The Unspeakable Rule escrita por bmirror


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

A produção dessa está um pouco lenta, mas acho que ela sempre vai ser meu xodózinho ♥ Por favor, não deixem de comentar o que acharam porque aí eu me inspiro mais rápido e saio correndo para escrever o resto!



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Capítulo 2

É difícil dizer o quanto dessa aula já passou, mas chuto que não deve ter sido nem meia hora. Esse professor é muito bonzinho – sempre finge que não percebeu quando chego atrasada, e nunca confisca os celulares quando eles tocam (mesmo sendo uma norma rigidamente seguida do colégio) -, mas suas aulas são profundamente monótonas.

Desenho qualquer coisa no caderno, e depois rabisco porque não ficou muito bom. Na carteira ao meu lado, Cassie Kadric está apoiando a cabeça na mão e provavelmente vai cair de cara na mesa a qualquer segundo. Na verdade, o resto da classe não está muito diferente. Duas fileiras à frente, Peter está quase roncando em cima de seu casaco. Faço essa aula com ele há um ano e ele sempre finge que não me nota.

Para manter-me acordada, cutuco o cotovelo de Cassie com a ponta da caneta. Ela abre os olhos e se arruma na cadeira, penteando o cabelo com os dedos. Depois me olha com a sobrancelha arqueada. Aproximo minha carteira da dela, para não precisar falar muito alto.

— James me disse que vocês estão ficando sério, é verdade? – pergunto, fazendo uma cara de inocente. Claro que ele não me contou nada, mas quero ouvir da boca dela para saber se eles estão sério mesmo ou não. Acontece que é só ouvir seu nome que ela se empertiga toda na cadeira.

— Ele disse isso? – ela responde, sorrindo e piscando com seus cílios enormes. Minto, concordando com a cabeça. Não me sinto mal por isso, provavelmente estou ajudando um amigo. James sempre enrola com seus casos, e todo o tempo que estive com Sirius, nunca o vi namorar sério. – Bem, é, acho que está ficando sério mesmo.

Eu sorrio, ajeitando a faixa em meu cabelo que teima em deslizar. Olho para os lados para saber se estamos falando muito alto, mas ninguém está olhando de volta.

— Ah, é? – atiço, me aproximando mais – e o que vocês têm conversado?

— Hm, nós não conversamos muito – ela fala, mordendo a unha perfeitamente pintada do dedão. Evito olhar para a minha, que não vê a cor de um esmalte há dias – a coisa é mais...física, entende?

Seguro uma risada, tentando não criar a imagem na minha cabeça. É um pouco desconfortável imaginar um de seus amigos numa...bem, numa relação física. Ainda mais James, que sempre tem o bom senso de agarrar suas conquistas atrás de pilastras, longe dos meus olhos inocentes.

— E vocês estão prontos para levar as coisas para um próximo nível? – pergunto, levantando minhas sobrancelhas. Ela me olha por uns segundos e ri baixo.

— Lily...por que está perguntando isso? Por acaso James falou algo para Sirius...? – ela olha-me preocupada, talvez até ansiosa por uma resposta. – Ele falou algo... para você?

— Não, ele não me disse nada – falo, balançando a cabeça exageradamente – É que tenho andado com garotos por tanto tempo que sinto falta de ouvir esses comentários que as meninas fazem depois de ficar com alguém. Me diz, Cassie, James é um amante gentil?

A risada que ela deixa escapar de surpresa é tão alta que eu tenho que tapar sua boca com a mão para não sermos expulsas da aula. O professor, se percebeu, ignorou, e continua a escrever no quadro algo que ninguém está copiando. Alguns alunos que ainda estão acordados olham para nós, mas esses são poucos, então não me preocupo muito.

— Ok, vou tirar a mão lentamente, ok? – falo, sorrindo – Não grite. Não se exalte. Mas me diga, com detalhes, por favor, o que vocês fazem?

Ela precisa de alguns segundos rindo silenciosamente e mordendo a manga do casaco antes de poder formular uma frase concreta.

— Ah Lily – ela diz, recuperando-se – Eu não sei. Ele é bem carinhoso. Mas, não fale pra ninguém, por favor, às vezes eu acho que não consigo satisfazê-lo.

— Como assim? Satisfazê-lo – abaixo a voz – sexualmente?

Lily! Não! – Cassie diz chocada, um pouco alto demais para o meu gosto, porque o professor acaba escutando e vira-se para nos olhar.

