Manual de Uma Adolescente Grávida escrita por Baby Boomer


Capítulo 5
Dica 5 - Paixão


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEEEE! CAPÍTULO SUPERFOFIS P VCS! ♥
E aí? Qual nome pro filho da Clove vocês preferem?
Eric >Riley >Ryder >Tyler ♥ ?



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 POV Katniss

Ouvi uma barulheira sem fim e me esforcei para acordar o mais rápido possível e encontrar meu primo com um taco de hóquei na mão apontado pra janela.

— O que foi? – perguntei desesperada.

— Tem alguém vindo pela sacada.

Assim que direcionei meu olho para a sacada, reconheci a cabeleira loura de Finnick e corri até Peeta para evitar ter um amigo machucado.

— É só Finnick, Peeta! – avisei, pulando em cima de meu primo e derrubando ele no chão.

Finn entrou pela janela e começou a balbuciar coisas ininteligíveis. Meu coração disparava de susto.

— Peraí, cara! – falei. – Você sabe usar a porta?

— São três da manhã, Katniss! Não se bate na porta três da manhã!

— Ah, e se bate em janela três da manhã? – perguntei retoricamente.

Peeta se levantou e perguntou para Finnick por que ele tava ali.

— Cara, a Annie… ela… ela não deixou eu tocar nela e ela vive reclamando que tá gorda. Hoje ela começou a chorar com uma propaganda de sabão de lavar roupa e eu não consegui fazer ela parar. Ela gritou comigo para eu ir embora e eu acabei caindo em cima da merda de cachorro que tinha no jardim da casa dela, taquei minha cabeça no poste da calçada e caí do segundo andar da casa dela simplesmente porque ela não queria que eu usasse a porta. Eu nunca vi ela assim antes cara, meu Deus… fiquei apavorado. Me lasquei todinho, todo sujo, todo dolorido, com um galo na cabeça…

— E sem calça – murmurei, tentando não rir.

Finnick olhou para si mesmo e foi só assim que Peeta também percebeu. Ele botou a mão nos meus olhos imediatamente.

— É sério isso, Peeta?

— Eu… eu vou tomar banho – disse Finnick – e vou usar suas roupas, Peeta.

— É bom mesmo, cara, você tá fedendo – meu primo brincou.

— Haha, seu lindo! – Finn respondeu.

— É, e vê se não cria uma janela no banheiro e pula dela também – comentei.

Peeta tirou a mão dos meus olhos e fez um laço na minha camisola, beijando minha barriga com carinho e sussurrando algo para nosso filho.

— O que você disse?

Ele deu um sorriso maroto e respondeu:

— Nada. Só tentando proteger o que é nosso.

— Agora eu sou objeto de posse? Quer pular da janela também, Mellark?

Ouviu-se apenas silêncio, já que Peeta abafou o riso com meu comentário e ficou mentalmente se perguntando, assim como eu, por que Finn veio parar na casa de Peeta e não na dele próprio.

— Hm… Peeta? – disse ele de dentro do banheiro. – Tem suco aqui?

— Isso não é o complexo dos Teletubbies, porra!

Quando acordei, vi que Finnick babava no pufe de Peeta enquanto este me abraçava de conchinha. Cutuquei os dois para que descêssemos e notamos queTia Effie estava fazia nosso café da manhã tranquilamente até a casa ser invadida por loucos que mereciam estar em um manicômio. Eles invadiram a casa tão rápido que eu tomei um susto que me fez derrubar o suco na mesa toda e tia Effie derrubar uma panqueca no chão.

— Gente. Dois! Dois! – Clove gritou.

— Dois bebês? – Peeta perguntou, alarmado. – Não acha tarde demais pra descobrir, não?

— Dois o quê, gente? – Finnick perguntou, com a cara inchada por causa do galo.

— Dois milhões! Dois milhões de inscritos!

Não lembro em que momento começaram a me apertar, só sei que festejei um pouquinho também.

— Somos famosos, meu povo!

— Vou fazer mais panquecas por isso. Com chocolate extra! – tia Effie exclamou, toda feliz, fazendo todos ali vibrarem.

Nós acabamos chegando atrasados para a aula, mas tudo bem.

— Você já deve saber mitose e meiose melhor que eu – sussurrei para A Barriga quando ninguém estava por perto. – Aulas de Biologia são chatas, não acha? Creio que você seja de Humanas que nem eu.

