Purifier escrita por Gabbie R


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Notas finais, galere!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687206/chapter/2

NATHANAEL

Nathanael estava cansado (e com muita fome!) naquela noite e pensar em quão cansado estava apenas piorava sua situação. Ele suspirou, fechando o caderno de desenhos em sua perna, e olhou para o céu estrelado de Paris.

Estava naquele parque a horas e ele já tinha até mesmo esquecido o porquê. Algo sobre se desfazer de memórias ruins? Ele sabia que era algo desse tipo, mas quando começara a desenhar o que ele agora percebia ser a Torre Eiffel, se perdeu no tempo. O que tinha sido seu propósito afinal.

Se levantou do banco, estalando e esticando a mão. Deu uma rápida verificação ao seu redor e percebeu que as poucas pessoas na praça naquela hora eram casais.

Sentindo o sangue esquentar em seu rosto, ele apertou seu caderno e começou a caminhar em direção a sua casa. Parou no meio do caminho, no entanto, e encarou uma lojinha de crepes, sentindo seu estômago se revirar.

Adentrou a loja sem pensar duas vezes, guiado pela fome. Percebeu que, mesmo com o horário, só havia três pessoas na loja, fora os funcionários. Duas delas eram um casal e o outro um velhinho pequeno que se encaminhava para o caixa ao lado do balcão de pedidos.

Ele seguiu até o balcão e estava olhando hipnotizado para o grande menu na parede, comparando sabores, até ouvir o velho ao seu lado murmurar.

— M-Mas eu estava com a minha carteira!

Nathanael olhou discretamente para o velhinho, que parecia desesperado e triste, e para a balconista que revirava os olhos. Olhou novamente para o menu e a tabela de preços, e suspirou internamente, sentindo seu estômago egoísta reclamando enquanto ele se virava para a balconista com o rosto corado.

— Tudo bem, eu vou pagar por ele. Quando deu?

O velhinho olhou rapidamente para ele, assustado e agradecido.

O ruivo pagou o preço estabelecido, lançando um último olhar saudoso para os lanches exibidos na loja e acompanhou o velhinho para fora do estabelecimento.

— Eu sinto muito - falou o velho, ainda olhando para o garoto - E-Eu posso...

— N-Não se preocupe, não tem problema nenhum.

— Mas...

— Foi o que eu quis fazer, o senhor não me deve nada.

Ele sorriu mais uma vez, orando para que sua barriga não fizesse um barulho imenso naquele momento.

Ele não precisava de nada além da sua timidez para deixá-lo constrangido.

— Você é um jovem muito generoso.

Tal elogio, no entanto, passou despercebido pelo ruivo, porque agora sua mente se fixava na garota que via caminhando em direção aos dois, sorrindo e acenando.

— Ah!

Ele exclamou, sentindo-se corar ainda mais e sentindo o rosto abrindo um sorriso involuntário. Acenou de volta, fazendo com que o velho (já esquecido) ao seu lado percebesse sua distração e olhasse para onde o adolescente olhava.

Uma outra adolescente, pequenina e morena.

Marinette.

Minha namorada, pensou o ruivo, quase apavorado.

Ele sentiu que poderia explodir a qualquer momento. Tentou conter-se enquanto sorria para a morena, que já estava na sua frente.

— M-Marinette!

— Nathanael!

Agora que estava completamente visível, ele admirou o sorriso dela com um ar impressionado. Ela sorria com todo o coração, os olhos azuis brilhante como um céu repleto de estrelas e ela parecia tão bela como nunca.

Só havia passado dois dias desde que ele se declarara para Marinette e ainda parecia recente demais para que ele pudesse falar em voz alta (para que assim, ele próprio passasse a acreditar) que eles estavam juntos.

Juntos.

Principalmente porque o modo como eles ficaram cientes dos sentimentos um do outro não foi nem um pouco perto do comum. Ele havia se declarado para ela (e a convidado para um encontro) enquanto não era bem ele mesmo. Estava akumizado, e o mais estranho ainda está por vir. Ele se lembrava de tudo que havia acontecido antes, durante e depois de ser akumizado. Se lembrava que naquela noite, não foi nenhum dos famosos heróis de Paris que salvaram-no, mas sim a menina que era alvo de seu amor. Ela o salvara, porque ele a amava e então ela fora a única capaz de fazer com que seu coração tomado de trevas e dor fosse purificado com amor e luz.

