The Unspeakable Rule escrita por bmirror


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

♥ pra vocês



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Capítulo 1

— Estou entediado – Sirius anuncia, jogando os livros na mesa e cruzando os braços atrás da cabeça. Eu olho para ele e ele sorri sem emoção. Peter boceja alto. Remus nem sequer levanta a cabeça do que quer que esteja escrevendo. – Vamos fazer algo mais divertido.

Estamos na casa de Remus, fazendo um trabalho em grupo de Química. A mãe dele já veio nos oferecer bebidas umas três vezes, e Sirius aproveitou todas essas vezes como desculpa para levantar e “ir ajudá-la”. É difícil fazer trabalho com ele, porque parece um cachorrinho, nunca consegue manter foco na mesma coisa por muito tempo. Geralmente isso me diverte, mas particularmente hoje, preciso me concentrar no que estou fazendo e não consigo com ele chamando minha atenção o tempo todo.

— Vamos, Padfoot – Remus diz, ainda submerso em suas anotações – Não quero reprovar em química porque você está entediado.

Sirius bufa irritado e esfrega os olhos com as costas das mãos.

— Por que não podemos copiar as anotações de Prongs? Ele sempre foi bom em química – ele fala choroso. Eu reviro os olhos.

— Porque James está em outro grupo e não podemos ter as mesmas respostas que as deles. – respondo impaciente, prendendo meu cabelo com um lápis. – E de onde você tirou que ele é bom em química? Ele tá sempre precisando de nota.

— Bom, ele vai melhor que eu, pelo menos – ele diz, balançando a cadeira perigosamente para trás. – Vamos fazer uma pausa?

Remus levanta os olhos para mim, como se me pedisse para fazer alguma coisa. Eu dou os ombros e encaro o papel que estou escrevendo anotações. O espaço está quase acabando, mas ainda tenho coisas que quero incluir. Não sou inteligente nem nada, mas de química eu entendo. E no momento, sinto que estou fazendo o trabalho inteiro sozinha – com ajuda de Remus, claro. Isso está me deixando irritada, mas não quero brigar com ninguém hoje.

— Sirius, estamos quase acabando – falo, balançando o papel – Se você se concentrar só um pouquinho...

— Eu estou concentrado, Lily – ele responde, ligeiramente ofendido. Percebo que se continuarmos nesse clima, vamos acabar brigando. – Só estou cansado.

— Tudo bem. Remus, será que podemos continuar amanhã? – pergunto, fechando meu livro.

Ele balança a cabeça sem escolha, e começa a arrumar suas coisas de cima da mesa de vidro. Peter solta um suspiro aliviado e fecha seu caderno (em branco, com exceção de uns desenhos de bonecos de palitinho) dramaticamente.

— Até que enfim. Não aguentava mais – fala, me olhando como se fosse eu a culpada por termos um trabalho. Eu o ignoro. Ele sempre faz isso: me trata como a ruína do grupo deles.

Do meu lado, Sirius parece absorto em analisar as fotos de família de Remus, que estão dispostas em cima de um móvel ao lado da mesa. Ele faz uma cara de concentração maior do que eu vi a tarde toda enquanto estudávamos química. Eu rio, e reparo que ele fica bonitinho com a testa franzida. Ele se vira para mim, sem entender.

— O que foi?

— Nada. – respondo rápido, me levantando, guardando os livros dentro da minha bolsa e a colocando no ombro. – Eu acho que vou indo para casa, então. Se não temos mais nada para fazer.

— Ah – ele faz bico, segurando a alça da bolsa – Fique mais um pouco. Vamos fazer algo legal agora.

— Nós estávamos fazendo algo legal – apelo, sabendo que ele não vai concordar de jeito nenhum. E estou certa, ele revira os olhos e me olha com um sorriso irônico.

É realmente estranho o fato de nós não termos nada em comum, e mesmo assim nos darmos tão bem. Quer dizer, Sirius detesta tudo relacionado ao colégio e eu realmente gosto de estudar.

