Only You escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 22
The Attack


Notas iniciais do capítulo

E como vão os leitores mais lindos e perfeitos deste planeta? Não estou puxando saco não, mas o que é verdade tem que ser falado kkkk... hoje o nosso título representa “o ataque”, entenderão pq. Continuo agradecendo o carinho de cada um que comenta, devo dizer que quando leio as palavras de vocês me incentivam e me emocionam bastante, vcs são intensos com as palavras. Obrigada por isso. Tomara que eu supra a necessidade de cada com este cap... boa leitura.



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Me sentia cada vez mais enjoada, meu estomago parecia que sairia por inteiro. Tenho evitado Peeta todas as noites. No começo ele achou que fosse minhas regras, mas depois disso viu que minha aparência não melhorava e com isso não aproveitava do meu corpo nesse estado, achando que eu estava doente.

— Vou chamar o Dr. Wolf. – declarou como todos os dias.

— Não precisa chamar ninguém, já me sinto melhor acredite. – segurei em suas mãos o impedindo de sair do quarto – Por favor, fique comigo? – ele sorriu entortando os lábios e prontamente me atendeu deitando-se ao meu lado.

— Você está tão mais linda a cada dia que passa, sabia? – disse enquanto afagava meus cabelos.

— Obrigada, me perdoe por dar tanto trabalho. – comecei a acariciar seu rosto que aparentava tanto cansaço.

— Você não me dá trabalho, só estou preocupado que daqui a uma semana estaremos viajando e se estiver nesse estado não poderei permitir que vá, pois acredite querida em alto mar o enjoo piora. – explica e só fico imaginando que não queira que eu vá.

— Não quer me levar, é isso?

— Não é isso, querida. Saiba que o que mais quero é ficar o tempo todo com você, mas se estiver doente a viagem não será agradável.

— Já sei, pedirei para Catharina preparar-me aquele chá todos as manhãs e a tarde também. O chá me faz bem, então é isso que farei. – digo me sentando na cama transparecendo animação.

Após a semana que Peeta e eu consumamos nosso casamento e achei que minhas regras viriam, senti fortes dores e o chá que me prepararam fez bem. Então dessa vez poderia resolver também.

— Está bem, vou descer agora mesmo e pedir para fazerem esse chá, mas antes preciso fazer isso. – Peeta me puxou para cima de si fazendo nossos lábios se encontrarem. Logo suas mãos começaram a passear pelo meu corpo coberto por um vestido azul escuro que ficava bem folgado – o que era bom -, finalmente meu ventre aparentava que estava carregando um filho seu e não querida que percebesse isso, caso contrário não permitiria que eu fosse com ele.

— Peeta, já está bom. – me afastei dele passando as mãos em meus cabelos.

— Faz ideia de como sinto sua falta? – assim que meus enjoos iniciaram ficamos sem nos amar e sei que sente certos desejos por mim.

— Quero que me ame esta noite. – falei rápido e ele me observou um tanto diferente.

— Isto, é sério?

— Sim. – disse convicta.

Ele se levantou rapidamente dizendo que iria preparar meu chá. Ri de seu jeito atrapalhado ao sair do quarto. Me levantei e parei frente ao espelho. Fiquei de lado observando atentamente meu ventre. Com as roupas certas estava conseguindo esconder, mas se me visse nua notaria o pequeno inchaço. Precisei pensar em um plano bem rápido.

Tomei meu chá e consegui me alimentar um pouco no jantar. Depois de subirmos novamente para o quarto vesti minha camisola e me deitei ao seu lado. O quarto se encontrava iluminado pelas velas espalhadas. Seus olhos me encaravam com expectativa.

— Pode apagar as velas, por favor? – pedi o mais inocente que pude.

Prontamente me atendeu sem questionar. Peeta costumava dizer que ultimamente tenho me tornado uma caixinha de surpresas, mas que gostava das novidades.

