Freedom escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 2
Será... só imaginação?


Notas iniciais do capítulo

AVISO:

Pra quem não sabe (obviamente a maioria), essa fic é a continuação de uma série. Ela é a quarta temporada.

FICS ANTERIORES:

Mental: https://fanfiction.com.br/historia/541989/Mental/

Katrina: https://fanfiction.com.br/historia/557257/Katrina/

Lonely Star: https://fanfiction.com.br/historia/627776/Lonely_Star/

Fico grata se lerem!



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N: Zoe.

 

Podemos começar essa história com um grito de dor.

— AHHHHH!

As enfermeiras tentavam me acalmar com palavras, mas não eram elas quem estavam dando a luz. Era eu! Eu, mais jovem, com meus longos e ondulados cabelos castanhos. Só isso mudou mesmo. Voltando à história, eu estava deitada há quase uma hora ali, tentando ter meu primeiro filho. Olhei para o lado e vi Ben, meu esposo, que aperta e beija minha mão dizendo:

— Vai ficar tudo bem, amor.

Ele tinha olhos claros, diferente de mim. Queria que meu filho tivesse os olhos dele. Sua pele era branca e seus cabelos encaracolados. Eu o amava mais do que tudo na minha vida. Talvez eu houvesse respondido, mas os médicos não paravam de pedir que eu fizesse força. Foi a última vez, e então o senti deixar o meu corpo e o ouvi chorar. Ben o pegou no colo e disse:

— É uma menina.

Ele chorava e sorria, assim como eu. A tomei em meus braços e acariciei seu rosto. Seus cabelos eram arruivados, mas eu sabia que era normal, conforme ela cresça, eles se escureçam. Seus olhos eram azuis, mas eu também imaginava que eles não permaneceriam claros por muito tempo. Eu esperava que não fosse o caso.

— É linda.

— Seu nome pode ser Hellen. Reluzente.

— Bem, eu... eu planejava chama-la de Cléo.

— Ah, Zandaia, eu sempre sonhei que um dia teríamos uma filha chamada Hellen e um menino chamado Gregory.

— Sim, eu sei, mas Cléo era o nome da minha avó, primeira pessoa a saber que eu era mutante. E minha mãe queria outra filha com esse nome, mas... ela se foi antes.

Margo e Tobias Theodoro eram meus pais de sangue. Morreram em um acidente de carro onde só eu sobrevivi. Eu era adolescente. Meu pai sempre me dizia para ter coragem de ser o que ele nunca pôde ser. Benjamim e eu nos conhecemos pouco depois. E por falar nele, foi nesse momento em que ele beijou minha testa e disse:

— Então vai ser Cléo. Nossa pequena Cléo Michell.

Mal ele disse e eu desmaiei. Engraçado. Não me lembro de ter desmaiado quando tive Cléo. Não fez muito sentido para mim. Eu tenho uma boa memória para quem viveu 112 anos. Me lembro de cada detalhe do meu casamento, de todos os fatos da Segunda Guerra Mundial, mas não de ter desmaiado ao dar a luz à minha filha.

Então, algo que eu me lembro. Quando abri meus olhos, eu estava em um lugar totalmente diferente. Em ruínas, no meio de um bombardeio. Olho ao redor. Era um hotel. Ben havia morrido em combate, mas pelo menos pôde me apresentar ao Capitão América antes do mesmo ser morto/congelado. Eu estava com Cléo naquela maldita tarde. Estávamos deitadas no chão, frente afrente. Seu vestido vermelho estava quase inteiro cinza e havia um enorme pedaço do telhado a prendendo no chão da cintura para cima, e o mesmo valia para mim. Ela estende os braços e grita:

— Mamãe!

— Cléo! - grito de volta.

Tarde. Outro pedaço do teto cai encima de nós. E eu nunca mais vi minha filha, se quer seu corpo.

— Zoe? Amor?

Abri meus olhos, agora no século XXI, com meus cabelos brancos e curtos de volta. Que alívio. Eu não estava no meu quarto, o que era estranho. E a voz atrás de mim não parecia do Sam. Bom, mesmo assim, eu e ele não dormimos juntos. Apenas depois que nos casarmos, e se nos casarmos. Me virei e encarei quem estava ao meu lado na cama.

— Zoe? Pesadelos de novo?

— Clint? - perguntei confusa.

— Algum problema? Está gelada e suando!

O que Clint Barton fazia em minha cama?! Ou eu na cama dele, não sei?! Me levanto e caminho até uma mesa de fotografias. Uma era de nós dois no nosso casamento em uma igreja católica (e não na batista cuja qual me batizei e fui membro por anos), a outra tinha nós dois em um hospital, e eu com um bebê nos braços, e uma outra de uma garotinha de cabelos castanhos e olhos azuis, principalmente com troféus de tiro com arco. Senti os lábios dele tocarem meu ombro e depois, meu pescoço.

— Amor, está me assustando.

— Onde está o Sam?

— Que Sam?

— Sam Wilson, o Falcão! Meu namorado!

— Eu sou o seu marido, Zoe! Como assim?!

— Mas... E Laura?!

— Eu a deixei! Por sua causa! E isso não é de hoje, amor. Já faz anos.

— Você é completamente louco por ela! Se aposentou dos Vingadores por causa da sua família!

— Zoe, a Iniciativa Vingadores foi para o lixo há anos!

— Nã... não é possível. Eu tenho que ligar para a Cléo...

— Você... ainda não superou?

Não. Não podia ser o que eu achava que era.

— O que disse?

— Sua irmã, Cléo, se foi. Há dois ano em uma missão da S.H.I.E.L.D., pelas mãos da Viúva Negra, Natália Romanova.

