O Grande Inverno da Rússia escrita por BadWolf


Capítulo 13
O Detetive E O Moleque


Notas iniciais do capítulo

Bom, a julgar pelo título, sim. Apesar de ter fugido, e, é claro, ter saqueado toda a mesa de café de Sherlock Holmes, Grigori ainda irá reaparecer, e de um modo bastante inusitado. Nem preciso dizer que esses absurdos que cercam o menino só torna o nosso detetive mais curioso e fascinado por ele.

Boa leitura!



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Estação de Trem de Sussex. 6 de Maio de 1910.


Faltava ainda vinte minutos para o trem partir quando Holmes chegou à estação ferroviária. Como planejado, deixara um telegrama para um dos agentes de Mycroft das cercanias de Sussex, avisando por meio de linguagem criptografada sobre o mercenário alemão que estava morto em sua casa. Holmes já tinha comprado uma passagem de trem, optado pela primeira classe, porque não queria ser incomodado enquanto estivesse fazendo suas anotações a respeito de sua monografia sobre apicultura.

            Ele estava tratando do armazenamento das malas quando percebeu uma agitação estranha na estação de trem. Todos os funcionários da estação pareciam inquietos.

            -O que está acontecendo? – perguntou Holmes, ao notar que um deles parecia tenso.

            -Não é nada, senhor, não é nada. Vá, o trem partirá daqui a dez minutos. – disse o funcionário, ainda apreensivo, enquanto fazia soar seu apito estridente e extremamente irritante aos ouvidos sensíveis de músico de Sherlock Holmes.

            -Tudo bem.

Aproximou-se de Holmes outro funcionário, que trazia o semblante irritado. Era este um sujeito um tanto gorducho e de maneiras atrapalhadas, que o detetive deduziu rapidamente ser recém-recuperado de tuberculose, pai de pelo menos dois filhos pequenos e dono de um gato caramelo. Ao vê-lo se agachar para pegar suas malas, o detetive se intrometeu.

—Não precisa se preocupar, esta mala vai comigo. – disse Holmes, impedindo assim que o sujeito levasse uma de suas malas, a que continha seus livros. E também um revólver, para precauções.

            Ainda estranhando a situação confusa que tomara conta da estação ferroviária, Holmes decidiu ir ao seu assento. Provavelmente, este era mais um problema medíocre de Sussex que não merecia qualquer atenção.

            Enquanto passava pelos poucos passageiros de Sussex, o detetive pôde ouvir de soslaio uma conversa entre dois funcionários, a respeito de um “intruso indesejado” na primeira classe. Um dos funcionários tentava tranquilizar o outro, dizendo que esse intruso já havia desaparecido, como se tivesse evaporado do ar, e que decerto se assustara com os apitos dos funcionários, pensando se tratar da polícia. Aquele pequeno vestígio de conversa atraiu a atenção de Holmes, é claro. Qualquer coisa relacionada a crimes, por mais simples que pudesse parecer à primeira vista como a invasão a um trem, captava sua atenção. Já embarcado no trem, o detetive pôs sua mala no compartimento de primeira classe que reservara e se sentara à mesa, tendo o jornal à mão. Mal dois minutos do ocorrido, um funcionário apareceu.

—Senhor, por gentileza. – pediu o funcionário, esbaforido. – Será necessário revistar este vagão.

Holmes rolou os olhos, descrente.

—Ainda é sobre o intruso?

O funcionário parecia surpreso com a dedução do detetive, mas não fez qualquer comentário sobre isso. – Preciso que o senhor se retire.

—Espero que a viagem não atrase demais. – reclamou Holmes, incomodado enquanto o jovem funcionário revistava bancos, mesas e armários por toda a composição. Enquanto o jovem executava seu serviço, Holmes o analisava. Ele procurava pelos lugares mais óbvios, mas inegavelmente aquele trem reservava mais lugares para se esconder dos fiscais e quem quer que fosse. Os anos se passavam, e viajar de graça nos melhores trens da Inglaterra ainda era uma tarefa fácil, que o próprio Holmes, em uma necessidade ou outra, já executara.

—Então? – questionou o detetive, após ouvir um suspiro irritado do jovem.

—Limpo. – disse, como se fosse um oficial da Scotland Yard. – Peço desculpas pelo inconveniente. Irei pedir para o trem prosseguir viagem.

O detetive preferiu não fazer qualquer comentário sobre a impertinência da situação, deixando o rapaz sair apressado dali. Em minutos, ele pôde ouvir, finalmente, o soar da maria-fumaça, anunciando o início de sua vigem de volta à Londres. Mais tranquilo, Holmes voltou a dar atenção ao seu jornal, quando ouviu um repentino espirro.

