DC - Guerra Civil escrita por Victor Reis, Peter Padilla


Capítulo 3
Apêndice Supergirl: O Legado


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Eu sou o Lucas, e esse é o meu primeiro apêndice, mas não o último.
Espero que gostem.



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Perseguição frenética em National City. Dois carros da polícia perseguiam um furgão preto, assaltantes de bancos conhecidos. Cruzaram uma rua, duas, três. Pegaram contramão.

Um policial surgiu pela janela de seu carro. Atirou, ato irresponsável, mas acertou. O carro derrapou e bateu num poste. A população em volta correu. Os carros policiais pararam. Todos saíram com as pistolas erguidas, e um com o megafone em mãos.

— Saiam do carro com mãos erguidas. — Disse. As portas do carro abriram. Um deles saiu, nariz sangrando e desarmado. Ergueu as mãos e caminhou até o policial. Ajoelhou-se com as mãos na cabeça. — Todos.

O homem sorriu.

— Estão todos aqui.

— Você não assaltou um banco sozinho. — Declarou o policial.

— Não estou sozinho. — Ergueu-se e clonou-se, tornado-se cinco pessoas. Os policiais atiraram. Cada clone que caia, dois eram criados. A polícia disparava e tomava cobertura.

O grupo correu e saltou contra os policiais, metendo socos e pontapés contra os caídos.

Um raio azul passou por todos eles. Chegou até o furgão rapidamente, entrou, saiu e finalmente parou. Era a Supergirl, vestida com seu uniforme tradicionalmente azul e saia vermelha, além da capa, voando contra o vento. Carregava o original em sua mão. Com um soco, o desmaiou. Os clones sumiram magicamente, e Kara jogou o bandido ao chão.

— Esses meta-humanos destruirão a cidade. — Sorriu. Os policiais começavam a levantar, assustados. Apesar dos golpes, o mais ferido deles tinha apenas quebrado o nariz.

— Superman? — Perguntou um deles. Supergirl apontou para os cabelos loiros.

— Desde quando Superman mantém um cabelo lindo como esse. Qual é gente, eu esperava mais!

Deu “Tchau” com a mão e voou. Não soube ao certo para onde, mas voou. Sentou-se no topo de um prédio e assistiu em silêncio o pôr do sol.

—-----

A brisa tocou o seu rosto. Sentia-se bem e livre, e tinha tirado o dia de folga, o que aumentava mais ainda a sensação de liberdade. A voz de Batman a acordou.

Todos os membros da Liga da Justiça: Dirijam-se para Coast City. Há a suspeita de uma bomba lá. Ordem primária é a extração do máximo de civis possíveis.

Suspirou e saltou do prédio. Sua super velocidade krypotniana garantiu que estivesse lá em questão de segundos. Começou extraindo os membros de um asilo, o que fez em pouco tempo.

Dirigiu-se para um prédio comercial. Ordenou para que todos saíssem, andar por andar. Os carros não levariam tanto tempo para sair da cidade.

Encontrou Hal Jordan conduzindo alguns civis para fora da cidade.

— Sabe quem é dessa vez? Coringa? — Perguntou inocentemente, enquanto colocava uma criança no chão e a conduziu para dentro de um ônibus. O Lanterna Verde negou com a cabeça, despedindo-se do primeiro ônibus.

— Luthor. Parece que tem uma bomba sônica. Superman está com ele em um navio.

Dentro de si, Kara sempre tivera um sentimento de inveja com seu primo. Clark sempre era noticiado, Clark sempre era o favorito, enquanto poucas vezes era lembrada. Um ciuminho infantil.

Ouviu, ao longe, turbinas ligando. Olhou para Hal.

— A Ferris fechou?

— Já evacuei a Ferris, sim.

— Ainda tem alguém lá. Ligaram uma turbina de avião. — Hal franziu o cenho. — Continue evacuando as pessoas daqui. Eu vou checar.

Voou em sua supervelocidade. O mundo todo parecia um grande borrão, que se acabava rapidamente em algo concreto. Chegou ao local de testes da Ferris, onde um avião preparava-se para decolar. Flutuou até que seus pés tocassem o chão, então parou e ergueu a mão.

O avião era um modelo antigo, com asas longas e uma enorme hélice em sua frente.

— Seja lá quem você for, a cidade está sendo evacuada. Não temos tempo para brincar de piloto agora.

A porta do avião abriu. Esperava um piloto forte, ou um daqueles caras que fizeram Top Gun com Tom Cruise — era um dos seus filmes favoritos, mas não tinha culpa. Mas ao contrário de tudo que esperava, quem saltou do avião foi um jovem. Tinha cerca de 14-15 anos.