Então vi que Cashmere e Gloss andando pelo corredor, olhando fixamente para mim. Eles eram os reis da escola. Todos os idolatravam por causa das festas iradas cheias de drogas e bebida. Já fui para duas delas, mas percebi que não era minha praia. Houve, inclusive, uma época em que eu era popularzinha e andava com eles dois e Enobaria, só que isso já é passado. Pretérito-mais-que-perfeito.

Fechei meu armário e tentei sair dali antes que ela me confrontasse, mas acabei me virando tão rápido que não vi que ela estava atrás de mim e findei derrubando meus livros no chão.

— Desculpa, e-eu…

— Não vai apanhar, Katniss? – ela perguntou, apontando para o meu material todo esparramado.

Jura, Deus? Logo no dia em que eu estou com uma puta dor nas costas?

Vagarosamente, tentando disfarçar, me abaixei para pegar tudo e fiz isso com êxito. Porém, na hora de levantar, a dor foi insuportável e eu não consegui conter a careta.

Cashmere e Gloss sorriam.

— Quem diria que isso ia acontecer com você, não é? – ela disse, toda cínica. – Quer dizer, todo mundo nessa escola sabe que você não é a garota mais certinha do mundo, mas eu juro que esse não era o futuro que eu imaginava para você.

— Você não tem que imaginar meu futuro. Não sabe o que eu quero na vida, Cashmere.

— Fraldas e mamadeiras? Estresse? É isso que quer?

Eu começava a tremer de raiva, sentia o sangue subir pelo meu rosto, pensando que fosse derramar em forma de lágrimas, escorrer por todos os meus orifícios. Mas ele continuava lá dentro, fazendo pressão na minha cabeça, comprimindo meus pensamentos e me fazendo agir por impulso.

— O que eu quero é botar no mundo pessoas que não sejam como você. Se tudo der certo, a educação do meu filho vai ser suficiente para que ele se torne alguém muito melhor do que isso.— Apontei com desprezo para o corpo dela.

Seus olhos se espremeram.

— Não fala comigo assim, garota. Eu sou dois anos mais velha que você e Gloss sabe lutar muito bem. Sugiro você começar a me respeitar, senão toda a escola vai saber que você transou com seu primo.

Meu súbito agravamento de vermelhidão me denunciou.

— Haha, eu sabia!

Então ela saiu rebolando e enrolando os cabelos com os dedos, rindo cinicamente enquanto era acompanhada por Gloss.

Taquei a testa no armário com muita força e olhei para A Barriga coberta pelo blusão. Mal dava para notar que ela estava ali.

— O que eu não faço por você, bebê… Humpf…

— Heeey! – Madge chegou falando. – Que tal fazermos as unhas? Massagens nos pés? Salão de beleza completo?

— Você estava lendo meus pensamentos. – Menti e revirei os olhos, começando a rir das contrariedades da vida e indo avisar a Peeta que não ia para casa com ele, mas que o encontraria mais tarde em sua casa.

— Eu sou péssima nesse jogo – avisei, rebolando o controle do videogame em cima da cama dele. – Me dá aí a caixa da pizza? Quero mais uma fatia.

— Katniss! – ele advertiu. – Você não pode comer tanta porcaria assim!

Eu bufei, mas não contrariei. Ele estava certo.

— Desculpa, minha princesa, mas simplesmente não dá. – Ele veio até mim e beijou minha cabeça, em seguida pegando a caixa da pizza e derrubando janela abaixo.

— PEETA! – tio Haymitch gritou lá de baixo. – Eu não sou lixeira!

— Nem planta! – Peeta rebateu gritando. – Só planta fica no jardim!

— Legal! Agora meus gansos estão comendo pizza! Se morrerem, é culpa sua – o pai dele vociferou.

Nós dois começamos a rir e fechamos a janela.

Deitei a cabeça na coxa do meu primo e olhei diretamente pro rosto afilado e lindo que ele tinha. Meu filho nasceria com aquela beleza toda?

— Katniss – Peeta começou, todo sério. – Eu estava pensando em comprar algumas coisas de berçário para botar aqui no meu quarto. Sabe… pra quando nosso filho vier dormir aqui comigo e você quiser sair…

— Hm… E-eu não havia pensado nisso ainda. Quer que ele durma com você?

