Only You escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 23
The Island - Part 1


Notas iniciais do capítulo

Olá cheirosos, tudo bem com vocês? Já estava morrendo de saudades, nem fazem ideia! Aos novos leitores continuo dando o meu: Sejam mais que bem-vindos! Bem, o cap de hoje é nada mais nada menos que “A Ilha”, bem não sei se fui muito criativa kkkkkk, mas tem a ver com o que se passa aqui rss. Quero agradecer de coração cada comentário dos capítulos passados, é muito bom saber o que estão achando. Tem muita surpresa vindo por aí, sem mais delongas, boa leitura, espero que gostem...



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Senti me corpo molhado e frio. Aos poucos fui abrindo os olhos notando os raios de sol que surgiam.

— Rue, você está bem? – perguntei com minha voz um tanto fraca, ela se encontrava ao meu lado encolhida e atrás de mim meu marido me abraçava.

— Estou, mas e você Mrs. Mellark, como se sente? – Rue retirou o capuz de sua cabeça e ajeitou seu corpo eretamente.

— Estou com fome e frio. – Tresh abriu um saco e tirou de lá uma maçã e me entregou.

— Coma, Mrs. Mellark. Seu marido conseguiu com o cozinheiro alguns mantimentos, frutas e um pouco de água potável. – quando pronunciou olhei para o lado para encarar meu marido, pois tinha os braços envoltos a minha cintura.

Ele se encontrava com o mesmo olhar perdido, mas embaixo dos olhos grandes olheiras como se não tivesse dormido nem um pouco. O bote balançava bem menos do que na noite passada. Expiei um pouco onde estávamos e a vasta imensidão azul se encontrava toda a nossa volta.

— Irei remar um pouco, Tresh. – Peeta se pronunciou pela primeira vez, desde que nós embarcamos no bote ele se encontrava estático e ouvir sua voz foi um alívio.

— Não, senhor nem descansou...

— Não estou cansado. – ele fez um movimento ao meu lado e gemeu como que sentindo dor em alguma parte.

— Está ferido? – perguntei notando que estava evitando falar comigo.

— Não é nada, fique tranquila. – seu olhar foi de esguio para mim, mas notei algo escorrer de sua cintura por baixo da farda.

— Não irei ficar tranquila até deixar eu ver o que é isso. – fui toca-lo e me lançou um olhar ameaçador que fui obrigada a me esquivar.

— Sua esposa tem razão, senhor. Está sangrando, deixe-me ver. – Tresh insistiu e finalmente Peeta levantou a farda e a camisa revelando um ferimento em sua costela. Sangrava bastante e parecia profundo – Precisará de sutura, senhor.

— Deixe isso para lá. – Peeta tentou não dar importância.

— Eu posso fazer isso senhor. – pronunciou o rapaz já buscando por algo em sua pequena bolsa.

Tirou um estojo prateado e alguns panos brancos. Embebedou o mesmo com água ardente e pressionou sobre a ferida de Peeta que travou o maxilar. Não consegui ficar parada e mesmo sentindo meu corpo pesado pela quantidade de veste, me ajoelhei e acariciei o rosto do meu marido.

— Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui. – tentei transmitir-lhe força. Mesmo que tinha abandonado há pouco a maçã que Tresh me deu, agora o que me preocupava era ele – Você vai ficar bem. – aproximei um pouco mais e beijei seu rosto.

Os panos que Tresh pressionava estavam encharcados de sangue e tive que me afastar um pouco, pois de alguma forma aquilo quis revirar meu estômago.

— Sugiro que fique ao lado da minha irmã, Mrs. Mellark, isso que farei agora não é nada agradável de se ver. – fiz o que me pediu e Rue cochichou para mim que o irmão sabia o que estava fazendo.

Não fiquei olhando em direção aos dois enquanto comia minha maçã, mas não era difícil saber o que estava acontecendo, já que meu marido estava se segurando para não soltar algum som de agonia.

— Tresh, enrole bem esses panos de sangue em outro limpo. Isto pode atrair tubarões para perto de nós. – temi pela sua fala, pois já tinha ouvido falar bastante sobre esses animais e as vezes chegavam a ser letais.