Eu me arrumo na cadeira para fingir que não fomos nós que gritamos, mas não funciona, porque o Sr. Carmell nos olha levemente irritado.

— Disse alguma coisa, Srta. Kadric? – ele pergunta, com a mão ainda na lousa.

— Não, nada importante – Cassie responde, corando agora mais do que nunca.

— Bem, você está atrapalhando a classe – ele diz, mas é uma completa mentira, porque apenas dois alunos perceberam que a aula havia sido interrompida, mas ele não nota (ou simplesmente finge que não). Eu não aguento e tento segurar uma risada, mas acaba fazendo um barulho estranho na garganta. Parece que isso só irritou mais ainda o Sr. Carmell – Será que a Srta e a sua amiga poderiam terminar o assunto lá fora, para eu poder dar continuidade à minha aula?

Preciso segurar ainda mais o riso enquanto levanto envergonhada, junto meus cadernos (que mal foram abertos) e puxo minha mochila debaixo da cadeira lascada de madeira escura. Está aí uma coisa que vai ser assunto na hora do almoço: a primeira bronca que o Prof. Carmell deu em o que deve ter sido sua carreira acadêmica inteira.

Acho bonitinho que ele tenha ficado todo nervoso por ter dado sua primeira bronca (quer dizer, ele está agora revirando o giz na mão e olhando para a janela e para nós rapidamente), mas é meio chato que ele queira ter estreado esse lapso de personalidade bem com a gente.

Eu nunca fui expulsa de uma aula, então não sei direito aonde devo ir.

Quando ouço o professor dizer “Então...estávamos...bem, estávamos...ah, sim! Binômios!”, viro-me para Cassie dando os ombros e falo olhando para o corredor que está completamente vazio:

— E aí? Para onde devemos ir?

Ela coloca a mochila cor-de-rosa nas costas e me encara de volta, piscando os olhões azuis-bebê.

— Não tenho a menor ideia. Nunca matei aula antes. – Responde, varrendo o corredor com os olhos à procura do inspetor, mas tenho certeza que não fica ninguém aqui desde o começo do dia. Se ficasse, Sirius estaria bem encrencado por fugir da classe – Biblioteca, talvez?

Nego rapidamente, fazendo meu cabelo ricochetear no meu rosto e (ai!) acertar o meu olho. Mas finjo que isso não aconteceu.

— Nem pense nisso, lá teremos que ficar em silêncio absoluto, e você ainda tem uma história para contar... – digo, enrolando um cacho de seu cabelo em meus dedos.

— Arg, Evans, esquece isso, vai – ela suspira, ficando vermelha e afastando a cabeça de minhas mãos.

— Vamos lá, Cassie – continuo, balançando-me sobre meus pés infantilmente – você sabe o que eu quero ouvir...

Em vez de responder, ela vira para o outro lado e abaixa rapidamente para o bebedouro. Quando eu reviro os olhos e a encaro com uma sobrancelha arqueada, ela me olha inocente, e dá os ombros.

— Lily Evans matando aula – ouço atrás de mim – taí uma coisa que achei que não iria ver enquanto vivesse.

Olho para trás, reconhecendo a voz antes mesmo de terminar de dar a meia volta.

— James Potter matando aula – digo, tirando algumas mechas de cabelo que ficaram presas no gloss (eu deveria me virar mais devagar) – taí uma coisa que eu achei que iria parar de acontecer no segundo ano.

Ele sorri com apenas um canto da boca (fazendo Cassie engasgar no bebedouro e babar um pouco– infelizmente, porque agora há uma mancha escura na sua blusa azul) e bagunça o meu cabelo com uma mão.

— Nunca, Pequena Lily, nunca!

— Que saco, James – eu brigo, arrumando meu cabelo com o dedo, acertando a linha de divisão. – O que é que você está fazendo aqui de qualquer maneira? Achei que você gostasse de física.

— Blérgh, não sei de onde você tirou isso – ele cruza os braços, fazendo músculos dos braços se destacarem. Cassie começa a tossir do meu lado, e James olha para ela, como se só tivesse notado a presença dela agora.

