Freedom escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 4
Duelo de mentalistas


Notas iniciais do capítulo

Eu postei esse capitulo iniciando com uma explicação. Vocês acharam estranho e forçado os mutantes ajudarem ela do nada, e esse capítulo vai explicar tudo o que aconteceu e o porquê, além de levar a fic para parte da trama principal.

Espero que gostem!



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N: Paôla

 

Estava sendo uma manhã anormal.

Não tive um sonho, mas uma visão. Me levantei e me vesti. Eu precisava tomar meu café e avisar do que eu havia visto. Foi o que eu fiz. Corri para terminar isso o mais rápido possível. Então, percebi que já estava se cumprindo, pois enquanto eu comia as torradas que achei na dispensa, vi Jean com uma jovem violinista de blusa roxa. Igual à das minhas visões. Sim, não foram só uma, e sim algumas que vieram juntas. Mas, quando eu ia me levantar...

— Paôla chan?

Take, por favor. - pedi - Não fale como se ainda estivesse no Japão.

— Sabe que isso é uma forma carinhosa de se referir à você, certo? - meu noivo abraça minha cintura enquanto me viro.

— Ah, querido. Watashi wa nihongo o hanasu koto o wasurete shimaimashita ka?* - perguntei rindo.

— Não, não esqueci. - ele respondeu, beijando meus lábios.

— Agora tenho que ir.

Ele me deu espaço para passar e perguntou:

— O que aconteceu?

— Uma visão. Ou várias. Não sei. - respondi saindo, mas ele segura meu braço.

— Tão urgente?

— Digamos que eu tenho que ir agora, Takashi.

— Não vai nem me contar o que houve?

— Não tenho tempo. A garota já está aqui.

— O que é tão urgente?

— Sabe a Mental? Três verões alternativas para o futuro. Em duas ela acaba morrendo. E adivinhe o centro disso tudo? A violinista que acabou de entrar com a Jean aqui dentro.

— Ela vai matar a Mental? - questionou - Mas Zia não é imortal?

— Zoe. - corrigi – E não! Nem de longe. Eu tenho, na verdade, que levar ela até a Zoe. É muito importante.

— Ela está desaparecida com os outros heróis que fugiram daquela prisão.

— Algumas pouquíssimas pessoas sabem onde eles estão. E quase todas essas pouquíssimas pessoas estão aqui.

— O que mais você viu?

— Uma cena. Muito vaga. Ela e Zoe se abraçavam. Choravam abraçadas, mas eu também não sei se vai acontecer.

— Acha que elas têm alguma ligação?

— Bom, Zoe estava procurando a filha dela. Vai que...

Meu comunicador tocou. Era o professor.

— Preciso de toda ajuda possível, Profetiza. Uma mutante ex Hidra. Muito poderosa...

— Já sei, Charles. Mas você tem que me escutar.

— Pode ser breve?

— Tive uma visão. Essa garota realmente precisa ir à Wakanda. Ela vai encontrar alguém que ela ama lá!

— O garoto está morto, não se lembra?

— Não falei do Maxmorff.

— Sim, mas não podemos deixar ela simplesmente fugir.

— Fala com quem estiver lá. Vou junto com ela.

— Melhor não ir sozinha. - ele respondeu.

— Isso é verdade. - intrometeu-se Takashi.

— Quem disse que vou sozinha?

— Agora é melhor correr antes que ela consiga.

— Sim, já vou. Obrigada. - desliguei e dei um tapa na cabeça de Takashi – Viu, me atrasei por sua culpa!

— Ai! - reclamou - Sore o kizutsukeru, kokoro!**

— Anata ga ataishimasu.*** - respondi, beijando seu rosto e saindo.

Esse, senhoras e senhores, é meu noivo Takashi Okamoto, ou Life, o que você preferir. Vocês ainda vão conhece-lo melhor...

Consegui chegar no hangar à temo. Consigo retardar os segundos, mas não muito e não por muito tempo, mas isso quase me torna uma velocista. O tempo pode passar mais devagar para mim, mas consome muito da minha energia. A luta estava feia e eu não sabia como chamar a atenção deles. Mas aí, todos congelaram em seus lugares... ou quase todos.

