The Unspeakable Rule escrita por bmirror


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Me incomoda demais o capítulo cinco ficar com numeração 6. HAHA !! É que o site não tem espaço para o prólogo, ai fica tudo errado, tsc tsc. Bom, como prometido, chegou EL DIA! (Aleluia, eu sei rs)



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Capítulo 5

 

Estou tão animada que mal consigo passar o delineador no olho. Já tive que apagar e refazê-lo pelo menos três vezes. Olho para a foto da modelo que salvei no meu celular para ver se agora está parecido. No final, ele acaba ficando bom.

Me olho no espelho do banheiro e fico muito feliz com o resultado: minha blusa cropped de abacaxis e o shorts novo ficaram ótimos e estão super combinando com o tema da festa. Meu cabelo ficou maravilhoso pela primeira vez na vida e estou muito satisfeita com a maquiagem que fiz (depois de tanto corrigir o delineador, mas enfim). Se tem uma coisa que faz uma festa ficar boa é com certeza ter essa autoestima toda.

Hoje mais cedo eu fui com Sirius tomar um sorvete no lugar que eu mais amo, a Florean Fortescue (eles tem sorvete de chiclete lá. De chiclete!) e passamos uma tarde bem gostosa em casal. Quer dizer, Sirius estava meio quieto, mas acho que é por causa da família dele. Pelo que eu entendi (do pouco que ele me disse enquanto tomava um milk-shake de doce de leite), seus pais esqueceram completamente do aniversário. O que não é tão ruim, porque eles são bem horríveis e não poderiam dizer nada de bom mesmo.

Mas depois ele começou a me contar da moto que ele planeja comprar com a herança do tio que ele vai ganhar quando fizer 18 anos, o que o deixou mais animado. Eu fiz o possível para parecer interessada, mesmo que minha alma quisesse morrer um pouquinho cada vez que ele falava quantas potências tinha sei-lá-o-que. Como ele pode gostar tanto de moto, eu não sei. É tão perigoso!

Quando começou a escurecer, eu disse a Sirius que precisava tomar um banho para ir ao restaurante que tínhamos combinado. Ele concordou e me deixou aqui (na maldita, vulgo, na moto) e combinamos de nos encontrar dentro de duas horas. Eu acenei para ele do batente da porta de entrada mas assim que o vi dobrar a esquina, corri para casa de Lene.

— Ok, você tem 30 minutos do meu tempo, vai – anunciei assim que abri a porta do seu quarto (Nancy, a empregada da casa deles me recebeu como sempre recebia – com um sorriso enorme. Eu tô falando que as pessoas mais velhas me adoram).

Lene estava deitada de calcinhas e uma camiseta do Iron Maiden quando entrei no quarto. Tudo que ela fez foi levantar a cabeça do travesseiro fazer um sinalzinho de paz e deitar a cabeça de novo.

— Marlene McKinnon acho que você não está entendendo o quão pouco tempo nós temos – anunciei, andando até a cama e puxando os pés dela. Ela bufou e se levantou revirando os olhos. Eu a sentei no banquinho em frente à sua penteadeira e já coloquei o babyliss para esquentar.

Enquanto fazia seu cabelo, contei à ela da casa de James. Disse que tinha conhecido a sua mãe e que ela era uma fofa. E que a festa ia ficar linda demais porque eles tinham feito uma decoração maravilhosa. Só no final que acabei soltando que sentei em seu colo sem querer.

Achei que Lene ia achar estranho mas ela me encarou pelo reflexo do espelho e caiu na risada.

Como assim você sentou...ha...ha... em cima dele? – Ela dizia, puxando o ar em meio às risadas. – Deu pra sentir coisas…? Ha...ha

— Pára, não é engraçado – falei, batendo com o babyliss no topo da sua cabeça. Ela parou de rir e soltou um “ai”. – já pensou que ele pode ter se sentido constrangido?

— Ué, e ele ficou? – perguntou.

