Never Stop escrita por Ellen Freitas


Capítulo 15
"I will never stop holding your hand"


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, galeraaaaaaa!!!
Lá vem a Ellen, na maior cara de pau, com quase uma semana de atraso nas postagens!!

Como vocês ficaram esses dias sem mim? Morrendo de saudades, não foi?
~Bem menos, né quirida?~ #sorry

Enfim, esse capítulo vai especial para a Ka Duarte e a LarryGouu, que favoritaram a fic!!
Sem mais enrolações por aqui, boa leitura e até as notas finais!!
Bjs*



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Dei um pequeno salto de susto quando Laurel bateu a mão com força no tampo da mesa do capitão da polícia da delegacia onde estávamos, e voltou a fazer sua caminhada frenética pela sala.

Meus dentes já estavam terminando de roer todo o esmalte das minhas unhas, quando Tommy segurou meu antebraço, me levando para um lugar com cadeiras ali mesmo no corredor.

― Fica calma. ― O moreno tirou gentilmente a mão da minha boca e depositou sobre meu colo. ― Ollie vai sair dessa.

― Você não sabe disso. ― Tentei voltar a roer minhas unhas e ele agora segurou minha mão.

― Não é a primeira vez que isso acontece.

― Mas é a primeira vez que ele está com a presidência por um fio. ― Tommy sorriu. Meu Deus, o louco estava sorrindo!

― Estou rindo porque, dessa vez, Laurel está do lado dele. ― Ah, tá. O apaixonado em ação.

A porta se abriu e Laurel saiu com o homem que tinha na faixa dos seus cinquenta anos e usava um uniforme cheio de emblemas.

― Você ainda vai me render uma suspensão, Laurel. ― O homem resmungou.

― Não faça tanto drama, pai.

― PAI? ― tapei minha boca depois do grito descontrolado que soltei. ― Me desculpe, você disse pai? Seu pai é capitão da polícia? ― Laurel rolou olhos, caminhando e conversando com o policial pelo corredor. ― Você tá muito ferrado ― confidenciei a Tommy antes de segui-los. ― John. ― Chamei a Diggle que andava de um lado para o outro ali perto.

― Seguinte ― Capitão Lance começou quando paramos diante de uma porta fechada. ― Isso que o namoradinho de vocês se envolveu é uma investigação federal, eu não posso fazer muita coisa, além de deixar que falem com ele por pouco tempo. E claro, dar um jeito de amenizar a culpa dele.

― Oliver é inocente. ― Não hesitei em defendê-lo, mesmo sem saber da história toda. Mas considerando o quão surpreso ele ficou mais cedo na QC, eu não tinha dúvidas que tinha algo muito estranho na história.

― Seria a primeira vez, mocinha. Dez minutos.

Laurel tomou a dianteira, sendo seguida por Tommy e Diggle. Tive que respirar fundo para não chorar quando entrei e o vi com algemas prendendo seus punhos à uma barra de metal da mesa.

― Você não deveria estar aqui. ― Foi a primeira coisa que ele disse, seus olhos fixos aos meus.

― Você vai explicar direitinho no que se meteu, Oliver! Que diabos você tem a ver com estelionato e lavagem de dinheiro? ― Como mais cedo em sua sala, ele ainda parecia estar entendendo tanto quanto nós aquela coisa toda.

― Essa eu sei. ― Ergui minha mão. ― Teoricamente, Oliver assinou documento ontem, por volta das seis e meia da noite com Damien Dark. Acontece que esse cara já estava no sistema do FBI, e estava sendo procurado, até que entrou no radar quando se envolveu com as Consolidações Queen.

― Você hackeou o sistema da polícia e do FBI. ― Dig afirmou. Assenti constrangida, mas aquilo não era importante no momento.

― Eu estava nervosa e entediada!

― E eu não faço ideia quem é Damien Dark ― Oliver se defendeu, resquícios de um sorriso de orgulho ainda em seu rosto.

― Talvez você o conheça por Kenneth Bender ― expliquei.

― O misterioso investidor markoviano! Porra, Oliver! ― Laurel explodiu. ― Você assinou a merda do contrato sem me consultar!

― Meus pais estavam tentando foder meu cu, eu tinha que fazer alguma coisa!