— Claro, Lily, divertidíssimo.— fala, me puxando para sentar em seu colo. Olho para os lados. Remus não está mais na sala e Peter está mais interessado em algo no seu celular. Fico meio aliviada, tenho um pouco de vergonha de agarrar Sirius na frente de seus amigos. – Então, agora...

Eu o corto, beijando-o. Sinto-o sorrir surpreso, mas dá continuidade e é isso que importa. Sua mão direita sobe por minhas costas e segura meu cabelo. É uma sensação gostosa, ele quase nunca mexe no meu cabelo, e isso faz um arrepio bom subir pela minha coluna. Puxo o cabelo dele— que é impressionantemente sedoso. Ele jura que não faz nada, mas não é possível que um cabelo assim não tenha produto nenhum.

Sua outra mão está subindo minha blusa quando sinto algo tremer em meu bolso. Eu ignoro a princípio, mas depois da oitava vez, fica realmente incômodo.

— Espera um pouco...- digo, me separando sob seus gemidos de protesto.

Noto que seus lábios estão vermelhos. Os meus provavelmente também estão. Puxo o celular do bolso e leio “James” na tela. Arqueio a sobrancelha por um momento antes de atender.

— Alô? – falo confusa, recuperando o ar. Sirius me olha com curiosidade para saber quem é. Faço “James” com os lábios. Ele revira os olhos.

— Oi Lily – James diz, e uma música no fundo chega aos meus ouvidos – Aposto que você está com Sirius. Acertei?

— Na mosca – respondo um pouco impaciente. Quer dizer, ele tinha me ligado (e me atrapalhado) para perguntar se eu estava com o meu namorado?

— Bem, e vocês terminaram a chatice de química? – continua. Não posso ver, mas sei que ele está sorrindo. A música de fundo diminui.

— Não é chatice, James, não comece você também! Mas o que é que você quer? Nós meio que estávamos... fazendo uma coisa – falo, ligeiramente envergonhada. Sirius se mexe desconfortável, ajeitando-se na cadeira.

— Opa! Não quis interromper sua sessão-amasso – ele ri, e ouço uma buzina. Deve estar em seu carro, na rua. – Mas enfim, pede para o Padfoot olhar a porcaria do celular dele? Estou ligando há uma meia hora.

Eu rio, e atraio a atenção de Sirius que olhava atenciosamente para o lustre.

— Tudo bem, eu peço. Mais alguma coisa, meu bom homem? – pergunto, apontando para o celular de Sirius que estava em cima da mesa. Ele olha a tela, sorri inocente e vira o aparelho para mim. “27 ligações perdidas de Prongs”, está escrito. Eu sorrio.

— Não, isso seria tudo, minha dama.

— Tudo bem, então, voltarei para meus afazeres – falo maliciosa, obtendo uma risada rouca do meu namorado.

— Certo...e han, Lils? – ouço, antes que possa desligar.

— Diga.

— Use camisinha, está bem? Não quero ser tio antes da hora e...

— Tchau, James, passar bem – termino a ligação, tentando parecer séria, mas rindo mesmo assim.

—______________________________________________________________________

O meu relógio de pulso apita, mostrando que já são 7pm. Minha mãe vai me matar, porque eu tinha prometido voltar antes das 6pm.

Aperto meu casaco em volta do meu corpo. Não está muito frio, mas com o outono chegando, é comum bater um vento gelado nessa hora. Eu gosto dessa época do ano. Piso numa folha seca no chão e sorrio com o barulho que ela faz ao ser esmagada.

Sirius segura minha mão e põe a outra no bolso da camisa de flanela que está usando, aparentemente indiferente ao frio.

— Já decidiu o que vai fazer no seu aniversário? – pergunto, quebrando o silêncio. Ele revira a mão no bolso, e sei que está apertando um maço de cigarros. Ele acha que eu não sei, mas ele sempre anda com um, e quando não estou olhando, aproveita para fumar.

