Secret Valentine escrita por Camila_182


Capítulo 5
Um tombo, um sim e um beijo.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Eu estava lendo uma história na internet, ela até que era boa. Até que eu ouvi um barulho estranho, olhei em volta mas não tinha  sido ali no quarto. Foi aí que eu ouvi Erick xingando algo, sua voz vinha do banheiro.  Fui até lá.

-O que aconteceu Erick?

Acho que foi a primeira vez que eu falei gentilmente com ele.

-Dá para me ajudar, por favor.

-Claro, mas o que eu faço?

Ouvi ele suspirar do outro lado da porta e depois me responder.

-Quem sabe abrir a porta?

Abri a porta, lá dentro Erick estava no chão. Uma toalha estava enrolada nas suas pernas. E, meu Deus! Como ele é lindo... Ok, isso não é hora para pensar isso. Mas que é verdade é.

-Meu Deus!

Foi essa minha reação ao entender por que Erick tinha caído. Hoje mais cedo, sem querer, eu tinha derrubado meu creme para o cabelo no chão. Eu até limpei, mas mesmo assim ficou escorregadio. Devia ter dito isso a ele, que teria tomado cuidado e não se machucado.

-Me desculpe, por favor!

-Está tudo bem Annie, mas me ajude a levantar.

Foi o que eu fiz, fiquei falando “calma” o tempo todo, mas parecia que essas palavras se encaixavam mais para mim do que para ele. Notei que Erick tinha um corte que parecia profundo na testa, e que estava sangrando para valer. Ele ficou segurando um braço com o outro o tempo todo, acho que ele quebrou.

 

Levei Erick até o nosso quarto e ajudei ele a deitar na cama. Ele me agradeceu e eu chamei meu pai. Enquanto ele não vinha fui até o banheiro pegar uma toalha, assim que voltei com ela comecei a limpar o peito dele, que estava sujo de sangue. Limpei também a testa, que estava igualmente vermelha.

Acho que se passaram uns cinco minutos até que papai chegasse. Assim que viu a cena ficou espantadíssimo e perguntou o que havia acontecido.

-Queda no banheiro.

Falamos em uníssono. Meu pai assentiu com um movimento rápido de cabeça e olhou melhor Erick.

-Vocês explicam depois o que aconteceu, primeiro temos que te levar ao hospital, Erick.

Meu pai pediu para mim sair do quarto e ajudou Erick a colocar uma roupa. Depois eu e ele ajudamos Erick ir até o carro. Fiquei ao lado dele no banco de trás, pedindo desculpas em intervalo de segundos. Ele sempre respondia a mesma coisa, que estava tudo bem. Papai tinha ido chamar Liz.

Os dois entraram no carro, e logo papai já estava dirigindo em direção ao hospital mais próximo. No caminho eu e Erick contamos o que havia acontecido.

            Acho que ficamos algo em torno de uma hora em uma sala de espera, com algumas outras pessoas. Fiquei folheando uma revista do ano passado, tentando fazer o tempo passar.

            Até que o médico chegou, acompanhado de Erick, que estava com um curativo na testa e com o braço engessado. Ele nos contou que tinha o quebrado, e feito doze pontos na cabeça.

Na volta para casa o carro estava tão silencioso que eu conseguia ouvir meu batimentos cardíacos. Um silêncio mortal, nem um pouco agradável. Liz ficava só me fuzilando com os olhos pelo espelho retrovisor, o que eu tentei ignorar.

            -Erick me desculpe.

            Pedi pela milésima vez. Agora estávamos no nosso quarto, ele na sua cama e eu na minha.

            -Pare de ficar se desculpando, está ficando irritante.

            Ele falou com ar cético, me permiti um sorriso fraco. Estava me sentindo muito culpada pelo que estava acontecendo com Erick.

Me levantei da minha cama e fui até a de Erick, me deitei ao seu lado na cama. Se ele ficou surpreso não demonstrou. Acho que essa foi a primeira vez que tivemos uma conversa civilizada: falamos sobre a escola, amigos, família... O tempo passou rápido, até que alguém bateu na porta.

Corri de volta para minha cama, e assim que estava ajeitada disse:

-Entre.

Liza entrou no quarto, carregando uma bandeja com comida. Ela nem sequer olhou para mim.

-Filho, trouxe um lanche para você.

Ela deixou a bandeja no colo dele, e assim que estava tudo bem saiu do quarto. Assim que ouvi os passos dela na escada voltei para a cama de Erick.

Ele me lançou um olhar estranho, então me perguntou de forma direta:

 -Annie, você não quer que eles saibam que estamos nos dando bem?

-Algo assim...

Desconversei. Ele não falou mais disso e eu o ajudei a comer, já que era difícil só com uma mão, ainda mais a esquerda.

