My Impossible Girl escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 27
Mesmo fato, nova visão


Notas iniciais do capítulo

Hello, hello. Olha só quem (eu) voltou!!! Estou muito feliz de postar esse novo capítulo, porque como sabem, essa fic é meu xodó. Não postei antes, porque não gosto de escrever meu celular e meu cachorro comeu a fonte do computador (eu juro que é real) e tive que esperar um tempo para conseguir um carregador novo. Enfim, carregador novo, vida nova hahahah. Vejo vocês lá embaixo e espero que gostem desse cap.



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P.O.V Alice

Poderia dizer que sinto falta de Caio, mas isso não seria verdade. Jack se mostrou um ficante maravilhoso. Não somos pessoas que ligam para rótulos, portanto não foi diferente com nosso relacionamento. Eventualmente vamos começar a nos tratar por “namorado” e “namorada”, mas esse não é o caso agora.

Minha vida girou 180° graus. Mudei de país, mudei de escola, mudei um pouco de estilo (afinal para quem diz que São Paulo é a terra da garoa é porque nunca passou uma semana em Londres, sabe o quão raro é fazer sol nessa cidade?). Você deve estar se perguntado: por que 180° graus e não 360°?

Simples, 360° é uma volta inteira, ou seja, você volta para o mesmo ponto do qual saiu. 180° para do lado oposto do qual saiu. Sair de São Paulo e ir para Londres, é ir para uma cidade oposta à minha cidade natal.

Estou amando a experiência e não poderia ter pedido por um grupo melhor de amigos, sinto que eles me entendem como nunca meus amigos no Brasil me entenderam antes. Com exceção de umas duas ou três pessoas.

Mas, às vezes, sinto falta da minha casa, da minha comida e principalmente da minha cama. Já dizia Dorothy, não há lugar como nosso lar e ela tem razão. Sinto saudades também de usar algumas palavras e expressões como a própria palavra “saudades”, “nossa mana, despirocou”, “mano”, “meu”, “eita”, todos os palavrões que há no nosso vasto vocabulário e a minha preferida “mano do céu”. Não que eu seja uma pessoa desbocada, mas essas expressões representam bem os sentimentos.

Por mais que eu tente ensinar tudo isso a eles, sei que será impossível. Assim como, nunca aprenderei algumas palavras e expressões que eles usam. Vária de local para local e eu já coloquei em minha mente que não vou conseguir aprender.

Minhas aulas são bem legais, nunca pensei que fosse gostar de estudar fora. Porém, mudar de ambiente e de amizades, também nos faz mudar de percepção e comportamento. Estudar fora é uma experiência que não sei se seria capaz de explicar mesmo com todas as palavras de todas as línguas. Contudo, como tudo na vida há também um lado negativo e, para mim, além das saudades do português, usar uniforme também é um porre, acho que não usava uniforme desde meu fundamental II. E mesmo se usasse seria apenas uma camiseta, um casaco e um shorts ou calça. Os daqui até me lembram os de Hogwarts, mas diferente do que sempre imaginei, usar gravata e saia com meia três quartos, camisa social e sapato de verniz é muito chato.

Pelo menos eu só uso essa roupa por meio período e depois posso voltar a usar minha calça jeans e camisetas estilo t-shirt (a famosa “brusinha”) largas e com frases/desenhos. As minhas roupas de inverno também são mais diferentes, amo usar saia com meia-calça, botas e várias sobreposições de camisetas. Para eles, a saia com meia é normal, mas geralmente optam por uma blusa de manga comprida, um cashmere e um sobretudo.

 Chegar em casa é sempre uma surpresa, eu nunca sei o que esperar. Posso presenciar uma briga entre Clara e Jack, receber um selinho do mais velho, ser abraçada por seu pai, acalmar Amy durante uma crise de choro ou ajudar Rory com a tarefa. A verdade é que essa família praticamente me adotou e eu os adotei, já considero todos como irmãos (menos o Jack) e como minha segunda família. Até o senhor Oswald já me disse que sou como uma quinta filha para ele e, no fundo, sei que ele é um segundo pai para mim.

Hoje sou recebida com um selinho de Jack e uma careta de Clara, eu e ele nos sentamos no sofá e ela vai para o quarto, posso ouvir quando liga TV e a primeira música de High School Musical 2 começa a tocar, minha vontade é de ir até lá e cantar e dançar junto dela, mas resolvo apresentar uma de minhas novelas preferidas “Sangue Bom” e já no final do segundo capítulo, minha amiga desce para ver com a gente.

Eu subo para meu quarto e ligo para minha mãe, vejo também uma ligação perdida de Caio e sei que terei que atendê-lo mais cedo ou mais tarde, escolho que será mais tarde. Primeiro minha mãe, depois meu ex. Minha relação com minha mãe é ótima, posso desabafar tudo com ela e dizer o que penso, ela sempre estará ali por mim e eu por ela.

