Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 19
Segunda Fase - Capítulo Sete. Um Vazio no Santuário




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A chuva finalmente começou a cair no Santuário, seguida por um imponente trovão. Sorento estava ajoelhado ao lado de Ban, usando uma de suas habilidades para curá-lo. Shun de Virgem então apareceu carregando Nachi nos braços, e em seguida, Shido e Bado também surgiram tendo de carregar juntos o gigantesco Geki pelos braços.

A aparência deles era horrível. Era como se cada gota do seu sangue tivesse sido sugada. Eles pareciam mais magros, subnutridos e com hematomas roxos por todo o corpo. A sensação de Hyoga vendo aquilo, assim como o de todo o Santuário após o desaparecimento de Atena, era como o de estar anestesiado, com o corpo formigando. Era como o zumbido no ouvido após a explosão de uma bomba.

O mundo dos cavaleiros girava lento, vazio e sem sentido, como se o propósito de todas as suas vidas tivesse os abandonado. Em uma das entradas do Santuário, uma região íngreme e montanhosa, Seiya foi recebido por dois soldados, que ficaram espantados ao vê-lo carregando o desfalecido Jabu. A amazona de bronze Liyan de Coelho estava por perto, e logo se pôs a ajudar com seus poderes curativos.

Diante da casa de Áries, Mik, Aziel e Leon viram Seiya se aproximar. Kiki, que estava à sombra do seu grandioso Templo, se aproximou do cavaleiro de Sagitário, mas não teve coragem de falar nada, pois ele parecia terrivelmente abatido.

— Ei! – Disse o cavaleiro de Raposa para Seiya. – Nós queremos entrar. Não pode nos ajudar?

Seiya permaneceu cabisbaixo e silencioso, seguindo sozinho rumo ao Salão do Mestre. Leon ficou irritado com a falta de educação e se aproximou de Seiya.

— Ei! Você está surdo?! – Perguntou Leon.

Mas então, Kiki bloqueou a passagem do cavaleiro de bronze.

— Deixe-o.

— Sério? – Perguntou Leon. – Bastou não ter me escutado uma vez e Atena desapareceu, vai arriscar não me escutar de novo?

— Mais importante que a vitória, é o aprendizado – respondeu Kiki.

— E, por acaso, você poderia me dizer qual o aprendizado aqui além de escute o Raposa ou você vai se dar mal? – Escarneceu Leon, evidentemente fora de controle.

Mik e Aziel ficaram preocupados, pois ainda não tinham visto Leon reagir a algo dessa maneira. Era evidente que perder Atena havia afetado a ele tanto quanto os outros, ou até mais, o que era compreensível, afinal, por poucos minutos ele quase conseguira conter os planos do inimigo.

— Paciência – respondeu Kiki. – Esse é o aprendizado.

Algum tempo depois, Hyoga, Shiryu, Seiya e Shun estavam reunidos no Salão do Mestre com o próprio Patriarca, que estava sentando em seu trono, recuperando as energias.

— Sorento – disse Shun incrédulo. – Você é...

— Sim – respondeu. – Cavaleiro de prata de Altar e Mestre do Santuário.

Não era um bom momento para ter sua identidade revelada, e Hyoga percebera tudo.

— Atena confiava nele – disse Hyoga antes que qualquer ideia de traição passasse pela cabeça dos cavaleiros ali presentes. – Ele lutou com parcimônia, administrou com sabedoria os cidadãos e foi um bom conselheiro por todos esses anos. Sua lealdade está mais do que provada.

— Jabu, Nachi, Geki e Ban estão recebendo ajuda – começou Sorento. – Aparentemente aquela fruta não sugou apenas seus cosmos e suas forças, mas também quase os matou. Creio que, se não fossem cavaleiros de ouro bem treinados, teriam morrido.

— Eu os deixarei sob sua responsabilidade Grande Mestre. Quanto a vocês três, – disse o cavaleiro de Aquário referindo-se a Shun, Shiryu e Seiya – nós vamos atrás de Atena.

— O que aconteceu com ela? – Perguntou Seiya adiantando-se. – Onde ela está?

