Sóis e estrelas (parte 1)

Soluço POV

Estava em mais uma sessão de fotos que meu pai me obrigara a fazer, estava faminto também, quase mendigando comida mentalmente. Odiava tanta atenção assim em mim, a luz no um rosto e fingir alguma expressão falsa...

— Muito bom, muito bom – dizia o fotógrafo – Agora um intervalo de 5 minutos, Soluço. Enquanto fazemos algumas fotos com a nossa outra estrelinha, Natasha.

Fui encaminhado pela Nicole que me deu apenas uma garrafa d’água e uma tangerina para me alimentar enquanto fomos para um dos camarins ela ligava para o motorista, aquele pesadelo estava perto de finalmente acabar.

Natasha era uma das modelos mais famosas de Berk, constantemente eu a via no mesmo horário que eu, ela estava sempre falando com o namorado ou arrumando algo em sua aparência, por alguma razão eu me sentia meio enjoado quando ficava perto dela, ou era isso ou era porque meu estomago anda reclamando da falta de comida descente.

                Mas eu nunca vira o apresentador, que era o namorado dela, antes numa sessão de fotos, principalmente brigando do jeito que estavam.

                - Mas eu posso melhorar, posso ser mais bonita para você, o que quiser eu faço – Choramingava Natasha – Não me deixe assim...

                - A questão é justamente essa, mas você não consegue entender – O homem de paletó suspirou – É melhor assim...

                Natasha não aceitou muito bem, a discussão deles estava sendo vista por todos no local, e a garota não teve a melhor reação, pois começara a atirar o que encontrasse pela frente nele com suas lágrimas sujas de maquiagem.

                Quem tentasse segurá-la era acertado por alguma coisa, apesar de ser muito magrinha ela tinha um braço realmente forte, Nicole mesma ficara perto de mim para que eu não fosse acertado por uma cadeira ou algo assim.

                - Seu idiota! – Natasha gritava enquanto jogava uma cesta de frutas na cabeça dele – Imbecil! É isso que eu recebo por todo o um esforço? Eu sou uma das mais bonitas de Berk! Eu sou invejada por milhares! E você prefere uma garota comum a mim?

                Logo os seguranças chegaram ao meio daquela bagunça e a levaram para o camarim, o estúdio estava uma bagunça, os cenários ficaram completamente danificados com a quantidade de coisas que acabaram rasgando os cenários e atingindo as câmeras.

                O pessoal nos mandou para casa, os pobres estagiários teriam que arrumar tudo por ali e iria demorar, mas eu estava com um péssimo pressentimento (também podia ser fome, fora uma tarde de sensações muito confusas para mim).

***

                Mais tarde, naquele mesmo dia, meus maus pressentimentos (não se preocupem, eu me alimentei) ganharam sua razão quando o time apelidado de “Fúria Mortal” (por alguma razão combinaram nossos nomes) fora convocado para lutar contra uma nova vilã que andava pelas ruas do centro espalhando o caos.

                O sol estava se pondo numa tarde que deveria ser agradável, tentar achar a vitima de Drago fora excepcionalmente difícil com todas aquelas pessoas correndo no centro, algumas estavam furiosas, outras assustadas e lá estava uma estranha criação da mente doentia de um ex-presidiário. Uma garota vestida como uma espécie de boneca bizarra, ambos os seus olhos eram corações, porém um deles estava partido e ela acertava as pessoas com uma espécie de foice.

                Quem aquela lamina atingisse, no menor dos cortes, ficava com um ódio selvagem, alguns até choravam de raiva. Ela parecia estar se movendo em direção ao paradeiro favorito dos vilões, aquele maldito hotel, mas não se dependesse de mim.

                - Oh meus deuses, que falta de educação, é Halloween e eu estou sem fantasia. Que e falta de respeito! – Digo – Ainda bem que as minhas roupas não saíram de moda ainda.

                Ela me ignorou e continuou a andar apressadamente, ela queria chegar lá rápido, ou seja, eu teria de atrasá-la.

                - Você não pode parar um coração partido, ninguém pode – Ela diz tentando me acertar com a foice – Homens servem apenas para quebrar corações e os verem sendo atirado às cinzas, você não é diferente só porque pensa que é um herói.

                - Colega, você precisa parar de generalizar – Comento desviando de seus ataques – Assim eu fico ofendido.

                Então a boneca sinistra sumiu no ar numa pilha de cinzas que viajou com a brisa e ainda nada da Nadder, seria ótima uma ajudinha agora, mas o melhor a fazer é ver quem ou o quê ela está querendo naquele hotel.