— Bom...acho que não – ponderei, mas cheguei à conclusão de que ele não tinha demonstrado nada demais. Acho que eu fiz um caso maior do que precisava mesmo.

— Então para de drama e pare de achar que todo mundo pensa em tudo que nem você – ela falou, dando os ombros e cheirando uns perfumes.

Depois disso, fiquei bem mais relaxada. Porque a última coisa que eu quero da vida é constranger James Potter.

Ouço uma batida na porta que me tira completamente do meu devaneio. É Petúnia, gritando com muito mal gosto que Sirius está na porta me esperando.

Respiro fundo e olho meu cabelo mais uma vez no espelho.

Agora sim.

 

 

Sirius deixa muito claro que adora minha aparência. Quando saio pela porta, ele fica boquiaberto e me ataca. Sorrio durante o beijo porque é exatamente essa reação que eu esperava.

Atrasamos uns bons 10 minutos para sair. Quando finalmente nos desgrudamos, Sirius está com a boca toda vermelha e o cabelo despenteado. Provavelmente eu estou igual. Ainda bem que passei meu batom 24h.

Subimos na (arg) maldita, e começo a guiá-lo em direção à casa de James. Claro que não falo para ele o que estou fazendo, mas ele começa a achar estranho quando nos aproximamos do quarteirão dele.

— Por que estamos na rua do Prongs?

Seguro uma risadinha para não dar muito na cara.

— Ah, o negócio é aqui perto mesmo. – Minto. – Mas já que estamos na rua dele, vamos dar uma passada lá. James disse que tem um voucher para sobremesa no restaurante e que podia nos dar. Vira aqui, Si - bato em seu ombro para que ele vire na mesma rua sem saída que estive de manhã. Ele não questiona muito e em poucos segundos estamos estacionando na frente da casa de James.

— Vou que avisá-lo que estamos aqui na frente - digo, pegando o celular do bolso de trás do shorts. Digito rápido “estamos aqui” e envio.

Ele responde quase na mesma hora “Conta até 30 e entra”. Eu não consigo evitar um sorriso e olho para Sirius que está bocejando sem ter a mínima noção do que está acontecendo. Quando chego mentalmente à 30, falo:

— Ele falou para entrarmos e pegarmos. Quer ir comigo ou vou sozinha? – pergunto, sabendo que ele irá comigo. Dessa maneira eu conseguiria disfarçar até o final.

Sirius dá os ombros e aponta com a cabeça para a porta de madeira. Seguro sua mão rezando para que ele não perceba que eu estou praticamente tremendo de ansiedade. Subimos as escadas de pedra e ele abre a porta com aquela naturalidade de só quem é íntimo da família tem.

Tudo está escuro e silencioso. Faço uma anotação mental de parabenizar a todos os envolvidos por conseguirem ficar sem fazer barulho. Eu estou quase tendo um infarto.

— Prongs! – Sirius grita, ao meu lado. Não esperava isso, mas James soube entrar na história muito bem, porque responde lá de fora um “Aqui cara, vem cá”; e Sirius me puxa para a varanda.

Mal pisamos fora da porta de vidro e as luzes se acendem.

— SURPRESA! – gritam, e acabo gritando também. Só não sei se gritei alguma palavra ou soltei um barulho qualquer mesmo. Acho que foi a segunda opção. Alguém solta um canhão de confete e vejo que é Marlene.

Ao meu lado, Sirius está com uma expressão abobalhada. Meio surpreso, meio feliz, meio estático. Os segundos que se passam parecem ser em câmera lenta, talvez porque esperei tanto por isso. As pessoas ao nosso redor batem palmas e gritam alegres.. Ele solta uma risada rouca e me dá um beijo forte. Eu estou rindo também.

Nos separamos porque James, Remus e Peter se jogam nele, beijando seu rosto também. Acho que James até lambeu seu rosto. Me afasto, deixando-os se abraçarem como os irmãos que são.

