N: Hellen

Até que eu fiquei feliz por ter companhia. Uma clarividente chamada Paôla (ou "Profetiza") quis que eu fosse junto com ela. E bom, não a deixaram ir sozinha, e quem vieram como companhia? O Wolverine! Sério! Eu nem escondi que era um pouco fã dele. Só o abracei e fiz uma pergunta ou outra, já que não sou do tipo inconveniente. Ah, também foram a Grey e o Summers, o boy dela. Aliás, como eles ainda foram colocar uniforme (o que achei idiota, mas okay), decidi por o meu.

Só espero que eles não decidem me apunhalar pelas costas, de bem que eu acho que saberia. Mas também acho que a Flinn ia me defender. Ela que convenceu o Xavier a parar de mandar seus alunos me atacarem. Algo sobre uma visão e um motivo para eu estar indo para lá. Vai saber. Acho que ela quer ver minha reação e a reação dos meus amigos (minha amiga e meu namorado, na verdade) quando nos reencontrarmos.

— Taylor, espero que esteja falando a verdade dessa vez. - afirmou Jean.

— Paôla não disse que viu que eu me encontraria com alguém que eu amava? É justamente o que eu vou fazer. - respondi.

— Estão ele está lá. - deduziu Summers – Se leu a visão nas memórias dela... isso não... quebrou a expectativa?

— Por que acha que eu não li? - rebati.

— Fico feliz. - sorriu a vidente - Tenho amigos telepatas e não gosto de ter minha privacidade invadida.

— O assunto está interessante aí! - falou Scott, que estava pilotando o jato - Paôla já contou como ela conheceu o noivo?

— Valeu a oferta, mas não tô afim. - respondi.

Summers deu o ar do riso e eu me sentei em um dos acentos. Fechei os olhos e me lembrei do nosso primeiro beijo. Eu e meu amado Pietro Maxmorff...

FlashBack On:

Wanda ainda estava sendo testada por alguns agentes e tinha causado um certo transtorno, o que tirou a atenção de mim e Pietro. Eu estava passando uns tempos em Sokovia, treinando os "milagres" do VonStruker, já que tenho poderes e tals. O lance é que eu tive um namorado. Acho que ele foi o primeiro amor da minha vida. Mas ele teve a mente apagada e, naquele dia, recebi a notícia de sua morte. Eu estava péssima, mas há anos eu não o via mesmo. Então, Pietro foi me consolar:

— Sabe, Hellen, está nevando.

— Linda observação. - falei sarcástica.

— É que... tem um lago congelado há poucos metros daqui. O que acha de patinar? Você mesma disse que as vezes, consegue fugir e patinar.

— Sim, mas não é tão fácil. E vão te punir se você for.

— Não ligo pra isso.

— E se fizerem algo com sua irmã?

— Eles não vão. - afirmou confiante.

— Como sabe?

— Quem liga. - segurou minha mão - Pega um casaco, seus patins e vamos.

— Esqueceu do violino. - falei.

— Precisa levar seu violino?

— Ah, preciso. - revidei – E você não tem patins.

— Você manipula matéria.

É... ele estava certo. Eu vejo o futuro (muito raramente), tenho telecinese, telepatia, tecnopatia, essa pregada toda que envolve a mente, incluindo a manipulação da matéria e controlo meu corpo, ou seja, fator de cura, fico da idade que eu quero, com o cabelo do tamanho que eu quero, e, o melhor de tudo, posso escolher não menstruar. Dale Hellen! Há anos não sinto uma cólica ou fico de TPM!

Conseguimos fugir. Parte do caminho, eu manipulei os agentes para que eles não nos vissem. Quando saímos, Pietro me segurou nos braços e correu para onde ficava esse lago. As desculpas que usei não adiantaram para evitar o encontro sendo que eu ainda pensava em outro... e que bom que eu não pude evitar! Foi muito divertido.

Fiz os patins de Pietro com gelo (momento Elsa), peguei o violino e comecei a tocar Crystallize, da minha violinista favorita. Ele tenta se manter de pé, mas não consegue.

— Hellen! Uma ajudinha! - ele pediu.

— Não acredito que me chamou pra patinar sem saber patinar. - falei, fazendo meus braços caírem ao lado do meu corpo.

— É... - sorriu amarelo.

Ri e fui em sua direção, pondo os braços dele ao redor da minha cintura e segurando os ombros dele.

— Não tire seus olhos dos meus. Tudo o que você precisa fazer é confiar em mim, okay? Estou te segurando com minha mente e eu não vou avisar quando vou te soltar.

Ele concordou com a cabeça e começamos a nos mover ao redor do lago congelado. Foi um momento mágico, mas eu não podia me distrair. Depois o segurei pelas mãos e, depois de um tempo, parei de guia-lo com a mente e ele começou a andar sozinho, mas ainda com a minha mão. Então me soltei e dei um giro. Comecei a fazer algumas manobras e piruetas (nada impressionante a nível profissional) e então, senti braços rodearem minha cintura por trás. Me virei e lá estava ele.

— Quando você me soltou? - ele perguntou.

— Não importa. - respondi, com minhas mãos apoiadas nos braços dele.

— Acho que você não é tão traiçoeira quanto me fizeram crer.

— Fui treinada pela Hidra, não pela KGB. - afirmei, me referindo à uma daquelas viúvas negras malditas que arruinou minha vida.

— Mesmo assim, não podemos considerar seguro. Mas eu confio.

— Como pode confiar em alguém como eu? - sussurrei.