— O que pretende hoje? – perguntou se deitando ao meu lado.

— Nem imagina o que estou pensando. – Peeta já se encontrava deitado, me sentei sobre ele ladeando minhas pernas em seu corpo. Estiquei-me um pouco para apagar a última vela e só ficamos com o clarão da lua – Eu te amo, Mr. Peeta Mellark. – me inclinei para frente e beijei seus lábios.

— Oh, por favor... não me torture... – retirei minha camisola, desabotoei sua camisa e depois retirei sua calça. Estávamos prontos.

— Peeta me faça sua, me ame. – tentei uma voz mais rouca e senti suas mão apertarem meus quadris.

Ele nos inverteu me deixando por baixo então o senti tão firme como sempre. Abracei ele e automaticamente minhas mãos foram parar em seus cabelos. Peeta me amava com carinho, lentamente e constantemente. Minha vontade era de arrancar seus cabelos, mas não fiz isso, apenas os puxava sem machuca-lo.

— K-kat... – cheguei ao limite e logo ele me acompanhou – Eu amo você. – disse num sussurro bem próximo ao meu ouvido.

— Eu amo você mais ainda. – lá fora as noites se tornavam cada vez mais frias, mas para nós dois o calor era evidente.

Depois de muitos suspiros e o fôlego ter se tornado estável Peeta nos aconchegou de maneira acolhedora.

— Katniss, posso perguntar algo?

— Pergunte o que quiser. – eu traçava linhas imaginárias em seu peito nu.

— Não podemos ter filhos? – senti um nó se formar em minha garganta.

— Por que pergunta isso? – tentei acalmar minha voz.

— Já faz quase três meses que nos amamos, consumamos nossa união e minha semente não fez efeito em seu corpo ainda? – sua voz parecia triste e me senti tentada em dizer a verdade.

— Meu amor, acredito que para tudo tem um tempo. Observe a grande diferença de idade entre Dália e eu. – ergui um pouco meu corpo e beijei levemente seus lábios – Quando está me amando sempre pensa nisso?

— Sempre. Não vejo a hora de podermos ter nossos filhos correndo por esta casa. – seus olhos brilhavam com a luz da lua e senti um aperto no peito. O que eu estava fazendo com ele? Mas daqui a uma semana contarei e não terá como me mandar de volta para casa.

— Teremos quantos filhos você quiser e o tanto que meu corpo aguentar tê-los. Quero que, pelo menos um dos meninos se chame Benjamim. Papai adoraria ver o mesmo nome em um dos netos. – tentei anima-lo e pareceu dar certo, pois logo me abraçou e começou a beijar toda a extensão da minha face.

(...)

Não foi difícil convencer Seeder a permitir que seus únicos filhos nos acompanhassem. Ela passou algumas instruções, teve um momento de despedida e assim que chegamos na propriedade Everdeen eu havia recebido uma carta de Dulce Maria informando que a irmã estava bem e logo estaria retornando. Com esta informação fui até a mesinha da minha sala particular e lhe escrevi uma carta também contando as novidades sobre a viagem e sobre o herdeiro em meu ventre. Ao terminar de escrever pousei minhas mãos no ponto onde o bebê estava e acariciei por um instante.

— Rue, entre. – a morena estava parada na entrada da sala – Preciso lhe contar algo, mas prometa que manterá em segredo até eu revelar?

— Sim, eu prometo.

— Estou carregando um herdeiro. – os olhos dela brilharam quando pousei minhas mãos em meu ventre.

— Isso é maravilhoso! – disse ela me abraçando.

— Quero que você me acompanhe naquele navio. Por favor, ajude que nada de mal me aconteça. – pedi.

— Sim, Mrs. Mellark, avisarei discretamente ao meu irmão que a proteja também.

— Obrigada. – sorri agradecida.