Com as luzinhas acesas, o lugar parece ter se transformado completamente. Se eu já tinha gostado antes, não tenho nem palavras pra descrever o que sinto agora. Vejo nossos colegas de escola todos arrumados, o que é uma surpresa positiva. Geralmente parecem hordas de zumbis nos corredores de aula. A música está ótima, o primo de James soube exatamente definir o clima. Um dos amigos skatistas de Sirius está até usando uma gravata borboleta. Que fofo.

Perto do bar de pedra que estava vazio de manhã (mas agora ostenta tortillas, nachos e muitas, mas muitas tequilas), usando um sombreiro vermelho, está a mãe de James. Ela parece tão animada quanto os outros convidados, balançando dois chocalhos brilhantes. Por algum motivo, ela é a primeira que quero cumprimentar. Por isso vou até sua direção.

— Lily! – ela abre ainda mais o sorriso quando me vê. – Venha cá, querida, vou te apresentar ao pai de James. Fleamont! Venh...Ah, Flea, pare de comer esses nachos! São para as crianças!

Eu escondo o riso quando um homem alto de óculos e ligeiramente gordo (na verdade, muito parecido com o meu pai. A diferença é a cabeleira bem grisalha e vasta que meu pai já perdeu há tempos) se vira com uma taça de margaritas na mão e outra cheia do que imagino ser nachos.

— Arre, Euphe, pare de me controlar – ele diz, mas dá para perceber que está brincando. Então olha para mim e levanta as sobrancelhas num sorriso que muda seu rosto inteiro. Agora vejo de onde James herdou o sorriso. E também posso ver o que convenceu a Sra. Potter a se casar com ele. Ao contrário dos outros dois que têm olhos castanhos bem fluidos, seus olhos são bem escuros. – A famosa Lily! Que emoção a conhecer finalmente!

— Só tenho a dizer o mesmo! Sirius fala muito de você. Ah, e James também, é claro – sorrio e estico a mão para cumprimenta-lo, mas assim como a esposa, ele a rejeita com um gesto, coloca a taça em cima do balcão e me puxa para um abraço. É confortável igual o da mãe de James. Fico ligeiramente invejosa de ter pais que abraçam tão calorosamente assim. Meus pais são demais, não me levem a mal. Mas não são muito afetuosos.

Assim que nos separamos, Sirius e James aparecem do meu lado. A Sra. Potter o puxa para um abraço apertado que praticamente transborda afeto. Fica muito óbvio para mim que ela o vê como um filho. Fico tão feliz por Sirius poder considerar pelo menos alguém uma mãe que acabo me emocionando só um pouquinho. Só bem pouquinho, veja bem. Mas o suficiente para James me empurrar com o ombro. Eu reviro os olhos e o empurro para longe. Mas ele quase nem se move e ri baixo. Então murmura “fraca” e eu lhe dou um soco no braço bem na hora que Sirius abraça o Sr. Potter. O que é bom, porque aí os progenitores ficam ocupados e não me veem agredindo o filho deles.

— Estávamos só esperando vocês – diz a Sra. Potter, dando um gole da taça quase vazia do marido. – Vamos passar o final de semana na praia.

— Ah, sério? – percebo que fico genuinamente desapontada. Parece que já os conheço há anos.

— Sim, para deixar vocês mais a vontade – completa o pai de James. Então ele se vira para o filho (que é ainda um pouco mais alto que ele), apoia as mãos em seus ombros e o olha sério nos olhos – Jimmy. Juízo. Você é o adulto responsável agora.

Eu seguro uma risada porque imaginar James como o adulto responsável de algum lugar é cômico demais.

A mãe o abraço e puxa Sirius para dar mais um beijo em sua bochecha.

— Vocês dois, hein? Obedeçam a Lily – e então vem e também beija a minha bochecha. Sinto como se pertencesse a um clã ou algo assim. – Você é a anfitriã agora, ok? Qualquer coisa nossos telefones estão na mesinha ao lado da escada. Não hesite em nos ligar por qualquer problema.

