Purifier escrita por Gabbie R


Capítulo 1
Caítulo I


Notas iniciais do capítulo

Notas finais ;3



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(Contexto.: Episódio do Evillustrador/Ilustrador do Mal, logo depois da ligação da Ladybug pro Chat, falando sobre a Marinette + visita do Chat Noir à Marinette, a partir daí as coisas mudam :v)
 

Marinette esperou que a sombra de Chat Noir desaparecesse entre os prédios para que pudesse voltar para seu quarto. Estalou a língua, pensativa, enquanto analisava os dois desenhos que agora tinha em mãos.

Evillustrador se tratava, claramente, de um Nathanael que sumcumbiu a sentimentos negativos.

Ela conseguia até imaginar o que havia causado tais sentimentos.

A pontada de dor que tinha sentindo horas antes a atingiu novamente, fazendo-a prender o ar nos pulmões.

Ela quase tinha esquecido que Nathanael gostava dela.

Não era como se ele, tímido como era, tivesse se declarado pra ela, e esse deve ter sido o motivo dela ter se esquecido tão facilmente.

Isso foi o que ela pensou consigo mesma, mas não conseguia afastar o sentimento de culpa.

Como ela podia esquecer dos sentimentos de alguém? Ainda por cima dirigidos à ela! Como diabos ela ousava não pensar no envergonhado Nathanael, que parecia ser tão doce?!

Imaginar que alguém pudesse gostar dela nunca tinha sido um dos passatempos dela. OK, ela nunca iria imaginar alguém se não o Adrien amando-a.

E amando-a ao ponto de vir atrás dela mesmo akumatizado, convidando-a para passar o aniversário com ele! Ela não conseguia esconder a surpresa só de lembrar do acontecimento.

Ele parecia até normal, sorrindo e sendo fofo, expirando toda a educação que ela imaginava que o verdadeiro Nathanael teria. A única diferença entre eles para ela, até agora, era a timidez.

Talvez tenha sido a calorosa familiaridade daquela situação estranha (e não seu pensamento rápido como heroína, como ela havia explicado para si mesma depois) que a tenha feito aceitar o pedido do ruivo quase que imediatamente.

Ela criaria uma brecha para Chat Noir, de fato, mas ela seria Marinette, uma civil comum, e não Ladybug, com seus poderes e coragem de heroína para se defender de qualquer possível ataque do Nathanael.

Evillustrador, ela se corrigiu mentalmente, tensa.

Qualquer ataque do Evillustrador.

Aquele não era o Nathanael e ela tinha que se lembrar disso.

— Você está certa disso, Marinette?

A morena deu um pulo, assustada com a repentina voz da kwami.

— Ah... Sim. Eu acho que é o melhor jeito de fazermos alguma coisa.

Tikki voou ao redor dela, e então parou sob os desenhos esquecidos na cama.

— Bem, Chat Noir vai estar lá para qualquer coisa.

— Não é muito reconfortante — brincou Marinette, fazendo Tikki rir.

Ela olhou para o celular e mordeu os lábios quando percebeu quanto tempo já havia passado. Estava na hora dela ir se encontrar com Evillustrador.

— Você quer comer alguma coisa, Tikki? — ela perguntou fracamente, sem se levantar da cama.

— Talvez você devesse comer alguma coisa antes de ir...

A morena saltou da cama, estremecendo de energia. Esticou seus dedos, adrenalina correndo por todo seu corpo.

— Vamos lá em baixo ver o que podemos pegar.

Ela respirou fundo duas vezes antes de descer as escadas, animada como de costume, e se dirigir a padaria.

— Hm? Vai sair?

O pai de Marinette saia da cozinha da padaria com uma bandeja em mãos, sorridente.

— Vou sim... O que é isso, papai?

O homem pôs-se em posição de orgulho, estendendo a bandeja para ela.

— Alguns doces que eu acabei de fazer. Vai querer comê-los antes de sair?

Ela aceitou rapidamente, pegando alguns e logo depois saudando o pai enquanto saía de casa. Deslizou a maioria dos doces para dentro da bolsa e se deu o direito de comer dois.

Não demorou muito para que chegasse ao local de encontro, e ela não sabia exatamente o que estava esperando, mas certamente não era um barco com um mini Torre Eiffel e uma pequena lua particular.