Comemos um pouco e o sol estava bem alto. Peeta e Tresh disseram que devia ser por volta do meio dia. O mar não estava agitado, mas o balanço do bote me deixou com certa sonolência. Peeta ao perceber isso ajeitou as mantas no canto em que estávamos e pediu para que eu descasasse. Pedi a Rue para se juntar a mim e logo me atendeu, pois parecia tão cansada quanto eu.

Senti alguém me chamar e quando abri meus olhos Peeta me encava.

— O que aconteceu? – perguntei.

— Dormiu demais e precisa beber um pouco de água, se não pode desidratar. – ele logo me ajudou a sentar e chegou o cantil perto dos meus lábios.

Percebi que sentia muita sede assim que o liquido desceu por minha garganta. Infelizmente Peeta afastou o cantil.

— Quero mais. – pedi.

— Já bebeu o suficiente para não desidratar, temos que racionar o que temos. Não sei a localização em que estamos. – se afastou de mim com certa dificuldade, talvez sentindo a dor de seu ferimento. Segurei sua mão com carinho e logo me olhou surpreso – Quer comer alguma fruta? – neguei e ele assentiu e se virou para Tresh – Tenho certeza que choverá essa noite, devemos manter os remos dentro do bote.

— Sim, senhor. – Tresh atendeu.

— Rue, você está bem? – minha atenção logo foi parar na morena que chorava silenciosamente.

— Não gosto de temporais... não quando estou longe de casa. – coloquei minha mão sobre seu ombro e acariciei.

— Eu sinto muito, Rue. Isso tudo é culpa minha, eu que te chamei para isso. – senti uma grande pontada de culpa. Onde estava com a cabeça, quando pensei de vir atrás do meu marido.

— Nada disso é sua culpa, está me entendendo? – Peeta segurou firme meu pulso e fitou meus olhos - O ataque foi uma emboscada. – afirmou – Tresh, amarre essa corda em sua cintura e a outra ponta na cintura de sua irmã. – Tresh obedeceu e Peeta olhou para mim apreensivo – Não se afaste de mim. Não posso amarrar nada em você por causa... – ele não conseguiu completar a frase, mas eu sabia o que queria dizer.

O bebê.

— Tudo bem, não vou me afastar de você. – tentei tranquiliza-lo e como tive vontade de beijar seus lábios.

Olhei para Rue e seu irmão a abraçava. O espaço não era totalmente pequeno e nem tão grande, mas conseguíamos nos deitar cada dois em uma ponta e assim que o sol foi se pondo nos ajeitamos: Peeta comigo, Tresh e Rue juntos. Comemos algumas castanhas, um pouco de pão e bebemos mais água. Olhei em direção aos irmãos e notei que dormiam, em seguida levantei minha cabeça que se encontrava sobre o peito de Peeta e olhei em seus olhos.

Ficamos um tempo nos encarando como se não tivesse muito a ser dito. Depois do silêncio mutuo ele se pronunciou.

— Desde quando sabe sobre o bebê?

— Comecei a desconfiar depois do primeiro mês que ficamos juntos. – quase que sussurrávamos um para o outro, mesmo tendo certeza que nossos companheiros de viagem estivessem dormindo profundamente.

— E, por que não me contou, Katniss? – disse ele em tom de lamento que chegou a partir meu coração – Eu virei piada entre alguns oficias. Disseram que eu não podia gerar filhos, ou que o problema era com você. Dá para imaginar o quão humilhante isso é?

— Eu sinto muito, mas se te contasse não me deixaria vir e a ideia de ficar longe de você me amedrontava. Não quero nunca mais que fiquemos longe um do outro, Peeta. Nunca me peça isso... – podia sentir as lágrimas em meus olhos e logo ele as enxugou.

— Eu também não quero isso. Estou pensando em renunciar minha patente. – sua fala me sobressaltou.

— Como assim? Você gosta do que faz.

— Eu sei, mas isso foi antes de te conhecer. As propriedades que você herdou do seu pai precisam de atenção e conseguiremos nos sustentar somente com elas. Teremos um filho para cuidar em breve e poderei dar toda a atenção que merecem. – senti um sorriso brotar em meus lábios, amar Peeta era algo tão simples. Ele sempre foi gentil, dócil e compreensivo, como pude resisti-lo há tanto tempo?