— Pode deixar, Sra. Potter – a abraço de volta e depois me viro para dar um abraço no Sr. Potter – Aproveitem o final de semana.

— Nós iremos – diz o Sr. Potter e dá uma piscadela. Então fico extremamente na dúvida se James se parece mais com o pai ou com a mãe. Mas enquanto me pergunto, eles já estão saindo pela mesma porta que entramos há alguns minutos.

Me viro e me deparo com Sirius me encarando. Ele está com uma sobrancelha arqueada e um sorriso torto.

— Então foi você quem planejou tudo, né? – E se aproxima, segura meu rosto com as duas mãos e me beija. Fico muito feliz por ele reconhecer meu trabalho, mas também acho injusto que ele não agradeça aos meninos. Afinal, eles fizeram muito. Então depois de um tempo (um longo tempo, preciso admitir), me separo dele e digo para agradecer à James também, mas ele não está mais lá. Dou os ombros e Sirius estica o braço para pegar uma garrafa de tequila em cima do balcão.

— Opa, não monopolize – falo, pegando um copo de plástico colorido vazio na pilha. Sirius ri e faz uma reverência.

— Claro que não, madame – e coloca uma quantidade bem mais generosa do que eu estou acostumada.

Ah, mas quer saber? Que se dane também. Planejei tanto essa festa que agora tudo que tenho que fazer é aproveitá-la. Bato copo com o de Sirius e viramos rapidamente o conteúdo.

 

 

— Eles estão se dando bem, não é? – Emmeline Vance, uma outra menina que mora na minha rua, fala, apontando para James e Marlene que conversam perto da piscina. Nós somos até que amigas, mas não tão íntimas como eu e Lene. Eu gosto bastante dela, mas quando éramos mais novas ela se mudou para Escócia e só voltou para a Inglaterra no começo desse ano. Ela e as outras que faziam parte do nosso grupo de infância, Dorcas, Alice e Mary, conhecem Sirius de umas festas que fomos juntos, então achei que seria bacana convidá-las também.

Concordo com a cabeça no momento que Marlene joga a cabeça para trás de tanto rir de algo que James falou. Eles sempre se deram cordialmente bem, mas estou animada pelo que isso pode se tornar.

Bebo mais do drinque que está no meu copo. Remus que fez para mim. Não faço a menor ideia do que seja. Mas é bom. Talvez eu deva dar uma parada porque as coisas já não estão mais tão retas.

— Lily, se não der nada certo com eles, eu quero entrar pra essa lista aí – diz Emme, virando o conteúdo do seu copo também. Eu rio e a empurro de leve. – Falando sério. Ele é bonito demais. E que corpo!

Reviro os olhos. James está usando uma bermuda de praia e uma camisa havaiana aberta, o que deixa a mostra muitas coisas. Já vi mais de uma garota virar duas vezes para olhá-lo. Ele parece completamente alheio à essa atenção toda, já que a sua maior preocupação até agora foi quando Peter tentou roubar seu sombreiro, o que resultou em um empurrando o outro para a piscina (no caso James empurrando Peter).

— Estão falando de quê? – Dorcas se aproxima com uma latinha de cerveja na mão. Ela arruma a coroa de flores que alguém colocou na minha cabeça em algum momento (e que faz com que eu me sinta como se estivesse no Coachella ou algo assim).  – É de James e Marlene? Porque eu e as meninas estamos apostando quanto tempo Lene leva para agarrá-lo.

Emme ri e eu termino minha bebida.

— Olha...seus amigos estão de parabéns – ela continua, fingindo aplaudir. Eu rio e procuro meu namorado com o olhar. Ele já está bem alegrinho e por um momento fico preocupada com ele beber muito, mas também não posso dizer que estou muito no controle de mim mesma para pensar demais.  – Esse James, viu. Quem poderia imaginar que por baixo daquela camiseta se escondia o paraíso...

