Filhos do Império - Chapeuzinho Vermelho(Livro Um) escrita por Ally Faro


Capítulo 22
Capítulo Vinte e Dois - Entre Lençóis e Promessas


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem
Divirtam-se!



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           Kyle sentiu o peso das palavras em seus ombros e se obrigou a tomar distância dela, que se apoiou nos cotovelos e o encarou, como se não estivesse completamente despida diante dele.
           Kyle não tinha como negar a beleza dela, não com ela nua e tão relaxada, sorrindo de forma petulante e o encarando como se quisesse dominar o mundo. Char era uma força da natureza, ele tinha de admitir.
–Do que você está falando? —A voz de Kyle saiu carregada, tanto de desejo quanto preocupação.
           Charlotte riu baixinho, um riso rouco e debochado, enquanto se colocava de pé.
–Você realmente vai fingir não saber, Kyle? —A voz era sedutora de modo quase hipnotizante. —Eu esperava mais de você.
–Você não está falando coisas que façam sentindo algum. —Revidou.
          Char sorriu novamente e caminhou lentamente até ele. Kyle nunca imaginou que iria querer fugir do quarto de uma garota que estava nua para ele, mas pela primeira vez ele cogitava a ideia, porém sentia como se seus pés estivessem colados ao chão. Charlotte parou a sua frente e tocou seu peito, que mesmo que fosse por cima da camisa, pareceu deixar uma trilha quente em sua pele.
–Você me quer, eu quero você. —Ela sorriu e o encarou. Os olhos verdes pareciam em chamas. —Então por que lutar contra algo que sabemos ser inevitável? —Ela se colocou na ponta dos pés e beijou seu pescoço, o sentindo engolir a seco e a fazendo sorrir mais. —Por que fugir dos nossos desejos e vontades? —Sussurrou. —Por que evitar algo que queremos tão intensamente?
            Kyle sentiu seu corpo reagir contra sua vontade e logo a carregava e ela circundou sua cintura com as pernas, o fazendo grunir levemente.
–Você não devia fazer isso. —Ele falou, a voz rouca quase inaudível.
–E por que não? Ainda acha que não é a hora certa? —Ela riu e mordeu seu lábio inferior, o fazendo soltar um grunhido quase selvagem. —Você sabe que eu nunca gostei de esperar a hora certa. —Ele sorriu contra seus lábios. —E você já deixou claro que foi isso que atraiu você.
–Você me faz perder a cabeça. —Ele disse a beijando em seguida.
            Charlotte reconhecia aquela frase, assim como agora conseguia ligar a voz de Kyle com a voz da pessoa em seu sonho.
             Char poderia tê-lo afastado naquele instante, ela tinha a confirmação de quem era Kyle, mas ainda precisava de tantas respostas.
            Charlotte sentiu a cama novamente e puxou Kyle pra ela, já tirando sua camisa.
            Kyle ainda sentia que deviaria se afastar, mas a boca dela traçava caminhos de pura luxúria em seu corpo, as unhas o marcavam por simples diversão. Os gemidos e suor, o que todos esperavam que uma garota como Char só revelasse para o homem que fosse viver o resto de sua vida com ela, Kyle sabia que pra ela era somente para saciar a vontade de seu corpo.
             Char o sentiu chegar ao ápice e sorriu, se jogando ao lado dele, não estava saciada, não ainda, porém fingiu que sim.
             Kyle a encarou por um longo tempo, sem coragem de toca-la de novo, como se ela fosse desaparecer ou expulsa-lo dali a qualquer momento. Ele sentia o calor emanar de seu corpo, o cabelo estava bagunçado na cama e ela parecia mais relaxada que nunca.
            Char sentia que era encarada, mas não estava dando importância, não era como se não quisesse puxar o cobertor pra esconder seu corpo ou ir tomar banho por causa do calor, mas sabia que a qualquer movimento errado, Kyle fugiria e ela perderia a oportunidade de perguntar o que queria.
–Por que tá me encarando? —Ela questionou levemente, com um pequeno sorriso.
           Kyle sorriu, ela ainda permanecia de olhos fechados, mas era extremamente perceptiva.
–Isso te incomoda?
–Deveria? —Quis saber, rolando e o encarando com um sorriso.
–Talvez. —Char riu sonoramente e passou pra cima dela, o fazendo rir. —Você vai ficar aqui hoje.
            O fogo nos olhos dela continuavam a dançar, como se não fossem se dispor a apagar nunca.
–Vou?
–Sem dúvida alguma.
            Kyle sentiu os lábios dela pressionarem os seus mais uma vez. Char era indomável.
             Char olhou para Kyle, extremamente relaxado e dormindo ao seu lado, ela se desvencilhou dele e se ergueu, notando que o rapaz nem mesmo se mexeu.
–Homens. —Bufou e puxou a camisa dele, sem se importar com as roupas íntimas ou seu vestido.
           Char sabia que nudez era um tabu para praticamente todas as mulheres, mas não estava dando importância a isso, pois Kyle desejava seu corpo e quanto mais desejoso ele ficasse, mais vantagem ela teria.
           Charlotte saiu cuidadosamente do quarto e fechou a porta com delicadeza. Necessitava vasculhar a casa e descobrir tudo que fosse possível e fora o que fez.