— X-Mans. Sei que a forma como conhecemos a Srta. Taylor não foi a mais agradável - Charles explicava -, mas vocês sabem o quanto levo em conta uma visão de Paôla Flinn. Essa jovem, mesmo que pareça, não é inimiga.

— Obrigada! - gritou a garota com sarcasmo – Podia ter dito isso antes!

Bom, depois disso, fomos para Wakanda e... bom, aconteceu o que você leu e vai ler agora.

 

N: Zoe

 

Ultimamente, minha vida tem se enchido mais e mais de música. Sim, eu a amo com a alma, mas isso não aconteceu de forma positiva. Eu sei o que me faz feliz, que é tocar piano, andar de moto, a companhia de Sam, meus amigos, meu Deus... mas uma coisa que me enche de saudades é minha vida antiga, com os Vingadores, salvando as pessoas e... bom, o que todo herói faz. E meu lado musical nunca esteve tão a flor da pele. Queria que fosse meu lado heroico, pois precisava de uma boa dose de adrenalina. Mas pelo menos, o rei T'Challa permitiu que eu ensinasse música para crianças.

Está vendo porquê especificamente o lado musical?

As aulas iam de dez da manhã à meio dia, e nesse dia, eu voltava para almoçar quando vi uma cena milagrosa: Julia fora de seu quarto. A divisão do time afetou a todos, mas ninguém saiu mais machucada do que a Julia. Ela não parecia ela. Parecia... outra pessoa. E isso faz meu coração sangrar. Ela estava apoiada em uma arvore à poucos metros do prédio, dentada e observando o ambiente onde estava. Caminhei lentamente enquanto observava sua face de cansaço e culpa. Me sentei ao seu lado e ela me olhou com aqueles olhos castanhos à moda Stark.

— Lindo dia! - tento sorrir.

— É... eu ia ficar presa na torre até o príncipe chegar. Mas algo me diz que ele não chega tão cedo. - brincou sem humor.

— Que bom que saiu da toca.

— Só estou pensando... Como Jones deve ter ficado? Com tudo isso, será que ainda me ama?

— É claro que ama! - respondi.

— Não é só isso! Como seria se eu tivesse lutado do outro lado da guerra? E se alguém com quem me importo estiver sofrendo e eu não puder atender? O que acontece agora com a Kara sem ninguém para interceder por ela? Pense, eu era quem segurava a pena de morte dela, e agora também mereço uma, ou seja, ela pode estar morta agora...

— Julia, para. Você não merece isso.

— E a Rome? Será que está sendo bem cuidada?

— Ela é um elo entre você e seu pai, se ele te ama, está cuidando dela como se cuidasse de você.

— Pobre gatinha. - ela falou.

— Não diga isso...

— Zoe, ele não poupou a própria filha!

— Claro! Nunca ficou de castigo por ter feito algo errado?!

— Insinua que fiz algo errado. Depois de afirmar que eu não tinha culpa de nada do que tinha acontecido...

— E não tem!

— Todas somos culpadas. - ela declarou, então encostou as costas na arvore novamente e completou triste – Eu nem sou mais uma guerreira de coração puro, sou?

— Seu coração vai ser puro – segurei sua mão - enquanto suas intenções forem boas.

— Você é uma ótima amiga. - falou me abraçando - Obrigada.

Quando você percebe que a coisa está muito feia? Quando a Estrela Solitária chora horrores no seu ombro. Ela parece até um pouco melhor. Há três meses, ela não sai do quarto. Não sei o que ela fazia, se ela tocava, orava, chorava ou o que, mas ela quase nunca saia de lá. Antigamente, ela era um raio de sol que iluminava os dias mais negros, incluindo o velório de Pietro Maxmorff, de forma conveniente, é claro. Hoje ela parece a Natasha antes dos Vingadores, e vós sabeis como aquele ser humano era.

Nos levantamos e fomos para dentro. O prédio não era exatamente um prédio, mas uma mistura do mesmo com uma mansão. Ficava na parte mais afastada, perto da maior extensão da floresta, já que a mesma toma até a cidade. A sala ficava humildemente logo na entrada, o que estranhei quando estive pela primeira vez, mas logo percebi: simples. Humilde. A família real de Wakanda, um dos lugares mais ricos da Terra, era mais modesto que o Stark. Bom, se bem que qualquer um é mais modesto que o Stark. Desculpe falar tanto dele, é que eu tô com raiva.

