimigos. Ninguém poderia imaginar o que estava por vir. Uma força triste e fria rondou o lugar. Uma energia morta, carregada de cosmo negativo que só era familiar a Aziel. Quando o vento negro que veio como um mensageiro infernal os abandonou, os três inimigos estavam trajados com as Sápuris de Grifo, Wyvern e Garuda. Os cavaleiros de Atena ficaram boquiabertos.

— Não pode ser – disse Leon, pois nem mesmo ele poderia prever aquilo.

— O que significa isso? Hades voltou? – Questionou Mik. – Não, mas eles são Lemurianos, não pode ser!

— Agora, preparem-se para morrer! – Disse o cavaleiro de Wyvern, dando um passo à frente.


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