Inevitável escrita por P4ndora


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

~Nossa tia P4nda que vacilo, você falhou pela segunda vez~
Pois é migas, eu prometi que esse capítulo ia sair ontem, mas devido a alguns problemas pessoais, eu não pude terminar ele.
~Ué mas tu não tinha dito que os capítulos iam ser menores?~
Opa, falhei pela terceira vez. Mas foi por uma boa causa.
PORÉM, apresento-lhes um capítulo lindinho com um final muito lindinho. Enfim, espero que gostem.



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Aslam parou bem na frente da Porta, seguido por todo o grupo. O silêncio reinou por alguns segundos, até que o Leão levantou a cabeça e rosnou:

— O tempo é chegado. Agora! Tempo! – Aslam rosnava tão alto que as estrelas estremeceram – Tempo! TEMPO!

Então a Porta se abriu.

O grupo inteiro estava à direita de Aslam, olhando através da Porta aberta. A única fonte de luz era o brilho das estrelas. Tudo que se podia ver era a silhueta das árvores. Aslam rugiu novamente, e uma nova sombra surgiu. E foi subindo e subindo, ficando cada vez mais alta, até que assumiu a forma de um homem.

— Aquele é o Pai Tempo – sussurrou Jill.

Todos ali já haviam ouvido falar de Pai Tempo, um enorme gigante que estava adormecido nos submundo que havia no Norte. Muitos diziam que ele acordaria no dia em que o mundo acabasse.

— Sim – disse Aslam – Enquanto ele dormia, seu nome era Tempo. Mas, agora que acordou, vai ganhar um novo nome.

A silhueta do gigante foi mudando de formato, e agora era como se ele levasse uma trombeta à sua boca. Depois disso, ouviram o som da trombeta, alto e terrível, mas ao mesmo tempo de uma beleza estranha.

Foi então que o céu se encheu de estrelas cadentes. Dúzias delas, e depois um monte, e depois centenas, até que mais parecia uma chuva de prata. Quando o show parou por um instante, Edmundo teve a impressão de que uma nova sombra havia aparecido no céu, bem no “teto”.  “Talvez seja só uma nuvem”, pensou.  Então a mancha começou a crescer, como se engolisse as estrelas. Finalmente, só se via a chuva de estrelas cadentes na linha do horizonte.

Edmundo estremeceu, assim que se deu conta do que realmente havia acontecido. Aquilo não era uma nuvem, mas simplesmente o vazio. Todas as estrelas estavam caindo, pois Aslam havia lhes chamado de volta para casa.

Então as estrelas começaram a cair ao redor do grupo. Pessoas que emitiam uma leve luz branca, com cabelos longos e prateados, estavam se precipitando do céu escuro na direção da Porta. Assim que passavam pela a Porta, as estrelas aterrissavam na grama, logo atrás do grupo. A grande multidão de estrelas logo atrás deles emitia uma forte luz branca, que iluminava quilômetros e quilômetros de florestas narnianas através da Porta. Cada árvore, moita e até pequenas folhas de grama, deixava atrás de si uma sombra negra.

A própria sombra deles projetava-se bem à sua frente, porém a sombra mais impressionante era a de Aslam, que se espalhava, enorme e assustadora.

Com a ajuda da luz das estrelas, Edmundo conseguiu diferir alguma coisa se movendo, bem ao Norte. Animais enormes vinham em direção a Nárnia: dragões, lagartos gigantes, pássaros com asas de morcego. Durante alguns instantes, só houve o silêncio. Então, vindo de todas as direções, ele ouviu um bater de patas, um farfalhar de asas, um roçar. Aos poucos o barulho foi ficando cada vez mais alto, até que milhares de olhos brilharam na escuridão.

Finalmente, saindo do meio da floresta, milhares de criaturas de todos os tipos: animais falantes, faunos, gigantes, anões, calormanos, sátiros, homens da Arquelândia, monópodes e até seres sobrenaturais, correndo em disparada para o Portal, que se expandiu, sem ninguém ao menos perceber.

