Purifier escrita por Gabbie R


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

E aqui está, quentinho, o 3 capitulo ♥



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 MARINETTE

            
                 

Que Nathanael estava nervoso (mesmo que apenas levemente), ela não tinha dúvidas, mas que ela estava extremamente nervosa, ela duvidava que ele sequer desconfiasse — era até mesmo engraçado, já que ela acabara de sair de uma luta com um akuma, que ela estivesse mais nervosa sobre a reação dos seus pais do que sobre uma luta com akumizados —. E mesmo que o ruivo sorrisse e continuasse com a conversa despreocupadamente, ela podia ver em seus olhos quão ansioso e nervoso ele também estava.

Ela não podia culpá-lo. Amava seus pais, era tão íntima deles quanto lhe era possível, estavam sempre trocando ideias e confidências. Falar de Adrien para eles continuamente talvez tenha sido seu único erro. Não conseguia imaginar que reação eles teriam ao vê-la ao lado de Nathanael. Ela ainda não planejava apresentá-lo como namorado aos pais, contudo. Essa seria apenas uma primeira apresentação à parte, onde ele se apresentaria e então levariam alguma coisa que Nathanael escolhesse para o quarto dela. Seus pais certamente já desconfiariam de tudo, ela tinha certeza.

Então, depois de confirmar as deduções dos pais, ela o convidaria novamente e o apresentaria corretamente.

Nunca passou pela sua mente, no entanto, que eles pudessem desgostar do mesmo. Nathanael era realmente uma pessoa incrível e seus pais perceberiam isso imediatamente. Eles só teriam de lidar com sua curiosidade tempo o suficiente para que apenas ela fosse bombardeada de perguntas.

Ela quase podia ouvi-los, mesmo agora, um depois do outro.

Como se conheceram? Ele se declarou? Há quanto tempo estão juntos? Como ficaram juntos? Estavam felizes?

E o Adrien?

Ela mordeu o lábio inferior, orando para que realmente ela fosse o único alvo de tais perguntas.

Olhou para o ruivo ao seu lado, sentindo-se ao mesmo tempo leve e pesada.

Pensar que há dois dias ela ficaria tão surpresa com o hoje quanto seus pais ficariam…. Como poderia imaginar que ela estaria lado a lado do tímido e doce Nathanael enquanto ambos exibem essa aura de felicidade e curiosidade.

Bem, a última parte por parte dela.

Ela estava curiosa. Ansiosa. Ela sentia e descobria e redescobria novos sentimentos graças a ele. Ele era o único que a ensinava, um dia depois do outro, o que era amor.

Ela esperava continuar assim, tão feliz e ansiosa, mesmo que eles ainda estivessem em uma fase de conhecimento, hesitantes em um instante, e completamente seguros em outros, ela tinha a certeza de que era isso que queria fazer. Queria sorrir ao lado dele e descobrir novos lados dele.

Queria parar por horas e apenas observar as diversas expressões deles, tentando desvendá-las uma a uma.

— Você está pensando demais — é o que Nathanael diz quando para de andar e ela continua andando.

Foi totalmente graças as mãos entrelaçadas e o pequeno puxão dele que ela não dera de cara com a porta da padaria.

— Wah!

Ouvindo o namorado rir atrás de si, Marinette inflou as bochechas coradas em falsa irritação.

— Continue rindo — ela disse, maldosa, enquanto soltava a mão do ruivo, lançando-o um olhar carinhoso antes de abrir a porta.

A brincadeira pareceu ter afetado-o, no entanto, pois agora ele tinha o rosto completamente vermelho e havia uma grande sombra de hesitação por trás de seus olhos.

Ela quis se desculpar e acalmá-lo novamente, sentindo a culpa prender sua garganta, mas já havia aberto a porta da padaria, onde seu pai e sua mãe estavam.

— Ah, Marinette, bem-vinda de volta!

Sua mãe sorriu para ela, fazendo-a sorrir de volta, distraída. Mesmo que apenas com o canto dos olhos, ela estava totalmente atenta ao ruivo que adentrava a doceria ao seu lado, tentando não imitá-lo quanto ao vermelho nas bochechas.