                Segui até o local com cautela, não queria que nenhuma lâmina aparecesse do nada, algumas celebridades e pessoas consideradas importantes fiam hospedadas no lugar, mas esta manhã estava especialmente mais movimentado por conta de uma entrevista com James, o cara que terminou com a namorada no estúdio, ele era famoso e aparentemente estava acompanhado da namorada naquele local... Perguntei-me o obvio “Será que por um acaso aquela coisa não seria Natasha?”.

                E eu tinha razão, ela fora direto para a entrevista com aquela foice pronta pra acertar o pescoço de alguém, porém não seria tão fácil assim, eu ainda estou aqui entre ela e seu objetivo.

                - Hey, vamos conversar, acha que isso é realmente necessário, Natasha? Pense bem no que está fazendo com a sua vida...

                Eu acabei a deixando furiosa e ela partiu para cima de mim, ela se deslocava muito rapidamente um borrão em meio à névoa. Saquei minha espada, mas queria realmente era ter um escudo naquela hora.

                Fiz um circulo de fogo ao meu redor, com toda aquela quantidade de tecido ela não se atreveria a intervir nas chamas.

                Natasha não parecia nada triste por não poder me tocar, pois sua lamina podia e eu estava em volto em chamas e me chamei de burro mentalmente umas cinquenta vezes até que uma flecha acerta a foice salvando minha vida.

                - Posso participar da festa? – Nadder sorri da janela e olha para Natasha – Amiga, lhe enganaram, ainda não é Halloween...

                - Não roube meu repertorio, Nadder. Eu já usei essa – Respondo.

                - Acho que andamos passando tempo demais juntos...

                Nad pula da janela para o meu lado e usa suas asas para apagar o fogo sem dificuldades, senti que desta vez seria mais fácil, iríamos apenas procurar o Nano dragão e purificá-lo como sempre. Eu estava plenamente enganado.

                Natasha começou a nos atacar num ataque, desviei enquanto a loira apontava uma flecha para a adversária, mas então ela vestiu o capuz do manto negro que cobria os ombros e ficou invisível e não queira saber o quão desesperador é lutar contra criaturas invisíveis. Embora os reflexos de dragões fossem melhores do que o de um ser humano normal ainda era impossível sairmos daquela situação intactos.

                Eu e Nadder ficamos em posição de luta, juntos, porém de costas um para o outro. Na maioria das vezes era só o que era preciso, mas o silencio começou a reinar ali.

                - Natasha, um Nano dragão não pode resolver seus problemas – Digo com a intenção de chamá-la. Mas o silencio continuou. - Tá legal, então... você pode me dizer o porque de os vilões gostarem tanto desse hotel?

— Você fala demais. – Brincou Nad ás minhas costas.

— Mesmo assim você continua gostando de mim. – Sorri a olhando pelo canto dos olhos.

— Não é hora apropriada para discutirmos isso. – Mesmo concordando com as tais circunstâncias, continuei.

— Sempre é hora de discutirmos sobre nós dois.

Nad voltou seu rosto para mim com as sobrancelhas levantadas com um olhar questionador tentando disfarçar um sorriso, mas ainda assim pude vê-lo.

— Argh! Esse papinho meloso me dá enjoo!

Natasha reapareceu a frente da Nadder com a foice levantada no ar, pronta para atacar. Nad se virou só a tempo de tentar desviar da foice... eu disse tentar.

Para o meu desespero e preocupação, a lamina da arma acertou seu ombro esquerdo, deixando um corte não muito profundo, mas preocupante.

Nadder soltou um grunhido de dor e se ajoelhou no chão segurando o ombro, estava prestes a me aproximar para ajuda-la, mas ela se levantou de repente soltando o ombro, e continuou de costas para mim. Ela serrou os punhos tão forte que seus dedos ficaram brancos, e escutei um rosnado.

Natasha riu melancólica enquanto olhava para Nadder que continuava a rosnar e resmungava coisas incoerentes.

— Posso ver o tanto de ódio que há em você...

— Nad...

— Todos esses sentimentos, toda essa raiva... – Natasha interrompeu me olhando com um sorriso maléfico e apontou sua foice para mim. – É tudo culpa dele!

Nadder virou o rosto lentamente para mim e eu quase recuei um passo. Nunca havia a visto naquele estado, com aquele olhar. Seu corpo estava rígido ainda com os punhos serrados, um pouco de sangue ainda escorria de seu ombro ferido pela foice.

 Suas sobrancelhas arqueadas para baixo e seus dentes serrados com um rosnado demonstravam uma expressão de raiva e de ódio de uma maneira extremamente intimidante. Me surpreendi com os seus olhos que estavam serrados, suas pupilas eram apenas meros riscos, mas com o que mais me assustei foram com as pequenas lágrimas que ameaçavam sair deles.

— Na-nad?