Linhas Vermelhas escrita por Luna


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!!!
Li os comentários lindos de vocês - e confesso que dei vários F5, sou uma pessoa ansiosa kk

Obrigada, viu? Com esses comentários eu posso analisar como estou escrevendo e se a estória está fluindo bem ( se encontrarem erros de português, vai lá e me puxa a orelha kk Juro que to tentando ler e reler, mas não sou grande conhecedora da nossa linda língua não ).
Peço desculpas por não conseguir responder antes, mas de segunda a quarta o ritmo da faculdade é alucinante o-o kk

Beijos e bom capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681960/chapter/3

Estava decidido, por fim, irem em um restaurante próximo, no bairro vizinho. O principal motivo de escolha era o preço, mas a comida não deixava muito a desejar. O local chamava-se Divina Gula e Bruno não lembrava de ter ido ao outro restaurante com os dois, já era de praxe. E ele não reclamava, o restaurante simples e familiar tinha tudo o que ele gostava: saturando na fritura e no sal, com sobremesa de graça no final. Porém o excesso não era problema, afinal a noite ele compensaria; muito a contragosto. Tinha combinado de jantar com a namorada e sabia bem onde isso ia dar.

Dona Marta não esperou nem saírem da garagem para começar o falatório, a princípio Bruno não prestou atenção até que ela desligasse o rádio para que todos pudessem ouvi-la.
Ele não tinha ideia do que era melhor, a música onde a garota estava no camarote enquanto o ex-corno bebia alguma coisa impronunciável, dando alguma coisa meio suspeita – afinal, o que é Cirote? Birote? Zirote? Ele é que não fazia ideia.—, ou as belas palavras de sua mãe.

— (...) E no fim ele voltou pra encontrá-la! Ela já tinha perdido todas as esperanças, tadinha. Chorei tanto — enxugava umas poucas lágrimas que teimavam percorrer seu rosto. Toda vez que Martha detalhava suas lembranças do filme seus olhos marejavam, porém isso não a impedia de descrever todos os pormenores do mesmo, acreditando de coração existir grande interesse nos dois presentes sobre seu falatório —, nunca chorei dessa maneira antes.

— Você fala isso de todos eles... — Revirou os olhos.

— Não me interrompa, Bruno. — Bronqueou, mas logo depois voltou ao lenga lenga — Inácio, foi tudo tão lindo, sabe? — Perguntou ao marido com uma voz manhosa, ele concordou com a cabeça. — O amor é lindo! Todos os filmes românticos são lindos! Vocês deviam ter assistido comigo.

De repente ficou animada, quase eufórica com a ideia que passou em sua cabeça.

— Na próxima vez vamos assistir em família, que tal? Tenho certeza que irão gostar! Convida a sua namorada também! Ela precisa um pouco de romance na vida! Ela anda um pouco para baixo, você não acha? Certeza que isso vai levantar o humor!

Dona Martha estava entusiasmada, adoraria ter alguém para chorar junto a ela pelas lindas juras de amor eterno. Fazia tempo que Jéssica, sua filha mais velha, não supria sua necessidade de atenção feminina. Há longos anos estava namorando com Rogério e desde que chegara a maior idade ficava mais lá do que cá, e quando passava o dia em casa o namorado vinha a tiracolo não deixando que as duas pudessem interagir com privacidade. Como Bruno falava, eram um grude.

Lisa, sua preferida e única nora, nunca foi muito de conversar e se animar a assistir novelas, filmes ou qualquer coisa que a sogra apresentasse como meio de passar o tempo, a frustrando frequentemente com maiores tentativas de interação. Era bastante simpática, super educada, mas a conversa não fluía como ela desejava. Faltava àquela áurea de menina, a juventude, o amor ao conto de fada. Era séria demais e talvez fosse ainda mais madura do que Martha.

— Por favor, não. — Disse Bruno do banco traseiro do carro, olhando a mãe pelo retrovisor. — Não me obrigue a ficar duas horas assistindo aquela baboseira.

Cruzou os braços, decidido a não cair em nenhuma chantagem emocional. Martha sentiu-se ofendida com a recusa exagerada do rapaz, porém como suas esperanças eram realmente poucas de convence-lo acabou deixando de lado, perguntando ao marido se ele perderia algum tempo apreciando aquela dádiva.

— Querida... — A mulher já não gostou do tom do “Querida”, porém se manteve quieta esperando a resposta. Inácio escolhia bem as palavras antes de continuar a frase, todavia dirigir e pensar arduamente estava se mostrando um tanto complicado, então ele deu uma boa reduzida na velocidade para ser obrigado a parar na sinaleira a frente. Jogada totalmente ignorada por Martha, porém anotada por Bruno para soluções futuras. — Não que eu não queira assistir ao tal filme, longe disso! Mas, se eu assistir ele com você, quem será seu fiel ouvinte? Ficaria magoado se tivesse que encontrar outra pessoa para conversar e perdêssemos esse nosso, err, “momento”.