― Parabéns! Seu cu está oficialmente fodido! ― ela ironizou.

― Ok, começar a brincar do jogo da culpa não vai ajudar ninguém agora.

― Você não entende, Tommy. Não é como a vez que ele destruiu um patrimônio público ou foi pego com drogas em uma boate. Foi crime federal!

― Assim como invadir o sistema do FBI, mas ninguém está vendo algemas em mim. ― Arregalei os olhos para as palavras que tinham saído da minha boca. ― Por favor, não digam a ninguém o que eu acabei de confessar. ― Apressei em dizer. ― O meu ponto é...

― Você realmente tem um? ― Laurel, a estressada, rebateu.

― O meu ponto é... ― continuei sem me abalar. ― Posso provar que ele não estava ciente de nada disso. Tenho atas e relatórios detalhados de todas as negociações da QC, além de que, o tal Bender não tem o nome sujo, Dark sim. ― O cérebro da minha adorável colega de trabalho já parecia funcionar a mil enquanto absorvia cada uma das informações que eu lhe passava.

― Preciso de tudo isso.

― Bem aqui. ― Lhe estendi o tablet no momento que uma policial com uma jaqueta do FBI entrou na sala. Seus olhos castanhos encararam Oliver, Laurel e Tommy com surpresa. ― E isso só fica melhor e melhor ― murmurei para mim mesma, sentando-me na cadeira à frente de Oliver. O passado podia ficar só no passado, pra variar!

― Mackenna! ― Tommy exclamou animado, recebendo um olhar mortal de Laurel que o fez se encolher em um canto e não dizer mais nada.

― Mackenna Hall. ― A loira franziu os lábios em irritação.

― Laurel Lance. ― A outra rebateu com igual estresse.

Segura, que agora a treta vai ser séria!

Acontece que eu não fui a única inimizade que a Laurelzita arrumou durante o colégio. Ela tinha duas melhores amigas, também conhecidas (apenas por mim) como “torcedoras do inferno de Felicity Smoak”, uma delas era Helena Bertinelli e a outra Mackenna Hall. As duas morenas a seguiam para todos os lados todo o tempo, com exceção de quando estavam enfiadas nas calças de Oliver Queen.

A infidelidade dele não era novidade para a Lance, mas a de suas amigas foi, e tudo nos rendeu uma das maiores brigas com puxões de cabelo na metade do último ano. O maldito causador de tudo não estava mais nem lá para ajudar a separar, e as três acabaram ganhando uma boa semana na detenção. Eu lembro disso porque foi uma das poucas vezes que meu azar deu uma trégua e foi atacar Laurel.

Olhei institivamente para a porta, vai que Helena resolvia aparecer ali também. Custava nada, a merda já estava no ventilador mesmo...

― Eu vou ter que pedir que todos se retirem. ― Mackenna falou polidamente, controlando a raiva. Eu também estaria com raiva se encontrasse a garota que arruinou meus últimos meses no ensino médio. Ah é, eu encontrei.

― E eu vou ter que pedir que você averigue os fatos antes de prender meu cliente injustamente. O senhor Queen caiu no meio desse joguinho mal investigado entre o FBI e o tal de Dark, e não deve ser punido por incompetência alheia. ― Todos nós ficamos espantados com o que ela disse, que parecia bem firme de suas palavras, firmadas apenas na minha. Só espero mesmo não estar errada.

― Espero que possa provar isso, senhorita Lance, ou vou prendê-la agora mesmo por desacato. ― Laurel rolou olhos fazendo pouco caso da ameaça.

― Por favor, detetive Hall, me acompanhe e vamos logo poupar ao país mais um gasto desnecessário em um julgamento injusto. Vou ajudar vocês nessa e podem voltar a caçar quem realmente importa, e até onde sei, ainda está solto. ― As duas saíram, uma pisando os saltos mais firmes que a outra.

― Laurel. É. Foda. ― Assumi impressionada.

― Eu te disse ― Tommy falou orgulhoso.

― Vocês podem... ― Não percebi a quem Oliver se direcionava, até Dig e Tommy saírem da sala de fininho nos deixando a sós. Ele tomou minhas mãos entre as suas. ― O que faz aqui, Felicity? ― Senti uma dó imensa do jeitinho como ele me olhou. Tinha tristeza, preocupação e vergonha. ― Isso não é lugar para você.