Após o jantar retiramo-nos para os nossos quartos, afinal pela manhã estaríamos embarcando para uma grande aventura. Eu mal me continha de ansiedade. Quero gravar cada momento desta viagem em minha mente e contar tudo a minha amiga Madge.

Pela manhã fui acordada com suaves beijos do meu marido.

— Bom dia querida. Pronta para viajarmos?

 - Sim, estou muito ansiosa por isso. – acariciei seu rosto e logo levantamos para nos aprontarmos.

Peeta empilhou nossa bagagem na ponta da escada para que os criados levassem até a carruagem. Tresh e Rue pareciam mais animados até do que eu.

Após um rápido café da manhã partimos para o porto. Peeta informou-me que o navio velejaria através dos condados até chegar à Capital onde os últimos oficiais embarcariam.

(...)

Ao colocar meus pés sobre o convés do navio me senti como os personagens das histórias que eu lia. Sempre li aventuras que falavam sobre sereias, baleias brancas e tubarões.

— Bom dia, Mrs. Mellark. O que está achando do navio? – o Almirante Abernathy perguntou-me enquanto eu prestava atenção a cada detalhe.

— Fantástico! – exclamei animada e Rue conteve um sorriso. Peeta estava ajudando Tresh a guardar nossas bagagens e desde então a garota se encontrava comigo.

— Espero que goste e aprecie a paisagem, pois o que mais verá, é o infinito azul. – ele gargalhou, mas logo voltou sua aparência normal – Quer dizer, terá algumas paisagens e belas ilhas sabe... alguns animais marinhos também. – falou como se refletisse algo.

— Existem sereias? – perguntei curiosa.

— Olha, já escutei muitas histórias, mas não posso afirmar que eram verdadeiras.

— E tubarões, baleias brancas ou leviatã gigantes... – eu perguntava demonstrando claramente minha ansiedade.

— Acalme-se garota, respire. Pelo visto já leu muitos contos sobre o mar. – comentou.

— Sim, na verdade li vários livros sobre isto.

— Tudo bem, mas não se esqueça de que a maioria é lenda. Com licença vou ver com o navegador se podemos partir. – ele fez reverencia para mim e Rue e se afastou.

— Rue, vamos procurar pelo meu marido e seu irmão. – logo segurei sua mão e fomos atrás deles.

Diferente da vez que vim até ao porto me despedir de Peeta depois de nos casarmos, quase não havia familiares se despedindo, na verdade, não havia quase ninguém. Senti um leve tranco e logo percebi que o navio começou a se mover.

— Venha te levarei até a cabine. – Peeta entrelaçou sua mão a minha e me levou para dentro.

Descemos alguns degraus de madeira e andamos por um extenso corredor. Ele abriu uma porta e logo meus olhos averiguaram o pequeno cômodo. Tinham duas camas pequenas uma cômoda entre elas, tudo era muito simples, mas bem organizado e limpo.

— E, você? – perguntei referindo-me as camas.

— Eu dormirei em outra cabine, Rue dormirá aqui com você, se não se importar.

— Jamais me importaria, mas achei que fôssemos dormir juntos. – acredito que minhas palavras soaram mais como um lamento.

— Eu bem que queria, mas não disponibilizamos de cabines para casais, lembre-se de que este navio é para a frota marítima e não os convencionais de viagem.

— Tudo bem então...

— Mas isso não quer dizer que não podemos dar uma escapada. – Peeta fechou a porta com os pés, tomou-me em seus braços e me empurrou até a cama que se encontrava encostada à parede – Aliás, se quiser podemos começar agora, o que acha? – seu tom baixo, suave e rouco na voz me deixou em estado de alerta total. Eu queria poder senti-lo agora mesmo, mas mal saímos de nosso continente.

— Eu quero, mas é melhor esperarmos um pouco. Rue ainda está na companhia do irmão, mas pode vir até aqui a qualquer momento. – ele levantou meu vestido até a altura de minhas coxas e acariciou-as.