Claro, o som incomum em sua cabine o alarmou instantaneamente. Ele não estava sozinho, como imaginara. Outra vez, veio a inquietude, mas nem mesmo o mais mortal dos silêncios era incapaz de desfazer sua impressão de que havia mais alguém ali, em sua cabine de primeira classe. Seria o tal intruso, que conseguiu a proeza de mobilizar meia plataforma de Sussex e ainda sair impune por isso? Seria muito azar que, de todos os vagões do trem, o tal intruso impertinente escolhesse justamente o seu como esconderijo, pensou Holmes com certa diversão.

Locomovendo-se com silêncio, o detetive foi até sua mala e retirou seu revólver, o colocando escondido dentro do bolso, mas engatilhado e pronto para ser posto em ação, se necessário. Caminhando em direção ao tapete enrolado que, erroneamente, não havia sido verificado pelo funcionário da estação, o detetive o fez cair no chão, segurando-o sobre uma ponta e fazendo, assim se revelar nada menos que uma criança desajeitada a rolar pelo chão.

            -Grigori! – exclamou Holmes, quase que em um grito, ao reconhecer o menino da noite passada, que estava agora bem diante de seus olhos.

            -Shiu! – disse o menino. – Já fui longe demais para ser descoberto agora.

            -Eu vejo. – disse Holmes, ainda aborrecido. – O que está fazendo? Decidiu me seguir, é isso?

            -Não, sir. Simplesmente, vim até a cidade para apanhar um trem. Não há mais como ficar aqui, em Sussex, depois que descobriram o meu esconderijo. Pensei então, “por quê não Londres?” É uma cidade bem... Democrática.

            Democrática? A terra da Rainha? Outro disparate americano de achar tudo “democrático”.

            -E porquê escolher justamente a primeira classe, o compartimento mais vigiado do trem?

            -Eles servem chocolate. Cheguei até a experimentar. É gostoso.

            Por Deus, arriscar ser preso por causa de uma xícara de chocolate. Só mesmo esse menino para se aventurar em tal disparate.

            Holmes bufou ainda irritado, enquanto o menino se espreguiçava, já parecendo muito à vontade no sofá de sua cabine.

            -Bem, parece que não tenho escolha senão torna-lo meu convidado. Tenho?



§§§§§§§§§§§§§§§



            Os olhos azuis de Grigori pareciam vidrados na janela do trem, no passar das paisagens. Aquele cenário era bem conhecido por Holmes, que dava atenções a seu livro e também a analisar o comportamento do menino, que parecia sempre cruzar o seu caminho, sabe-se lá pelas forças da coincidência ou por uma perseguição, ou mesmo obsessão, quem sabe. O que quer que fosse, Holmes estava mais do que certo de que o garoto tinha lá uma forte tendência a atrair problemas. Um imã para confusões. O tipo de menino encrenqueiro, muito dono de si para sua idade, com um quê impertinente e uma curiosidade para o novo que parecia não caber em si, capaz de resistir ao cansaço apenas para ver uma paisagem verde, bucólica e entediante, saltar-lhe de seus olhos, naquela janela do trem, passando rápida, quase turva. Ainda assim, seus olhos não perdiam o espetáculo.

            Aos poucos, as casas, distantes uma das outras, foram aparecendo com mais frequência. Pequenos vilarejos começaram a aparecer, cada vez maiores. Até surgir as primeiras cidades no vai-e-vem da composição. De repente, o azul de fim de tarde daquele céu, que tinha ainda muitas nuvens da tempestade da noite anterior, foi ficando visivelmente cinza. O aroma do campo deu lugar à fuligem, ao cheiro de cidade, ao calor. Logo, estavam em Londres.

            Quando o trem parou, em Charing Cross, Holmes perguntou-se o que aquele menino desorientado e encrenqueiro seria capaz de fazer em uma cidade nada gentil a estrangeiros e crianças. Naquelas horas, lamentava-se por ter se aposentado, pois ao menos saberia se os Irregulares ainda existiam. A perda de Wiggins, de longe seu melhor soldado e liderança do grupo de moleques de rua, foi dolorosa e danosa á criançada, que sabe-se lá que destino tivera desde sua aposentadoria e consequente ida definitiva á Sussex Downs. Talvez Watson soubesse o que fazer.

            Watson... O que ele pensaria ao encontrar um moleque de rua ao seu lado? Grigori aparentava ser uma criança sem modos de longe, e Holmes tinha a impressão de que poderia vesti-lo com vestes de um príncipe que nada se alteraria, não com aquele cabelo negro desgrenhado e modos de andar e gesticular que transbordavam grosseira e falta de educação. Além disso, ele ainda usava roupas que visivelmente não eram suas. Ainda assim, não poderia larga-lo na Estação, soltá-lo despreocupadamente em plena cidade de Londres, não depois de ajudá-lo a salvar-se de bandidos que, no fundo, estavam atrás dele. Além disso, o garoto parecia ser esperto. São poucos os russos que se comprometeriam a aprender um inglês e serem tão educados a ponto de chamar “sir” a todo o tempo. O menino era bom demais para acabar em uma sarjeta. Poderia se tornar algo melhor, ter um destino melhor. Um destino que Wiggins desconheceu.