Edmundo não podia dizer quanto tempo aquilo durou. Às vezes tinha a impressão de que durou apenas alguns segundos, e em outras parecia que havia passado vários anos.

Ao se depararem com Aslam, algumas criaturas olhavam para ele num misto de ódio e temor, que durava apenas alguns pouquíssimos segundos, pois na mesma hora, estes deixavam de ser animais falantes. Todas as criaturas que olhavam para Aslam daquele jeito iam para a esquerda de Aslam, desaparecendo no meio de sua imensa e assustadora sombra negra, do lado de fora do Portal. Ninguém nunca mais viu aqueles animais.

Outras criaturas olhavam para a face dourada de Aslam e o amavam com todo o seu coração, apesar de que algumas ficassem assustadas. Todas essas criaturas entravam pelo o Portal. Algumas se reuniam ao redor do grupo. Aqueles haviam ajudado Jill, Eustáquio e Tirian na batalha que a pouco havia acontecido. Edmundo foi apresentado a cada uma delas: um centauro chamado Passofirme, um magnífico unicórnio com nome de Precioso, um urso, um javali, uma águia chamada Sagaz, uma animada matilha de cães e um anão chamado Poggin.

— Avançar! – gritou Passofirme disparando em direção ao Ocidente – Para frente e para cima!

Edmundo não entendeu o que aquilo significava, mas foi como se tudo ao seu redor ficasse mais feliz. O grupo voltou novamente para a Porta, tentando ver o que se passava.

Nárnia havia sido tomada por dragões e imensos lagartos, que se locomoviam de um lado para outro, arrancando as árvores e devorando-as. Não demorou mais que alguns minutos para que as florestas desaparecessem. Edmundo agora contemplava um mundo exposto de rochas despidas e terra vazia. Os monstros agora envelheciam e caiam no chão, mortos. Em poucos segundos eles viraram apenas esqueletos. O silêncio tomou conta de tudo por um longo tempo.

De repente, uma coisa começou a mover-se na direção da Porta, vindo do fim do mundo. Um ruído quebrou o longo silêncio: no princípio era apenas um leve murmúrio, mas aos poucos foi se tornando um forte estardalhaço. Apenas quando já estava bem perto, foi que Edmundo percebeu que aquilo era uma coluna de água. O mar estava inundando Nárnia. Os rios ficavam cada vez mais largos, tornando-se um só. Os montes viraram ilhas e não demorou muito até que desaparecessem. A água veio jorrando com rapidez até bem perto da Porta, mas não a ultrapassou. Nárnia virou uma extensão de água.

Por fim, o Sol apareceu, e a luz das estrelas mal podia ser notada. Era três vezes maior que o Sol normal, e sua cor era vermelho-escuro. Então a Lua apareceu bem ao seu lado, e ela também estava vermelha.  Aos poucos ela foi se aproximando do Sol, e quando as chamas já lhe envolviam quase completamente, os dois se fundiram numa bola de fogo colossal, de onde começaram a pingar pedaços de fogo, que caíam no oceano.

— Que agora haja um fim! – exclamou Aslam.

O gigante lançou sua trombeta ao mar, e depois esticou um dos braços através do céu, até que sua mão alçou o Sol, espremendo-o como se fosse uma laranja. E, naquele instante, a escuridão tomou conta de Nárnia.

Edmundo e os outros deram um pulo para trás ao sentirem o frio congelante que soprou através da Porta. Apenas Aslam continuou onde estava. A Porta começou a ser coberta por pingentes de gelo.

— Pedro, Grande Rei de Nárnia – chamou Aslam – Feche a Porta.

Pedro foi até a Porta, tremendo de frio, e a fechou. Uma chave de ouro surgiu em sua mão, e ele a usou para trancar a Porta.

