Manual de Uma Adolescente Grávida escrita por Baby Boomer


Capítulo 4
Dica 4 - Vida


Notas iniciais do capítulo

ESSE CAP PROMETE! ♥ só isso que tenho a dizer.
Vo6 vão ficar choqs o.O
#Qual nome pro filho da Clove vocês preferem?
Eric >Riley >Ryder >Tyler ♥ ? Hein? Beijããão no coraçaaaunn!



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∞ 5 meses ∞

POV Peeta

— Como assim vão aparecer num programa de TV? – perguntou Darius. – Meu Deus, Peeta! Katniss também vai?

— Não. Ela teve um compromisso e não pôde ir – menti. Na verdade, Kat pediu para não ir por causa da barriga e da exposição. – Mas vai ao ar hoje e eu estou lá.

— Nossa, cara, que massa! Mas quem diria que Finnick viraria papai, não é? Deve ser um saco.

Franzi o cenho.

— Por que acha isso?

Ele deu de ombros.

— Não poder mais farrear para ter que ficar trocando fraldas… isso é que é ambição, viu? – Ele me deu dois tapas no ombro e foi embora.

Encontrei-me com Katniss no corredor da escola e a chamei para irmos para casa. Ela andava muito cansada ultimamente, faltando muito às aulas, notas abaixando e tudo. O comportamento fez o diretor chamá-la para uma conversa, mas ela não abriu o jogo nem quis deixar ele ver que sua barriga estava grande. E onde ela arranjava aquelas blusas, produção? Do guarda-roupa da nossa tia Nancy, lá do Kentucky? Aquela mulher era enorme!

— Como foi a aula? – perguntei enquanto ela fazia careta para pôr o sinto de segurança.

— Chata e meia. Chata ao quadrado. Dormi em quase todas.

Era isso quase todo dia. Eu sempre alertava aos pais dela, mas nada fazia ela mudar isso. Só que nesse dia, para a minha surpresa, havia um médico a esperando em sua casa.

— Para que isso, mãe? – ela perguntou à tia Clara.

— Dr. Aurelius quer ver como você está lidando com a gravidez, querida, só isso.

Ela olhou para a mãe com um olhar agressivo.

— Nada bem, tá ouvindo? Nada bem mesmo.

Por que não conversamos, Katniss? Tenho certeza de que você tem histórias agradáveis para me contar.

Fui ajudar tia Clara com o jantar enquanto tio Cinna ajudava Prim com a lição de casa e Katniss tinha sua consulta com o psiquiatra.

Eu estava tão concentrado em meus pensamentos e no prato verde que eu lavava que nem percebi que minha tia me chamava.

— Desculpe, tia, eu estava distraído. Pode repetir?

Ela veio ao meu lado e subitamente me deu um abraço.

— Peeta, eu… eu sei que não deve estar sendo fácil pra você. Katniss está muito difícil de lidar, muito arisca. Nós achamos que… – Ela fechou os olhos e pôs a mão na boca, tentando não chorar. – achamos que ela está com depressão.

Meu corpo todo gelou. Como eu não havia diagnosticado isso? Não era médico, tudo bem, mas nunca imaginei que o comportamento dela estava atrelado a isso.

— E isso explica muita coisa. Explica a indiferença quanto às coisinhas de bebês que compramos, quanto aos chutes do bebê, quanto à escola e… quanto a você.

Imediatamente corei, sem saber o que dizer.

— Sei que gosta dela, Peeta, e aprecio por não pressioná-la a demonstrar o mesmo. Ela sente exatamente o que você sente, sei disso porque escuto ela chamar por você enquanto dorme, ela só não consegue expor isso. Há um bloqueio, Peeta, e é por isso que chamamos o Dr. Aurelius. Nós queremos que ela seja feliz.

Suspirei fundo.

— Eu também, tia Clara.

— Peeta? – Dr. Aurelius chamou. – Posso falar com você?

Caminhei até a sala com o coração na boca, latejando meu corpo inteiro dolorosamente, e ouvi a porta do quarto de Katniss bater.

— Katniss vai precisar tomar algum remédio?

Ele assentiu para mim com pesar.

— Temos que ficar de olho nela, Peeta, a depressão já se instalou. Mas é difícil mesmo perceber, não se sinta culpado. É muito comum confundir uma birra adolescente com uma depressão, especialmente com tudo que aconteceu. Por favor, sente-se.

Eu já sentia as lágrimas quererem brotar de meus olhos.

— A pessoa com depressão pode parecer ser egoísta e ignorante por não se importar com o que e quem está ao seu redor, mas não é egoísmo, é apenas cansaço. Esse cansaço pode ser ocasionado por várias razões. No caso da sua prima, o choque da gravidez.