Inácio sabia como conquistar sua mulher, falava com calma e com um sentimentalismo na voz que a derretia. Fazia com que Martha se sentisse em seus filmes, como a mocinha ao encontrar o mocinho, a pessoa mais sortuda da face da terra por ser assim tão amada, por ter alguém que se preocupasse tanto com seu bem-estar. Sendo que ele só estava fugindo das coisas chatas.
Bruno, do banco de trás, observava toda a presente melação com uma incrível vontade de pular do carro e morrer atropelado.

— Entendo amor, vou assistir com o dobro de atenção — Seus olhos brilhavam. — Confesso que às vezes fico triste imaginando que falo demais. To tão feliz meu amor! Vou contar sempre querido! Não esquecerei nenhuma lágrima derramada e nenhuma jura de amor! Pode confiar em mim. — Selou o trato com um beijo. Inácio não podia dizer que adorou a notícia, longe disso. Mas ver sua esposa nesse estado de alegria o contagiava, o fazia bem.

— Cahan. — O garoto disse, estragando o clima. — Eu não sei se vocês perceberam o cara buzinando como um doido lá atrás, mas o sinal está verde. Dá para tirar essa banheira do lugar ou tá difícil?!

Os dois se separaram rapidamente e Inácio logo engatou a primeira marcha, disparando como um retardado nervoso. Chegando ao restaurante, ele, todo cavalheiro, abriu a porta do carro para Martha e os dois foram na frente de mãos dadas. Pareciam um casal recente de namorados, todos os dois bem bobos alegres quase saltitantes, apenas pela companhia um do outro.

Bruno achava engraçado. Às vezes, logo depois de uma discussão, um gritando de cada lado da casa, os dois já se entendiam novamente.
Nada de ruim durava entre eles quando estavam perto um do outro. Era como se o natural ali fosse ser feliz.

Talvez o natural do amor seja ser feliz. ” Pensou Bruno.

Muitos casais não sabem disso, mas o amor não faz sofrer.

É ridículo imaginar que uma relação onde você só tem magoas, tristeza, ciúme, dor, seja uma relação de amor. Talvez seja paixão, obsessão, loucura mesmo, doença, retardo mental, mas nada comparado ao amor.

O amor é algo sublime compartilhado entre duas pessoas, geralmente banhado a confiança, carinho e paz.

Não existe apenas o amor romântico como é de desentendimento de jovens enamorados, este é o mais procurado e o menos comum, mas também amores entre pais e filhos, amigos, pessoas e seus animais de estimação. Toda ligação entre dois seres que trazem alegria para ambas as partes é considerada amor.

Porém não é um sentimento simples, requer o esforço de duas pessoas, uma pela outra e não apenas por si. Quando uma parte quebra o contrato, a outra sofre a perda dessa ligação.

Amar é correr risco, é ter dedicação em manter o afeto, é lutar.

Por isso existem pessoas que nunca se entregam ao sentimento, têm medo de ser magoado ou preguiça de se doar.

Mas o amor romântico quando encontrado é realmente lindo, digno de uma obra de arte. Duas pessoas que precisam uma da outra como precisam de si mesmas, ligadas por um algo tão forte e inexplicável. Totalmente sem explicação.

Bem, Bruno considerava sem explicação por ignorar a verdade balançando em frente aos seus olhos.

Quando Inácio e Martha, sempre a frente, juntavam a mão era tudo bem claro. Uma linha vermelha amarrada no mindinho da mão direita de Inácio seguia até o mindinho na mão esquerda de Martha, ligando assim as almas gêmeas. Bruno a enxergava nitidamente, porém preferia fingir que não a via, pois toda vez que se pegava encarando a tal linha recordava todos os problemas que tinha encontrado por elas.

Sentiu o celular vibrar, logo olhou para a própria mão. Não viu nada.
Chateado só desligou o celular.

Depois se apressou, estava atônito de fome e o cheiro de comida já lhe provocava o estomago.

Sentou-se à mesa, e com muita vontade, saciou o apetite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Poisé, esse Bruno adora comer :v
Desculpa gente, mas vai ter café da manhã, almoço, jantar kkk
Mas é só até as engrenagens se arrumarem e vcs conhecerem mais os personagens, depois vou deixar ele mais longe da comida kkkkkk


Espero vocês nos comentários



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Linhas Vermelhas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.