Emme engasga de tanto rir ao meu lado e eu acabo me juntando à ela. Dorcas nunca teve muito papas na língua quando se trata de homem.

— Vocês repararam nesse músculo aqui dele? – ela fala, usando os indicadores para traçar uma linha imaginária que vai descendo do quadril para...bem, para lá embaixo. – Me faz ficar imaginando o que é que tem ali embaixo daquela bermuda...

Antes que eu possa responder, Remus se aproxima de nós com uma jarra do que imagino ser margarita. Eu aproveito a deixa para levantar meu copo vazio em sua direção e fazer uma careta. Ele ri e enche o copo sem ligar que tinha sobrado um pouco da bebida anterior. Depois olha para Emmeline e oferece a Jarra, que a aceita com um sorriso.

— Eu, como o ser responsável que sou, deveria estar impedindo vocês de ficarem bêbadas, e não o contrário – ele diz, com um sorrisinho de lado. Emme o olha e sorri.

— Ah, por favor, todo mundo sabe que você na verdade é um irresponsável enrustido – falo. Ele dá um sorriso como se estivesse pensando em algo para responder, mas sabe que é um pouco verdade.

Alice se aproxima por trás de nós e coloca uma coroa de flores vermelhas na cabeça de Remus. Ele olha para  cima e faz uma carinha ironicamente fofa. Eu aperto sua bochecha e ele ri. Então tira a coroa da cabeça e coloca na de Emme. Quando ele arruma o cabelo dela percebo uma faísca entre os dois. Olho para Dorcas para ver se ela notou, mas ela está preocupada demais flertando com um dos amigos skatistas de Sirius que passava ali perto.

— Vamos dançar? – Emmeline pergunta, com as bochechas rosadas (não sei se da bebida que tomou ou da proximidade de Remus).

— Ah, eu vou procurar Sirius. Por que não vão vocês? – sugiro, dando uma piscada discreta para Remus. Ele finge convenientemente que não viu, mas concorda e vai com Emme até a pista de dança improvisada.

Eu rio internamente. Estou me sentindo a Emma¹ de Jane Austen. Olho para frente para ver meu projeto oficial (vulgo James e Lene), mas eles não estão mais lá. Procuro rapidamente ao meu redor, mas também não os vejo. Então vou atrás de Sirius.

Ele está perto da mesa de DJ, dançando com uma gravata amarrada na cabeça (não faço a menor ideia de quem seja, porque ele não estava usando uma mais cedo). Bebo um pouco da margarita que Remus me deu e vou ao seu encontro.

— Liiiiily – ele grita visivelmente alterado quando me vê. Então segura minha mão e me faz dar uma pirueta. – Lily, Lily, Lily – continua, no meu ouvido quando coloco meus braços ao seu redor. Rio e tento entrar no ritmo da música.

— Chega de tequila pra você – falo, brincando. Cruzo meus braços em seu pescoço, tomando cuidado para não derrubar a bebida que seguro nele.

— Tequila é a melhor invenção da humanidade – e sorri, fechando os olhos.

Dançamos juntos por um tempo, sem seguir muito o ritmo da música. Sirius está com um cheiro forte de álcool e cigarro. Não o vi fumar, mas achei mesmo que ele não fosse conseguir se segurar hoje. Por isso prometi a mim mesma que não ia pegar no pé dele por isso.

— Você viu os dois? – pergunto no seu ouvido, sem ter certeza se ele sabe de quem estou falando. Mas ele revira os olhos, provando que sabe muito bem.

— Quer parar com isso? Você está ficando obcecada – Ele responde, mas no final dá um sorriso. Eu dou os ombros e lhe dou um beijo rápido. Sirius ri e balança a cabeça para afastar o cabelo do olho.

