New Age of Mystic Falls escrita por osnaptzmary


Capítulo 2
Celas


Notas iniciais do capítulo

Adiantarei este capítulo como fiz nos outros sites, porque ambos são curtos. Tentarei postar com frequência, temo dizer que não tenho muita paciência com o Nyah (foi uma dificuldade para conseguir publicar o primeiro, e não ficou como eu gostaria), mas vou tentar superar isso. Bom, espero que gostem e conheçam um pouco mais sobre a fic, venho com o terceiro num futuro próximo. ♥



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Tris era uma mulher adulta. Tinha seus vinte e três anos, e havia trancado a faculdade de medicina depois de concluir dois períodos para reerguer a Augustine.

Ou pelo menos tentar. Com todos aqueles problemas na sua vida, reconstruir toda uma Instituição tão bem quanto fizeram seus antepassados não era fácil para uma pessoa só. Tris pretendia fazer o possível para que tivesse bons resultados.

Há um tempo atrás ela era uma menina sonhadora. Sempre quisera tornar-se uma figura importante para o mundo da ciência, porém a ciência que envolvia os estudos nos sanguessugas. Trabalhou por algum tempo em hospitais, cruzou com importantes doutores da medicina, mas nunca fora tão boa quanto seu pai ou seu avô.

Eles não teriam orgulho de quem ela era hoje em dia, presumia. Não havia sido tão produtiva na maioria das vezes em que esteve em um ataque.

Ou talvez, seriam. Tris havia passado por muito desde a morte dos familiares, o que fez com que aprendesse mais sobre a realidade a qual tanto odiara. Tivera experiências o suficiente para saber que não havia nada mais terrível com que lidar.

Exterminaria a maior quantidade de sanguessugas possível.

 

Os vampiros destruíram a sua vida.

 

Enquanto Tris observava o vampiro lutando contra as correntes de verbena, pensou em quantas vidas aquele sanguessuga incontrolado possivelmente havia retirado durante sua existência. Quantas pessoas antes construindo as suas famílias estariam agora dissecadas por um canto de um beco, esperando para serem encontradas e terem a sua morte causada legalmente por ''animais sanguessugas da noite'' - era preciso que escondessem a verdadeira causa, pois era preciso que os cidadãos naquela cidade permanecessem com a sua eterna ignorância a respeito do que seus olhos não viam.

Mas ela precisaria mudar isso. O povo não poderia ser ignorante para sempre.

Era certo de que os vampiros circulavam por Mystic Falls há mais de dez séculos, desde até mesmo antes da cidade ser fundada, e ainda assim algumas pessoas não tinham ideia da existência deles. Era algo tão impressionante que causava um certo desconforto na caçadora.

Lembrando da última cidade por que passara com seu armamento e sua disposição de extermínio dos seres, Tris suspirou, quase satisfeita. Era a sua missão como representante da Instituição continuar o cargo, limpando cidades e assegurando moradores. Ela nunca conseguiria derrotá-los para sempre, sabia disso, mas impediria sempre que possível.

— Arrghh. - O vampiro grunhiu, finalmente consciente. Tris enfiava a verbena na seringa lentamente, enquanto o bicho demonstrava a sua agonia, ainda possuía as balas em sua perna, e elas penetravam a sua pele conforme ele se movia.

— Silêncio. - Ela ordenou, sem olhá-lo. O vampiro deu uma leve revirada de olhos, e depois os manteve abaixados, como se um mínimo movimento causasse bastante dor. Ela deu um passo à frente, com a seringa em mãos, tornando a encará-lo.

— Augustine? - Ele palpitou, sem parecer surpreso. Tris parou de andar na sua direção, um tanto surpresa com a dedução, e sorriu, um sorriso curioso.

— Como adivinhou?

— Não importa - ele respondeu. Tris olhou-o torto, entretida. Estava pensando nas diversas formas de como se divertiria com aquele bicho antes de matá-lo. Porque, era claro, ela nunca apenas matava; Precisava de um pouco de diversão.

— Ah, importa. - Ela deu um passo à frente, se aproximando. - Sei que muitas pessoas conhecem a Instituição, mas poucas delas sabem que ela ainda se reergue. Devo lhe assegurar que estamos em todos os lugares. - Não era bem uma verdade, mas ele não precisava saber. Morreria, de qualquer forma.

— Ah - disse ele. - Agora estou bem mais seguro. Obrigado. - Ele afirmou com a cabeça, num tom irônico. Tris baixou o olhar e voltou a enfiar a verbena líquida na seringa. O vampiro se contorceu na maca antes de continuar a tagarelar em seus ouvidos. - Suponho que você vai enfiar essa coisa no meu braço e eu vou desmaiar. Aí vai abrir a minha barriga e... aaaai!

A agulha da seringa atravessou o seu braço. Tris olhou-o com desprezo, como se fosse de um nível bastante elevado para criar um diálogo aceitável com um vampiro. O bicho baixou as pálpebras pesadas e caiu a cabeça para a frente, perdendo a consciência por conta do líquido em seu sangue.

— Agora vamos deitar essa maca. - Ela disse, sozinha, e o fez. Quando o vampiro já estava na posição, Tris despiu-o o tronco fazendo um corte na altura da sua barriga com uma faca, pouco cuidadosa com cortes na pele, e abriu a barriga da criatura com bisturis, usufruindo do treino que teve na faculdade. Ela retirou bastante sangue do bicho para exames, e passou um longo tempo na continuação de um dos seus estudos. Sobre o sangue de vampiro possuir a capacidade de cura. Queria saber se existia algum modo de descobrir que fosse detectado sem que precisasse do uso da magia, que era algo que não tinha por não ser uma bruxa.