Edmundo olhou ao seu redor, e estranhou ao ver que estava cercado pela a luz do Sol. Ele já não sentia mais frio, e a felicidade voltou ao seu corpo novamente, assim que olhou para Aslam e este sorria com os olhos. O Grande Leão começou a correr, passando por ele como uma flecha dourada.

— Vamos! Continuem avançando! Continuem subindo!

— Como nós vamos acompanhá-lo nessa velocidade? – perguntou Edmundo para si mesmo.

— E assim – começou Pedro – cai a noite sobre Nárnia.

Aos poucos eles foram se afastando da Porta, enquanto conversavam e relembravam antigas guerras, os reis da antiguidade e as glórias de Nárnia. Edmundo era o mais calado, pois tentava com todas as suas forças, lembrar-se de quem havia esquecido, sem nenhum êxito.

 O grupo de cães andavam com eles e as vezes também participavam da conversa, porém de repente, farejaram algo que lhes deixou muito animados.

— O que está acontecendo, primos? – perguntou Pedro.

— Um calormano, senhor – disseram em uníssono.

Pedro pediu para que os levassem até ele, e assim os cães fizeram. O grupo acompanhou os cães e eles encontraram um calormano sentado debaixo de uma árvore. Ele se levantou de um salto e curvou-se numa reverência.

— Senhor – disse a Pedro – não sei se és meu amigo ou meu inimigo. De qualquer forma, é uma grande honra encontrá-lo. Como disse um poeta, “um inimigo nobre é a melhor dádiva depois de um amigo nobre”.

— Senhor, que eu saiba não há razão alguma para haver qualquer guerra entre nós.

Então o calormano, que se chamava Emeth, contou-lhes toda sua história. Todos escutaram em silêncio, pelo menos até que Jill gritasse.

— Olhem!

Uma criatura graciosa vinha na direção deles. Quando já estava perto o suficiente, eles perceberam que era um bonito burro de pelo cinzento e macio, com uma expressão bondosa e honesta.

— É o velho Confuso! – Jill, Eustáquio e Tirian gritaram em uníssono.

Jill e Lúcia saíram correndo até Confuso, enlaçando seus braços ao redor de seu pescoço, enquanto beijavam-lhe o focinho. Após todo esse ataque de carinho, Confuso contou-lhes por onde esteve. Ele acabou entrando pela a Porta junto com todas as outras criaturas, mas vinha tentando evitar Aslam o máximo possível, pois se sentia muito envergonhado com toda aquela bobagem de vestir uma pele de leão. Mas ao ver o seus amigos indo para o Ocidente, ele tomou coragem e decidiu segui-los, apesar de ainda temer um pouco se encontrar com Aslam.

— Quando o encontrar vai estar tudo bem, você vai ver – encorajou Lúcia.

— Acho melhor nós continuarmos seguindo em frente – disse Pedro.

Então foram todos juntos em direção ao Oeste, pois concordaram que esse era a possível direção que Aslam indicou quando gritou: “Continuem avançando! Continuem subindo!”. Muitas outras criaturas também se moviam naquela direção, mas como aquela terra era um imenso gramado, não havia nenhum tipo de aglomeração.

O frescor da manhã podia ser sentido no ar, e de vez em quando Edmundo parava e olhava ao seu redor, pois achava tudo incrivelmente lindo e havia algo que também não compreendia. Lucia pareceu sentir o mesmo, pois simplesmente parou de andar e disse:

— Pedro, que lugar é este? Você tem alguma ideia?

— Não sei – respondeu Pedro – Ele me faz lembrar alguma coisa, mas não consigo saber o quê. Não seria algum lugar onde estivemos de férias alguma vez, quando éramos bem pequenos?

— Se foi, deve ter sido um feriado muito agradável – disse Eustáquio – Aposto que, no nosso mundo, não existe um lugar como este. Vejam só essas cores! No nosso mundo não dá nem pra imaginar um azul igual ao azul daquelas montanhas.

— Eu já vi algo azul desse jeito – sussurrou Edmundo – Só não lembro o que é.