― Nem pra você. ― Comecei a fazer círculos com os polegares no dorso de suas mãos, sorrindo confortadora.

― Fiz besteira, eu sei.

― Não se preocupe, posso apostar que Laurel já tem o discurso da bronca prontinho para quando ela te tirar daqui. ― Arrisquei um sorriso. ― Não vou te apoiar nessa, baby, você vai ter que enfrentar a raiva dela mais cedo ou mais tarde, mas saiba que entendo. Ainda não concordo com isso, mas entendo a pressão que você estava passando e porque tomou uma decisão ruim.

― E eles sequer vieram aqui para me ver. ― Sua voz ficou distante ao se referir aos pais e usar o máximo do comprimento da corrente para massagear as têmporas.

Quase chorei novamente ao vê-lo ali, tão vulnerável, tão triste. Me ergui do meu lugar e parei ao seu lado, envolvendo meus braços em seus ombros, transmitindo o máximo de conforto que consegui. Oliver descansou a cabeça em meu peito, aninhando-se como um gatinho manhoso que precisava de carinho.

― Vamos ficar bem. ― Beijei seus cabelos curtos. Ele virou o pescoço para me olhar nos olhos e beijar meus lábios de leve.

― Obrigado.

~

Meus dedos trabalhavam frenéticos no teclado do notebook enquanto meu celular estava equilibrado entre minha orelha e meu ombro. Senti um arrepio quando ele afastou meus cabelos para o lado e beijou minha nuca.

Eles vão tirar todas as queixas e ele ainda vai sair como herói injustiçado.

― Não que isso vá barrar a mídia, de qualquer forma. ― Mordi o lábio para não rir, quando Oliver pareceu gostar da brincadeira e já distribuía beijos por toda a pele livre das minhas costas.

Já tenho alguém cuidando disso. ― Não contive mais o sorriso quando ele chegou mais perto de onde eu estava sentada no chão e sua boca e barba foram fazer cócegas em meu pescoço. Assim você dificulta, hein, senhor Queen?

― Ótimo.

Ah, e avisa pro Oliver que amanhã ele já pode voltar pra QC.

― Sem problemas, aviso ele. ― Nesse ponto, eu já tinha largado o relatório que tinha que terminar com meu chefe, e mal processava direito o que Laurel dizia. Mas também, como fazer isso com um homem daqueles me trazendo para seu colo e borrando meu batom?

E avisa também para ele parar de te agarrar quando estivermos tratando de assuntos sérios de trabalho, por favor. ― Prendi a respiração quando percebi que ela sabia o que estava acontecendo desse lado da linha, e logo saltei do colo dele para meu lugar inicial no chão de uma das salas de estar da mansão Queen.

― Aviso com certeza ― respondi sem jeito, sentindo meu rosto esquentar. Mas para minha surpresa, ela riu. ― Até mais, Laurel.

Tchau, Felicity. ― A linha ficou muda.

― Você é impossível. ― Bati em seu braço forte.

― Você gosta. ― Sorriu presunçoso.

― É, mas agora Laurel sabe da gente.

― Ela já sabia, morena. Laurel não é burra, além do mais, se Tommy sabe, Laurel também fica sabendo pouco depois.

― Tommy sabe? ― questionei assustada.

― Ele é meu melhor amigo, claro que sabe. Agora você pode, por favor, parar de falar para que eu possa voltar a te beijar?

― Não sei, você não está merec... ― Oliver não esperou que eu terminasse a minha fala e já me puxou para seu colo novamente, seus lábios sobre os meus em um beijo lento, suas mãos trabalhando ansiosas na barra da minha blusa, deixando o rastro dos seus dedos em minha cintura pegando fogo.

― Ok, ok, crianças, vão namorar em outro lugar! ― Meu coração quase saiu pela boca quando Thea entrou na sala batendo palmas para chamar a atenção. ― Quero ver TV ― decretou. Escondi meu rosto corado no ombro dele, e o ouvi resmungar um palavrão em protesto.

― Thea, tem no mínimo mais umas vinte televisões nessa casa!

― Mas quero ver nessa. ― Riu provocativa antes de se jogar no sofá atrás de nós. Engraçado como essa minha coisa com Oliver havia se tornado motivação de piada para todo mundo!