Julia seguiu para a cozinha e eu fui tomar um banho. Precisava esfriar a cabeça antes de voltar. Vesti algo confortável e fui até a sala. Me sentei no sofá, que era com certeza o mais confortável do mundo, com os olhos fechados, me imaginado na minha casa. Lá estavam também Wanda e Kazumi conversando e logo Sam se sentou ao meu lado e beijou meu rosto.

— Desculpe não te ver antes. - pediu.

— Saudades de quando o Asa Vermelha batia na janela do meu quarto. - ri ao relembrar.

— Mas aquilo só aconteceu uma vez!

— Eu sei, mas me marcou.

— Te marcar não é algo tão difícil, certo?

— Quem disse?

Nos beijamos de novo. Se passou um tempo naquela sala, conversando. A campainha tocou logo que a jovem japonesa se retirou. Sam se levantou e foi atender a porta. A expressão de Wanda mudou, de serena e pensativa à uma perturbadora preocupação. Ouvi a conversa.

— Hey, quem é você? - perguntou Sam.

— Preciso falar com Wanda Maxmorff. Agora. - a garota respondeu.

— Foi mal, garota, mas você não respondeu minha pergunta.

— Uma gracinha seus dentes separados! - franzi a sobrancelha.

— O que?!

Sam voou para o outro lado da sala. Arregalei os olhos e me levantei, junto com Wanda. Ela era idêntica à garota do meu sonho, que matou minha filha com (inacreditavelmente) Clint. O mesmo uniforme e o mesmo sorriso. Eu não podia acreditar.

— Len?! - questionou a Maxmorff.

— Wanda, quem é essa? - perguntei.

— Sou Hellen Taylor, mas talvez você me conheça como Lady Caos. - "Lady Caos? Esse nome não me é estranho" pensei confusa - Prazer em conhece-la. Agora tenho assuntos importantes a tratar...

— Taylor! - "Mentira que ela veio aqui", penso novamente.

Só minha amiga Paôla Flinn? Não! Logan, Jean e Scott estavam lá também!

— Por que mil pianos desafinados vocês estão aqui?! - acabo deixando escapar.

— Adorei a comparação. - a garota aponta para mim. Olho para o lado e vejo Wanda preparando uma redoma de energia pequena em sua mão, que em seguida acerta o rosto distraído de Hellen, que se vira para ela e responde: – Se é assim...

Foi mais ou menos aí que perdemos o controle. Hellen empurrou Wanda e depois puxou minhas pernas, me fazendo cair de costas no chão. Prendi seus braços enquanto levitava de volta e ficava de pé. Logan mostrou as garras e Scott atirou nela no rosto, mas logo se regenerou. Ela o segurou pelo pescoço e o fez dormir. Jean quase entra em desespero e avança junto com Logan, que é parado no ar. A ruiva tenta se soltar e eu começo a montar alguma estratégia, mas nada. Wanda acerta um pequeno raio de energia que causa, pelo que eu vi, dor em sua cabeça, fazendo Grey voltar ao controle e jogar alguns objetos contra sua cabeça, o que não deu muito certo e acabaram virando contra ela, que caiu desacordada.

— No lugar de vocês, eu ficaria de fora. - falou Paôla.

Houve uma discussão entre eles. Não prestei atenção. Eu seria a próxima a lutar com ela.

— Ah, duelo de mentalistas é chato! - ela diz, se suspirando e se virando para mim, que estava atrás dela – Mano a mano? Eu sempre quis saber se consigo superar você.

— Sabe que sou mais do que aparento, não é?

Ela é a primeira a avançar, com um chute na direção do meu rosto. Segurei seu pé e o empurrei para o lado, dando outro chute na cintura dela, que faz ela cair e logo se levantar. Trocamos socos e chutes até Sam querer entrar na conversa e acabar sendo preso no teto. Wanda lança bolas de energia nela, mas com uma absurda facilidade, ela segura e volta a lutar comigo. Agora usamos luta e poderes, o que me deu uma certa vantagem. Bom, me assustei quando o arco do violino que ela carregava na cintura se tornou uma espécie de espada e começamos a lutar. Ela me corta algumas vezes, mas meu fator de cura logo lhe causa uma expressão preocupada.