— Será que não é o país de Aslam? – perguntou Tirian.

— Mas não é como o país de Aslam lá no topo daquela montanha, além do extremo oriental – discordou Jill – Lá eu já estive.

— Se querem saber, isto aqui lembra algum lugar de Nárnia – disse Edmundo – Vejam aquelas montanhas ali na frente. E aquelas outras, enormes e cobertas de gelo. Não se parecem com as montanhas que se viam lá de Nárnia, depois da cachoeira?

— É, parecem mesmo – concordou Pedro – Só que estas são maiores.

— Aquelas colinas, lá, cobertas de florestas, e aquelas azuis – apontou Lúcia – Não são iguais às da extremidade sul de Nárnia?

— Puxa, são exatamente iguais! – exclamou Edmundo, após alguns segundos de extremo silêncio.

— E ainda assim não é a mesma coisa – disse Lúcia – É tudo diferente. Tudo é mais cheio de cores e parece muito mais longe do que eu recordava, e os montes são mais... mais... Não sei explicar!

— Muito mais reais – murmurou Digory.

— Mas eu sinto como se... como se ainda faltasse alguma coisa – disse Edmundo.

De repente, a águia Sagaz levantou voo, planando no ar por alguns segundos em um ponto muito alto e depois pousou no chão.

— Reis e Rainhas, estávamos todos cegos! Estamos apenas começando a perceber onde nos encontramos. De lá de cima dá para enxergar tudo: o Espelho d’Água, o Dique dos Castores, o Grande Rio, e Cair Paravel ainda resplandecendo às margens do Mar Oriental. Nárnia não morreu. Isto aqui é Nárnia!

— Mas como?! – disse Pedro – Aslam disse que nós, os mais velhos, nunca mais regressaríamos a Nárnia, e aqui estamos nós!

— E vimos tudo ser destruído e o sol se apagar – acrescentou Eustáquio.

— A águia tem razão – disse Digory – Ouça Pedro. Quando Aslam disse que vocês nunca mais poderiam voltar a Nárnia, ele se referia à Nárnia em que vocês estavam pensando. Aquela, porém, não era a verdadeira Nárnia. Ela teve um começo e um fim. Era apenas uma sombra, uma cópia da verdadeira Nárnia que sempre existiu e sempre existirá aqui, da mesma forma que o nosso mundo é apenas uma sombra ou cópia de algo do verdadeiro mundo de Aslam. Lúcia, você não precisava prantear Nárnia. Todas as criaturas queridas, tudo o que importava da velha Nárnia foi trazido aqui para a verdadeira Nárnia, através daquela Porta. Tudo é diferente sim, tão diferente quanto uma coisa real difere de sua sombra, ou como a vida real difere de um sonho.

Edmundo se arrepiava a cada palavra que o Professor dizia, pois a impressão que se tinha era que sua voz fazia todo o mundo estremecer. A felicidade que não apenas ele, mas que todos sentiam apenas por estarem naquele lugar magnífico, foi mil vezes ampliada, pois agora sabiam que estavam em Nárnia. Finalmente estavam em casa, em seu verdadeiro lar.

 Com um longo relincho, o unicórnio Precioso exclamou:

— A razão por que amávamos a antiga Nárnia é que ela, às vezes, se parecia um pouquinho com isto aqui. Avancemos! Continuemos subindo!

Ele sacudiu a crina e partiu galopando a toda velocidade. Edmundo se perguntou como eles iriam alcançá-lo, porém algo logo aconteceu. Todos começaram a correr, e para sua surpresa, descobriram que conseguiam acompanhá-lo. O vento golpeava o rosto de Edmundo com força, mas isso não lhe incomodou, e embora corresse cada vez mais rápido, nem ele nem ninguém sentiam calor, ou cansaço, ou ficava sem fôlego.