— Bem, eu sou o pai dele e você merece alguns dias de folga.

Dei de ombros, irritada.

— Acha que eu não consigo dar conta sozinha? Eu consigo ser mãe, Peeta!

— Não – ele falou todo calmo. – Eu não estou dizendo isso. Só estou falando que não há nada de errado em pedir ajuda e que eu adoraria passar uma noite inteirinha com meu filho. Minha mãe já me ensinou tudo que podia. Trocar fralda, dar banho, mamadeira, a melhor posição para quando o bebê está com cólica...

E eu nada sabia. Acho que teria que aprender por instinto. Minha mãe teria que me ajudar muito, imaginei, me dizer tudo com os mínimos detalhes. Katniss, agora dê um passo para  esquerda. Não, mais pro lado. Isso…

Fiz careta.

— Eu vou ser uma péssima mãe!

As mãos de Peeta foram parar em minhas costas, no exato local que ele havia botado na nossa noite quando foi tirar meu sutiã.

— Não, Kat. Você se dá bem na aula de saúde. Cuida daquele boneco bem direitinho. Quando o bebê nascer, você vai ficar tão experiente que vai arrasar nessas aulas. É só questão de prática, e você ainda tem o instinto materno.

— Tenho, é? E por que o bebê só se mexe quando você fala com ele. Ele deve detestar a minha voz.

— Eu tenho certeza de que ele te ama, Borboletinha.

— Ah, é? – Cruzei os braços na… na altura dos seios, porque mais abaixo não dava. – E como tem tanta razão?

Ele sorriu e ficou de joelhos, aproximando o rosto com sutileza do meu até fazer seus lábios beijarem o canto dos meus, quase sendo de fato um beijo. Me arrepiei por inteira e senti meu estômago revirar.

— Porque não é difícil fazer isso, amar você.

Minha garganta estava entalada e eu não conseguia nem deglutir direito.

— Mesmo eu sendo sua prima chata que só te dá foras? – falei com nervosismo. Peeta riu e assentiu, com o nariz quase colado no meu. – Você tem razão a respeito do quebra-cabeça. Talvez dê certo.

Os olhos dele me olharam apreensivos e ele tentou esconder o sorriso.

— E por que agora acha isso?

— Porque eu acho que tudo se supera quando o amor é forte e recíproco. Vai além de qualquer barreia, raça e crença; vai além de qualquer preconceito, laço familiar e vergonha; além da mágoa, além do rancor… Você continuou lutando por mim quando eu insisti em ignorar o que eu sentia. Eu sei que te fiz sofrer, Peeta, quase matei nosso filho e eu mesma, e mesmo assim você ainda está aqui, me amando com toda a intensidade de antes.

Os olhos dele estavam tão marejados quanto os meus.

— Quando você disse que eu ainda não tinha encontrado A Garota, eu quis te falar que sim, que essa garota era você, mas eu me acovardei, Kat. Eu não demonstrei a você o quanto é importante para mim.

— Você mostra, Peeta! Você mostra isso ao respirar e ao olhar para mim, ao andar, ao falar com nosso filho, ao me ver depois da aula… Eu só, eu acho que você merecia alguém melhor que eu, mas vejo que você não vai mudar de ideia.

Eu já sentia sua respiração em meu rosto, fazendo-me tremer de desejo.

— Não precisa dizer isso só pra fazer eu me sentir bem – ele sussurrou e eu ri.

— Peeta, Peeta… - Segurei seu rosto com minhas duas mãos – Será que não percebe que eu estou completa e perdidamente apaixonada por você, sua anta? Não percebe isso?

Aqueles olhos azuis emitiam um campo elétrico! Só podia ser! Meus pelos (até os do nariz) estavam todos eriçados só de imaginar ele me tocando novamente, me beijando novamente, me enlaçando em seus braços e… e isso me tirava o fôlego de maneira literal. Meus pulmões pesavam muito e meu coração acelerava à medida que a distância entre nós diminuía.

Aí meu coração decidiu dar um pulo por causa do susto que a batida na porta me causou.

Vamos, filha?

Lição do dia: se apaixone com moderação, e em casos extremos o médico deverá ser consultado.


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Notas finais do capítulo

Qual nome pro filho da Clove vocês preferem?
Eric >Riley >Ryder >Tyler ♥ ?
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