Pov Clary

Depois...

A semana passou voando, e com isso chegou o fim do ano letivo e o famoso baile de formatura, eu era representante da turma e Izzy era a vice então ela teria que me ajudar a preparar tudo, verba não era baixa, era mediana mas eu tinha que comprar tudo com aquilo Izzy iria a vários buffets, ela entende mais disso do que eu, sempre a primeira opção para mim é batata-frita ou sushi, então não sei muito sobre comidas. Tinha outra coisa que não saía da minha cabeça, a Exposição. Da minha turma de artes fora sorteados 10 alunos para colocar seus quadros em exposição, eu e Sebs fomos sorteados e como temos as notas mais altas – não me gabando por isso – temos que apresentar 10 quadros diferentes do resto  da turma, eles teriam que apresentar 5, e como eu não sou muito diferente da maioria, estava com bloqueio para pintar,  eu tinha 6 quadros prontos, lindos e bem pintados, mas 4 não estava feitos, eu me virei nos trinta para achar inspiração, fui em parques, andei em museus, procurei coisas bonitas na internet... Mas nada disso deu resultado, tudo que eu pensava era em símbolos pretos, desenhos que vinham na minha mente, acho que meu cérebro se sentia muito pressionado, fiz um café e me acalmei, bebi quase meio litro na tarde toda, estava esperando a ligação de uma loja de artigos para festa, o tema seria baile de máscaras e amanhã é o baile, eu e minha ajudante estávamos correndo contra o tempo, eram 12:00, eu, Izzy e mais algumas pessoas do comitê de decoração tipo, Simon , Jace, Maia, Jordan, enfim tínhamos que organizar tudo isso até pelo menos 18:00 de amanhã.  Fui tirada dos meus devaneios pela ligação esperada do dia:

Ligação on:

— Olá, boa tarde, gostaria de falar com Clarissa Fray.

— Sou eu, boa tarde.

— Bom sua encomenda chegará no endereço dado por você às 16:00.

— Pode ser entregue uma hora antes? É de extrema urgência.

— Podemos entregar  15:30 em ponto, o endereço não é tão longe, estará lá para receber a encomenda ?

— Sim.

— O pagamento será fito na hora, total de 350 dólares e 78 centavos.

— Tudo bem.

— Tchau, senhorita obrigada pela preferência.

— De nada, obrigada e tchau

Ligação off

Finalmente! Tinha tudo sobre controle agora era só ir para o colégio receber a encomenda  e arrumar tudinho. Liguei para Izzy pedindo para me encontrar lá.

Ligação on:

— Alô?

— Isabelle conseguiu?

— O que eu não consigo?

— Ai que bom, a decoração está caminho do colégio, tem que levar o Simon e o Jace para lá, Maia e Jordan nos esperam para começarmos a preparar tudo.

— Fácil, okay, estamos a caminho.

— Ótimo , vem logo.

Ligação off.

Entrei no carro correndo e fui dirigindo bem depressa, vi um caminhão chegando do lado oposto da escola e fui até ele correndo. O motorista era muito alto, eu me senti uma completa anã.

— Tem que assinar.

Eu peguei a caneta da sua mão e a prancheta e assinei, dei um sorriso pra ele, ele sorriu de volta, parecia ser bem jovem. Vi o carro da Izzy estacionado do outro lado, eu dei um aceno para o entregador e vi Jace encostado no poste com cara feia, imaginei ser ciúmes.

— Oi amor.

Ele nem respondeu, só me beijou bem desesperado devo admitir.

— Ei, calma lá, minha boca não vai fugir daqui. Ciúmes?

— Eu sei que devo confiar em você mas não dá.

— Então acho bom confiar, porque eu não quero que tenha crise de ciúmes no baile.

— Nós vamos juntos certo?

— Juntos? Que eu saiba ninguém me convidou ainda.  Cadê a...

— Se você ia dizer Maravilhosa... Aqui estou eu meu bem!

Eu abracei ela e dei um beijinho na bochecha, Simon veio e me pegou no colo e me girando ele disse:

— Oi ruiva.

— Oi nerd, pode me botar no chão agora?

Ele riu e me botou no chão.

— Obrigada.

— Vamos começar logo?

— Claro, Simon ajuda a descarregar o caminhão e Izzy liga para a Maia e pergunta onde ela e o Jordan estão.

— Tá.

Eu ia até o caminhão mas o Jace me puxou.

— O que foi?

— Quer ser minha acompanhante no baile?

Eu ri.

— Claro que sim.

Ele me abraçou e me deu um selinho.

— Depois vocês continuam a fofura, vamos arrumar logo esse baile.

— Maia! Cadê o Jordan?

— Estacionando.

— Okay, vamos descarregar o caminhão.

Todos fomos tirar as coisas do caminhão, o entregador deu umas olhadas para mim e Jace cortava na hora, eu ria mas era bom porque onde tem ciúme tem amor.

— Acabamos.

— De começar só se for.

— Vamos logo arrumar a quadra.

Começamos a arrumar a quadra, limpamos e enceramos o piso, os meninos instalaram um palco médio, enquanto eu e Maia pendurávamos a faixa: Baile de Máscaras, sim isso estava nos cartazes da escola e quem estivesse sem máscara não entraria.

— Tá torto.

— Você poderia vir aqui e ajudar.

— Eu estou ajudando, estou dizendo que está torto.

— Vem aqui e ajuda Isabelle!

Ela assustou e subiu na escada assim que eu desci.

— Mais para a direita.

Elas mexeram para a direita.