— Cassie, oi! – Ele diz, ajeitando o cabelo e indo cumprimentá-la. Ele fica um pouco sem jeito, sem saber como fazer isso, mas decide por dar um selinho rápido. Acho bonitinho os dois sem graça e rio um pouco, mas quando eles se viram de novo para mim, finjo que nada aconteceu. – O que vocês estão fazendo aqui fora? Não vá dizer que você está sendo uma má influência para Cassie, Lils.

Reviro os olhos e empurro seu peito de leve.

— Que absurdo James, você sabe que sou um anjinho inocente – digo, piscando os olhos e segurando as mãos perto do rosto. Ele arqueia uma sobrancelha e arruma o óculos no rosto. – E cadê o meu homem? Não vai me dizer que ele está assistindo aula e você não.

James ri e coloca um braço em volta do ombro de Cassie. Ri de verdade, porque começa até a tossir. Fecho a cara porque não gosto quando riem de mim.

— Ah, Evans, que linda – fala, colocando a mão livre na cintura e respirando fundo. – o Padfoot tá dormindo nos sofás do fundo da biblioteca.

— Que saco. Precisava perguntar um negócio para ele – falo, cruzando os braços emburrada. Não preciso perguntar nada, é claro, mas não queria passar a imagem personificada da carência pro melhor amigo do meu namorado.

— Se você quiser, eu posso chamá-lo – Cassie diz, tímida e com o rosto parcialmente vermelho. Estou atribuindo a presença do James tão próximo para isso tenha acontecido. – Eu preciso ir à biblioteca de qualquer jeito, estou devendo uma multa de atraso. Eu vou buscá-lo e volto aqui, pode ser?

— Nossa Cassie, me faria um imenso favor! Enquanto isso, vou conversando com James sobre a festa dele – sorrio, não me contendo e pulando um pouquinho. James solta uma risada nasalada. – Não fale nada para ele! – completo, enquanto ela se afasta de nós com a cabeça abaixada.

Eu olho para os dois lados e puxo James para o armário do zelador ao nosso lado. Não quero ninguém escutando nossa conversa, porque quero que seja completo e absoluto segredo até para os convidados. Ele se aperta no armário pequeno e abaixa um pouco a cabeça, porque é ridiculamente alto. Pst.

— Ótimo. James, o que é que nós temos até agora?

Ele cruza os braços e olha para o teto, fingindo estar pensando.

— Tirando o lugar e os anfitriões? – diz, olhando para a lâmpada no centro do armário apertado. Concordo com a cabeça – bem, nada.

Reviro os olhos e dou um soco em seu braço. Achei que tinha sido forte, mas ele nem pisca.

— James! É sério, precisamos ver essas coisas logo! O aniversário dele é em menos de uma semana!

— Calma Lils! Do que é que você precisa? Faz uma lista e eu arrumo pra você.

O encaro alguns segundos, querendo dizer que eu não ia ser a única a organizar tudo. Mas depois abro minha bolsa e pego um bloquinho. Quem eu estou querendo enganar, eu adoro organizar coisas.

— Ok, precisamos de comida. E bebidas. – falo, escrevendo rapidamente, mas numa letra bem caprichada que é para entender depois.

— Hm, fácil. Pode ser comida mexicana? Nachos, tacos e fajitas? E aí, como bebida, pegamos refrigerante, cerveja, tequila, e peço a maquina de margaritas para minha mãe. – diz, arqueando uma sobrancelha. Levanto os olhos do bloquinho, admirada.

— Uau, Potter. Estou impressionada. – Ele sorri convencido. Escrevo de novo: - Agora, música e convidados. Quantas pessoas cabem na sua casa?

— Hm, acho que umas trezentas, mais ou menos.

Engasgo um pouco e tenho que tossir. Trezentas pessoas? Caramba, acho que não cabe tudo isso nem na minha rua.

— Hm, ok, o que você acha, o pessoal do nosso ano, e o pessoal do time de futebol? – pergunto, limpando a garganta. – Podemos distribuir os convites amanhã, ele me disse que ia matar aula pra ir naquela competição de skates do parque sul.

Todo semestre, um grupo de skatistas se reúne no parque sul, que é pequeno, mas tem uma pista de skate bem grande, para fazer uma pequena competição. Não é muito importante, porque o parque só é conhecido por quem mora aqui na região, mas uma vez a ESPN entrevistou o líder do grupo, então a gente considera isso como uma coisa de verdade. Sirius vai toda vez, mas não porque ele anda de skate (pelo contrário, ele não tem muita coordenação pra essas coisas), porque eles distribuem salgadinhos e cerveja de graça pra plateia.