Nossos olhos estão presos um no outro. Não conseguíamos desviar o olhar. O ar frio que saía dos meus pulmões pode ser sentido por ele assim como eu senti o dele. Nossas pálpebras chegam à metade dos olhos juntas e nossos narizes se tocaram nos lados. Nossos olhos se fecham no instante em que nossos lábios se tocam.

Conforme o beijo ficava mais apaixonado, eu abraço seu pescoço e ele me abraça com tanta força que me tira do chão. Foi naquele instante que me dei por superada do meu ex. Por aquele curto momento, achava que seria pra sempre. Bom, quase para sempre, já que alguns agentes nos encontraram e nos levaram de volta pouco depois. Ah, e eu tive que ouvir um "eu bem que te avisei" da Wanda. Por um tempo, era Hellen Taylor e Pietro Maxmorff contra o mundo, mas as coisas mudaram e eu o perdi, mas estava disposta a não deixar isso acontecer.

De novo, não.

FlashBack Off

— Achei que teria algum tipo de sistema de segurança. Wakanda é um lugar tão recluso e tão avançado. - questionou Jean.

— Eu desativei. O rei Tchakatchaka vai ficar com raiva, mas isso é problema meu. - respondi, dando de ombros.

— O nome é T'Challa. - corrigiu Flinn - E como fez isso?

— Tecnopatia. E eu já estava esperando por essa.

— Você é mesmo tudo o que diz ser! - afirmou Logan.

— Duvidou disso, Wolvizinho? - perguntei.

— Eu francamente prefiro que me chame de Logan. - pediu.

— Tá, é que eu já expliquei que sou uma grande fã. Mas vou lembrar do nome, tá? É bem simples! - expliquei sorrindo.

— Você até que é um doce quando não está ameaçando a segurança de todos. - disse Scott sarcástico.

— Todos dizem isso. Parece que pareço meu pai.

— Então conheceu seus pais? - perguntou Jean, se sentando ao meu lado.

— Sim, mas eles morreram em um acidente quando eu tinha 13 anos. Foi horrível. Eu estava lá e os vi morrerem. - afirmei - Mas eu tinha um mentor, que era como um pai pra mim.

— Por falar em família, Zoe estava procurando a filha dela, sabia? - comentou Paôla com Jean.

— Sim, e isso me preocupa. Ela pode ser perigosa. - ela respondeu.

— Zoe é a Mental, certo? - perguntei – Muito poderosa, mas vim preparada. - e dito isso, mexi em um dardo preso no meu cinto.

— Zoe é amiga nossa. - respondeu Logan – Mas a filha dela não morreu com seis anos?

— Talvez. - respondeu Paôla - Mas agora ela está sendo acusada de ajudar Steve a tirar seus amigos de uma prisão de segurança máxima.

— Vamos aterrissar daqui a pouco. - alertou - No lugar de vocês eu me sentava e colocava o cinto.

Fizemos isso e o jato pousou. Na floresta, afastado da cidade, mas próximo à uma das residências reais: um prédio. Fechei os olhos e busquei o rastro mental de Wanda. Não achei o dela, mas achei o de alguém que estava com ela. Esse alguém não era Pietro, mas achando ela, eu o achava. Estava no térreo daquele prédio, com o cara que eu rastreei e uma albina com um rosto levemente familiar.

— Achei. - afirmei.

— E como pretende aborda-los? - perguntou Logan.

— Foi por causa da abordagem dela também que eu quis vir com ela e vocês. - e as palavras de Paôla Flinn me causou um impulso.

Corri.

Sério, eu não podia ser impedida, seja lá do que eu fosse fazer. Mas eles me seguem e Scott tenta me assustas com lasers, mas me defendo com escudos de telecinese. Os prendi em um campo de força, mas Jean consegue entrar na minha mente (sei lá como!) e detonou o campo de força. Corri como pude e consegui chegar. Ajeitei meu cabelo, minha blusa, sorri, olhei para os outros, que diminuíram o ritmo, e apertei a campainha, ainda sorrindo. Não demorou e um homem negro atendeu.

— Hey, quem é você?

— Preciso falar com Wanda Maxmorff. Agora.

— Foi mal, garota, mas você não respondeu minha pergunta.

— Uma gracinha seus dentes da frente separados! - observei.

— O que?! - perguntou confuso.

O empurrei com telecinese e entrei na casa, onde a lendária Zoe Michell me esperava de pé, assustada. Wanda estava na frente dela.

— Len?!

— Wanda, quem é essa? - perguntou a albina.

— Sou Hellen Taylor, mas talvez você me conheça como Lady Caos. Prazer em conhece-la. Agora tenho assuntos importantes à tratar...

— Taylor! - chamou Flinn, sendo seguida pelos outros.

— Por que mil pianos desafinados vocês estão aqui?! - indagou a albina.

— Adorei a comparação. - comentei, tomando uma surra na cara de um trosso vermelho que eu não via há tempos – Ah, se é assim...

E foi quando a coisa deu problema. Lutamos, lutamos e... admito que um mano a mano contra todos eles até que foi difícil! Bem... um pouco. Na hora H, eu tive e aproveitei a oportunidade e lancei o dardo no pescoço de Zoe, que ficou zonza e de apoiou na parede. Parei e gritei.

— Atenção, por favor! - pedi – Eu só quero encontrar Wanda e Pietro Maxmorff!

— Eu estou aqui! - Wanda respondeu e eu a encarei – Mas... Pietro está morto.

Meu mundo desaba por um instante.

— É mentira. - afirmei.

— Lamento, Hellen. Pietro se foi.

Tento assimilar a dor. Primeiro Jim, depois o Pet? Como?! Como eu podia ter um azar tão grande no amor?! Nem me pergunte como consegui tomar uma pancada na cabeça e desmaiar.