A sensação que Edmundo tinha era de que nunca mais queria parar de correr. Era uma mistura de adrenalina e felicidade que havia tomado de conta de todo seu corpo, e ele jurava que só havia se sentido assim uma única vez na vida, mas não conseguia lembrar quando, apesar de que aquilo não importava naquele momento. Ele só queria continuar correndo, e correndo, e correndo. Mas a voz de Eustáquio interrompeu seus devaneios.

— Cuidado, pessoal! – gritou Eustáquio – Vejam para onde estamos indo!

Bem na frente do grupo estava a grande cachoeira que havia no Lago do Caldeirão, cujo grande estardalhaço que a água fazia já lhes chegava aos seus ouvidos. Edmundo tentou ao máximo ter medo, mas mesmo assim não sentia vontade de parar.

— Não parem! – exclamou Precioso, apesar de que mal se ouvia a voz do unicórnio, tamanho era o trovejar da água – Continuem avançando! Não desanimem!

Edmundo seguiu o unicórnio, que já se precipitava nas águas do lago, esguichando água para todo o lado. Ao contrário do que Edmundo pensava a água não estava fria de doer os ossos, e mais parecia uma espuma fresquinha e deliciosa. Enquanto nadavam direto ao encontro da catarata, Eustáquio disse a Edmundo:

— Isto é uma loucura total!

— Eu sei. Mesmo assim...

— Não é maravilhoso? – perguntou Lúcia – Vocês já notaram que não dá para ficar com medo, mesmo que se queira? Experimentem!

— Caramba! É mesmo! – disse Eustáquio, após tentar.

Precioso foi o primeiro a chegar ao pé da cascata, seguido bem de perto por Tirian e Edmundo. Ao olharem para cima, os dois viram Precioso movendo-se de forma confusa, pois não dava para dizer se ele estava nadando ou escalando, mas continuava subindo. Então os dois começaram a bater os braços e as pernas, como se estivessem nadando, mas seguiam direto para cima. A sensação de Edmundo era como se ele subisse nadando as paredes de uma casa, apesar de ser algo impossível de se fazer.

Então Edmundo chegou, logo atrás de Tirian, à curva de onde a água despencava e logo descobriu que estava na superfície do rio, bem acima da cachoeira. Ele nadou contra a correnteza e em pouco tempo chegou na margem, completamente ensopado, mas extremamente feliz. Demorou apenas alguns segundos até que todos já estivessem ali reunidos.

Logo à sua frente, estendia-se um imenso vale e grandes montanhas nevadas.

— Continuem avançando! – relinchou Precioso – Mais para cima e mais para dentro!

E num instante, todos começaram a correr novamente, indo para fora de Nárnia. Não demorou muito para que se encontrassem em pleno deserto ocidental, num lugar onde nenhum deles jamais haviam estado, tirando Digory e Polly. Os cães começaram a latir: “Rápido! Rápido!”. Então eles aceleraram o passo, correndo cada vez mais depressa. Passaram por vales sinuosos, um após o outro e escalaram encostas escarpadas de enormes precipícios.

Todos estavam animados para descobrirem o que lhe esperava, mas algo que Edmundo não sabia o que era, lhe deixava feliz, animado e nervoso, tudo em uma mistura que lhe fazia apenas querer correr o mais rápido possível e chegar a um lugar que nem mesmo ele sabia onde ficava.

Após algum tempo, finalmente chegaram a uma montanha plana e verde que mais parecia uma pirâmide. Bem no topo e ao redor dele, havia uma muralha verde. Acima da muralha, erguiam-se galhos, cujas folhas pareciam de prata e seus frutos, de ouro.

— Continuem avançando! – bradou Precioso, mais uma vez – Continuem subindo!

Eles voltaram a correr em disparada, montanha acima. Apesar de a montanha ser íngreme, ninguém escorregava. Não demorou muito para que chegassem até o topo, e só assim, diminuíram a velocidade, pois deram de cara com enormes portões de ouro. Ninguém foi suficientemente corajoso para tentar abrir os portões. Mas enquanto eles hesitavam, o som de uma trombeta pôde ser escutado, e então os portões se escancararam.