Após realizar as suas anotações, jogou-se exausta na cadeira. Respirou fundo, dando uma breve olhada na sua vítima novamente, e notou que o buraco que abrira na barriga do sanguessuga já se regenerava. Essa era uma das coisas interessantes, ela precisava admitir. Nunca houvera melhor remédio para ferimentos físicos do que o sangue de vampiro, jamais descoberto pela ciência.

Agora precisava de um café e descanso. Levantou da cadeira, empurrando-a para trás, e tornou a prender o vampiro em correntes para levá-lo até a parte das celas.

As celas. Eram elas as últimas moradias de suas vítimas antes de terem uma estaca ou uma bala de madeira banhada em verbena no coração. Ela deixava os vampiros presos separados por elas; Eram sete, no total, e faziam parte da herança Augustine, daquela casa, desde que, há quarenta anos atrás, ela fora erguida onde um dia fora a prefeitura - a cidade era antiga, e mudanças eram feitas constantemente.

Tris jogou-o na cela sete, a última do corredor. Podia deixá-lo mais perto para não ter o trabalho de andar até o final do corredor todas as vezes que fosse estudá-lo, porém ela não queria deixá-lo próximo à cela um. O mais distante, o mais seguro.

Desacorrentou o vampiro e o deixou ali, caído inconsciente, deitado sobre o chão. Ela girou o molho de chaves na mão e saiu de dentro da cela para trancá-la. Ele permaneceria ali por um bom tempo até que ela fizesse mais exames. Ou talvez voltaria à maca no dia seguinte, se este se iniciasse como um dia entediante.

Após prendê-lo, deu uma olhada rápida até a primeira cela, só para checar o estado dela, e olhou de novo. Um barulho, como um gemido de dor soou por aquela sala, enquanto ela encarava o corpo que acordava irritado.

 

— Eu não acredito... - as palavras nem tão incrédulas asssim vieram logo após aquele gemido, e Tris aproximou-se da cela. Não era possível. O efeito da verbena era forte, e não deveria ter passado ainda. Tris agachou-se, olhando a criatura que se remexia. Seu cabelo loiro estava sujo da poeira da cela, e ela fazia menção à tosse. Seus olhos pesados abriram-se lentamente, conforme ela ia recuperando a consciência. - Beatrice... - a criatura a viu, e os cantos de seus lábios ergueram-se num sorrisinho que não exatamente demonstrava que ela estava feliz em vê-la. - Você é uma decepção.

— Bom te ver novamente, também - Tris retrucou, escondendo o choque. Ela se aproximou da cela, tentando olhar nos olhos da criatura que se remexia preguiçosamente, não como se tivesse acabado de acordar de um desmaio e estivesse extremamente confusa a respeito de sua localização, e sim como alguém que acabava de tirar um cochilo profundo sem sonhos e despertava, meio grogue, apesar de não parecer tão satisfeita com a própria noite de sono. - Está tudo bem- Tris assegurou-na. -Assim que sair daqui, eu começarei a busca.

— O quê? - Era notável a voz do bicho ao perceber o que estava acontecendo ali, e a abrupta mudança em sua expressão. Tris não se sentia nem um pouco confortável com a situação, também, porém precisava ser forte. Ela agarrou duas das barras que separavam-na de sua criatura prisioneira, e abriu um sorriso.

— Você sabe. O que eu tenho procurado para você.

A criatura encarou-na. E abriu um leve sorrisinho irônico.

— Ah, claro. Se quer um conselho, desiste logo. Você nunca vai achar aquilo. Já foi usada em alguma parte do tempo. Por um bruxo bem legal, aliás. E por uma daquelas cópias da mulher gostosa dele.

— Foi encontrada duas vezes - Tris resumiu o que seria toda a história de vida das pessoas a quem a criatura se referira. - Uma terceira não é impossível. E eu sei onde começar a busca.

— Falou a especialista em bruxaria - a criatura disse. - Onde estamos? Quem você pensa que vai ajudá-la?

— Eu disse para onde viria - lembrou Tris.

— Eu só me lembro de ter recebido verbena no meu organismo - rebateu a criatura prisioneira, fazendo um gesto com as mãos e levando as mesmas até a garganta. Ela revirou os olhos. - Refresque a minha memória antes que eu precise lembrá-la que estou passando muita, muita fome.

A criatura deitou a cabeça. Parecia exausta, mas ainda havia aquele olhar preguiçoso que nunca a deixava. Tris inclinou um pouco a cabeça de lado, olhando-na. Apesar de tudo, ainda parecia a mesma.

— Estamos em Mystic Falls, na antiga Mansão Maxfield - disse ela. - Eu faço contato com as pessoas certas, em quem você também confia. - Então ela se aproximou um pouco mais da cela, e esticou a sua mão para tocar o rosto da prisioneira. - Vai dar tudo certo.

A criatura afastou a sua mão com um leve desprezo, e olhou para cima.

— As pessoas certas. Ouvindo isso de você, eu fico meio preocupada.

Tris olhou-na por mais algum tempo, e sorriu, confiante.

— Uma terceira cura ainda existe. Tenho feito buscas, mais do que imagina para uma humana. E eu a acharei para você, Jade. Você voltará a ser bruxa, e a nossa vida será como era antes de tudo. - Então ela reforçou. - Eu farei de tudo para encontrar aquela cura para você.


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