Ela tinha que admitir, aquilo era lindo.

Nathanael estava segurando uma das mãos, parecendo meio contradizido mas se iluminou quando a vou adentrar o barco.

— Marinette!

Ele saltou do teto da cabine, onde estava sentado, e chegou perto dela, tão animado quanto feliz.

— Você veio!

Ela apertou a alça da bolsa, alertando-se. O brilho nos olhos dele era encantador. Tentador.

Enganoso.

— Claro que eu vim — ela disse, soltando a bolsa — É o seu aniversário. Desculpe, eu não tenho presente.

E o sorriso que ele lhe deu foi como um tiro no peito.

— Está brincando? Você está me dando o maior presente de todos.

Ela corou, incapaz de se conter, e seguiu as indicações dele de se sentar num banco frente a mini Torre Eiffel, onde ele começara a desenhar notas músicas que cortavam o silêncio nortuno, formando uma linda e calma melodia.

Ela observou todo o processo, hipnotizada.

— Uau — ela soltou — Isso é incrível, Nathanael.

Ela estremeceu, percebendo tarde demais o que havia falado, mas o Evillustrador apenas abrira outro fascinante sorriso para ela, distraído com seu trabalho com as notas musicais.

Os akumizados eram rigorosos sobre suas novas denominações, ela sabia muito bem disso, mas aquele cara estava sorrindo calmamente  como se ele nem estivesse akumizado!

— Nathanael — ela o chamou de novo, segurando a caneta dele (onde, provavelmente, o akuma estava) impedindo-o de desenhar e fazendo-o levantar o olhar pra ela, surpreso — Por quê você está assim?

Ele estremeceu e soltou a caneta, deixando-a tê-la e chocando-a novamente. Ele lançou um olhar nervoso para o pulso, para a lua (a verdadeira, no céu) e para ela.

— E-Eu tenho que conseguir os Miraculous...

— Por quê? — ela rebateu, apertando a  caneta com uma das mãos e com a outra segurando a mão do ruivo.

— Bem, Hakw...

— Você não tem que fazer isso — ela o interrompeu, sabendo que ele a estava ouvindo, sabendo que ele a estava sentindo.

Ele olhou para a lua falsa e para tudo que havia criado e então olhou para ela, os olhos confusos, tempestuosos.

— Você disse que o que eu fiz foi incrivel — ele murmurou — Eu preciso pegar os Miraculous para continuar fazendo isso. Para continuar maravilhando você.

E ela nem mesmo sentiu as palavras saírem quando disse uma grande verdade.

— Você não precisa disso para me encantar.

Ele olhou para ela, novamente surpreso.

— Marinette — ele disse, a voz baixa, os olhos fixos nos dela.

Os dois ficaram em total silêncio, apenas olhando um para o outro, e eles estavam sozinhos no barco, na cidade, no mundo.

Mas tinha outra pessoa no barco.

Marinette viu a sombra de Chat Noir pulando prédios com o canto do olho, e seu corpo ficou tenso. Asiedade, nervosismo, confusão, ela sentia-se como uma pintura abstrata, cheia de cores e signficados.

Cheia de sentimentos contraditórios.

Só percebeu que ainda segurava a caneta do Evillustrador quando apertou-a entre os dedos. Seu coração disparou e ela estava de perguntando se tinha uma feição assustada, porque Nathanael... Evillustrador agora lhe olhava levemente confuso.

— Está tudo bem com você? Quer que eu faça alguma coisa?

Ele estendeu a mão para pegar a caneta dela, mas ela puxou a caneta para mais perto de si.

— Não é nada, eu só estava pensando que eu e você nunca tínhamos conversado de verdade.

Ele olhou para ela por alguns segundos em silêncio, fazendo-a notar que seus olhos continuavam os mesmos azuis esverdeados e brilhantes de antes. Ele era todo Nathanael e ao mesmo tempo não era.

E ela não sabia o porquê disso importar tanto.

— Sinto muito por isso — ele disse — Eu estava tímido demais para falar com você, um idiota.

— Não diga isso. Você não precisa de nada disso para falar comigo. Nada disso.