— Eu amo você. – aproximei nossos rostos e o beijei.

— E, eu te amo ainda mais. – disse com carinho quando segurou meu rosto entre suas mãos.

 O céu escureceu de repente, os ventos iniciaram e Peeta tinha razão choveria novamente.

Tresh e Rue despertaram com o barulho dos ventos e logo o rapaz buscou por mais uma manta e jogou sobre a irmã. Peeta me apertou mais em seus braços. Novamente o mar se agitava e o medo me invadia. Pensar que eu estava dentro do navio era algo diferente ao constatar que a segurança dentro do bote era mínima. Eu evitava olhar o mar. Peeta tinha ideia da profundidade de onde estávamos e senti um pouco mais de medo, afinal eu não era uma boa nadadora.

Olhei novamente para os dois irmãos e os vi de olhos fechados, os lábios de ambos balbuciavam algo que não podia escutar.

A noite chegou e por incrível que fosse a tempestade não virou o bote. Agradeci internamente por isso.

(...)

No terceiro dia minhas esperanças se esvaíam aos poucos. A água potável estava no fim, boa parte da comida também. Sentia a necessidade de tomar um banho e de repente uma leve dor iniciou no baixo ventre o que me assustou um pouco.

— Senhor, o que é aquilo? – Tresh apontou em uma direção, meu marido se ajoelhou no bote e exprimiu os olhos na direção indicada.

— Acho... acho que é terra firme, Tresh! – Peeta gritou a última parte.

— E, isso é bom não, é? – Rue disse um pouco animada.

— É, mas temos que ficar atentos. – Peeta pegou um dos remos – Tresh, vamos remar naquela direção.

Os dois começaram a fazer isso com um pouco mais de ânimo do que nos outros dias. O sol já não estava no alto, sinal que estávamos no início da tarde.

— Por que paramos, senhor? – Tresh perguntou.

— Não podemos remar até onde a onda quebra, ou podemos nos machucar. – então meu marido apontou para os corais e disse que se não tivéssemos cuidado poderia ser fatal – Tresh, ajude sua irmã a chegar na praia, sabe nadar?

— Sim, eu nado bem, senhor.

— Então faça isso. Depois volte para buscar o bote enquanto vou levando minha esposa.

Rue se segurou nas costas do irmão e foi batendo os pés para ajudá-lo. Não demorou muito e ela se encontrava sentada na areia. Seu irmão voltou, Peeta pulou na água e pediu para que eu segurasse em suas costas e fizesse como Rue fez. Confesso que fiquei com medo, pois eu não senti o chão e meu marido disse que estávamos pelos menos à quatro metros de profundidade. Chegando quase próximo ele pediu para eu prender a respiração, por causa das ondas que quebravam. Peeta sentou-se sobre a areia ofegante e assim que avistou Tresh se aproximando voltou para a água para ajudá-lo. Os dois puxaram o bote até a areia, Tresh pegou uma estaca dentro do bote e afundou-a na areia e depois amarrou-o em segurança.

— Algo mais, senhor?

— Precisamos achar água potável. – Peeta parecia cansado e com dor. Seu ferimento sangrava, eu podia ver a lateral de sua camisa encharcada – Katniss, fique aqui com a Rue enquanto vejo se encontro algum coco com a água boa.

— Quero ir com você. – me levantei rapidamente o que resultou em um quase desmaio, já que ele me segurou não permitindo que meu corpo fosse ao chão.

— Está fraca, precisa se hidratar e alimentar. Buscaremos madeira para acendermos uma fogueira antes que escureça. – meu corpo tremia só em pensar dele sair de perto, mas se fosse preciso eu teria que ser forte – Você e o bebê precisam ficar bem.

Finalmente ele havia conseguido pronunciar a palavra bebê.

— Só não demore, por favor. – vi um sorriso em seus lábios. Em seguida me colocou sentada no chão, beijou minha testa antes de sair de perto acompanhado de Tresh e entrarem na selva.

Observei melhor o lugar que estávamos e bem atrás de nós havia uma enorme selva. Grandes palmeiras davam início a ela.