Edmundo prendeu a respiração. Seu nervosismo continuava, e parecia que aumentava cada vez mais. Um pequenino e lustroso rato falante trazendo um diadema com uma pluma vermelha na cabeça e uma comprida espada, saiu de dentro dos portões. O rato fez uma reverência graciosa e disse:

— Bem vindos, em nome do Leão! Continuem avançando! Continuem Subindo!

Edmundo abriu um largo sorriso e, acompanhado de Pedro, Lúcia e Eustáquio, foi até o rato e saudou-o.

— É uma honra ver vocês novamente, velhos amigos! – exclamou Ripchip – Mas podemos deixar as conversas para mais tarde, pois agora precisamos entrar.

Ripchip apressou a todos para que entrassem mais algumas vezes, e assim, todos passaram pelos portões dourados, entrando no magnífico jardim, que era muito maior por dentro do que por fora, apesar de que ninguém ligou muito para isso. De todas as direções surgiram pessoas para saudar os recém-chegados.

Reis antigos, Lordes, criaturas que ajudaram os Pevensie, todos que eles conheceram estavam ali. Aos poucos o imenso grupo foi se movendo para o meio do jardim, onde debaixo de uma árvore onde uma fênix estava pousada, havia dois tronos, onde estavam sentados Rei Franco e Rainha Helena, os primeiro reis de Nárnia.

A alegria podia ser sentida no ar, e após ser apresentado à esposa e ao filho de Rei Caspian – que mantinha a mesma aparência desde que se viram pela a última vez, o que lhe deixava extremamente parecido com Tirian –, Edmundo avistou um garoto loiro, muito semelhante a alguém que ele conhecia, mais afastado da multidão, segurando a mão de uma garotinha. Ele se aproximou, tentando não ser notado.

— Temos que chamar a mamãe! – exclamou a garotinha, extremamente animada enquanto puxava a mão do rapaz.

— Acalme-se Arya! Ela virá logo.

— Não! Ela tem que ver isso. Talvez até conheça alguém. Vou chamá-la e já volto.

— Arya! Volte aqui!

Mas a garota já estava correndo para um lugar mais à dentro do jardim. Os pés de Edmundo pareceram criar vida própria, pois um segundo depois ele começou a correr atrás da garotinha.

Sua cabeça estava uma confusão e ele tentava ao máximo encontrar uma razão para estar seguindo aquela criança. A garota parou de correr assim que chegou a uma plantação de flores amarelas. Edmundo se escondeu atrás de uma árvore um pouco distante da plantação. Uma jovem estava parada bem no meio da plantação, de costas para a garota. O vestido que ela usava era cortado na altura dos joelhos e aquilo fez com que o coração de Edmundo batesse acelerado. Mas por quê? Ele não sabia.

— Mamãe! – chamou a menina, entrando na plantação e indo até a jovem – Venha ver! Chegaram várias pessoas! Vi tio Caspian conversando com algumas delas. Talvez você conheça alguém.

A jovem mulher virou-se na direção da garotinha, sorrindo, e Edmundo pôde ver seu rosto. Ele saiu de trás da árvore e se aproximou da plantação. A mulher tirou seus olhos da filha e eles se encontraram com os de Edmundo.

Então Edmundo lembrou o que podia ser mais azul do que o céu e as montanhas daquela terra.


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Notas finais do capítulo

ESSE FINAL ♥
Fiquei levemente revoltada com duas coisas: o Caspian falou com o Edmundo e não citou a Skye, apesar de que a culpa não é dele. E também porque o Edmundo viu o Ethan e não lembro quem era, ainda por causa da lição do Aslam e tal, porque é meio óbvio que se o Eddie visse o Ethan ele iria lembrar da Skye né? Mas enfim, adorei esse capítulo.
E vocês? Me contem o que acharam.
Não vou dar previsão pro próximo capítulo, por que né? Nunca cumpro.
Bjks da tia P4nda ♥



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