— Você é tão perfeita. – ele me beijou com paixão e logo o senti se afastar, mas eu tinha os olhos fechados.

— O que? – perguntei meio atordoada ao vê-lo ajeitar a farda.

— Você está certa, não podemos fazer isso agora. Preciso me juntar aos outros para analisarmos alguns pontos do mapa e a missão para cada um. – levantei ajeitando minha roupa e me aproximei acariciando seu rosto.

— Tenha um bom trabalho.

— Obrigado, querida.

Logo encontrei Rue e seu irmão próximo as escadas e levei-a até a cabine que ficaríamos.

Assim iniciamos a viagem. Poucos oficias iam subindo a bordo de acordo com as paradas nos demais condados. Quando chegamos à Capital senti um frio na barriga ao ver o comandante Hawthorne entrar no navio, mas me aliviei quando ele apenas andou entre alguns oficias conversando rapidamente com alguns e depois se retirou. Antes de ir olhou em minha direção e sorriu de uma forma assustadora.

Continuamos com a viagem e Peeta me apresentou alguns dos oficias no jantar. Gloss era um soldado e olhando bem atentamente lembro-me quem ele é.

— Você estava na companhia do meu marido quando nem o conhecia ainda, não estava? – ele sorriu para meu marido e depois me encarou.

— Sim, Mrs. Mellark, eu era o fiel escudeiro do nobre cavalheiro aqui. – pôs uma mão amigavelmente no ombro de Peeta que sorriu sem graça.

Conheci também o Comandante Marvel, que me pareceu um bom homem e correto com tudo. O que menos gostei foi o Sargento Brutus. Ele era careca e tinha uma cara de mau, mas pensei no marido maravilhoso ao meu lado e sei que não permitiria que chegasse perto de mim.

(...)

Uma semana velejando e meus enjoos variavam bastante, sentia muita náusea se ficasse muito tempo na beirada do convés olhando a espuma do oceano, mas logo Rue pedia ao cozinheiro se podia preparar algo para meu enjoo. Milagrosamente o tal cozinheiro ensinou um chá de uma planta bem amarga para que eu tomasse, mas Rue logo pensou em meu estado e perguntou ao homem se tinha alguma contraindicação e ele negou, disse que a planta era para alivio do fígado.

Depois deste chá me sentia forte e com vontade de comer. O cozinheiro era ótimo e preparava tanto refeições leves como as com mais sustância. Sempre tinha ensopado de peixe ou assado no jantar e eu comecei a comer de tudo um pouco com muita vontade. Peeta apenas me olhava estranhamente, acredito que me achando diferente, pois nunca havia me visto comer daquele jeito.

— Um isso está uma delícia, querido. – eu quase gemia de satisfação ao me deliciar com cada prato posto à mesa – Rue pode pegar mais um pão para mim?

— Claro, Mrs. Mellark. – disse sorrindo e levantando para ir até a mesa principal onde todo o cardápio se encontrava posto.

— Se continuar comendo assim continuará passando mal, Katniss. – falou nitidamente nervoso.

— Não vou não, depois daquele milagroso chá do cozinheiro posso comer de tudo um pouco e este ensopado de legumes está uma delícia. – passei a língua entre meus lábios ansiando o pão que Rue estava trazendo para eu comer.

— Nunca vi você comer com tanta satisfação. – estranhou ele.

Internamente me lembrei que Dália havia dito que em uma fase eu sentiria muita fome e satisfação plena em alimentar-me.

— Estou com fome, ora. É, justo eu comer bem depois das semanas passando mal, não acha? – nem desviei meu olhar da comida para encara-lo.

— Tudo bem, querida não quis ofende-la. Está certa tem que recuperar a força. – ele acariciou uma de minhas mãos e aí sim, levantei meu olhar.

Será que falei grossa demais e interpretou como ofensa? A verdade é que, nem estou prestando a atenção nele, a não ser continuar me alimentando.