Eu assenti, entendendo, e aproveitei para comentar:

— Parece que ela não ama esse bebê, Doutor, tenho medo de criá-lo sozinho e… não é isso que eu quero. Eu quero que ele seja feliz, cresça num ambiente saudável com um pai e uma mãe.

— Peeta, ela tem fortes sentimentos por você e pelo bebê, mas agora ela não vê como isso pode tirá-la dessa situação. Ela quer uma fuga, uma válvula de escape. Ela sofreu um trauma e precisamos ir com paciência, dar segurança, carinho, conforto e demonstrar que ela não está sozinha nessa.

— Quando… quando você acha que isso começou? – perguntei.

— Não dá pra ter certeza, mas é geralmente quando a ficha começa a cair… quando ela percebe que as coisas vão mudar muito.

Então ouviu-se um baque vindo do andar de cima. Olhei para a cozinha e vi que todos estavam lá, menos Katniss. Significava, então, que ela era quem estava lá em cima. Quando menos percebi, eu já estava na porta do quarto dela, tentando abrir aquele pedaço de madeira.

— Katniss, por que você trancou a porta? Katniss! Katniss!

Bati mil vezes ali, tentando fazer com que ela abrisse, mas ela parecia não estar ali. Findei arrombando a porta, quebrando seus apetrechos que pregavam na parede, derrubando os parafusos no chão e o sujando com pó de madeira.

— Katniss?

Olhei ao redor desesperado, apenas para encontrar minha prima desmaiada e ensangüentada no chão do banheiro, totalmente inerte.

— Chama a ambulância! – gritei, enquanto todos corriam até onde eu estava. – Agora! Chama a ambulância! Ela… ela cortou…

Meu mundo desabou nesse instante. Encontrei vários cortes pequenininhos em seu antebraço, já em cicatrização, mas havia um, um único corte maior, enorme, aberto e jorrando sangue sem parar.

— Ela cortou os pulsos.

POV Katniss

Onde está sua prima, Peeta?— era a voz de um apresentador famoso. – Ela anda meio sumida nos vídeos.

Ela teve um compromisso e não pôde vir. Tem estado muito ocupada tentando me aturar como primo — a plateia riu. – Brincadeira, ela só… tem se concentrado muito nos estudos, só isso.

Mentira.

Minhas pálpebras estavam muito pesadas para que eu conseguisse me situar de imediato, então preferi ficar calada e de olhos fechados para conseguir evitar conversas que me distrairiam do programa de TV.

Me conta… por que vocês três: Peeta, Katniss e Madge, estão inseridos nesse contexto de gravidez sem estarem, de fato, grávidos…

Para Peeta, isso é mesmo inviável — Madge comentou, fazendo a plateia rir. – Mas eu conheci esses caras superbacanas por intermédio de Peeta, que também apresentou eles a Katniss.

Pois é, eu era, e ainda sou, muito amigo de Finnick. Ele fazia parte desse grupo de apoio e eu acabei conhecendo essas pessoas.

Eu sabia, pelo cheiro, que ele estava ao meu lado.

— Sua voz fica terrível na televisão – murmurei, abrindo vagarosamente os olhos, apenas para ver o quarto de hospital e o soro na minha veia.

— Oi, Borboletinha.

Eu me sentia genuinamente bem.

— Me encheram de dopamina, não é? Aquela substância que deixa a gente feliz, tipo quando come chocolate e fica apaixonado, né?

Ele segurou minha mão e assentiu.

— Sim, e você vai ter que tomar diariamente remédios.

— Já pode dizer que não preciso mais.

— Por quê? – ele perguntou.

Eu sorri vagarosamente.

— Porque você está aqui. Eu tenho dopamina suficiente assim.

Ele retribuiu o sorriso.

— Muito bom ter você de volta – ele comentou, beijando minha testa. – Seus pais foram na cantina e os meus foram ficar em casa com Prim. Você quase nos matou junto, Katniss.

— Desculpa.

Eu dizia isso do fundo do coração. Agora que estava bem, percebia o grande absurdo que era a ideia de me matar. Até porque eu estava… oh,não! Meu filho!

Meu instinto foi olhar para a barriga.

— Ele está bem – Peeta falou.

Ele?

Seu rosto se iluminou e ele sorriu marotamente.

— É um menino?

Peeta assentiu e eu pus a mão na barriga.

— Acho que é por isso que você me chuta tanto. Deve estar procurando a bola e futebol, não é?