— Boa noite, papai, mamãe.

O cumprimento foi imitado pelo pai e logo depois gaguejado por Nathanael.

Sabine e Tom olharam para ele, sorridentes e surpresos.

— Mamãe, podemos pegar alguma coisa para comer e subir?

As sobrancelhas de Sabine subiram, mas ela assentiu imediatamente, tocando no ombro do marido.

— Por que você não mostra para o amigo da Marinette o que temos?

— Ah. M-Meu nome é Nathanael.

Tom, que tinha dado a volta no balcão e estava agora do lado dos adolescentes, deu um tapinha acolhedor no ombro do ruivo.

— Tudo bem, Nathanael? Você tem alguma preferência?

Marinette assistia tudo calada, mas quando recebeu um olhar discreto de Nathanael, entendeu que deveria voltar a assumir a conversa antes que a sua timidez piorasse.

— Vai estar tudo bem com algumas fatias da torta de limão, não é, Nathanael?

Sendo que ela tinha apenas chutado um dos sabores que sabia que seu pai preparara naquela noite, ela não estava esperando o olhar iluminado e surpreso de Nathanael quando ela terminou a sentença. Tom concordou, falando alguma coisa sobre tortas e bolos para Nathanael, que agora ouvia interessado e comentava sobre decoração de bolos, mas a única coisa que Marinette conseguia focar era no relance de encanto que vira no rosto do namorado segundos antes. Nem mesmo percebeu quando sua mãe se prostrou ao seu lado com um sorriso enorme e característico, carregando uma sombra de curiosidade no olhar e um par de garfos nas mãos.

Sentindo um alerta apitar em sua mente, Marinette deu alguns passos com pressa, tomou o prato com duas fatias de torta das mãos do pai e agarrou uma das mãos do ruivo (para quem sua mãe estendia os garfos, rindo), puxando-o em direção ao quarto enquanto corria e gritava um agradecimento aos pais sobre o ombro, surpreendendo (e muito) o puxado em questão.

— Está tudo bem? — ele perguntou, levemente assustado, enquanto fechava a “porta” do quarto da namorada.

— Tá! Eu só…. É que você sabe, eu meio que…

Ela se calou, percebendo que ele nem mesmo ouvia-a tentar arranjar uma desculpa, porque agora admirava a descoberta do quarto de Marinette. Ele olhou para tudo, algumas coisas rapidamente e outras com lentidão, gravando cada partícula na memória(ainda bem que ela já tinha se dado ao trabalho de retirar o excedente de fotos de um certo modelo!). Ela sorriu fracamente, permitindo-o terminar a análise enquanto o encaminhava para o meio do quarto e sentavam-se no chão.

O barulho do prato sendo colocado no chão despertou o interesse de Nathanael, que agora repetia aquele olhar admirado e surpreendido em direção a torta.

Sentindo seu coração bater contra cada membro do seu corpo, a morena lhe tomou um dos garfos.

— Você gosta de torta de limão?

— É a minha preferida — ele admitiu, rodando o garfo entre os dedos, finalmente olhando para ela.

Era estranho que ela pensasse que sentia falta daquele olhar, sendo que só não o teve por alguns minutos. Contudo, enquanto ele a observava, com os olhos brilhantes e encantados, ela pensava em como queria que ele olhasse para ela para sempre.

Tentando abafar seus pensamentos vergonhosos, ela desviou o olhar para a torta, e, sem esperar por ele, pegou um pedaço da torta.

— Você terminou aquele desenho de mais cedo?

Nathanael, que tinha imitado seu gesto, parou o garfo a centímetros de sua boca e olhou para o caderno ao seu lado. Ele pegou-o do chão e o estendeu para a morena, dando de ombros.

— Acho que sim, não tenho certeza.

E então experimentou a torta. Ela mal tinha mastigado completamente o seu pedaço quando ele começou a falar em quão saborosa aquela torta estava e em como ele tinha que dizer aquilo para o pai dela pessoalmente, os olhos brilhantes e maravilhados.