            -Ajuda com as bagagens, sir?

Falando no diabo...

            -Não Grigori, o taxista pode fazer isso facilmente. – disse Holmes.

            Um silêncio estranho havia ficado entre ambos. Grigori já tinha conseguido o que queria. Estava longe dos desafetos que conseguira em Sussex, e agora estava em Londres, prestes a começar uma nova vida. Então, o que lhe prendia ali, perguntava-se Holmes, a olhá-lo, olho no olho, em seus olhos azuis, um pouco amedrontados. Será que a agitação e imensidão de Londres o assustava?

            Não exija demais, Holmes. Ele é uma criança, afinal. E está impressionado.

            -Tem paradeiro para a noite, Mr. Grigori?

            O menino negou com a cabeça. Holmes suspirou.

            -Acompanhe-me. Verei o que posso fazer.

            -Obrigado, sir. – disse, com gentileza.

            As bagagens estavam dispostas sobre a calçada, até Holmes conseguir um táxi disponível.

            As ruas estavam lotadas de gente de um modo anormal, até mesmo para as ruas de Londres, foi o que Holmes pôde perceber durante o caminho até o Grand Hotel. Pessoas de todas as idades e posições sociais, a andar e fazer passeios pela cidade. Pelo deslumbre que teve, havia gente de todo o país, e até mesmo da Irlanda, Escócia...

            -É necessário ter paciência. – disse o motorista, em seu sotaque galês. – É semana da Coroação e a cidade está lotada de gente.

            Maldição! Holmes tinha se esquecido completamente da Coroação do novo Rei, George V, que ocorreria naqueles dias! Sem dúvida, todos os Hotéis da cidade estariam lotados.

            -Mudança de planos. Pall Mall. – disse Holmes.

            -Como quiser, Sir. – assentiu o motorista.

            Em instantes, o cabriole já estava parado no bairro nobre da cidade de Londres, onde uma multidão de homens de negócios disputavam espaço com pessoas abastadas. Para Grigori, aquelas eram as pessoas mais bem vestidas que ele já teve conhecimento. Isso sem dizer do imponente e impressionante edifício, onde o automóvel parou.

            Holmes subiu as escadas do edifício com o menino Grigori ao seu lado, ignorando os olhares atravessados dos presentes no Hall. Finalmente, depois de anos, ele se encontrou diante da porta do apartamento de Mycroft. Aquele local sempre lhe suscitava memórias ruins. Desde a noite em que ele soubera que Esther havia sido sequestrada, Holmes não mais retornara à residência de seu irmão, e no mais, achava bom esse distanciamento, optando por ver seu irmão no Clube Diógenes, local que Esther jamais pôs os pés. Um tanto resignado por estar ali outra vez, no local em que recebera a notícia que arruinara a felicidade de seu casamento, o detetive suspirou pesadamente e bateu na porta.

            Minutos depois, uma pessoa inesperada abriu-lhe a porta.

            -O senhor, aqui?! – indagou Holmes, perplexo diante de seu pai, Siger Holmes.

            -Por que a surpresa? Acaso estou proibido de ver o meu próprio filho? – disse o velho Siger, ainda no limiar. Percebendo o clima hostil, Grigori praticamente se escondeu atrás de Holmes.

            -Não pensei que fosse voltar aqui depois de tudo o que fez, apenas isso.

            O velho mostrou-se indiferente. – Bobagem. Não devo nada a ninguém, portanto pare com este tom acusador. E se está curioso em saber porque eu abandonei as minhas terras adoradas de Yorkshire para estar nessa cidade poeirenta, saiba que é por uma boa causa: a Coroação do Rei, e também uma consulta que marquei com Dr. Edgeworth.

            Holmes também mostrava-se indiferente. – Preocupado com sua saúde agora, Mr. Siger Holmes?

            -Também me pergunto isso, pois sei que eu não deveria estar. Enterrei um filho há dois anos, e tudo que eu mais queria era que Deus me levasse, mas seu irmão insiste em querer que eu me trate, que vá procurar por médicos.