— Ainda não. Acho que vou só sair com os meninos, como todos os anos – ele fala casualmente, dando os ombros. Tento esconder que me frustrei um pouco por não ter sido incluída nos planos. Ele percebe, e aperta minha mão. – Claro que esse ano eu também tenho você, então nós podemos sair para fazermos algo juntos antes.

Sorrio, chutando uma tampinha de plástico que acaba indo muito mais longe do que eu planejava. A verdade é que ele não sabe que eu e os meninos estamos organizando uma festa surpresa.

James ofereceu sua casa, já que os pais dele são os mais relaxados em relação a festas e simplesmente adoram Sirius. Às vezes acho que se pudessem eles o adotariam. Ele passa mais tempo na casa dos Potter do que na própria casa, de todo jeito. Sem contar que a casa deles é enorme, e tem uma piscina climática – o que se encaixa no que estamos planejando, que é uma festa de piscina noturna. A casa de Remus não é grande o suficiente, e Peter nem ao menos ofereceu a sua (o que é bom, porque não tenho certeza se quero conhecer suas origens).

Sirius aperta o maço em seu bolso novamente.

— Lily, seria tão mais fácil se você não tivesse medo de andar na minha moto – ele fala aleatoriamente, olhando para o fim da rua. Bem, ele está certo, eu morro de medo. Não subo naquela porcaria nem se for obrigada.

— Ah Sirius, não inventa, eu nunca vou andar na sua moto – respondo rindo, apesar de não ter achado graça.

— Poxa, iríamos chegar tão mais rápido em todos os lugares!

— Nós estamos caminhando! É muito mais saudável – argumento, chutando um montinho de folhas para provar meu ponto. Ele sorri e balança a cabeça.

— Arg. Hábitos saudáveis. Quem precisa disso? – ele pergunta, passando o braço pelo meu ombro e me apertando contra seu peito. Eu rio, inalando seu cheiro. Infelizmente, é de cigarros, madeira e couro. Não é uma mistura que eu aprecie muito, mas Sirius faz se tornar (relativamente) agradável.

Ficamos um tempo andando em silêncio, só ouvindo o craque,craque que nossos passos fazem nas folhas. Cantarolo uma música dos Beatles, que está na minha cabeça há um tempão. Something é uma das minhas músicas mais preferidas de todos os tempos. Pensando bem, ela está na minha cabeça quase todos os dias desde os seis anos de idade (foi quando aprendi a colocar um cd no disc-man do meu pai).

Passamos na frente de um parque dos moradores da rua (esses que tem portão e ficam fechados de noite). É o parque que Regulus, o irmão de Sirius, gosta de ficar com os amigos estranhos dele. Nem ele, nem os pais deles gostam de mim. Não sei porque, mas a única (e última) vez que fui na casa dos Black, tudo que eu recebi foi um olhar de desgosto da mãe de Sirius e uma risada de desdém de seu irmão. Pois é, demais para mim.

Eu olho para trás, para ver se Regulus e seus amigos estavam no parque, mas não vejo nada. Considerando que não é muito grande (sério, só tinha espaço para uns quatro bancos e alguns canteiros), com certeza estão em outro lugar.

Conversamos sobre trivialidades quaisquer até chegar na minha casa. O carro de Petunia está na garagem, o que quer dizer que ela voltou mais cedo de sua semana com Vernon. Bufo irritada e reviro os olhos. Subo os dois primeiros degraus da entrada para ficar na altura de Sirius.

— Bom, é aqui que me vou – ele diz, abraçando-me pela cintura. Coloco minhas mãos em volta de seu pescoço.

— Não quer entrar nem um pouquinho? – pergunto, fazendo minha melhor cara de persuasão. Não dá certo, ele ri e aponta com a cabeça para o carro de Tunia.

— Ah, tá bom. Sua irmã iria adorar minha visita, não é mesmo?

Faço bico, mas concordo com ele. Petunia provavelmente teria um chilique (ela detesta Sirius e sempre que ele está em casa, se tranca no quarto). Não estou afim de ouvir reclamações hoje. Balanço a cabeça e beijo-lhe rapidamente.