— Não me ofendeu, querido. Fique tranquilo. – sorri com sinceridade e ele retribuiu.

Após o jantar eu me sentia enorme – o que de fato era verdade -, assim que entrarmos na cabine Rue disse que tinha pedido ao cozinheiro se podia fazer-me um chá de erva-doce e logo ela foi buscar me deixando sozinha. Poucos instantes depois escutei leves batidas na porta e ao abri-la aqueles olhos que eu mais amava ver, me encararam.

— Fiquei me sentindo mal por falar daquela maneira com você. – o puxei para dentro e fechei a porta atrás de mim.

— Já disse que não me ofendeu em momento algum, quantas vezes terei que dizer isso, Mr. Peeta Mellark? – disse de braços cruzados.

— Tudo bem então... é que, estou achando tudo isso surreal sabe... você aqui comigo... – me aproximei dele e o abracei pela cintura.

— Vou provar a você que eu estar aqui é real. – puxei seu corpo para mais perto, levantei um pouco meus pés para alcançar seus lábios e o beijei com vontade. Só o beijo parecia não satisfazer meu corpo que automaticamente se transformava em uma tremenda onda de ansiedade – Eu te quero tanto... – supliquei depois de desviar meus lábios dos seus e ir em direção a curva de seu pescoço.

— Também quero, mas Rue não demorará a retornar. – ele arfou quando suavemente beijei seu pescoço.

— Estou me sentindo cheia, acho que não seria bom nenhum de nós dois fazermos este esforço agora. – me afastei somente para olhar seu rosto.

— Tem razão, faremos em outra ocasião. – ele me beijou mais uma vez e logo escutamos batidas na porta.

Peeta, me deu boa noite e se retirou. Depois de tomar o chá vesti minha camisola e ao observar meu ventre notei que estava um pouco mais aparente.

— Rue, olhe isso. – disse saindo de trás do... – Está vendo como está mais inchada?

— Sim, devo dizer com todo respeito que você está linda Katniss, mas não acha que já é hora de dar a notícia a Mr. Mellark? – ela sorriu – Estamos bem longe de Barem, será impossível ele te mandar voltar a essa distância.

— Amanhã direi a ele. – tive que concordar com ela, afinal ele merecia receber essa notícia, já que acha que eu, ou ele é infértil.

— Tenho certeza de que ele amará receber a notícia. – Rue se aproximou mais de mim e eu tive que lhe dar um abraço. Como eu sentia falta desses momentos de proximidade amigável ou familiar.

Deitei para dormir e logo o sono chegou com força total. Depois de um tempo acordei sobressaltada, não imaginava que horas devia ser, mas o navio balançava bastante. Levantei e caminhei até a pequena janela arredondada. Uma forte chuva caía veemente e pela pouca luminosidade da lua percebi as enormes ondas que batiam contra o casco do navio. Se tratava de uma forte tempestade. Peeta já havia comentado comigo sobre isso.

Voltei para a cama e deitei tentando não pensar no balanço que aumentava gradativamente. Pouco tempo depois escutei um estrondo e não imaginei o que seria. Talvez um trovão?

Rue se levantou assustada e logo ascendeu uma vela. Mal nos encaramos e escutei batidas desesperadas na porta.

— Eu abro. – disse a ela.

Vesti meu robe e assim que a porta foi aberta Peeta estava com um semblante agitadíssimo.

— É exatamente por isso que eu não queria que viesse comigo. – ele adentrou o cômodo não se importando com Rue que estava com roupas de dormir mesmo que decentes – Rue prepare poucas roupas para você e para minha esposa. Vou tira-las daqui. – ditou e logo a garota assentiu sem perguntar mais nada.

Eu ainda estava confusa, pois ele entrou desta maneira aqui sem me dar qualquer explicação e agora exige isso?