Ele engasgou com sua respiração enquanto tentava responder a uma pergunta dela, que ele nem mesmo tinha ouvido.

— Eu saí pra desenhar e ficou muito tarde.

Ela sorriu para ele outra vez, incapacitando o coração dele de voltar ao ritmo normal.

— Você tem um grande namorado, mocinha - falou o velho, atraindo um olhar surpreendido dos dois adolescentes - Espero que possamos nos ver outro dia, jovem.

O velho sorriu para o ruivo, piscando um dos olhos, e foi embora, assobiando.

Marinette assistiu o velho ir embora, meio surpresa, meio confusa.

— Você conhece ele?

Respirando fundo, e finalmente sentindo seu coração voltar ao normal, Nathanael contou um breve resumo sobre o que acontecera na lanchonete, e mal tinha terminado a história quando seu estomago faminto demonstrou seus sentimentos, o que fez ela rir baixinho, olhando-o com os olhos estelares.

— Você foi incrível - ela disse, suas bochechas tingindo-se de vermelho.

Ela olhou timidamente para as mãos, abrindo e fechando a boca como se quisesse falar algo a mais, o que fez com que ele estremecesse. A cena era tão fofa quanto hipnotizante e extremamente tentadora, ele não podia evitar o pensamento. Ele sentiu um sorriso amoroso começar a surgir no seu rosto e pegou a mão da morena, aguardando-a.

Ele, que era tão tímido, apenas poderia esperar e incentivar.

Foi o certo a fazer, afinal, pois ela balançou a cabeça segundos depois, e voltou a olhá-lo nos olhos, firme (e corada).

— Coma alguma coisa comigo. Na minha casa.

Sentindo seu corpo inteiro se tencionar, ele não conseguiu conter a clara expressão de surpresa no seu rosto.

— Você tem certeza? - ele perguntou depois de alguns segundos em silêncio.

Corando ainda mais, ela balançou a cabeça firmemente.

Hesitou, porém, quando o viu sorrir admirado.

— Meus pais.... - ela começou, desviando o olhar para as mãos deles - Eles vão ficar surpresos e talvez....,mas....

Ele entrelaçou os dedos dele nos dela, fazendo-a levantar o olhar para o ruivo novamente. Sorria, sentindo-se calmo e entendido. Os pais dela, provavelmente, ainda imaginavam que ela gostava de Adrien. Talvez eles não gostassem da mudança de sentimento da filha tanto quanto o ruivo, mas ele os fariam mudar de ideia com o tempo.

Ele já tinha o amor de Marinette, e isso era o mais importante.

— Está tudo bem - ele disse, deixando com que a calma que sentia transparecesse em sua voz.

A morena abriu um grande sorriso, acalmando-se, e então os dois começaram a caminhar para a casa da mesma, conversando calmamente e trocando olhares cheios de significados.

Tão presos numa bolha privada de carinho e afeto que não perceberam que, na verdade, ainda eram observados pelo velho baixinho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguém aí lembra do que falei no capítulo anterior??
Entãão, uma leitora me disse que ficou triste por já os ter feito namorados, que ela gostaria de ver o desenvolvimento, e eu disse a ela, assim como digo a vocês, que relaxasse, pois eles estão no começo do ''namoro'' e ainda tem muitas coisas para descobrirem um do outro, para desenvolverem seus sentimentos ainda mais.
Na verdade, eu até pensei em editar pra postar aqui, mas achei melhor não.
Nathanael até mesmo hesita em falar essa palavra, porque ele não está certo de nada, e tão tímido como ele é a Marinette, então eles pensam uma vez ou outra, mas quase nunca se atrevem a falar em voz alta, e esse é um ponto que eles tem que se desenvolver.
Então, meio longuinho, mas tudo bem.
Daqui a pouco eu posto o terceiro capítulo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Purifier" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.