― Isso é para você nunca mais reclamar do tamanho da minha casa. ― Dei dois tapinhas em seus ombros, levantando de cima de suas pernas e pegando meu computador. ― Amanhã nos vemos no escritório.

― Ei, espera. ― Ele me deteve pelo braço antes que eu saísse. ― Podemos aproveitar o fim da tarde para correr na orla da Baía, o que acha? ― Franzi o nariz para a ideia. Nunca fui muito esportista. ― Não faz essa cara.

― É que não sou muito dessas coisas, Oliver.

― Qual é, não custa nada! E eu preciso aliviar a tensão de algum jeito, e como você e minha irmã não colaboram... ― Thea fez uma continência para ele do sofá, sem desviar os olhos da tela.

― Não trouxe roupa pra isso.

― Pegue qualquer coisa no armário dela. ― Apontou com a cabeça para a irmã. ― Vamos, por favor?!

Como negar alguma coisa para o maldito sorriso?

~

Tremi de frio quando abri a porta do carro dele estacionado perto da água.

Não. No. Non. Pas. Nicht. Ani. Eu não ia sair daqui mesmo! Cruzei os braços, fazendo beicinho, como uma criança birrenta que não quer sair do carro em frente ao consultório do dentista. Oliver desceu e deu a volta, parando na minha frente no lado do carona.

― Ah, vai sim! Eu venci as outras três batalhas, o que te faz achar que vou perder essa? ― A primeira guerra foi para me fazer aceitar o passeio. A segunda foi para encontrar algo de Thea que servisse em mim, e por último, me convencer a usar.

― Mas está congelando aí fora! ― reclamei. ― É fácil para você e seu moletom quentinho. ― As roupas de ginásticas de Thea poderiam até ser confortáveis e caríssimas, mas aquela legging e top não eram nada bons para uma temperatura de dez graus.

― Se for só por isso. ― Ele passou o agasalho pelos braços e o jogou para mim. ― Podemos, senhorita?

― Imbecil insistente ― grunhi enquanto vestia sua roupa e aceitava a mão que ele me ofereceu para descer do carro.

O moletom verde de capuz ficava gigante em mim, mas pelo menos agora o risco de hipotermia estava reduzido. Olhei para seus braços nus pelas mangas curtas da camiseta que ele usava por baixo e soltei outro resmungo inconformada pelo fato daquele bastardo nem sentir frio.

― Tá, como começamos? ― Oliver gargalhou. Na minha cara. Sem cerimônias. Por que me apaixonei por ele mesmo?

― Você não é nem pouco esportista mesmo, hein?

― Me dê um computador com um bom wifi que eu entro em qualquer sistema de esportes do mundo e me declaro campeã.

― Ninguém te supera nisso, Felicity, não temos dúvidas. ― Ele se agachou e começou a se aquecer, me fazendo repetir o movimento de um jeito meio torto. ― Aliás, muito obrigado de novo.

― Pelo quê?

― Você e Laurel mais uma vez salvando meu traseiro.

― Seu traseiro é nossa responsabilidade. ― Dei um tapa na minha própria testa quando as palavras já haviam escapado, lhe arrancando outra gargalhada. ― Pare de rir, você me entendeu.

― Agora chega de brincadeiras. ― Ele ergueu-se de um pulo, segurando minhas mãos para me ajudar a ficar em pé, depois do nosso breve aquecimento. ― Hora de correr.

― Ah, Oliver. ― Persistência era meu segundo nome, e eu iria até o fim para dissuadi-lo da ideia. Tentativa inútil.

― Beijo de boa sorte? ― Oliver sugeriu com o sorriso de lado, antes de segurar o tecido grosso entre os dedos e me puxar para si, seus lábios gelados tomando posse dos meus, nossos rostos escondidos dentro do capuz. ― Podemos ir agora.

Acompanhar seu ritmo era difícil, principalmente para uma sedentária como eu, mas no fim das contas, estava sendo divertido sair da frente do teclado e mexer um pouco com meus músculos. E ainda tinha o bônus de ter Oliver Queen como personal trainer, que vez ou outra roubava um beijo ou quase me derrubava em um abraço exagerado.