— Alô, oi mãe. Tudo bem?

— Oi filha, tudo ótimo e você?

— Tudo certo, aí mãe, tenho tanta coisa pra te contar – suspirei – como sabe eu terminei com o Caio, mas o que não te disse é que estou ficando com o irmão da Clara e apesar dele ser um fofo  e um querido, sinto que não deveria estar com ele por ser o irmão da minha melhor amiga. Eu acho que o amo, mas com certeza gosto muito de sua companhia e mesmo de nossas implicâncias.

— Lice você já tem sua resposta. Eu sei que vai fazer o que é certo e eu confio em você para seguir sua intuição e por falar em Caio, ele veio aqui em casa outro dia perguntar de você, disse que precisava falar algo sério, acho melhor ligar para ele. Beijos, te amo.

— Obrigada, vou ligar sim. Outro e te amo.

Assim que termino de falar com ela, resolvo ligar para o garoto que durante muito tempo foi um dos motivos de meu sorriso e confidente.

—Lice? Ainda posso te chamar assim? Enfim, desculpe incomodar e eu sei que terminamos já faz um tempo, mas eu preciso te falar uma coisa, não sei a mais quem recorrer e, mesmo assim, acho que é necessário te contar. Ic

—Você está me deixando preocupada. – falo aflita.

— Meu irmão está na UTI, ele foi internado agora a pouco com meningite. Queria que estivesse aqui, ele sente sua falta e eu também.

—Fica calmo, eu tenho certeza de que irá dar tudo certo, ele é forte e está medicado. Manda um abraço para ele e diga que estou com saudades, de certo modo, eu também sinto sua falta, você foi meu melhor amigo por anos e meu primeiro namorado, são coisas que não podemos esquecer. – ouço um grito e uma porta batendo. — Eu preciso ir, acho que algo grave acabou de acontecer. Vai me falando sobre tudo! Beijos. – desligo e desço as escadas correndo.

Quando chego no último degrau vejo Clara e Jack saindo com a polícia e Danny correndo até sua casa, não preciso ser a melhor detetive do mundo para saber o que aconteceu, Pink entrou em sua casa e a ameaçou, creio que até chegou a tocar nela ou dizer coisas que não deveria. Isso garoto me tira muito do sério, por isso, resolvo ir até sua casa antes que minha amiga retorne. Alguém precisa ter uma conversa séria com esse garoto.

Ando de cabeça erguida e com as costas ereta, coloco minha melhor expressão de superioridade e atravesso calmamente a rua, por dentro tremia, mas por fora era a pessoa mais corajosa do universo. Bato à porta e espero até ser aberta, para minha sorte é Danny quem o faz.

— Olá, a que devo a honra?

— Pode parar agora mesmo com seu falso cavalheirismo, eu sei muito bem o que aconteceu e quero que se afaste dela de uma vez por todas ou desejará nunca ter me conhecido, isso não é uma ameaça, apenas um aviso prévio. Mantenha-se longe dela e de sua família.

Não o deixo responder e volto para casa, quando os dois chegam em casa, eu ouço a porta abrir e vejo Jack ajudando sua irmã a se sentar, logo ela se levanta e corre para o banheiro, eu a sigo.

— Clara? –  entro no banheiro e seguro sua mão.

Subimos ao seu quarto e me deito com ela. A abraço e ela se permite chorar, desabar em meu ombro. Sei que passou o dia sendo forte e com a cabeça erguida, porque sabia que nada disso era culpa sua. Mas, como em qualquer situação de humilhação, quis chorar assim que entrou em casa e se sentiu segura.

— Eu sei que já sabe de tudo o que vou te falar, mas não pense em nenhum segundo que a culpa foi sua. A sociedade tem essa mania horrível de culpar a vítima e vão usar qualquer argumento para fazê-lo. Não dê ouvido a essas pessoas, nunca. Você é forte. Você é linda. Você é dona de si. E pessoas assim, costumam deixar os outros com raiva e inveja. Não abaixe nunca a sua cabeça. Essa princesa não merece deixar a coroa cair por causa dos outros. – eu digo e ela sorri com minha última frase. – Além do mais, ele só nos provou mais uma vez que toda rosa tem seu espinho.

— Você é incrível. Obrigada por me apoiar, de verdade. Pode dormir essa noite comigo? – diz me abraçando e eu faço que sim com a cabeça. Só queria a fazer se sentir bem e tirar toda essa dor que estava sentindo de dentro dela, assim como ela fez várias vezes quando precisei.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem qualquer erro ortográfico, revisei uma vez antes de postar, mas as vezes algo passa batido. Espero que gostem e não se esqueçam de comentar, vejo vocês no próximo capítulo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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