James concorda com a cabeça, arrepiando o cabelo do pescoço. Não sei como ele consegue fazer isso mesmo todo dobrado no armarinho, mas vai entender.

— Ahn, a música, pode deixar que meu primo é DJ. Eu vou chamá-lo.

— Boa, James, você é demais – falo, sem tirar os olhos do bloquinho; mas sei que ele sorriu (ele adora receber um elogio). – Hum, a decoração? Lanternas de papel, luzes e placas de neon?

— Arg, não, odeio placas de neon. Me deixam com enxaqueca – ele faz uma careta – Faz assim, lanternas de papel, luzinhas de natal, e como vai ser meio mexicano, a gente coloca uma piñata, e ao invés de doces, colocamos camisinhas. – termina, rindo da sua última frase.

Eu ignoro a parte das camisinhas, mas suas ideias são tão boas que eu coloco o bloquinho embaixo do braço e bato palmas bem devagar.

— Estou chocada. Onde você escondeu esses seus poderes? – falo, fingindo uma cara de espanto e colocando a mão no queixo.

Ele ri e bagunça o meu cabelo. Ô mania irritante, que raiva!

— James! Meu – Cabelo – Não! – Resmungo um palavra de cada vez, tentando ajeitar a linha da divisão de novo. – Vamos, estou ficando meio sem ar aqui com você roubando tudo para manter seu corpão imenso em pé.

Ele vai responder algo, mas abro a porta rápido.

E quase bato em Sirius, Remus e Cassie que estavam passando.

Cassie olha de mim para James rapidamente e murcha o riso que estava fazendo. Sirius olha para mim com a sobrancelha arqueada, mas logo balança a cabeça, como se estivesse excluindo a possibilidade de eu estar tendo um caso com James. Remus é o único que olha fixamente para James, e parece que os dois estão conversando pelo olhar, porque ele logo revira os olhos, na mesma hora que James começa a falar:

— Ah, oi Padfoot – ele arrepia o cabelo da nuca de novo. – Lily estava me contando, ham, como Petúnia foi idiota com ela de novo ontem. Pronto Lils, seu namorado tá aí, não preciso mais ouvir seus lamentos – ele bate no meu ombro com um pouco de força, devo acrescentar.

— Ah, é, hm, isso. Poxa, James, achei que você fosse meu amigo— falo, dramaticamente, mas cola, porque Sirius coloca o braço em torno dos meus ombros e fala melosamente: “Ahn, linda, o que aconteceu?”.

Sorrio sozinha e apoio a cabeça em seu peito, fingindo estar chorona, mas fazendo um joinha com a mão atrás das minhas costas. Ouço James rir, e depois fingir que foi uma tossida.

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— Eu acho que isso tá errado – Lene fala, virando o livro que está lendo de ponta cabeça. – Isso é muito velho, Lils, de onde você tirou?

Marlene é minha vizinha desde que temos seis anos. Nós somos amigas desde que eu bati na porta dela quando vi o caminhão de mudança e perguntei se tinha alguma menina pra brincar comigo. Ela estuda em uma escola católica particular, quase do outro lado da cidade, e tem vontade de matar os pais dela por isso. Eles são católicos fervorosos, e acham que lá é o melhor lugar para formação intelectual. Por causa disso, ela tem que acordar uma hora antes e chega uma hora depois que todo mundo, todos os dias. Ás vezes ela acorda tão atrasada que nem passa maquiagem, mas para mim ela nem precisa se enfeitar toda, é linda de qualquer jeito.

— Não sei, era dos meus pais. Eles costumavam dar umas festas de arromba na época deles – falo, rasgando pedaços uniformes de jornais, para fazer a piñata.

— Não acredito que você usou esse adjetivo – diz, revirando os olhões castanhos. – Daqui, deixa eu ver se consigo.

Ela senta de perna cruzada, não se importando se sua calcinha está aparecendo. Deve ser realmente um saco estudar com um uniforme que exija saia. Quer dizer, você tem que ficar sentada de maneira reta, não pode sentar no chão, não pode se descuidar nem um pouco, porque senão...

Ela passa cola no papel maché que fizemos e cola na estrutura de palitinhos. Eu deito com as costas no carpete de madeira, sentindo o cheiro do produto de erva doce que minha mãe passa todos os dias (ela odeia poeira com todas as suas forças).