Encarei Wanda com a confusão nítida em seu olhar. Lady Caos foi mencionada algumas vezes por Natasha. Disse que ela geralmente estava associada à casos de aparecimento do Soldado Invernal. Sam disse também que ela foi uma das primeiras pessoas de quem Bucky se lembrou. Aliás, ele disse isso porque ela era muito poderosa e isso me deixa com a pulga atrás da orelha.

Algo espeta meu braço enquanto encaro a Maxmorff. Olho o lugar e de lá, retiro um dardo pequeno negro, com uma agulha de seringa. Ela injetou algo em mim. Tontura, visão turva, dor de cabeça... Okay, agora eu queria saber o que era aquela coisa no dardo. Presumi o pior, mas ainda não tinha certeza se um veneno faria efeito em mim. Me apoiei na parede ofegante e percebi a chegada de Katrina.

— Atenção, por favor! Eu só quero encontrar Wanda e Pietro Maxmorff!

— Eu estou aqui! - respondeu Wanda – Mas... Pietro está morto.

Lady desacreditada. Não era tristeza, nem raiva, decepção ou luto. Era apenas descrença.

— É mentira. - afirmou com toda a certeza.

— Lamento, Hellen. Pietro se foi.

Agora ela solta todo o ar de seus pulmões e cobre a boca. Taylor fechou os olhos e apertou, tornando mais visíveis as lágrimas em seus olhos. O arco do violino volta ao normal e ela abre os olhos enquanto Katrina se aproxima, mas não tenho forças para pedir que ela não se aproximasse. "O que tinha naquela droga de dardo?!", a pergunta martelava minha mente. Como sua atenção se desfocou em Wanda e foi para os outros x-mans, Katrina conseguiu acertar o cabo de uma de suas duas sais na cabeça dela, a fazendo desmaiar.

Me sentei no chão, com a cabeça rodando e não prestei mais atenção em nada mais. Sam, que antes estava no teto, mas foi trazido de volta quando Hellen recebeu a notícia, caminhou até mim e se sentou ao meu lado.

— Zoe, o que houve?

— Ela injetou alguma coisa em mim. - respondi, lhe entregando o dardo. Minha cabeça para de doer e rodar, assim como a tontura vai passando aos poucos.

— Como se sente?

— Não se preocupe. Estou melhorando. Me ajude.

Ele se levanta e segura minha mão. Me levanto e caminho até o sofá, onde a garota estava no sofá. Me sentei e me preparei para mergulhar em seus pensamentos. Eu esperava tudo, dês de ela querer ajudar e ter arranjado toda a confusão por ter um temperamento forte, ou ter sido mandada pela Hidra para matar a todos nós. Mas, o que aconteceu foi a última coisa que eu estava esperando.

— Droga. Droga. Droga. Droga! - reclamei, me levantando.

— O que foi? - perguntou Jean.

— Não consigo ler. Nem ela, nem nenhum de vocês.

Julia voltou com uma maça na mão e perguntou:

— Gente, o que houve aqui?

Minha cabeça começa a criar teorias. A mais aceita me levou à um pedido.

— Logan, corte o meu braço.

— Zoe, ficou louca?! - perguntou Sam.

— Tem certeza? - perguntou Wanda, sabendo o que eu pensava.

— Algo bem superficial de preferência. - observei ao mutante.

— Acha que isso pode mesmo estar acontecendo? - perguntou Jean.

— Isso o que? - perguntou Julia mais confusa ainda.

Sinto o metal de uma das garras do Wolverine cortar minha pele. Soltei um gemido de dor, mas logo me contive. Encarei a ferida no meu braço, torcendo para estar errada.

— Vamos, vamos, vamos, vamos. - eu sussurrava – Cura, vai.

Nada. Meu braço continuou sangrando.

— Droga. - disse Sam, enquanto Paôla segurava meu braço e o rejuvenescia até antes do ferimento – Por quê não fechou?

— Ela está mortal. - deduziu Wanda preocupada.

— Seja lá o que tinha naquele dardo, cortou todos os meus poderes. - falei, tentando me manter calma.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Bjs!

*Se esqueceu de que eu falo japonês?

**Isso doeu, coração!

***Você mereceu.



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