— Nos vemos amanhã, então. – falo, antes de soltar seus ombros.

— Até amanhã – ele responde, roubando um último beijo e se afastando. Espero ele chegar ao fim da calçada para entrar em casa. Ele acena antes de desaparecer de vista e eu fecho a porta me virando.

Jogo minha bolsa em cima da mesinha que fica no hall de entrada. A fivela bate no tampo e produz um barulho alto, atraindo a atenção da minha mão na cozinha, que me chama.

— Oi mãe, cheguei – falo, olhando no espelho da parede e arrumando meu cabelo despenteado com o vento, antes de ir encontrá-la. Estava esperando levar uma bronca pelo horário que cheguei, mas pelo tom de voz que ela disse meu nome, não parece estar tão brava.

Quando passo pela sala de jantar, noto que temos visita (o que provavelmente é o motivo de mamãe não brigar comigo pelo atraso). O namorado de Tunia está sentado ao lado dela, e papai está sentado na ponta, como sempre faz. A diferença é que está com uma cara entediada.

— Ah, aí está minha princesa – ele fala quando entro e vou cumprimentá-lo com um beijo na bochecha. Petunia revira os olhos, e Vernon me cumprimenta rapidamente com um aceno na cabeça. – Se divertiu hoje?

— Bem, o máximo que dá para se divertir estudando química – respondo, e ele ri genuinamente, fazendo carinho no meu cabelo.

Minha mãe aparece na sala com uma travessa de legumes cozidos e vou ajudá-la a por na mesa. Ela agradece e volta para pegar os outros pratos. Eu me sento ao lado de papai, na minha cadeira de sempre. Ele me encara, como se quisesse dizer o quanto está de saco cheio. Eu sorrio para ele, compreensiva.

— Então, Vernon, como estão as coisas em Cambridge? – ele pergunta, quando mamãe senta-se ao meu lado, e diz para nos servirmos. Espero Petunia encher o prato de cenouras para poder colocar um pouco em meu próprio prato.

— Está ótimo. Sabe, eu estava contando para Tunia agora mesmo, outro dia, enquanto analisava um relatório de uma empresa que estamos realizando serviços... – e então ele começa a falar um monte de coisas que eu prefiro não prestar atenção.

Ao invés disso, começo a imaginar como será a festa que darei ao meu namorado. Não conheço os pais de James, mas pelo que Remus e Sirius dizem, eles são muito gentis. Acho que serão anfitriões perfeitos para a festa (muito embora James já tenha deixado bem claro que a festa está por minha conta, e que terei que receber os convidados como se estivesse na minha casa). Também só fui na casa dele uma vez, e não me lembro direito como era o jardim, mas sei que é grande. Penso em colocar umas lanternas de papel no gazebo, e talvez em volta da piscina.

Olho sonhadoramente para o lustre, sem perceber que mamãe me fez uma pergunta.

— Desculpe, não entendi – pergunto, corando um pouco e olhando para a mesa. Petunia ri, trocando olhares com Vernon e papai está tão entediado que começa a fazer desenhos na batata com o garfo.

— Não tem problema, querida. Perguntei se Sirius está bem – ela repete, me olhando carinhosamente.

— Ah sim, ele está ótimo. O aniversário dele está chegando – falei, bebendo um gole de suco.

— Ah, ouvimos você falar da misteriosa “festa surpresa” no telefone com seu amigo Remus – meu pai diz, parecendo mais interessado.

Eu sorrio e começo a lhe contar tudo que planejei. Na verdade, tento, porque assim que chego na parte das lanternas, Petunia fica irritada que a atenção não está focada nela e começa a contar como foi a viagem à Liverpool. Eu dou os ombros e olho para papai, com uma promessa silenciosa de que iria lhe contar mais tarde.

Suspiro, espeto uma ervilha com o garfo e volto a sonhar com a festa.

Como isso não faz de mim uma namorada perfeita?


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Notas finais do capítulo

Espero que esteja agradando! Comentem, por favor! (Faz com que eu largue o que estiver fazendo e corra para o computador para escrever rs)



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