— Peeta me diga o que está acontecendo? – segurei firme seu braço e logo escutei mais estrondo e uma agitação crescer no corredor.

— O navio está sendo atacado. – disse visivelmente atormentado – Preciso tirar você e Rue daqui imediatamente. Tresh irá com vocês. – ele já me dava as costas rumando a saída.

— Espere! – segurei sua mão que suava frio – E, você?

— Não posso abandonar a frota. – me olhou com lamento.

— Não irei a lugar algum sem você. – comecei a sentir um tremor em meu corpo.

— Isso não vem ao caso, só quero que me obedeça. Isso é uma ordem, está me entendendo? – quase não vejo essa postura autoritária em Peeta, no geral é muito tranquilo, mas ele não espera mais reação de minha parte e dita mais uma ordem a Rue antes de sair – Sejam rápidas e vistam-se.

Senti meus olhos se enxerem de lágrimas e o tremor em meu corpo crescer cada vez mais.

— Katniss venha vista isso. – Rue parou em minha frente me puxando para a realidade.

— Não quero ir sem ele. – sussurrei.

— Eu sei, mas agora vamos ser rápidas. Vista isso, vai ajudar a proteger seu ventre. – ela envolveu minha cintura com um espartilho – aliás me pareceu ser um -, mas na verdade senti uma espécie de espuma na base que ficava encostado à minha barriga.

Depois buscou um dos meus vestidos e me ajudou a vestir, em seguida colocou uma capa escura que me cobria desde a cabeça até os pés, isso tudo por cima da minha camisola.

Enquanto ela se vestia olhei em direção a porta e tornei a encará-la.

— Rue, me encontre lá fora.

— Mas... Mrs. Mellark... – não dei ouvidos aos seus chamados e saí correndo dali.

Os corredores estavam quase vazios, mas senti um grande movimento vindo acima de minha cabeça, o convés. Subi rapidamente as escadas de madeira enquanto me segurava nos corrimãos para não cair, pois o navio balançava ferozmente. Olhei para a ponta do navio e estava em chamas, todo o convés se encontrava em caos. Homens com suas espadas desembainhadas lutando com outros sujeitos estranhos e encardidos.

Apertei a capa contra meu corpo e logo senti um encontrão.

— Ora, ora... que boneca. – um ser horrendo me puxou para um canto e entrei em desespero.

— O que quer de mim? – rosnei.

— Tudo o que puder me oferecer. Achei que não tivesse mulheres a bordo... – seu bafo fedia a peixe podre e meu estômago protestou. Logo senti minha boca salivar e não demorou muito para que vomitasse em cima do indivíduo à minha frente – Sua... – ele apertou meu braço e não contive os gritos.

— Me larga seu nojento... socorro! – cada vez gritava mais alto – Peeta...

— Ninguém virá te salvar boneca, estamos tomando o navio... – logo os olhos do homem se arregalaram, sua face se transformou em uma careta e ao desviar meus olhos até seu abdômen uma espada lhe atravessava.

— O que está fazendo aqui sozinha? – Peeta trajado em sua farda azul marinho, o cabelo caindo sobre a testa, molhado por completo me questionou assim que retirou a espada encravada do corpo do homem.

— Eu queria ver você. – me aproximei e ele me encurralou no canto enquanto ao nosso redor a batalha continuava.

— Queria me ver? – perguntou um tanto ríspido – Tresh está do outro lado preparando um bote para vocês.

— Eu não vou sem você. – o capuz da capa escorregou de minha cabeça e Peeta me congelaria por completo somente pelo olhar furioso que me direcionou.

— Não estamos em uma discussão. Você irá e pronto! – senti as lágrimas emergirem.

— Você não está entendendo, preciso... – segurei seu pulso e logo Rue apareceu carregando algumas coisas em mãos.

— Rue, venha comigo. Seu irmão está preparando um bote para vocês. – Peeta não esperou por meus protestos e praticamente me arrastava pelo convés nos afastando da confusão.