Quando ele me deixou na porta do meu apartamento já era noite, eu estava exausta, e ele concordou relutante em não entrar, nos despedindo apenas com mais um beijo de boa noite. Eu estava feliz, como nunca pensei estar.

~

― Oliver, eu falei claramente que não era para você ir me buscar hoje. ― Cumprimentei o guarda da entrada da QC com um aceno de cabeça e caminhei em direção aos elevadores com o celular no ouvido.

E eu falei claramente que ia ― justificou-se.

― Eu sabia dirigir antes de começar a sair com você, não desaprendi a arte da direção, relaxe. ― Testei um sorriso, mas ele não me acompanhou. ― Qual é, não fica chateado. A gente vai se ver em quinze minutos, tenho certeza que nem eu nem você morreremos até lá.

Mas na QC você é toda cheia de regras sobre beijos no horário do expediente!

― Não são minhas regras, são suas! Quer dizer, da empresa que você é o CEO e deve dar exemplo.

Por favor, Felicity, você, mais do que ninguém, sabe que eu sempre fui o primeiro a quebrar essas regras.Oh, se sei! Laurel não foi a primeira a ser pega por mim aos beijos com Oliver em algum canto não tão escondido nos primeiros meses.

― Porque é um indisciplinado!

Que seja. Dig, vamos para a empresa, ela já chegou lá.Eu te falei, mas você é teimoso demais para ouvir qualquer um. Ouvi a voz do motorista dar-lhe uma bronca. ― Você sabe que sempre te ouço, querido John.Cala a boca e entra logo no maldito carro, Oliver! Terminei rindo dos dois. ― Até daqui a pouco, amor.

― Tchau.

― Ollie realmente sabe colocar um sorriso no rosto de uma mulher na manhã seguinte. ― Laurel comentou, quando nem percebi que as portas estavam abertas e ela me observava batendo uma caneta na mesa.

― Ei, ei! Nós não transamos! ― Me defendi caminhando até a minha mesa.

― Já sei, está enrolando o coitado por um tempo. ― A loira balançou a cabeça como se concordasse comigo. ― Também é uma boa estratégia, Smoak.

― Não uso de estratégias com Oliver, senhorita-vou-usar-Tommy-Merlyn-só-pra-sexo-e-depois-recusar-o-pedido-de-namoro! ― Seus olhos verdes cresceram um par.

― Quem te disse isso? ― Quando dei de ombros, ela pareceu entender quem poderia ter sido. ― Tommy, claro. O maldito não consegue controlar a droga da língua!

― Língua que você gosta, até onde sei ― alfinetei. Estava amando essa posição de provocar Laurel no aspecto amoroso, quando eu sempre fui vítima de suas piadinhas.

― Cala a boca.

Pensei que a conversa já estava encerrada, já estava ligando os computadores quando ela voltou a falar comigo.

― É complicado, comigo e Tommy. Quer dizer, ele foi meu estepe de Oliver a vida toda, só que as coisas estão meio estranhas ultimamente. ― Ok, Felicity, engula sua surpresa e ajude seu amigo.

― Porque você começou a gostar dele de verdade, é tão claro!

― Viajou, nerd. ― Ela desdenhou com a mão.

― Ai meu Deus, Laurel, acorda! ― Caminhei até ficar com as palmas na mesa dela. ― Ele te ama, já disse isso. Tommy não é mais o mesmo e quer um compromisso sério com você. ― Pausa dramática. ― Mas ele ainda é Tommy Merlyn, então quanto tempo você acha que isso ainda vai durar, se você continuar dispensando e maltratando o coitado?

― Quanto ele está te pagando? ― Sorriu amarelo.

― Não desvie o assunto com suas piadas sem graça e pose de durona. ― Apontei um dedo em sua direção. ― Se gosta dele, o que é bem óbvio, apenas aceite a droga do pedido e faça ele parar de encher meu saco em busca de conselhos amorosos! ― Depois da minha frase de efeito, voltei para minha cadeira.

― Fiquei assustada, droga! Tommy nunca namorou, tipo, nunca! E não foi por falta de pedidos, porque sim, as meninas o pediam em namoro. E quando ele me veio com a história do “eu te amo” e já mandou o pedido em seguida, não consegui fazer outra coisa, senão não recuar! Você aceitou de cara? ― Ela perguntou depois do seu breve discurso que até me fez entender um pouco o lado dela.