— Foi muito, mais para a esquerda.

Elas mexeram para a esquerda.

— Meio.

Elas mexeram para a esquerda depois para a direita.

— Tá ótimo! Não mexam.

Elas desceram com muito cuidado e tiramos a escada, elas vieram para o meu lado e olhamos a faixa.

— Eu desenho muito bem.

— Você é muito metida dona Clarissa Lightwood.

Eu fiquei sem graça e continuamos, penduramos os balões vermelhos, pretos e brancos, penduramos várias fitas na entrada da quadra e decoramos o caminho com um tapete vermelho gigante.

— Tá ótimo.

— Vamos ver se os meninos terminaram o palco.

Caminhamos da entrada até a quadra e vimos tudo brilhando, o palco e os instrumentos estavam lá prontos e os meninos estavam arrumando as mesas.

— Querem ajuda ?

— Seria bom.

Eu ri e fui até a mesa que Jace estava arrumando, coloquei o pano vermelho, e por cima um branco e o arranjo de flores com balinhas em volta, pode comer mas era de enfeite mesmo.  

— Acabamos ?

— Sim, o buffet chega amanhã e arrumamos a mesa de comidas e bebidas, e eu pedi uma ajudinha de um amigo para trazer o álcool.

— Izzy você não presta.

— Que horas tem ?

— 17:30 Izzy.

— Jesus Cristo! Clary e Maia temo que ir no shopping comprar os vestidos e as máscaras agora.

— Podemos ir ?

— Não, é surpresa, tchau, tchau e tchau.

Ela me puxou e puxou a Maia, tadinha ela nem queria ir, ela empurrou a gente para o carro e assim que entrou ela arrancou o carro não deu nem tempo de colocar o cinto porque por mais que eu ame a Izzy ela não dirige bem sobre pressão.

—Isabelle vai devagar!

— Maia xiu, temos 5 minutos para chegar na loja antes que feche.

Ela dirigia voada, e assim que chegamos na loja vimos que era bem vintage.

— Você pesquisou ?

— Sim. É uma loja vintage que vende fantasias combinadas com as máscaras.

— Que idiotice isso! Podemos ir logo no shopping?

— Máscara primeiro dona Maia.

Os vestidos da loja eram lindos, e as máscaras também, escolhemos nossas máscaras rapidamente e corremos para o shopping para comprar os vestidos. Fomos a loja favorita da Izzy, danse de style uma loja francesa cara, compramos os vestidos, sapatos e as joias.

— Maia meu amor, terá que tirar esse colar de lua.

— Não, Jordan disse que tenho que usar até ele me revelar o segredo que ele tem mais vergonha.

— Sobre o quê é o segredo?

— Se eu pelo menos soubesse... Ele não me conta só disse que seria grande, afetaria á todos nós.

— Clary, temos que ir na biblioteca do Luke, agora.

— O que vocês sabem que eu não sei?

— Meus pais biológicos e adotivos sabem sobre um tal de “Idris” que queremos descobrir quem é ou o que é.

— Vamos agora, Luke volta que horas das “férias” com sua mãe?

— 22:30.

— Temos tempo de sobra vamos logo temos que descobrir o que eles sabem e não nos contaram.

— Não crie expectativas Izzy.

— Maia, você pode não conhecer a minha mãe mas ela me falaria se fosse uma coisinha insignificante mas não! Ela não me disse nada... Tenho que descobrir pode ser uma coisa grande. Sinto que seja.

Saímos da loja apressadas e fomos para a minha casa, assim que entramos deixamos as sacolas no chão e corremos para a biblioteca particular. Depois de uma hora de procura por “Idris” ou alguma coisa referente a esse nome, eu parti para a outra porta, protegida com senha.

— Alguém disposta a tentar a senha?

— Bom, tente o aniversário de casamento deles.

Tentei e nada.

— Tem algum botão de dica?

— Izzy, isso não é um jogo.

— Pior que tem.

Apertei e uma voz falou: “O dia em que você finalmente conseguiu uma família, 10 segundos para bloquear totalmente”

— Ganhou uma família?

— É, pensem o dia que ele conheceu a Jocelyn. Talvez.

A voz falou de novo: “5 segundos”

— Quando foi que o Luke ficou rico?

— Já sei.

Eu digitei minha data de aniversário e a porta se abriu. Era uma sala toda escura mas quando entramos vimos que tudo se acendia, tinha mais livros, armas, etc.

— Clary... Acha que sua mãe sabe sobre isso?

Eu olhei em volta, tinha várias fotos do Luke e da minha mãe, Maryse com um homem que eu não sabia quem era...

— Acho.

— Vamos procurar logo. Quero poder tirar satisfação com a minha mãe.

— Cala a boca Izzy! Estou tentando me concentrar aqui. Eu sinto algo nessa sala. Uma lembrança.

De repente tudo ficou branco e eu me vi pequena olhando aquela sala com a minha mãe do lado. Até que eu voltei, vi tudo claro, apontei para onde achava que o livro estava.

— Ali.

Achei um livro escrito: História dos Caçadores de Sombras.

— O que diz aí?

— “Os caçadores de sombras, são caçadores de demônios que salvam o mundo dos mundanos ingênuos.”

— Estou começando a achar que minha mãe tem que me explicar muitas coisas.

— Jordan sabe sobre isso? Será que esse é o segredo?

— “Caçadores são metade humanos e metade anjos, tem sangue do anjo Raziel. Eles nasceram em Idris, pequena cidade que nenhum mundano pode entrar” Gente, será que é isso que somos?