— Sei lá, Lene, acho que essa ideia do James é meio inacessível.

— Claro que não! É genial, adoro piñatas – ela sorri, concentrando-se na cola. – Ia ser engraçado ver as pessoas esperando doces e encontrar camisinhas.

De repente percebo algo que nunca havia percebido: Marlene tem muitíssimo a ver com James.

Tipo, muito mesmo.

Os dois gostam de esportes, os dois são teimosos, os dois são inteligentes, são engraçados, são...bem, são meus amigos.

— Lene – chamo, inclinando a cabeça para imaginar a cena melhor – O que você acha do James?

— Quem? James, amigo do Sirius? – ela fala, sem tirar os olhos do pincel que passa cola no jornal. – Sei lá, ele é legal, por que?

—Hm, o quão legal? – pergunto, ajeitando o cabelo atrás da orelha. – Legal a ponto de dar uns amassos?

Ela tosse e deixa o pincel apoiado no chão – melecando todo carpete de madeira da minha mãe, devo acrescentar. Depois me encara e arqueia a sobrancelha direita (outra coisa que ela e James têm em comum).

— O que você tá querendo, Evans? Eu tenho namorado, como você bem sabe.

— Tem nada – reviro os olhos. Ela não tem mesmo. Tem só um menino, Edgar Bones, do colégio em frente ao dela. Mas eles só se beijaram umas três vezes no máximo.

— Bom. Ele tem namorada que eu sei.

— De novo, tem nada. Ele só fica com a Cassie de vez em quando, mas acredite, hoje reparei que o relacionamento deles é mais parado que estátua.

É a vez dela revirar os olhos e voltar a passar cola nas tiras de jornal.

— Lily, por Deus, não sei o que deu em você hoje pra falar como se estivesse nos anos 70. – Ela suspira e cola a tira no resto do projeto. – Mas sei lá, vou mentir se disser que nunca reparei como ele é bonito.

Não contenho um grito animado e pulo no meu lugar, quicando em cima dos meus joelhos. Eles vão doer pra caramba mais tarde.

— Ah! Por favor, me deixa arranjar vocês dois na festa do Sirius!

— Nem vem, a festa do Sirius tá muito próxima...e você nem sabe se ele gosta de mim também!

Pulo mais um pouco nos meus joelhos.

— Aaah! Por favor, por favor, por favoooor! – falo, juntando as minhas mãos. – É óbvio que ele também acha você bonita, ele seria idiota se não achasse. E eu sei que idiota ele não é, ele é o mais inteligente dos quatro.

— Lily! - Marlene guincha, rindo alto – Você percebe o que acabou de falar? Você chamou seu namorado de burro!

— Não chamei não – respondo, rindo também – É claro que eu acho que ele poderia estudar mais, mas ele não é o pior de todos...Peter com certeza, esse sim é um idiota!

Rimos alto. Marlene também não gosta de Peter, porque a última vez que saímos todos, fomos jantar numa lanchonete aqui perto da nossa casa. Não sei se ele tentou seduzir ela, ou o que foi aquilo, mas ele pediu um gole do milk shake dela, e assim que terminou, deu um arroto estrondoso. Temos um nojo absurdo desde então (James também se sente assim, embora ele não admita porque ainda é amigo dele).

— Credo. Me arranje para o James, me arranje para o Remus. Mas se você algum dia me arranjar para o Peter, eu nunca, nunca mais falo com você, Lily Evans!

— Ah. Que pena. – finjo decepção – porque você sabe, é claro, que eu só estava usando o James para mascarar sua verdadeira alma gêmea, o Peter, né?

— Lily! Credo! – ela joga o livro em mim, mas erra porque eu deito no chão, rindo alto.

— Ai,ai... Mas falando sério, posso te apresentar pro James, formalmente? – Pergunto, segurando a barriga com as mãos.

Ela se deita ao meu lado e encaramos o lustre antigo no teto.

— Pode ser... Mas você promete que vai continuar minha amiga caso não dê certo?

— Marlene, é claro que sim, né. – reviro os olhos, mesmo ela não vendo. – Você é minha melhor amiga.

Eu viro para olhá-la e ela está mordendo os lábios. Então, chacoalha os braços e as pernas e anuncia:

— Arg, tá bom! Mas você vai ter que me ajudar a escolher uma roupa pra festa do Sirius, ou ele nem vai olhar pra mim!


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