— Eu tava fugindo. — Kara sorriu suavemente. Depois seu sorriso cobriu sua face. E logo não conseguia conter o riso. O jovem fechou a cara. Kara teve que se conter para parar de rir.

— Você ia pilotar esse avião? Você não tem nem idade para isso.

— Meu QI é 189.

— Tá certo, você tem idade para isso. Mas fugir de avião vai levar mais tempo do que temos.

— É um legado meu. Tenho que fugir de avião. — Disse, olhando o céu noturno. A noite chegara há tempos. — Em 1945, horas antes de Nagasaki explodir, meu avô fugiu de lá de avião. Depois, no Vietnã, meu tio fugiu de uma explosão de gás…

— Você não é japonês. — Interrompeu abruptamente. O rapaz assentiu.

— Meu avô fugiu de um campo de prisioneiros.

— E tinha um avião lá? — Ela ergueu uma sobrancelha. — Que conveniente.

— Isso não importa. O que importa é que eu preciso passar isso adiante. — Ele virou-se e subiu novamente no avião. Kara continuou parada. — E se você, a toda majestosa Supergirl me ajudasse, eu faria um álbum de figurinhas suas.

— Você tá me zoando? — Perguntou.

— Sim. Agora sai da frente.

Saiu do caminho. O avião ligou. Começou a voar até o fim da rampa… E não se ergueu. O jovem tirou a cabeça pela janela e olhou para ela.

— Não sobe.

— A Ferris produz e testa avião, então grande parte dos modelos aqui são protótipos. — Cruzou os braços.

Desceu do avião e correu até ela.

— Você tem que me ajudar. Por favor.

— Vamos logo. Você vai ter outras chances de fugir.

Ele ajoelhou-se. Viu lágrimas de sinceridade em seus olhos.

Lembrava-se bem de responsabilidade. Tinha a responsabilidade de salvar tantas vidas quanto Kal-El salvara. Tinha a responsabilidade de não ser apenas mais uma superpoderosa. Sabia o constrangimento de falhar. Aquele jovem queria apenas seguir um contínuo legado estabelecido por seu avô. Não podia deixá-lo falhar.

Ela estendeu a mão. O jovem ergueu-se, limpando as lágrimas. Adentrou o avião, enquanto Kara preparou-se para erguê-lo sobre as costas.

Contou até três. Então começou a erguer o avião. Andou e então começou a flutuar.

O avião era pesado. Não tanto quanto o Bane e o Crocodilo juntos, mas era pesado. Continuou voando até o céu, segurando o avião. Pode ouvir tentativas falhas de ligar o motor. Sempre engatava ou desligava sozinho. O peso tornava-se devastador. Abaixo de si, o mar, e aos seus arredores o céu estrelado. Tinha que extrair o jovem.

— Liga. Liga. — Pode ouvir a conversa de Luthor com Superman. Os pelos arrepiaram-se.

E então ligou. Agradeceu aos deuses e soltou o avião. Continuou voando sozinho, tomando velocidade.

Então explodiu.

A cidade começou a ser consumida pela onda sônica. Tsunamis se formaram e prédios sumiram em pedaços aterradores. Kara olhou para trás e viu a explosão aproximando-se. Tudo que teve tempo de fazer foi olhar o avião.

—----

Acordou alguns minutos depois. Um golpe desse teria matado um ser normal, mas ela não era um ser normal. Era a Supergirl. Estava debaixo de escombros. Afastou-lhes facilmente, constatando diversos rasgos na roupa. A cidade estava acabada. Havia pedaços por todo o canto. Havia veículos em chamas e… corpos. Por todos os lados, corpos de crianças, velhas e adultos. Não tiveram tempo de salvar todos.

Andou desamparada. A capa fora rasgada. Perdera uma das botas. Apesar disso tudo, não estava ferida.

Encontrou uma carcaça amassada. Era um avião. Asas retorcidas, hélice perdida e chamas no motor. Flutuou suavemente até as proximidades do avião. Abriu a porta. O rapaz estava lá. Estava belo, sem cortes e intacto… A não ser pelo pescoço quebrado.

Retirou ele de lá dentro. Pegou-lhe pelo colo, e pôs-se a voar. Para longe de Coast City, para longe de todos.

O legado estava quebrado.


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Notas finais do capítulo

Pra você que leu até aqui, o próximo apêndice será do Arqueiro Verde.
E como eu ainda não defini a data, atualizarei depois com ela.
(PS: Vai sair depois do Ato II)



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