Então ele aperta o meu corpo de uma maneira claramente libidinosa, escorregando a mão pelas minhas costas, o que me faz encará-lo com uma sobrancelha arqueada. Mas ele me devolve o olhar inocentemente. Sei bem o que ele está querendo, mas no momento essa não é a minha prioridade. Abro a boca para falar algo, mas é na mesma hora que alguém me dá uma cotovelada. Eu e Sirius olhamos para o lado e vemos Peter dançando com os braços abertos, profundamente submerso em seus pensamentos de bêbado. Não me contenho e caio na gargalhada. Ele está todo molhado e com um bigode falso colado no rosto. Me separo de Sirius (para seu desgosto, o que ele deixa estampado em seu rosto) e me desvio para escapar de mais um golpe de sua dança.

Marlene aparece ao meu lado com o sombreiro que James estava usando.

— Lene! Ué, cadê o... -  começo, mas ele logo aparece do seu lado com duas latinhas de cerveja. Marlene pega uma e agradece com uma piscadela. Meu coração dá um salto ao ver os dois nesse clima. Finalmente estou conseguindo o que eu queria! Me viro para minha amiga com uma expressão provocativa no rosto – Onde vocês estavam?

Percebo que ela dá uma olhada rápida para o lugar de James antes de me fazer um gesto descontraído com a mão. Faço uma anotação mental de perguntar a ela mais tarde.

— E essa barriga aí de fora, hein? – ela muda de assunto, batendo de leve na parte da minha pele que está exposta. Eu dou uma risada e acaricio o mesmo lugar com uma careta. Os três riem e James engasga com a cerveja que estava bebendo.

— Eu sou uma pessoa muito inteirada nas modas atuais – digo. Lene joga a cabeça para trás de tanto rir.

— Diz a menina que usava a mesma blusa de pijama para ir à escola quando éramos mais nova – ela rebate e eu sorrio, escondendo meu rosto atrás do copo. Balanço o ombro como quem diz “fazer o quê, né”.

De repente começa a tocar uma música conhecidinha de hard rock e Lene pula no lugar. Eu bufo porque essa é uma das músicas preferidas dela e o pior: de Sirius também. Então não aguento mais ouvi-la.

Não é que eu não goste de rock – eu só prefiro coisas mais clássicas. Como Queen e The Beatles. Uma vez Lene e Sirius me arrastaram para um show cover de ACDC e foi a morte mais lenta do mundo. Não faz nada meu estilo. Mas não tem muita coisa a se fazer quando seu namorado e sua melhor amiga gostam das mesmas bandas. Não tem por onde escapar mesmo ( eu já tentei).

Sirius e Marlene começam a imitar a banda e cantam a letra toda da música sem nem parar para respirar. Eles estão tão absortos em balançar o cabelo que nem percebem que o sombreiro de Lene cai no chão violentamente e a gravata que está a na cabeça de Sirius sai voando. Eu finjo que estou dançando mas na verdade vou dando passos para trás. James percebe e me segue rindo. Aponto para o bar e vamos até lá.

Sento num dos banquinho e apoio o rosto na mão. James vira o resto da latinha que segurava e a joga num latão de lixo atrás de nós. Pelo visto ele é outro que também não está mais vendo as coisas no lugar, já que balançou um pouco nos próprios pés antes de apoiar as costas no balcão. Abro a boca para perguntar como as coisas estão indo com Lene quando vejo pelo reflexo do vidro atrás dele um casal se agarrando num canto perto da casa de piscina. É Remus e Emmeline.

— Ah meu Deus! – exclamo, virando-me para ver melhor. James acompanha meu olhar e dá uma risada rouca.

— Finalmente – fala, mais para ele mesmo do que para mim.– Remus não gosta de ninguém há anos.

Me viro para ele surpresa. Ele ajeita os óculos no rosto.

— Sério? – pergunto. Ele concorda com a cabeça – Hum, se eu soubesse disso teria juntado esse casal mais cedo...