O bebê deu um chutezinho bem na hora, como se me respondesse. Agarrei a mão de Peeta e pus no local onde sentia o movimento. Ele sorriu todo abobalhado.

— Peeta, sério, desculpa… eu fiz sem pensar, eu… eu estava desesperada e…

— Tudo bem, Borboletinha. Só promete que vai se cuidar, por favor.

— Prometo – falei. – Vou tomar os remédios, juro.

Sua testa foi de encontro à minha e ele passou a respirar com mais leveza.

Lição do dia: não tente se matar.

POV Peeta

Na escola, era o maior assédio. Todos me perguntavam sobre os vídeos e o canal, e isso era muito legal, apesar de exaustivo depois de um tempo.

Katniss estava mais radiante, mais alegre, leve e um pouco mais sorridente. Claro que não estava 100%, mas dentro de uma semana já ter melhorado esse tanto era maravilhoso. Ela tinha uma consulta com Aurelius naquele dia e eu ia aproveitar para ir comprar alguma coisa para ela e nosso filho, tipo um presente.

Passei no shopping assim que a aula acabou e fiquei na dúvida sobre o que dar a ela. Comprei um travesseiro para gestantes, porque a vendedora disse que ajudava a dormir, mas ainda assim não era o que eu queria.

— Alô? Mãe?

Peeta? Onde você está?

— No shopping, procurando algo para dar a Katniss e ao bebê. O que acha que devo dar? Para o bebê acho que vou comprar um babador bonitinho, mas eu queria dar outra coisa para Katniss, algo melhor… encomendei uma almofada para gestantes, mas só chega em um mês.

Hm… acho que já sei. Mas você vai ter que ajudar.

— Ajudar como?

Vá até a segunda loja do shopping a partir da entrada.

Demorei uns cinco minutos para chegar no local.

— Loja de ferramentas, mãe?

Vire-se, meu filho.

— Loja de lingerie!? O que quer dizer com “você vai ter que ajudar”? É isso mesmo que eu entendi?

Então ela desligou o telefone, me deixando na merda. Minha mãe era meio doidinha, sim. Mas então eu avistei, bem do lado da loja de roupas, uma loja de coisas fotográficas. Bem na vitrine, estampado com um painel, havia um álbum de gestante dito estar em promoção. Não hesitei em entrar lá e começar a perguntar sobre o processo. Acabei fechando o pacote.

— Surpresa para alguém especial?

Eu sorri orgulhoso e abri a carteira, onde tinha uma foto de Katniss grávida com uma cara de assustada por causa da foto flagrante.

— Para a mãe do meu filho.

— Belo gesto, rapaz, muito melhor do que muito pai adulto por aí. Estaremos no parque depois de amanhã.

— Obrigado. – Sorri com sinceridade. – Geralmente não dizem isso. Dizem que sou irresponsável, sem juízo, mas eu relevo isso, sabe? Não vale a pena acreditar no que os outros querem que você acredite, como se isso fosse mudar alguma coisa.

Comecei a me despedir do atendente quando percebi que passaria de novo em frente à loja de lingeries.

— O que você sabe sobre lingeries? – perguntei.

O cara riu.

— Acho que você não vai querer me ver de lingerie - ele brincou, me fazendo rir. - Mas nada, rapaz, sou péssimo com presentes de mulher.

Eu rapidamente liguei para o meu pai, pois ele sabia como me instruir nessa compra.

— Não, não estou vendo nenhuma de seda… ah, achei. Não acha muito brilhante, pai?

Vai por mim, ajuda muito no escuro. Dá pra enxergar direitinho o contorno do corpo e…

— Pai! Foco, por favor. Achei uma com renda, de cor clara. É tipo uma camisola.

Sem renda, Peeta, isso já saiu de moda. Ela está grávida, então tente algo mais conservador. Ela não está amigável com o próprio corpo. Mas não faça ela parecer uma freira, porque senão o seu troço não sobe e…

— Pai, pelo amor de Deus, cara. Ela é minha prima!

Todos na loja olharam pra mim de um jeito muito estranho e eu comecei a ficar vermelho.

— Ela é minha prima, pai, não vou perguntar isso a ela. - Comecei a atuar loucamente ali, tentando fazer com que me achassem menos louco por ter supostamente transado com minha prima. Tá, aconteceu, mas ninguém  ali precisava saber, né?

Acho que você precisa falar com o Doutor Aurelius, filho, tá ficando lélé.

— Sim, sim, eu sei que ela é a única mulher que eu conheço para quem posso perguntar, mas isso é constrangedor. Isso mesmo, pai, boa ideia, tem razão.