            Só havia um quarto além do dela, o que obviamente era de Kyle. A única diferença daquele cômodo pro seu, é que havia uma tranca na janela, que abria silenciosamente e com facilidade. Char abriu a janela e sentiu o ar noturno preencher o ambiente e seus pulmões, acalmando seus nervos e mente. Infelizmente sabia não poder ficar muito ali, por tanto logo trancou a janela e saiu do quarto, seguindo para a sala e cozinha.
           Char notou que a casa tinha vários pontos de fuga e ela poderia ir embora naquele momento, mas não era estúpida a esse ponto, porque sabia também que se eles a queriam no Vale, a caçariam e ela não conseguiria manipular Kyle outra vez.
           Charlotte entrou no quarto e o viu encara-la, o cinza estava absurdamente escuro e ela sorriu. Ele estava sentado na beira da cama.
–Finalmente acordou. —Ela cumprimentou.
            Kyle viu as longas pernas a mostra, sua camisa cobria pouca coisa do corpo dela e o fazia sentir algo despertar dentro de si outra vez, faminto e feroz.
–Onde você estava? —Exigiu e ela ergueu a sobrancelha.
           Kyle se xingou mentalmente, aquele olhar dela era mortal. Mas ela bufou e deu de ombros.
–Você não me alimentou o dia todo. —Disse com simplicidade e retirou sua camisa, jogando no chão, aos pés dele. —Estive a procura da cozinha.
           Char começou a caminhar para o banheiro, parando na porta somente para lhe sorrir.
–Eu gostaria muito de dar uma volta, sabia?
            Kyle a analisou dos pés a cabeça, enquanto se acalmava.
–Agora?
–É o único horário que posso sair por aí, não é?
          Kyle sentiu a alfinetada, mas ela sorria calmamente, sem nenhum pingo de irritação. Ele ainda estava cansado, mas podia ceder pelo menos uma vez.
–Claro.
–Me de um minuto. —Ela sorriu. —Eu até poderia chamar você para me acompanhar no banho, mas como ainda desejo caminhar por aí hoje, não acho que seja inteligente.
–E por que não? —Ele sorriu.
–Ah Kyle, se soubesse o que desejo fazer com você agora, não me perguntaria isso.
           Kyle sentiu o desejo queima-lo e algo rugir ferozmente dentro dele, fazendo seu peito vibrar, mas Char somente sorriu e entrou no banheiro, trancando a porta em seguida.
           Charlotte saiu do banheiro e notou a porta do quarto aberta em extensão máxima e nem um sinal de Kyle, ela sorriu e puxou a capa vermelha de cima da cadeira, revelando A Deusa do Vento, o qual ainda não terminara a leitura.
           Char saiu do quarto e seguiu até a sala, a qual porta também estava aberta. A menina parou por um momento e depois seguiu até o lado de fora, com cautela, mas Kyle estava parado próximo a porta, assim que a viu sorriu e se desencostou da parede.
            Kyle a viu sair da casa e receber bem o vento frio da madrugada, parecendo completamente a vontade.
–E então, vai me dizer a verdade? —Ela questionou, após um longo tempo de silêncio e caminhada.
           Kyle a encarou e ela sorriu.
–Do que estamos falando exatamente? —Perguntou com cautela.
–Por que não me disse, quando nos conhecemos, que era você quem me visitava por sonhos?
           Char o viu enfiar as mãos nos bolsos e olhar para o horizonte.
–Por que eu deveria?
–Pelo menos assume que era você.
–Era eu.
–Como fazia para conseguir entrar nos meus sonhos? —Ela havia parado e o encarava.
           Kyle não a encarou, olhava para longe.
–Um dia eu conto. —Ela riu.
–Mais um mistério. —Ele não respondeu. —E como você me achou na noite de Lua Cheia?
–Por que quer saber? —Ele parecia desconfortável.
–Não gosto de perguntas sem respostas.
–Não...
–Você pode, só não quer. —Cortou e ele suspirou.
–Outro dia eu conto.
–Conta mesmo? —O encarou seriamente.
–Conto.
–Então me prometa, Kyle. —Exigiu. —Prometa que irá revelar em breve todas as minhas questões.
           Kyle gelou, ele não podia prometer isso, não sem ter que cumprir, principalmente pra ela.
–Eu...
–Prometa. —A voz era cortante e autoritária, ele sentiu um frio incomum percorrer sua coluna.
–Eu prometo que em breve irei revelar todas as respostas as suas questões. —As palavras pareceram sair sem sua permissão.
           Kyle se arrependeu da promessa assim que a fez. O sorriso dela era vitorioso e ele sentiu algo o alfinetando internamente. Era uma promessa que ele sabia não poder quebrar e que fizera sem conseguir se conter.
           Kyle se amaldiçoou por ter deixado as palavras saírem de sua boca. O preço de uma promessa para alguém como Charlotte era dominador, nada que ele tentasse poderia quebrar sua palavra, ele teria que dizer, querendo ou não. Até o momento de dizer toda a verdade a ela, Kyle estava inteiramente nas mãos da menina de olhos verdes selvagens.
           Charlotte definitivamente é uma força da natureza. Selvagem, independente e com um poder assustador. —Pensou enquanto a via voltar a caminhar.


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Notas finais do capítulo

E ai? Curtiram?
Deixem seus comentários.
O que vocês acham que vai acontecer entre a Char e o Kyle?
Beijos e até o próximo capítulo.



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