— Me perdoe Seiya, eu cometi um erro – disse Hyoga cabisbaixo. – Não fui capaz de prever que o plano do inimigo era justamente esse; usar os cavaleiros de ouro, não para nos deixar fracos para um ataque massivo, mas sim para burlar as defesas do Santuário e se aproximar o máximo possível de Atena. Quanto a onde ela está, eu tenho uma pista.

— Que pista? Diga-me, onde ela está? – Repetiu Seiya transparecendo uma raiva incomum.

— Acalme-se Seiya – disse Shun. – Nós iremos resgatá-la, assim como sempre fizemos.

— Nas eras mitológicas, – começou Hyoga – a romã era uma fruta usada por Hades para aprisionar pessoas no Inferno, sem que elas estivessem mortas. Como desculpa aos outros dois deuses patriarcas, ele usava um sujo esquema de aceitação, ou seja, a pessoa a ser aprisionada deveria aceitar Hades de bom grado, para isso, aceitando a romã. Foi o que aconteceu aqui hoje.

— Mas Atena não aceitaria algo do tipo – disse Shiryu.

— Por isso é um esquema injusto – respondeu Hyoga. – Atena não aceitou a romã, mas aceitava os cavaleiros que as portavam.

Shiryu então se aproximou de seus amigos e colocou as mãos sobre os ombros de Shun e Hyoga.

— Amigos, – começou o cavaleiro de Libra – em inúmeras situações nós lutamos pelas vidas um do outro. Enfrentamos desafios considerados impossíveis de serem vencidos. Acredito que tenha chegado o momento de fazermos novamente. Precisamos honrar as nossas novas armaduras de ouro e aqueles que vestiram elas antes de nós. Por Camus de Aquário, que por Atena subiu as Doze Casas e enfrentou seus próprios amigos enquanto chorava sangue; pelo meu mestre Dohko de Libra, que viveu por anos entre uma Guerra Santa e outra para honrar a todos com suas habilidades uma última vez; por Shaka de Virgem, que já andou de mãos dadas com Atena pelo Inferno; e por Aiolos de Sagitário, que deu a sua vida para salvar o pequeno bebê que hoje é a Deusa da Guerra. Precisamos erguer nossos cosmos mais uma vez, precisamos alcançar novamente o oitavo sentido e curvar as distâncias entre as estrelas. Enquanto estivermos juntos, nenhuma porta impedirá que levemos a esperança conosco.

Os cosmos de Seiya, Shiryu, Shun e Hyoga cresceram a uma velocidade incrível. Sorento mal podia acreditar naquele poder. Era totalmente diferente do que conhecera nos mares de Poseidon. Os quatro heróis de Atena caminharam juntos para trás do trono de Sorento e começaram a subir as escadas que levavam à estátua da deusa. Sentir aqueles quatro homens subindo as escadarias com aquele cosmo faiscante, trazia a esperança de volta ao Santuário. Leon, Mik, Aziel e Kiki, juntos na primeira das Doze Casas, olharam para o alto, e ao ver a luz da esperança se ascendendo novamente no local mais alto e nobre do Santuário, todos os cavaleiros se encheram de força e orgulho. Kiki então recebeu sua última ordem de Hyoga: Você é agora o General Máximo, cuide do Santuário, mantenha-o limpo para quando trouxermos Atena de volta.

Um raro momento de humor do cavaleiro de Aquário, pensou Kiki. Aparentemente, por mais terrível que estivesse à situação, Hyoga parecia feliz lutando ao lado dos seus amigos. Finalmente os quatro chegaram à frente da grandiosa estátua de Atena.

— Aqui, na frente dessa estátua, – começou Shiryu – nós iniciamos a mais perigosa das nossas jornadas. Pois bem, cavaleiros, amigos, esse é o momento de partirmos mais uma vez.

— Sim, vamos trazer Atena de volta – disse Shun.

Shiryu estendeu o seu punho no centro do grupo, Hyoga, Shun e Seiya o imitaram. Daquele ponto, uma luz branca irrompeu e disparou para o alto, em seguida, vendo o raio branco partir, todos sentiram os cosmos dos quatro heróis viajando juntos, mais uma vez, em direção ao Inferno.

— Droga – disse Leon, chamando a imediata atenção de Kiki. – Eu falei que deveriam me ouvir.

— O que disse? – Perguntou o cavaleiro de Áries.

— Não está vendo? – Perguntou Leon. – Os idiotas estão caindo em mais uma armadilha.


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