Isso fez com que o povo da loja se distraísse e não pensasse que eu estava com intenções sexuais para com minha própria prima. Então desliguei o celular e preferi pedir ajuda à vendedora para achar um modelo que Katniss pudesse gostar. Mostrei, inclusive, a foto dela em minha carteira.

Findei comprando uma camisola de gestante com um laço que ficaria em cima da barriga. Era curtinha e conservadora ao mesmo tempo, bem equilibrada. Segundos depois da compra, recebi uma mensagem de meu pai dizendo que ela e meus tios estavam em nossa casa e que eu deveria ir para lá. Assim fiz, entrando pela porta dos fundos e deixando os presentes em meu quarto. Depois eu desci e fui procurar minha família na sala de estar, que tinha um tom bege bem bonito, que acalmava.

— Kat – chamei da escada. – Vem aqui comigo, quero de mostrar uma coisa.

Nós dois subimos as escadas e eu pedi que ela fechasse os olhos antes de eu abrir a porta de meu quarto.

— Não abre ainda. Anda mais cinco passos. Isso, agora para e abre os olhos.

Então ela viu os balões azuis e dois pacotes em cima da cama. Em cima de um deles havia o papel do contrato do álbum.

— Um book? Nós vamos fazer um book? – ela me olhou incrédula. – Isso é muito massa, Peeta!

Recebi um abraço apertado e pedi que ela abrisse o pacote onde tinha dois babadores que tinham escrito “Eu babo sim, e daí? Vai encarar?” e “Eu sou fofo, minha mãe é linda, papai fica doido”.

— Fica mesmo, é? É muito pra resistir? – ela me perguntou, abraçando os babadores de modo fofo. – Adorei, Peeta, obrigada.

— Abre o outro – falei, ansioso pela reação dela.

Ela abriu vagarosamente o outro pacote, olhando para mim com um olhar sapeca, querendo saber o que eu havia aprontado.

— Que lindo, Peeta! – ela arfou. – Meu Deus, vou experimentar.

Sem mais nem menos, não se importando com minha presença no quarto, ela desceu os shorts e tirou a blusa, ficando só de sutiã e calcinha. Mesmo grávida, eu ainda conseguia ver suas lindas curvas e seu bumbum ainda empinado. A imagem na minha frente me fez trancar a mandíbula.

— Ficou perfeito, olha só! – Ela deu uma giradinha. – Eu nem sei como agradecer.

Eu já ia dizer que “obrigado” era suficiente quando ela se aproximou de mim, ficou de ponta de pé e me deu um selinho seguido de abraço. Um selinho com gosto de quero-mais.

— Você sabe que eu estou me esforçando para ficar feliz, mas eu realmente estou, de verdade. Obrigada.

— De nada – sussurrei, metendo a cara em seu cabelo e sentindo o cheiro da camomila. – O ensaio fotográfico é depois de amanhã. Você não precisa ir pronta, eles vão te arrumar lá.

— Nós três numa foto só – ela divagou, desvencilhando do abraço e segurando minhas mãos com as suas. – Já estava na hora, não é? Eu estava pensando em não divulgar minha gravidez até o bebê nascer. O que você acha?

— Ótima ideia. Acho que dá pra esconder até lá, pelo menos nos vídeos. Essas suas blusas são eficazes.

Ela sorriu convencida.

— Nunca disse que não era inteligente. Agora anda, traste, vamo jogar um pouco de videogame.

Então minha prima tirou uma foto nossa de rosto com um controle de videogame entre nossas caras e postou na sua página pessoal do Facebook e nas contas de redes sociais do H&M. Mais tarde, quando Kat adormeceu em meu pufe e seus pais não quiseram acordá-la para ir para casa, fui olhar os comentários da foto que ela postou, com a legenda “videogame com ele (coraçãozinho azul)”. Muitos diziam para fazermos um casal, que nós éramos muito fofos juntos e que ambos éramos sortudos por termos um ao outro. Criaram até um nome para o casal em uma hashtag. “Peetniss”. Então comecei a responder alguns comentários, perguntando se eles apoiavam mesmo nós dois juntos, sem negar ou confirmar a existência desse casal, tanto porque eu não sabia se Katniss iria gostar disso quanto porque eu realmente não sabia.

Nem eu mesmo sabia.


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Notas finais do capítulo

E AÍ? Querem me abraçar ou me dar tapas? Lembrem-se que amo vo6, hein?
VAI TUDO MELHORAR MUUUITO, PROMETO, AMORES! Qual nome pro filho da Clove vocês preferem?
Eric >Riley >Ryder >Tyler



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