Nathanael estremeceu novamente, e só aí ela percebeu que não era por um espasmo comum. Ele franzia a testa e apertava novamente um dos pulsos com os olhos azuis esverdeados nublados e ela sabia que ele estava sentindo dor, por algum motivo.

Ela sentiu-se engolir uma bile e apertou a caneta em suas mãos, extremamente nervosa.

—  Você está bem?

Ainda apertando uma das mãos, ele olhou para a morena com os olhos cheios de tristeza.

— Marinette...

Ele desviou o olhar para a tela em seu pulso e ficou repentinamente tenso e então pulando do banco e virando-se rapidamente, levando-a com ele. Devia ter visto Chat Noir atrás deles pelo reflexo na tela em seu pulso.

— Marinette, eu vou ter que pedir para você me devolver a caneta, por favor.

— E-Eu...!

— Oe, princesa, eu estava espurrando seu sinal!

Nathanael olhou dela para Chat Noir confuso, e então uma feição de pura dor e choque começou a ser modelada em seu rosto.

E ela estava sem chão. Nem mesmo sentiu o aperto em sua mão diminuir, facilitando a tomada da caneta por Natha...Evillustrador.

Evillustrador a encarava e ela estava tão assustada quanto triste e confusa e irritada consigo mesma.

— Você não é bem vindo aqui, gatinho —   ele disse, voltando a olhar para o herói, ignorando a morena ao seu lado.

Na verdade, ele até mesmo dera um passo pra frente, quase que ocultando-a, em um gesto protetor que fez com que ela tropeçasse em seus pés enquanto andava pra trás.

— Bem, parece que é a hora de lutar contra um mal desenhista.

A última visão de Marinette antes dela se esconder atrás da cabine do navegante foi Chat pulandou para cima de Evillustrador estendendo seu bastão, sorridente.

Tikki saiu da bolsa imediatamente.

— Marinette...

Ela balançou a cabeça com pressa.

— Tikki...transformar!

Ladybug pousou ao lado de um Chat Noir que voltava para trás, franzindo a testa enquanto observava Evillustrador (que embora encarasse os dois inimigos, parecia estar procurando por algo atrás de si).

— Oh, my lady, meowginifico! Como foi a sua missão secreta?

— Secreta — ela disse, tentando sorrir para o parceiro, mas ainda encarnando Evillustrador fixamente.

Ela observou-o estremecer de dor novamente, e balançar a cabeça como se concordasse com alguma coisa que ninguém havia dito.

— Eu vou pegar os Miraculous — ele disse, olhando para Chat e então para ela.

Ele levou a caneta até a tela em seu pulso, parou por um segundo e então começou a desenhar.

Sentindo-se cansada e estranhamente desesperada, Ladybug não hesitou em usar seu poder especial quando viu Chat partir para cima de Evillustrador.

— Lucky Charm!

Ela estendeu a mão quando viu um pequeno objeto cair em sua direção, e então tentou sufocar uma irritação crescente.

O que diabos ela faria com um espelho?

Ela colocou o objeto na cintura, e então partiu para cima do ruivo junto ao parceiro, desviando de lâminas giratórias que na direção deles.

— Cataclism!

Chat sorriu, preparando seu poder destruidor, e entao foi para cima de Nat...Evillustrador, que desenhara uma porta de vidro na qual Chat se chocou e acabou inultilizando seu poder, destruindo a porta.

Ela pode ver um pequeno sorriso em Evillustrador, quase como se estivesse rindo de Chat. Ela lançou um olhar irritado para o espelho em sua cintura quando ouviu o bipe do seu brinco.

— Chat...!

Chat Noir pulou para trás, bufando.

— My lady?

— Meu tempo está acabando — ela avisou, desviando de outra lâmina giratória — E o meu Lucky Charm não...

Ela se calou quando percebeu, sentindo seu corpo paralisar. Só entendeu quando viu o Evillustrador aproveitar da distração dos inimigos para olhar ao redor, e em seus olhos havia preocupação.

Ela tirou o espelho da cintura rapidamente e olhou seu reflexo nele, sentindo seu estômago cair e seu coração disparar.

Ela havia entendido e ao mesmo tempo não tinha entendido nada.

