Linhas Vermelhas escrita por Luna


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa noite :D
Agradeço aos comentários! Obrigada mesmo o/
Amei hehe

Eu tinha planejado estar mais dedicada essa semana, fazer dois capítulos e postar esse find, porém minha cachorra adoeceu e não estive muito "para cima"
Então vai ser apenas um mesmo ://

Espero que gostem! Hoje será apresentado mais uns personagens :D
To curiosa para saber o que acharão deles hehe



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681960/chapter/4

A noite era calma, o transito não contava com muitos veículos o que alegrava e muito, Bruno; o motorista. O carro era de Inácio, a carteira era provisória, então não ter um monte de loucos por ai querendo acertar a merda do carro a frente só por estarem atrasados era de grande importância.

Lisa já estava no carro, usava uma blusa preta de cetim que caía por cima da sua calça jeans colada, loira de nascença tinha os olhos verdes mais bonitos que ele conhecia. Usava pouca maquiagem, as unhas estavam bem pintadas com um preto cintilante e no dedo o anel que Bruno tinha lhe dado no dia em que a pediu em namoro.

Os dois já se conheciam a cinco anos, uma amizade que começou no ensino médio e que se aprofundou a poucos meses na faculdade. Sempre se deram bem, sempre se entenderam e sempre TODOS perguntavam se estavam namorando. Depois de muito responder negativamente, Bruno percebeu que talvez fosse uma boa ideia, mas quando fez o pedido pegou Lisa totalmente surpresa.

— É aqui mesmo? Tu tem certeza? — Perguntou e Lisa concordou, mexendo a cabeça.

Bruno encarava o restaurante a sua frente desacreditado na escolha da namorada. Procurou em volta alguma coisa mais interessante e fixou os olhos em uma churrascaria.

— Ei, ainda é tempo de mudar! Olha na esquina dessa rua, — Lisa procurou o que o namorado apontava e não segurou o riso ao perceber do que se tratava. — aquilo sim é comida! O que você acha?

— Acho que você está querendo me enganar, amor. — Continuou rindo fraco. — Vamos, você vai gostar de sushi.

Bruno estacionou a contragosto, mas em nenhum momento parou de relutar.

— Tenho poucas certezas nessa vida, mas uma delas é que vou odiar esse tal de sushi. — Fez uma careta estranha, como se estivesse enojado com o que estava fluindo em seu pensamento. — O troço é cru. Carne crua! Por favor, já descobrimos o fogo faz séculos, por que teimamos em viver em tempos selvagens?

Lisa ria com todas as suas forças. O namorado adorava comer, mas sempre quando ela o fazia experimentar algo novo era a mesma novela mexicana, "Não tem como um dia eu comer comida tailandesa!", "Vegana? Tu tá de brincadeira comigo! Se um dia quiser comer mato posso pastar que é de graça", "Arroz doce? E daí que a sua vó comia isso o tempo todo, tadinha dela. Agradeço a evolução humana que criou Pizza! Por que você nunca me convida para comer pizza, heim?".

Tudo bem que nem sempre Bruno adorava os pratos, mas isso também era do agrado de Lisa. Ela gostava de vê-lo debochar das culinárias "estranhas" tanto como conhecer novos sabores, e unir os dois dava um show e tanto.

Ela enroscou seu braço no dele e o puxou para dentro do estabelecimento, claro que Bruno fazia pirraça como se tivesse 10 anos e quase a derrubava hora ou outra.

— Sabe o que os outros vãos pensar nos vendo assim? — Perguntou Lisa com um grande sorriso no rosto, tentando permanecer elegante no salto mesmo sendo empurrada de um lado para o outro.

— Que sou o melhor namorado do mundo por vir nesse troço?

— Não. — Respondeu rindo.

— Que somos uns idiotas por pagar por comida que nem chegou a metade do preparo? – Empurrou ela um pouquinho mais, dando a impressão que a derrubaria.

— Não seu bobo. — Falou rindo, porém sua mão lhe deu um tapa leve em protesto ao empurrão.

— Então é o que?

— Que já chegamos bêbados, ou que somos crianças. — Riu.

— Segunda opção, certeza. Olha como estão nos encarando. Nos amam. — Piscou para um casal que não tiravam os olhos deles desde que colocaram o primeiro pé no restaurante.

Uma coisa era certa, os dois juntos não sabiam se comportar de maneira alguma! Eram dois bobos, falavam alto e riam de tudo.

— E como faremos isso? Pegamos dois trocinhos daqueles, engolimos, vomitamos e depois vamos para casa? — Disse.

— Quase. Vamos pegar dois “trocinhos” e com dignidade pagaremos por eles, depois vamos engolir, talvez vomitar e aí estaremos prontos para valorizar uma boa picanha.

— Minha garota! — A beijou de leve, agradecendo a Deus por colocar juízo na cabeça daquela menina.

Dito e feito. Elisa, após pagar pelos seus dois rolinhos de sushi, sentou à mesa e ficou encarando a comida com a maior cara de desgosto. Do outro lado, o namorado fazia cara similar. A garota não era muito fã das coisas do mar, mas esforçava-se para aprender a comer, sabendo das propriedades importantes que tinham. Bruno gostava de peixe; frito.  Agora cru? Duvidava muito que desse para comer.