Ela riu fracamente, e começou a folhear alguns desenhos aleatórios de gatos, pessoas e paisagens, cessando sua busca ao encontrar o desenho incompleto de uma Torre Eiffel que continha uma pequena lua em seu eixo, acompanhada de alguns desenhos de pequenas notas musicais.

Ela estremeceu, sentindo o choque do deja vu correr pelo seu corpo, junto com um sentimento de…

Medo? Surpresa? Confusão?

Nathanael, que estava extremamente entretido com a degustação da torta e a continuação da análise do quarto da morena, estava alheio a expressão de choque no rosto da mesma.

Aquela, definitivamente, era a Torre Eiffel que Evillustrador desenhara para ela, dias antes, mas como diabos Nathanael poderia saber desenhar aquela noite, ainda mais daquele ponto de vista?!

Estava tão perdida entre suas dúvidas que mal ouviu a pergunta do ruivo.

— O que é aquilo?

Ela conseguiu impedir o impulso de fechar o caderno, esperando ter conseguindo conter sua expressão de surpresa também, enquanto olhava para o lado que o namorado apontava com o garfo.

— Ah, eu estava tentando fazer um vestido.

— Tentando?

Ignorando o tom zombeteiro dele, Marinette lançou outro olhar para o desenho misterioso. Mal podia conter sua ansiedade e a vontade de arrancar a bolsa dos ombros e discutir aquilo com Tikki.

Mas Nathanael ainda estava ali, e ela não podia fazer isso.

Talvez, no entanto, ela poderia tentar pegar alguma dica, alguma explicação para aquele desenho, em uma calma discussão.

Tirando o garfo da boca, Marinette coçou a garganta para chamar a atenção, mesmo que não fosse necessário, pois o ruivo ainda a encarava, com a testa franzida.

— O que aconteceu?

— Ah, eh, nada! Eu só estava pensando que esse desenho é bastante interessante!

Ela riu, nervosa, permitindo que Nathanael olhasse para o desenho em questão. Ele examinou a sua versão da Torre Eiffel, ainda com a testa franzida, como se a visse pela primeira vez.

— Não está finalizado — ele falou, como se fizesse uma observação.

— Está bom desse jeito — ela insistiu, hesitando antes de seguir com o que tinha em mente — Eu posso ficar com ele?

Ele pareceu extremamente surpreso com o pedido, mas assentiu quase imediatamente, começando a corar. A vergonha dele começou a tomar de conta dela, quase fazendo-a esquecer de suas apreensões.

Destacou a folha com o motivo para tais e levou-a até a escrivaninha, sentindo-se alvo da observação do ruivo.

— No que você está pensando? — ela perguntou quando voltou para perto dele.

Ele sorriu, estendendo o garfo com um pedaço de torta para ela.

— Às vezes eu penso que estou sonhando — ele respondeu fracamente, assistindo-a corar e aceitar o pedaço que ele a oferecia —E então eu fico tão ansioso quanto assustado.

Ela engoliu o pedaço da torta com dificuldade, sem se atrever a desviar o olhar dos olhos dele. Mesmo que metade de sua mente estivesse no desenho que ele tinha feito, a outra metade estava preenchida apenas por ele. Ela sentiu seu rosto esquentar ainda mais enquanto tomava o garfo que ele tinha em mão para poder entrelaçar os dedos deles.

— Eu estou aqui — ela disse, ainda olhando-o nos olhos — Foque nisso.

Ele corou fortemente, apertando as mãos deles e abrindo um grande sorriso como se ele estivesse cercado de pensamentos, se afogando de pouquinho em pouquinho e ela fosse seu bote salva-vidas. Sentindo seu coração pesar, ela devolveu o aperto dele, sua mente voltado a pensar naquele maldito desenho. Tinha muitas coisas em Nathanael que ela ainda tinha que descobrir, e talvez houvesse coisas que ela nunca imaginaria que estariam ali, mas ela não se importava, não totalmente.

Ela tinha-o salvado uma vez.

Ela o salvaria outra, se necessário.

Marinette e Ladybug, ambas dariam o seu melhor pelo bem desse garoto, e isso era o bastante para acalmá-la momentaneamente.


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Notas finais do capítulo

E então? :3
Até uma próxima



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