Mas decidiu confiar em seus instintos que quase nunca falhavam, enquanto anunciava para Chat que iria alimentar seu kwami e fugia da luta e voltava a se esconder, despercebida, na sala de navegação.

No mesmo instante ela se destransformou, e agarrou Tikki, escondendo-a na sua bolsa  e esperando que ela tenha deixado alguns doces sobrando.

Saiu da sala rapidamente, no momento exato para assistir Chat Noir sair do barco voando pelos ares.

— Marinette!

Evillustrador, então, estava a frente dela, agarrando-a pelos ombros, parecendo preocupado e assustado e em seus olhos havia aquela sombra de mágoa.

— N-Nathanael, v-você tem que parar com isso!

Ele estremeceu, aumentando seu aperto sob ela, e ela viu o relance de dor física outra vez em seus olhos.

— Eu tenho... Eu preciso...

— Não! — ela gritou, pegando o rosto dele entre suas mãos — Você não precisa!

Ele olhou para ela, triste, confuso.

— Você não entende...

— Eu entendo! Mas ele não vai mais te machucar, por favor, Nathanael!

Ela podia sentir as lágrimas se formarem em seus olhos tanto quando podia ver a dor nos olhos azuis esverdeados a sua frente.

— Eu vou ajudar você — ela disse, sem saber ao certo o que fazer — Eu vou salvar você.

As mãos deles abandonaram seus ombros por alguns segundos e então ele estava apertando entre seus braços em um doloroso abraço desesperado.

— Por favor — ele falou com a voz trêmula.

Ele diminuiu o aperto, olhando-a nos olhos tão proximo quanto nunca e então ela soube. Pela segunda vez, ela simplesmente soube.

— Eu vou salvar você — ela repetiu, aproximando seu rosto do dele ainda mais, seus batimentos irregulares e sua certeza cada vez maior.

Ela nunca tinha se sentindo tão certa como naquele momento.

— Eu vou purificar você — sussurrou fracamente antes de encostar seus lábios nos dele.

Ele estremeceu, apertou-a, retribui o beijo e ah

Só existia eles dois no mundo, novamente.

Naquele momento e pra sempre, p

orque agora ele precisava dela e então ela precisaria dele para o resto do sempre.

Ela abriu os olhos quando teve que se afastar para respirar mas o que viu a impediu de o fazer.

Era Evillustrador e era Nathanael e seus olhos brilhavam tanto quanto uma lanterna, e ela sabia que ele a amava com todo o ser.

Evillustrador avançou para outro beijo, sem permiti-la uma segunda chance para respirar. Ele agarrava sua cintura e estremecia tanto quanto beijava. Ela obrigou-se a ficar de olhos abertos e observou, maravilhada, quando Evillustrador começou a desaparecer e dar espaço para Nathanael.

Sua cor púrpura, sua roupa, seu akuma se desfazia no ar em forma de várias borboletas brancas. Purificadas, com nada além de lágrimas e amor.

Ah.

Ela nunca tinha se sentindo tão poderosa e tão fraca ao mesmo tempo.

Deus, ela queria beijar aquele garoto para sempre, não importasse o quê.

— Marinette — suspirou Nathanael, puro e totalmente Nathanael, encostando suas testas — Marinette.

— Nathanael...

— Eu te amo — ele disse, a voz arranhando sua garganta — Eu realmente te amo.

E ele olhou para ela com nada além de amor, e pela terceira vez no dia, ela simplesmente soube.

Ela poderia amar esse garoto tanto quanto ele a amava.

Ela realmente poderia amá-lo.

Ela não iria privar-se de o amar.

Então, em resposta a tudo que o garoto havia dito e feito durante toda noite, ela murmurou, com os olhos cheios de lágrimas e o coração cheio de carinho, antes de beijá-lo:

— Feliz aniversário, Nathanael.


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Notas finais do capítulo

E então, como foi?
Entãão, como eu já tinha postado até o segundo capitulo em outro site, uma leitura me deu um puxão de orelha sobre uma coisinha no próximo capítulo, nas notas dele eu vou explicar melhor, mas só queria falar que eu gostaria muito se vocês, assim como ela, me dessem suas opiniões sobre o que leram/deixaram de ler, ok? Beijinhos ♥



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