Ambos pegaram os hashis como completos estabanados. Depois de algumas tentativas frustradas Bruno viu um carinha de terno comendo com a mão. Mostrou à Elisa e os dois chegaram a conclusão de “se aquele cara chique pode comer com a mão, eles também podem”.

Fofos e amorosos, induziam um ao outro a provarem o prato. Por fim acabou Bruno, muito a contragosto, comendo primeiramente. De alguma maneira misteriosa o garoto não detestou, até mesmo saboreou. Preferia a picanha servida a uma quadra, claro, mas sushi até que dava para comer.
Lisa ficou animada com a novidade e colocou seu rolinho com vontade na boca. "Talvez só tenha cheiro ruim mesmo", pensou.  Porém o gosto era absurdo. Sua vontade de cuspir o troço no chão foi grande.

—  E ai? Gostou? — Perguntou abestalhado.

— Hum... — Tentou engolir, mas não conseguiu. A textura do peixe tocando em sua língua a pegou desprevenida, aquilo era absurdamente nojento! Parecia que ela estava comendo algum inseto gosmento! Pegou discretamente alguns guardanapos e cuspiu o seu já cheio de saliva "sushi". — Vamos a um lugar onde a comida venha pronta, por favor.

Ainda fora da churrascaria o cheiro chegava aos seus olfatos, saboroso e mexendo com o estômago de ambos fez com que Elisa esquece o gosto ruim que havia experimentado.

Adentraram o estabelecimento e procuraram uma mesa onde sentar, porém a meio caminho desta Elisa reconheceu uma família que ali se encontrava. Chamou a atenção do namorado que olhou para onde ela indicou.

— É o seu pai, não?

Mesmo só tendo o visto uma vez até o momento, no aniversário de Jéssica, o reconhecia pelas fotos que Bruno tinha de quando criança. Não entendia bem a relação dos dois, mas sabia que ali encontrava-se uma grande e antiga ferida.

— Bem, acho que sim. — Respondeu, seu semblante feliz estava reduzido consideravelmente.

— Devemos ir lá cumprimentar eles?

Nem ao menos houve tempo de Bruno responder, ambas as crianças o reconheceram e chamaram por ele.
O sorriso voltou ao seu rosto, mesmo com todas as brigas com seu pai ele adorava seus irmãos menores e já fazia muito tempo que tivera contato.

— Matheus! Paula! — Abaixou-se para ficar na altura das crianças. — Como vocês cresceram! E esse vestido lindo?

A menina girou no vestido azul, feliz. Depois correu até Elisa.

— Lisa! — Já veio pedindo colo e é claro que ela deu. Adorava a menina e as duas tinham se conquistado na última vez que se viram.

Matheus, mais grandinho, fez a tarefa de reclamar da falta do irmão. O mesmo ficou envergonhado e prometeu ir visita-los. O menino falou brevemente que estava jogando um tal de “Minecraft” e disse que Bruno precisava jogar! Fez questão de comentar sobre um canal no YouTube que ele precisava acompanhar e Bruno, já bem perdido, pediu que Matheus enviasse tudo pelo Facebook.
Andando até a mesa onde seu pai estava não deixou de pensar como essas crianças estão adiantadas nas tecnologias. Parece que já nascem sabendo tudo. Afinal, não fazia muito tempo que Matheus estava aprendendo a falar e agora já assistia vídeo no YouTube? Isso não era coisa para adolescentes?

Encerrou seu pensamento ao ver a cara amarrada do pai. Não tinha certeza se ele sempre estava de mal humor, ou se era apenas quando se encontravam, mas era fato que não gostava daquela expressão.

— Estão devolvidos. — Deixou o pequeno Matheus em uma das cadeiras ali.

— Nem deveriam ter saído daqui. — Murmurou Enzo em tom baixo, porém perceptível. Os únicos que pareciam ignorar aquelas palavras eram as crianças.

— Mano, come com a gente! — Falou, totalmente entusiasmado. Paula segurou Elisa que a colocava na cadeira, como se disse-se que ela deveria ficar ali.

— Isso mesmo. Sentem-se conosco. — Convidou Larissa.

Bruno olhou para o pai, pedindo aprovação, porém o mesmo não a deu.

— Vocês não estão vendo que ele está com uma garota? Querem parar de atrapalhar o casal? Eles não vieram aqui ficar cuidando de crianças!

A esposa não gostou da maneira rude que ele tratou os filhos. O olhou fixamente a partir daquele momento, quase dizendo para o mesmo ter bom senso com o que falava.
Claro que ele não teve.

— Eles não querem a gente se metendo na noite deles. Entenderam? Então não perturbem.

Elisa se abismou com a atitude do “sogro”. Não soube como reagir e só permaneceu calada. Ele, um pouco mais experiente, somente abraçou as crianças e disse que outra hora ele viria com mais tempo, dizendo baixinho que amava os dois. Depois afastou-se e apenas seguiu para a mesa mais longe que tinha no estabelecimento.

O celular vibrou, porém Bruno estava atordoado demais para atender.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai? hehe



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Linhas Vermelhas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.