-Você não me odeia né? Já que esta me ajudando...

             -Eu nunca falei que não te odiava mais. Acontece que a culpa de você estar assim é minha, então é meu dever te ajudar.

            Dei uma risada, para aliviar o clima no quarto que de repente tinha ficado estranho. Ele riu também, e comentou:

            -Tanto faz.

            Assim que acabou de comer Erick começou a falar, me olhando nos olhos.

-Annie, se você quiser podemos nos entender. Sabe, é difícil dividir o quarto com uma garota. Seria mais fácil se fossemos amigos, acho que para você também seria melhor.

Pensei por alguns instantes, então respondi.

-Quem sabe. Mas enquanto você estiver quebrado, pode contar comigo.

Ele sorriu, como se estivesse esperando exatamente essa resposta de mim.

-Vou continuar com minha palavra, caso você mude de idéia.

-Vou pensar melhor, então te respondo.

Outra vez alguém bateu na porta, e novamente eu voltei para minha cama.

-Entre.

Disse, assim que estava pronta. Pela segunda vez Liza entrou, só que dessa vez sem bandeja.

-Então conseguiu comer, Erick?

-Sim mãe, a Ann...

            Assim que notei o que ele diria o interrompi.

            -Ele conseguiu Liza.

            -Está bem. Boa Noite.

            -Boa noite.

            Respondemos em uníssono. Assim que ela fechou a porta Erick começou a falar.

-Por que não quer que eles saibam que estamos nos dando bem?

            -Não sei. Boa noite.

-Boa noite.

Apaguei a luz. Fiquei me revirando na cama algum tempo, pensando sobre a proposta de Erick. Depois de muito tempo me decidi, e acabei por cair no sono.

            Acordei cedo no dia seguinte, como Erick ainda dormia o acordei.

            -Erick, eu aceito.

            -Aceita o que?

            Ele perguntou, ainda sonolento.

-Eu aceito ser sua amiga, mas tenho uma condição.

Agora ele parecia mais desperto.

            -Diga. 

-Nossos pais não podem saber.

Ele deu um sorriso amarelo, com se esperasse isso mas sonhasse com algo diferente.

-Tudo bem Annie.

            Acho que agora éramos amigos...

            -Amigos...

            Erick falou.

            -Amigos.

            Repeti, sem saber exatamente o que aconteceria a seguir.

  ...Então se passaram 27 dias, Erick havia se tornado meu melhor amigo, eu sabia tudo sobre ele e ele sobre mim, e tudo sem nossos pais saberem. Ele já  havia tirado o gesso do braço faziam 3 dias. O casamento seria hoje, nós dois já tínhamos experimentado as roupas que usaríamos...

  Hoje era dia 14 de fevereiro de 2003, me  levantei e o acordei Erick, nós dois fomos vestir nossas roupas para o casamento que seria de manhã. Ele havia me ajudado a colocar o vestido e eu o ajudado a colocar o seu terno.

   -Daminha.

Erick me chamou, com um ar debochado.

   -Como estou?

   -É para ser sincero?

   -Sim.

   -Está horrível nunca vi alguém pior.

Ele começou a rir. Suas palavras eram ao mesmo tempo, tudo o que eu temia ouvir mas também o que eu esperava.

   -Você está falando a verdade.

Falei preocupada.

   -Não sua boba, você está linda.

Linda, eu?

   -É a primeira vez que um garoto diz que estou linda.

Gaguejei isso.

   -Mas você é bonita, Annie.

Senti o rubor subir as minhas faces.

  -Obrigado, e para falar a verdade você é o garoto mais bonito que eu já vi.

Senhor, por que eu disse isso?

   -Pare de falar bobagem Annie.

   -Não é bobagem.

Agora acabei de perder uma ótima chance de dizer que isso era só uma bobagem e acabar com esse assunto desagradável.

Erick se aproximou de mim e falou no meu ouvido, seu lábios roçando na minha orelha o que me fez ter arrepios:

-Você é minha melhor amiga.

-E você se tornou o meu melhor amigo.

Minha voz saiu estranhamente rouca. Erick se aproximou mais de mim, seus olhos fitando os meus e depois se desviando para minha boca. Seus lábios encostaram de leve nos meus, fazendo meus batimentos acelerarem de uma maneira alucinada. O afastei rapidamente.

-O que você...

Comecei a falar, mas Erick me interrompeu.

-Desculpe Annie. Esqueça isso.

-Mas por que você fez isso?

-Eu não sei, juro. Me prometa que vai esquecer.

-Ok, mas nunca mais faça isso.

-Desculpe Annie.

-Tudo bem, mais que isso não se repita.


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Notas finais do capítulo

E esse foi o inicio de um final feliz...
Gostaram? Mereço reviews??? =]



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