            Holmes suspirou, pesadamente. Desde a morte de Sherringford, Mycroft tinha lhe dito que seu pai andava triste, depressivo. Seu irmão tinha morrido de sífilis, doença comum nos homens invertidos, como seu irmão. Após não encontrar explicações para sua doença, ele foi submetido ao teste de Wassermann, que comprovou sua infecção. Era, no fundo, a comprovação definitiva a respeito das opções sexuais nada ortodoxas de Sherringford, para desgosto de Siger. Entretanto, seu filho estava moribundo mortalmente, o que lhe fez deixar o ódio pelas suas preferências de lado para cuidar dele. Não durou muito tempo, e em 1903, Sherringford morreu, após inúmeras tentativas de se tratar uma doença que parecia não ter escapatória.

Ah, mas é claro. Não era a saúde de Mycroft que Watson estava se referindo na carta. Era a saúde de meu pai. Belo subterfúgio, doutor.

            -Espere... Mas o que...?

            Finalmente, Siger percebeu a presença de Grigori. O menino olhou diretamente nos olhos de Siger, ainda que brevemente. Entretanto, foi o suficiente para o idoso se exaltar.

            -Maldito... Maldito! Como ousa aparecer aqui, em minha casa?! – ele gritava, deixando ambos atônitos.

            -Pai, o que está havendo? Por quê....?

            -Você... – dizia Siger, com os olhos esbugalhados de raiva, olhando fixamente para um assustado Grigori. – Você é o culpado de tudo! Você me fez mata-la! Eu não queria... Eu não queria...

—Pai...

—Eu deveria descarregar minha arma em você e livrar o mundo de sua imundície! – ele gritava, saindo da porta e correndo para o seu quarto, mas ainda assim chamando a atenção de todo o andar do prédio de Pall Mall com sua gritaria histérica.

—Acho que ele está tendo mais uma daquelas crises... – assinalou um rapaz, vizinho de Mycroft.

Crises? Holmes não sabia que seu pai estava tendo crises e delírios. Talvez o assunto fosse mais sério do que pensara. Entao, seu pai não estava com uma doença qualquer. Ele estava louco. Provavelmente, por sua culpa e rancor, ou mesmo as frustrações e problemas de seu passado, que deveriam persegui-lo mentalmente até sua morte.

            -Edward, é melhor descer e chamar a polícia... – sussurrou uma senhora a um rapaz, mas Holmes a interrompeu, garantindo que deixaria o lugar e que não estava incomodando ninguém. Por mais que fosse mais sensato verificar seu pai, Holmes sabia que, no fundo, o próprio era também a causa de sua perturbação. Manter distância de Siger era o melhor que ele poderia fazer.

            Enquanto descia as escadas, sob o olhar atento dos vizinhos, ainda horrorizados com toda a gritaria histérica de Siger, o menino Grigori parecia temeroso.

            -Desculpe, sir. Eu juro que eu não fiz nada.

            Holmes suspirou, ao ver a preocupação do menino.

            -Não há com que se preocupar, Grigori. – disse, quando pegava uma das malas. – Aquele homem não precisa de alguém que o atormente, ele já tem a si mesmo e sua consciência para isto. Agora, precisamos tomar outro táxi. Bom, eu nunca pensei que me hospedar em Londres fosse ser tão difícil. Os tempos parecem ter mudado.

            Dessa vez, Holmes não teve tanta sorte assim. Um táxi disponível demorou a aparecer cerca de vinte minutos, e quando veio, foi recebido com alívio. Diante de pouquíssimas opções, Holmes decidiu procurar hospedagem no lugar que sabia que teria sempre os braços aberto.

            -Para Kensington. – pediu Holmes.

            O trânsito era intenso. Holmes, que há alguns meses não visitava Londres, sentia que a cidade estava cada vez mais agitada e repleta de carros, disputando espaço na rua com cabriolés e vitórias pelas ruas, cada vez mais estreitas para tamanho fluxo. Os olhos de Grigori ainda pareciam vidrados, absorvendo tudo que encontrava, e Holmes decidiu interrompê-lo para conversar.

            -O que está achando de Londres, Mr. Grigori?

            -Um pouco parecida com São Petersburgo, só que mais futurística, eu acho.

            Holmes sorriu. – Vejo que está impressionado com a energia elétrica.

            -Impressionante. Parece que há luz por todo lugar.

            -E há mesmo. Desde a casa mais humilde ao palácio da Rainha. Veja, chegamos. Olhe, Grigori. Esta é a casa de meu amigo, Watson. Por favor, aja com educação, pois este é um lar tipicamente britânico. – pediu Holmes ao menino maltrapilho.

            -Tudo bem, Sir.


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Notas finais do capítulo

Ih, parece que agora o Grigori vai dar agora uma passada na casa dos Watson.
Como será que o Dr. Watson, Molly e suas três filhas irão receber o nosso Oliver Twist russo?
Só mesmo Holmes para provocar essas situações...


Pessoal, gostaria de agradecer a todos que estão acompanhando, e por favor, REVIEWS!!! Eles são importantíssimos, SEMPRE!!!



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