-Sai de cima de mim, por favor.

Erick me apertou forte contra a cama, mas com cuidado para não me machucar. Ele chegou com o rosto muito perto do meu, eu podia até sentir seu hálito doce.

-Não.

Ele falou em tom provocativo. Sorri de maneira desdenhosa e puxei seu braço, como o esperado ele caiu. Subi em cima dele e o beijei, ele puxou o meu rosto delicadamente e disse:

-Que garotinha rápida você é! Eu devo ser o mais forte nessa relação, cabe a mim cuidar para não te machucar. A única coisa que você vai fazer é me puxar, me apertar e me beijar.

Erick disse, cheio de malicia e depois deu um sorriso maroto.

-Cale essa boca seu idiota, quando você fala não posso te beijar!

Ele abriu mais ainda o sorriso e me puxou contra seu corpo. Seu abraço era quente e apertado,relaxei sobre seus ombros e me deitei sobre ele. Erick afagou meus cabelos e deu alguns beijos neles. Era tão bom ficar assim!

Eu sai de cima dele e me deitei ao seu lado. Em um movimento ágil demais para o seu tamanho, Erick  subiu em cima de mim. Assim que notei o que ele estava fazendo comecei a me debater. Nós dois caímos da cama e então começamos a rir. Ficamos muito tempo assim, no chão, só rindo. No final das contas Erick começou a se levantar, comigo ainda em cima dele.

-Como é que é? Desde quando me trata assim, tão bem?

 -Desde ontem, quando você falou que estávamos namorando.

 -Mas eu não disse que sim, garoto.

-Humm, é verdade.

Erick começou a me rodopiar em seu colo. Comecei a ficar tonta e pedi que ele parasse, mas Erick apenas ria.

 -Seu bobo.

Ele parou de me rodopiar, mas continuou me segurando em seus braços.

-Mas você gosta desse bobo aqui né?

Ele perguntou, seus olhos azuis penetrantes. Seu tom de voz era divertido e combinava com a ironia em seus olhos.

-Vai sonhando, metido!

Ele colocou suavemente seus lábios finos nos meus. Parei para pensar e cheguei a conclusão que era uma cena linda. Eu no colo de Erick, o beijando e ele tirando sarro de mim.

Pela primeira vez achei que a melhor coisa que fiz nesses últimos tempos foi me mudar para casa do meu pai. Fazia muito tempo que eu não me sentia tão feliz assim!

-Seu garoto Deus idiota grego!

-Minha linda daminha Afrodite!

Fiz uma careta.

-Não, eu prefiro Atena!

Erick sorriu e revirou seus olhos celestes.

 -Okay, tudo que você quiser, minha daminha linda Atena.

Ele me deitou com cuidado exagerado na cama. Novamente estávamos nós dois na cama de meu pai, olhando para o teto.

-Vamos tomar o café da manhã?

Assenti com a cabeça. Ele se levantou e quando eu me levantei ele tentou me pegar no côo.

-Eu tenho pernas, ok?

Fiz birra. Mas para ser sincera amava ele estar me tratando assim, tão fofo...

-E eu tenho braços, com músculos feitos exatamente para te carregar.

Erick fez aquela pose que os boxeadores fazem quando ganham as lutas. Nem preciso dizer que tive um ataque de riso, né?

Então ele me levou até a cozinha, onde me sentou na cadeira da bancada. Cruzei as pernas.

-O que vai querer, namorada?

Sorri sem graça, daqui a pouco ele vai querer me dar comida na boca. Pensei em dizer isso, mas achei melhor não dar ideia!

-Pode deixar que eu mesma faço Erick!

-Eu faço, Daminha Atena.

Desisti. Se existe alguém mais teimosa que eu é Erick. O garoto cabeça dura! Pensei por alguns segundos...

-Uma torrada e um copo de leite puro.

Vi ele fazer o café, sem muito esforço. Nossa, como eu tinha sorte. Como será que um garoto tão lindo e fofo como o Erick foi gostar de mim? Não sei, só espero que isso não acabe nunca, nunca mesmo!

Depois de uns cinco minutos ele colocou sobre a bancada três torradas, meu copo de leite e uma xícara de café para ele mesmo.

-Por que três torradas?

Perguntei, sem entender nada...

-Ora, duas para mim e uma para você, como me pediu, aliás.  Tenho que estar bem forte para te carregar!

-Está me chamando de gorda?

Perguntei, fingindo estar ofendida. Ele deu um sorriso meigo que fez meu coração dar uma volta de 360º.

-Não Annie, você é linda e maravilhosa. A melhor garota do universo, para mim!

-Okay, vou fingir que acredito.

Revirei os olhos e dei uma pequena mordida na torrada que ele tinha feito. Aquela conversa de estar forte para poder me carregar me lembrou uma coisa...

-Erick, seu braço não está doendo? Você não tirou o gesso faz pouco tempo...

-Não, nem um pouco.

Ele falou, passando a Mao esquerda pelo braço direito. Eu ainda estava me sentindo tão culpada pelo machucado dele! Tomei um gole do leite, Erick que me olhava começou a rir.

-O que foi?

Ele continuava rindo, tentando gaguejar um “nada”, mas estava sem sucesso. Comecei a ficar irritada, a onde estava a graça?

-Calma Annie, é só que você está com bigode!

Erick recomeçou a rir mais ainda, limpei rapidamente minha boca com as costas da mão e não demorei a ficar vermelha. Ele passou a mão carinhosamente pela minha bochecha.

-Você fica muito linda assim.

Acabamos de tomar o café da manhã em silencio, não um constrangedor, mas aqueles em que as pessoas ficam caladas porque não necessitam dizer nada.

-Que tal passar o dia no parque hoje?

Erick me perguntou, seus olhos brilhando de uma maneira de tirar o fôlego de qualquer pessoa que consiga enxergar!

-Ótima idéia.

Falei sorrindo sinceramente. Lá fora o sol brilhava em um lindo céu azul anil.

-Então acho melhor nós nos arrumarmos. Não quero minha namorada andando por ai de pijama.

Revirei os olhos e sorri descaradamente.

-Tudo bem, colocarei uma regata e um shorts beeeeeem curtinho!

-Melhor para mim, né?

Erick falou dando um sorriso sedutor irresistível. Fui lá para cima, tomei um banho rápido. Sequei meu cabelo e o deixei solto mesmo, caindo livremente sobre meus ombros. Realmente coloquei um shorts, mas não o menor. Esse era jeans escuro. Para completar vesti uma blusa do Green Day azul marinho.

Ele estava me esperando no fim da escada. Usava uma bermuda preta, seus all star preto e aquela mesma blusa vermelha escrita “I Love Rock” que estava no primeiro dia em que o vi. Seus cabelos castanhos claros (ou loiros escuros, não sei) emolduravam seu rosto perfeito. Aquele seu queixo levemente para frente, sua boca fina levemente vermelha e aqueles olhos azuis que me faziam ficar a noite inteira acordada.

Desci rapidamente as escadas. Assim que me viu Erick me olhou de cima a baixo, não pude deixar de ficar vermelha.

-Daminha você está maravilhosa.

-Obrigado, você também. Vamos?

Eu estendi minha mão, e logo a quente e grande dele a pegou.