Inevitável escrita por P4ndora


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Quase 2 meses de hiatus, acho que quebrei o recorde dessa vez. Mas vou economizar as desculpas dessa vez porque vocês já sabem que EU SINTO MUITO MESMO POR DEIXAR ESSE TEMPO TODO SEM ATUALIZAÇÃO.
Enfim, esse capítulo era meio que a grande surpresa de Inevitável e seria um dos últimos, mas a inspiração pra escrever o capítulo que viria antes desse simplesmente morreu, então resolvi jogar logo o plot twist na cara de vocês.
Espero que gostem.



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O ano era 2006. Era outono em Londres e estava mais frio que o normal. Susana odiava dias frios, pois não havia boas lembranças de dias como esse. Ela não tinha vontade de levantar e por isso decidiu que passaria o dia inteiro lendo no quarto exageradamente grande. Quando era jovem, Susana não costuma ler, pois achava uma perda de tempo, mas só após chegar à idade avançada foi que ela desenvolveu um extremo apreço por livros.

Já era fim de tarde quando duas rápidas batidas na porta fizeram Susana despertar da profunda calma que havia se instalado dentro do quarto. A porta se abriu e Marta apareceu.

— Com licença, Sra. Reynolds.

— Sim? – perguntou Susana.

— Só gostaria de saber se a senhora quer mais alguma coisa – disse Marta com seu semblante feliz de sempre – Já terminei o serviço.

— Não, estou bem Marta. Pode ir.

— Boa noite, Sra. Reynolds.

— Boa noite.

Assim que Marta fechou a porta do quarto, Susana afastou o livro e fitou o vazio. Desde que Daniel morreu sua única companhia naquela casa tem sido Marta. Seus filhos raramente vão visitá-la. Jane mora nos Estados Unidos com seu marido e o filho, enquanto Edward cuida de sua carreira no ramo da advocacia, na Alemanha. Em resumo, agora ela é só uma velha triste e sozinha.

Quando casou com Daniel, um empresário da hotelaria, ela pensava que sua vida seria uma sequencia de glórias. Tinha tudo que uma mulher poderia desejar: um marido rico, dois filhos lindos, uma bela mansão e uma enorme coleção de joias e sapatos. Mas mesmo assim, Susana sentia que alguma coisa faltava em sua vida, e aos 78 anos ela ainda não descobrira o que era.

Seus pés cansados levaram-na até sua cama espaçosa e ela deitou-se, sentindo-se extremamente cansada e vulnerável de repente. Não demorou muito para que perdesse a noção do tempo, enquanto fitava o teto. Seus pensamentos eram extremamente embaralhados, pelo menos até que chegassem até sua família. Não Daniel, Jane e Edward, e sim sua primeira família. A família que há tanto tempo não lembrava.

Ela lembrou-se de quando sua mãe lhes enviou para uma casa no campo, para que se afastassem da guerra. Lembrou-se de como estava assustada de ir para a casa de um completo desconhecido, mas mesmo assim deixou isso totalmente escondido de seus irmãos, fingindo-se de durona. Lembrou-se também da sensação de saber que todos haviam morrido num maldito acidente de trem. Seus pais e seus três irmãos.  As lágrimas rolavam de seus olhos da mesma forma que rolaram quando ela teve que organizar enterros simbólicos para os cinco, pois seus corpos haviam sumido misteriosamente, sem nunca serem encontrados. Os rostos de seus irmãos lhe vieram à mente. Eles não mereciam esse fim, pensou Susana limpando as lágrimas de seu rosto.

De repente, um leão se materializou na mente de Susana, fazendo-a fica extremamente calma. Ela já não chorava mais, e seu coração se encheu de felicidade com a imagem do leão. Então ela lembrou.

Lembrou-se de Nárnia. Lembrou-se das aventuras que viveu com os irmãos naquele país, e também da vez em que derrotaram uma terrível feiticeira. Lembrou-se do dia em que se sentou no trono de Cair Paravel, ao lado dos irmãos, e do dia em que voltou pra seu mundo. Lembrou-se com muita felicidade do dia em que voltou à Nárnia e do homem que um dia lhe causou suspiros. Lembrou-se de como seu coração doeu quando o Grande Leão lhe disse que nunca mais voltaria para aquele lugar e de que assim que voltou para seu mundo, decidiu que esqueceria Nárnia. Lembrou-se das inúmeras vezes que Lúcia tentava lhe convencer de que Nárnia era real e tudo o que dizia era:

— Pare de dizer besteiras, Lu. Era tudo faz de conta.

Ao lembrar-se disso, a tristeza que antes havia sido substituída por todas as lembranças, lhe atingiu com o dobro da força, e tudo que conseguiu fazer foi ficar deitada, completamente imóvel. Ela sentia seu corpo doer, mas não ligava mais para isso. Continuou imóvel até que finalmente adormeceu.

Foi um sono sem sonhos e extremamente calmo, tudo o que ela precisava naquele momento. Ao acordar, Susana demorou muito para perceber onde estava. Já não estava mais em seu quarto espaçoso em sua mansão vazia. Sua grande cama havia sido substituída por uma grama muito verde e macia e ela estava deitada bem abaixo de uma árvore. Bem perto de onde estava, corria um rio. Ela levantou-se devagar, e analisou o lugar onde estava.

Tudo era tão verde e perfeito e lhe lembrava de alguma coisa, mas nada que já vira podia ser tão maravilhoso quanto aquele lugar. Susana caminhou até a margem do rio para beber um pouco de água, mas ao olhar para a água límpida tomou grande susto.

A Susana que estava refletida na água não era Susana Reynolds. Seu rosto não tinha rugas e seu cabelo voltara à cor natural. Ela envolveu seu rosto com as próprias mãos, que voltaram a ser pequenas e delicadas. Susana Reynolds voltara a ser Susana Pevensie. Ela ainda analisava seu reflexo jovem, estupefata, quando ouviu a voz.

— Olá?


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Notas finais do capítulo

SUSANAAAAAAAAAAA.
Vocês acham mesmo que eu ia deixar minha bichinha esquecida nesse mundo triste em que vivemos? MAS É CLARO QUE NÃO.
O que achararam desse capítulo? Me contem nos comentários.
Mudando um pouco de assunto, faz poucos dias que eu percebi que no dia 27.07 completou UM FUCKIN ANO QUE EU POSTEI O PRIMEIRO CAPÍTULO DE INCOMPLETOS.
Gente um ano que vocês tem me inspirado a cada dia mais, isso é um acontecimento a se comemorar.
Gostaria de agradecer por todo o apoio que vocês me dão. Sem vocês eu já teria desistido a muito tempo.
Enfim, não esqueçam de me dizer o que acharam.
Bjks da tia P4nda ♥



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