— É mentira. Me nego a acreditar. - meus olhos se enchem de lágrimas.

Alguém bate na porta e eu, não sei porque, abri com telecinese.

— Mamãe? Senti sua tristeza e acordei. O que houve?

Era nossa filha.

— Está tudo bem, princesa. Sua mãe sentiu saudades da tia Cléo de novo. Pode voltar para a cama.

— Tem algo muito errado aqui. - sussurrei.

Um barulho de tiro chamou minha atenção. Então vi minha filha, baleada, despencar contra o chão. Atrás dela estava uma jovem de olhos castanhos claros e cabelos castanhos lisos, usando preto e vermelho. Clint se jogou atrás da cama e pegou uma arma, atirando contra ela, mas a mesma segura as balas no ar. "Ela também?!", pensei. Tento joga-la contra a parede, mas não tenho mais os meus poderes por algum motivo. Ela me joga contra a parede do meu quarto enquanto Clint abraçava e chorava com o corpo de nossa filha nos braços. Ela se aproxima de mim. A familiaridade de seu rosto me assusta me fazendo dizer enquanto ela sorri maliciosa:

— Cléo? Filha?

Sonho Off:

Foi a primeira vez que acordei gritando dês de que venci Deadpool. Me levantei subitamente e desativei o despertador. Meu quarto naquela casa era pequeno, mas já tive menos. Minha respiração ainda estava ofegante, mas logo ela normaliza. Percebo que estou com as roupas que usava quando fui dormir e no mesmo quarto de uma das casas da família real de Wakanda, ou seja, ainda era uma fugitiva.

Me troquei e abri a janela, dando de cara com a maravilhosa paisagem daquele reino recluso e paradisíaco. Ah, mais lindo que Wakanda? Talvez Asgard. Mas não chega perto do que penso que é a casa do meu Pai. Se não fosse meu fator de cura, eu não teria vivido para O conhecer, mas isso também atrasa muito a minha mudança. Respiro fundo e me viro, saindo do meu quarto. Alguns dos Vingadores que estavam sendo procurados estavam hospedados lá, onde T'Challa nos escondeu.

Wanda foi punida por não querer ficar confinada.

Scott foi punido por... bem, eu não sei.

Clint foi punido por querer o bem para os amigos.

Sam foi punido por querer estar ao lado do amigo.

Julia foi punida porque tinha pensamento divergente ao seu pai.

E eu? Bem, eu ainda não sei se estava do lado certo dessa briga. Tento me consolar dizendo que ninguém estava certo e ninguém estava errado, mas ainda acho que eu lutei pelo mais errado: ao lado do Stark. Julia pensa quase isso, mas acredita que estaria agora com seu pai e seu namorado se não houvesse lutado ao lado de Steve. E a minha consciência pesa tanto que nem a velocidade do elevador para baixo consegue deixar minha mente mais leve. A porta se abre e eu vejo alguns tomando café.

Ah, me lembrei!

Katrina quase foi punida porque "ninguém toca no marido de uma asgardiana grávida", com suas palavras. E eu daria qualquer coisa para ver ela dizer isso na tão contada "História do Fusca Azul". E, meu santo primeiro soprano, como a barriga dela cresceu rápido. Ou o tempo que eu não vi passar? Me dou lembrar que minha consciência pesada foi minha única punição por ajudar Steve e meus amigos (e meu namorado) a fugir daquela prisão.

— Zoe! Bom dia! - disse Katrina, se levantando.

— Bom dia, Kate. Onde estão os outros?

— Julia está jogada na cama dela, Steve e Sam foram discutir algum assunto importante, Wanda foi caminhar com a Kaz...

— Você tinha que ter trazido ela. - resmunguei.

— O que mais eu podia fazer? Ela pode não ter o meu sangue, mas é minha filha. E deixar com os X-Man não é uma opção, ela não é mutante.

— Vai saber, a maioria dos mutantes se descobrem com a idade dela. E tem outra opção: Stark se ofereceu para cuidar das duas, e olha que você lutou ao lado do seu marido até ele pedir que se afastasse.

— Depois do que ele fez, não posso confiar.

Bufei e respondi:

— Tenho uma aula para dar. Depois conversamos.

— Sim, amiga. Não quero que se atrase. - ela respondeu, se debruçando na mesa da comida – Não vai tomar café?

— Estou sem fome.

— Não tocamos naquele assunto! Vamos, sente-se! Partilhar uma refeição na minha cultura é mais significativo do que imagina. Então esquecemos essa história.

— Eu só acho que... Kazume é muito jovem para se envolver nisso.

— Não tive opção. Ao menos ela gosta daqui.

Suspirei. Ela tinha razão. Katrina foi fiel até o fim. Eu não. Eu amarelei na pior hora possível. Primeiro me aposentei, depois lutei contra Steve, Katrina, Julia, Sam, Wanda, Clint... contra meus próprios amigos. Mas parei na metade da batalha, apenas observando e me perguntando se estava certo. No fim, por ajudar Steve a soltar o pessoal e trazer pra cá... bom, eu não posso voltarposso voltar mais para fazer o que eu amo.

Mesmo sendo que menos perdeu, acho que foi justamente o contrário.


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Notas finais do capítulo

Capitulo longo? Eu sei.

Não estendeu? Boiou bonito? "Quem são Julia, Katrina, Zoe, Cléo e Kazume?"

Simples: Leiam as temporadas anteriores! 1ª temporada: https://fanfiction.com.br/historia/541989/Mental/ 2ª temporada: https://fanfiction.com.br/historia/557257/Katrina/ 3ª temporada: https://fanfiction.com.br/historia/627776/Lonely_Star/

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