— Será que tem habitantes aqui? – Rue disse em tom de dúvida.

— Não sei, mas espero que não tenha canibais. Li em algumas enciclopédias que em ilhas aparentemente desertas existem tribos que consomem carne humana.

— Ai, meu Deus... se for assim então estamos em perigo. – havia medo em sua fala e com isso me aproximei mais dela e a abracei.

— Eu sinto muito por tudo, Rue. – continuava me sentindo culpada por estar aqui e traze-la comigo.

— Tudo bem, Katniss. Acho que se fosse no seu lugar não iria querer ficar longe de alguém que eu ame.

— Obrigada, Rue.

Parecia que uma eternidade tivesse se passado, o sol dava sinais de querer se pôr e nada dos dois voltarem. Respirei fundo, me levantei e comecei a caminhar em direção a entrada da selva.

— Onde vai? – escutei Rue perguntar, mas não olhei para trás – Katniss, me espere! – gritou até me alcançar.

— Eles deveriam estar aqui. – senti o vestido pesar em meu corpo, pois haviam muitos tecidos por cima, além da capa – Peeta! – comecei a gritar e logo me assustei com alguns galhos das árvores que farfalharam por pássaros que voaram – Peeta! – continuei adentrar a selva rapidamente enquanto gritava.

Rue andava rapidamente atrás de mim. Até que meu corpo pareceu protestar e tive que me agarrar a um tronco de árvore.

— Katniss, você está bem? Ficou tão pálida de repente. – foi a última palavra que escutei antes de cair na inconsciência.                                               

(...)

Senti um cheiro estranho entrar pelas minhas vias respiratórias. Uma ardência se fez em minha testa e aos poucos escutei uma voz a qual nunca escutei.

— Acorde, acorde menina. – meus olhos se abriram com um pouco de dificuldade, mas assim que os abri por completo vi que estava em um outro lugar.

— Onde estou? – forcei minha voz, pois parecia não querer sair.

— Está em minha humilde cabana. – em meu campo de visão surgiu uma senhora de cabelos bem crespos trançados, pele bronzeada e olhos verdes como esmeraldas.

Tentei me levantar, mas era inútil, me sentia pesada, até que a senhora me ajudou a sentar. Me encontrava em uma cama improvisada pouco próxima ao chão, mas muito confortável. Havia pouca roupa em meu corpo. O espartilho e as demais roupas não estavam mais em mim. Olhei o ambiente uma parede de madeira separa o cômodo.

— Rue. – vi a morena sentada num canto – Onde está meu marido? Eu quero vê-lo. – tentei sair da cama, mas a senhora me impediu.

— Vá menina Rue, diga ao senhor que ela acordou. – Rue assentiu e saiu dali – Beba um pouco de água. – a senhora chegou uma cabaça próximo aos meus lábios e bebi com tanta vontade que quase me engasguei – Acalme-se, beba devagar.

A água era doce e fresca. Era água de coco com toda certeza.

— Você acordou! – Peeta apareceu, logo comecei a chorar e seus braços envolveram meu corpo – Acalme-se, estamos bem. Já anoiteceu e você precisa comer.

— Eu preparava uma sopa enquanto você dormia. Vou lá verificar se está pronta. – disse a senhora já se retirando.

— Espere! – disse de repente secando meu rosto banhado pelas lágrimas e ela parou se virando para mim – Quero muito te agradecer por tudo.

— Não tem de que, querida. Faz tempo que não vejo pessoas tão próximas a mim assim. – ela disse meio entristecida.

— Como se chama? – perguntei.

— Annie Cresta Odair... – então se retirou.

Esse nome.

— Peeta... esse não é o nome da...

— Sim, querida. Ela é a mãe de seu cunhado.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Então continuo muito má, né? Kkkkkk, mas como perceberam terá segunda parte rss, uhuuuuuuu... estou maluquinha de ideias e nossa vamos saber mais dessa senhora bondosa que está cuidando dos nossos sobreviventes? Então aguardo vocês no próximo capítulo e bora lá pros comentários? ;) Tenham todos um ótimo FDS. Bjuss amo vocês do fundo do coração.



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