James revira os olhos dramaticamente e solta uma risada.

— Você e essa mania de ficar controlando a vida dos outros, né?

— Não posso evitar, é maior do que eu – pisco inocentemente e sorrio. Ele ri e arruma a coroa de flores que estava quase caído do meu cabelo por causa da virada brusca. Quando se estica, vejo algo tipo um adesivo no interior do seu braço. – O que é isso?

Ele parece ligeiramente sem graça por eu ter notado e me sinto mal por não ter me controlado. Não sei o que pode ser, mas deveria ter ficado quieta. São essas malditas margaritas!

— Isso...bom, são...são adesivos de nicotina – responde, por fim. Ele morde a parte interna do lábio, coisa que só faz quando não sabe direito o que dizer.

Eu abro a boca sem querer, surpresa.

— Você parou de fumar? – falo um pouco mais baixo do que gostaria. James concorda timidamente com a cabeça, olhando para o adesivo em seu braço. Isso mexe um pouco comigo porque estou tentando fazer Sirius parar de fumar há quase um ano e ele nem deu sinal de que queria começar a tentar.

Devo ter feito uma expressão muito estranha porque James me encarou de volta movendo os olhos rapidamente pelo meu rosto. Eu desvio o olhar para a pista e encaro Sirius dançando com Marlene. Eles estão completamente alheios ao público ao redor, dando piruetas tão expansivas que as pessoas começam a dar espaço para eles dançarem. Gostaria que ele tivesse o mínimo de consideração por mim e ao menos tentasse parar. Não é só porque eu odeio o cheiro – é para o bem dele também.

James deve ter percebido a minha linha de pensamento porque arrepiou a parte de trás do cabelo com uma mão e com a outra me empurrou de leve.

— Ah, pare de se achar tanto – ele fala alto e eu o encaro com as sobrancelhas levantadas – você tá pensando que eu parei de fumar porque você não gosta? Pff, Evans, se toca. Eu parei de fumar por causa da minha mãe, ok?

Eu sorrio, sabendo lá dentro que isso é só meia verdade. De repente me vem uma sensação...não sei explicar. Algo dentro de mim diz que James é e sempre vai ser um dos melhores amigos que alguém poderia ter.

— Ooown, Jimmy— brinco, mudando de clima. Aperto suas bochechas até a boca dele se contorcer em um biquinho. – Bebê mais lindo da mamãe.

Ele bota a língua para fora e tenta lamber a minha mão. Acho que ele pensou que eu iria ter nojo, mas ele pode lamber o quanto quiser que eu vou continuar apertando seu rosto.

— Se você soubesse onde estava essa mão... – minto – dentro da calça do Padfoot...

ARGH LILY – ele se desvencilha e fica tentando limpar a língua num guardanapo que estava ali em cima. Eu me seguro no banquinho para não cair de tanto rir.

— Tô só te enchendo – falo, quando consigo parar – Fala sério, James, qual é a imagem que você tem de mim, hein...?

Ele ri, ainda limpando a boca desconfiado no ombro.

— Eu sei lá, eu...

Mas de repente ele muda de expressão e fica sério. Ele olha para algum ponto atrás de mim e franze as sobrancelhas. Me viro para olhar também.

Cinco pessoas estão passando pela porta de vidro. Eu não devo ter visto esse grupo mais do que cinco vezes na minha vida toda. Mas eles são bem difíceis de esquecer. Já vi os meninos saírem em confronto físico com metade deles. Não sei bem o que esperar, ainda mais quando James e Sirius estão sob efeito de álcool, então me preocupo.

Porque vindo em minha direção estão Bellatrix, Rodolfo, Lucius, Narcisa e o irmão caçula de Sirius, Regulus.

 


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Notas finais do capítulo

PAN PAN PAN!

(¹ N/A: Emma é um romance da Jane Austen que conta a história de uma menina que fica tentando juntar os amigos em casais. Amo. Meu preferido, leiam!!)