Chegamos até onde ficavam os botes e tinha mais dois homens junto de Tresh.

— Não há mais tempo a perder sargento, coloque sua esposa e acompanhante no bote. – estreitei meus olhos e vi que quem deu a ordem era o Almirante Abernathy.

Peeta segurou meus ombros com firmeza e me encarou.

— Prometi ao seu pai que protegeria você... – sua voz engasgou.

— Não está me protegendo, se permanecer aqui e eu ir. – minhas lágrimas escorriam livremente.

— É, assim que continuarei mantendo minha promessa, salvando pelo menos você e a eles. – aqueles que ali estavam nos encaravam.

— Preciso te contar algo... – minha voz começou a engasgar, mas eu precisava dizer aquilo – E-eu... quer dizer nós... – eu não conseguia formular as palavras.

— O que? Fale logo, não há mais tempo! – me pediu.

— Estou carregando um filho seu.

Senti os músculos do seu corpo petrificarem.

— Como assim...?  - de repente suas mãos começaram a tremer e foi se afastando de mim.

— Descobri há pouco tempo e eu ia te contar pela manhã. – me aproximei dele e sua cabeça anuía negativamente.

— É mentira! Está fazendo isso para que eu vá com você. – minhas lágrimas rolaram ainda mais ao escutar que estava duvidando de mim.

— Mr. Mellark, o que ela diz é verdade. – Rue se entrepôs.

— Sargento, vá com ela. – o Almirante se aproximou e pôs uma mão sobre o ombro de Peeta.

— Mas senhor...

— Vá filho, agora eu estou ordenando. Em breve este navio afundará, boa parte dele foi danificada. Nós que ficarmos lutaremos e tentarei tirar alguns homens. – o Almirante foi bem firme em sua ordem.

Peeta parecia sem rumo, totalmente atordoado e o outro soldado que estava com o almirante nos ajudou a entrar no bote.

Minhas lágrimas ainda escorriam agora nem tanto de medo por deixar Peeta para trás, mas sim do mar revolto. Me agarrei a ele e o apertei tão forte quanto pude. Seus braços não hesitaram em me abraçar também. Olhei para os irmãos e enquanto Tresh remava com força para longe dali a pequena Rue estava encolhida. Num rápido movimento saí dos braços de Peeta que parecia estar anestesiado e puxei Rue para perto de mim.

Ela estava vestida com uma capa também e logo retirou algumas cobertas para nos cobrir. Claro que, não seria o suficiente para nos proteger do temporal, mas já ajudava.

Fiquei um bom tempo em alerta sem conseguir dormir, estava sentindo muito medo, mesmo que os braços daquele que eu amava estivessem ao meu redor. A chuva foi diminuindo aos poucos e estávamos bem afastados. Quando o céu realmente sessou de chover e o mar se aquietou minhas pálpebras foram se fechando. Caí no mais profundo sono.


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Notas finais do capítulo

*Este bote salva-vidas imaginei todo de madeira, como no filme “As Aventuras de Pi,” grande o suficiente para caber folgadamente esses quatro queridos.

Agora fica a pergunta, o que acham que vai rolar? Eu iria fazer bem mais dramático, mas achei que ficaria forçado demais, então espero a opinião de cada um nos comentários. Mais um recadinho, pessoal pelas minhas pesquisas e pelo que meu amigo sargento da marinha me disse, logicamente os familiares de militares não poderiam embarcar com eles em uma missão. Isso não acontece em nosso mundo real, mas aqui quis abrir uma exceção, alguns detalhes deste cap foram bem fictícios. Espero não ter decepcionado e tenham todos um ótimo FDS. Bjokas.

Ps: Fiz uma One de dia das Crianças para um desafio, quem quiser dar uma olhadinha e deixar o que acharam por favor é neste link abaixo.

https://fanfiction.com.br/historia/711600/Aways_Together/



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