― O quê? ― questionei confusa.

― Ele não pediu, não foi? O retardado do Oliver não te pediu em namoro! ― Laurel atestou com um pequeno soco na mesa.

― Concordamos em ir devagar ― expliquei.

― Mas você quer. ― Senti minhas bochechas corarem com o rumo que a conversa estava tomando. ― Caralho, você quer, e muito!

― Cala a boca, vareta! Não vou receber conselhos da pessoa que só teve amigas que queriam roubar seu namorado!

― Minhas amigas não queriam roubar meu namorado! ― Pigarreei e dei dois tapinhas na minha mão fechada como se fosse um microfone.

― Mackenna Hall, Helena Bertinelli, Shado Fei, Joanna de La Vega, Carrie Cutter, Samantha Clayton, Megalyn Echikunwoke, Cassie Adams, Annie Brown, Teryl Loring.... ― Levantei um dedo para cada nome. ― Eu posso continuar falando, se você quiser.

― Não, já está bom. Você não quer saber como ele era na faculdade.

― Não mesmo, principalmente agora que, acabei de perceber que ele prefere morenas. ― Franzi meu nariz em desgosto.

― Relaxe, você falou muitos nomes, mas só três realmente entraram para a história dele, do jeito bom ou ruim. Laurel Lance, Sara Lance e Felicity Smoak.

― Todas loiras.

― Exato. #LoirasNoPoder. ― Laurel piscou para mim e começamos a rir juntas, até nos dar conta no mesmo momento do que estava acontecendo ali.

Eu acabei de ter uma conversa sobre relacionamentos com Laurel Dinah Lance sem querer matá-la e que acabou com risadas? O QUÊ?

Antes que qualquer uma pudesse protestar ou mandar um xingamento para a outra, apenas para não perder o costume, meu celular tocou.

Amiga? ― Cait falou receosa do outro lado da linha quando atendi a ligação. Ela tinha voltado para Central City na segunda feira seguinte ao meu aniversário.

― Finalmente já decidiu onde quer trabalhar aqui em Star? Consolidações Queen, Palmer Tech ou Merlyn Global? Você sabe que sou influente ― brinquei.

Ahn, não é sobre mim, Fê. Mas agora estou bem mais tranquila, achei que você fosse estar surtando com isso. ― Franzi as sobrancelhas.

― Do que você está falando?

Das notícias. Você está por toda a internet!

― O quê? ― quase gritei, encaixando o celular no ombro e já terminando de ligar os computadores, começando uma busca frenética.

Você e Oliver. Uma amiga da faculdade me mandou o link.

― Cait, te ligo depois, ok?

― O que foi, nerd? Você está pálida.

Ignorei a pergunta de Laurel ao encontrar fotos minhas e de Oliver ontem, correndo na Baía de Star City. Várias fotos nossas abraçados, nos beijando, ou sentados no chão, em um momento que paramos para descansar. Haviam também fotos dele em outro momento com o moletom que eu estava usando, como se aquilo provasse ainda mais o que diziam. Abri a notícia mais lida.

Nova princesa ou novo escândalo?

Oliver Queen mais uma vez chocou a internet quando foi fotografado aos beijos com uma loirinha misteriosa em uma corrida romântica pela orla da Baía de Star City. O conhecido playboy herdeiro das Consolidações Queen que estava quieto nos últimos meses, mas que esteve envolvido semana passada com um escândalo de formação de quadrilha em um esquema de lavagem de dinheiro e estelionato, finalmente parece ter encontrado “a escolhida”. Desde o fim nada discreto de seu famoso romance com Laurel Lance, o loiro apenas tinha sido visto com mulheres aleatórias em noitadas regadas a bebidas e drogas, até o fim dessa tarde. Mas será que ele conseguirá se manter fiel a essa coitada, ou ela seria apenas a próxima vítima do charme Queen?

Oh, Deus! Senti meu estômago revirar de desespero.

Fo.deu.


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Notas finais do capítulo

Ferrou tudo, Felzinha tá na mídia!!
E essa amizade estranha dela com a Laurel? O que estão achando?
E vamos levantar a tag #TheaInconveniente Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Quero saber tudo nos reviews, viu?
Favoritem, comentem, recomendem!!
Bjs*