Wrong Number escrita por Clarice Reis


Capítulo 5
Pandemonium


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas ♥ Quero pedir mil desculpas pela demora, mas aqui está mais um capítulo.
Tenho algumas coisas pra dizer para vocês, então vamos por tópicos.

1- Eu vou fazer uma viagem de mais ou menos 20 dias e não sei se vai dar para atualizar a história durante esse período. Juro que farei o possível, mas não posso garantir nada. Queria avisar para que vocês não ficassem pensando que eu tinha abandonado a história ou algo do tipo, mas acho que ainda posto mais um capítulo antes da viagem.

2- Tem uma história nova chegando! Estou começando a trabalhar em uma nova fanfic Malec e estou super ansiosa para postar. Eu gostei bastante da ideia e espero que vocês também gostem. Vou deixar uma pista para vocês, vai ser uma songfic inspirada em uma música da Sia (rainha suprema). Só posso dizer que quando escutei a letra automaticamente pensei no Alec. Algum palpite? haha

3- Tenho uma recomendação para fazer para vocês! Minha amiga, Zabalza, está escrevendo uma fanfic de TMI que é simplesmente sensacional. Tem Sizzy, Malec e um pouco de Clace. Para os que se interessarem, aqui está o link
https://fanfiction.com.br/historia/684563/Noiva_em_fuga/



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Minha troca de mensagens com Magnus Bane era para ter se resumido àquela noite. Nós conversaríamos, ele me daria alguns conselhos e fim. Não havia nenhum plano para mantermos contato depois. Nossa conversa tinha se estendido pela madrugada, falávamos sobre Jace, sobre o antigo amor de Magnus e outros assuntos surgiram sem que percebêssemos. Acabei descobrindo um pouco mais sobre sua vida, por exemplo, ele tem vinte e cinco anos de idade, mora sozinho e tem um gato chamado Presidente Miau. Quando se aproximava das duas da manhã, achei melhor me despedir, afinal, teria aula logo cedo. Agradeci mais uma vez pelos conselhos e depois daquilo, achei que não voltaríamos a ter qualquer contato. Por essa razão, fiquei bastante surpreso quando mais mensagens chegaram no dia seguinte.

A vida pode ser realmente irônica. Antes, tudo que eu desejava era nunca mais ter que ouvir falar sobre ele, e agora, estamos conversando como se fôssemos bons amigos. Amigos, pensei. Talvez, de toda essa situação bizarra, pudesse surgir uma amizade. Conversar com Magnus não era nem um pouco difícil. Sempre tive problemas para manter diálogos por causa do meu jeito taciturno, mas por alguma razão, dessa vez, tudo parecia ser mais fácil. Minhas mensagens curtas e diretas não pareciam incomodá-lo e sempre que eu não sabia mais o que dizer, ele puxava outro assunto. Era espontâneo, a conversa fluía e de repente, não falávamos só sobre nossa vida amorosa, mas sobre nós mesmos e qualquer outra coisa que tivéssemos vontade de dizer.

Nunca fui bom em fazer amizades, nem costumo me abrir com pessoas desconhecidas, mas a questão é que ele não parecia ser um desconhecido. Sua personalidade extrovertida era capaz de desarmar qualquer um e a forma como ele parecia entender o que eu estava passando, seria bom ter alguém assim como um amigo. Alguém capaz de me entender. Trocamos várias mensagens ao longo da semana. Não pude deixar de me sentir um pouco irresponsável por ficar usando o telefone durante as aulas, mas sinceramente, conversar com Magnus era mais interessante do que uma aula de direito tributário.

O fim de semana acabou chegando mais rápido do que eu esperava. No fim da tarde de sábado, Clary veio até o apartamento para uma sessão de filmes com Jace e resolvi que era melhor ficar fora por um tempo. Não tinha a menor ideia de para onde iria, mas não queria permanecer ali. Peguei meu casaco e as chaves do carro, disse para Jace que ia me encontrar com alguns amigos e saí. Tentei pensar em algo para fazer e optei por ir até o meu café favorito. Podia ficar lá matando o tempo durante algumas horas. Estava no caminho quando tive a ideia de ligar para Izzy. Talvez ela pudesse me fazer companhia.

— Alô – sua voz estava estranha, era como se ela estivesse nervosa.

— Oi, Izzy, está tudo bem?

— Na verdade, não muito. Eu tentei fazer um bolo, mas deu errado e agora o Simon está tentando apagar o fogo.

Isabelle Lightwood podia ser dotada de muitas qualidades, mas saber cozinhar definitivamente não era uma delas.

— Mas está tudo bem com você? – Inquiri um pouco preocupado.

— Sim, o único estrago foi no fogão, acho que vou ter que comprar outro. De qualquer forma, queria me falar alguma coisa?

— Eu ia te convidar para um café, mas acho que não é uma boa hora.

— Quer vir para cá? Estamos pensando em sair mais tarde, você podia vir com a gente.

Não estava nem um pouco disposto a segurar vela. Ia recusar o convite, mas Izzy foi mais rápida.

— Não vai ser um encontro, vamos chamar alguns amigos, você deveria vir.

Nunca me sentia à vontade quando saía com os amigos de Isabelle, porém, realmente não tinha uma opção melhor. Provavelmente Clary não iria embora tão cedo e eu não teria o que fazer até tão tarde no café. Além do mais, todos sempre me diziam que eu precisava sair mais, talvez fosse uma boa chance para tentar.

— Tudo bem, daqui a pouco eu chego aí.

Segui pelas ruas de Nova York tentando imaginar para onde Izzy iria querer ir. Conhecendo minha irmã, provavelmente seria algo como um bar ou uma boate. Não conseguia lembrar quando fora a última vez em que estive em uma boate. Estacionei na frente do prédio e quando estava prestes a entrar no elevador, senti o celular vibrar no meu bolso.

“Como você está, Alexander? Ia mandar uma mensagem mais cedo, mas o dia foi corrido”

“Estou bem. Também tive muitas coisas para fazer hoje. Como você está?”

Assim que as portas do elevador se abriram, caminhei pelo corredor e parei na frente da porta de Isabelle. Toquei a campainha, e depois de alguns segundos, Simon apareceu com o mesmo sorriso bobo de sempre.

— Oi, Alec, ela está na cozinha.

Assim que entrei na sala, pude sentir um cheiro horrível de queimado. Quando avistei minha irmã, ela estava no telefone discutindo com alguém em frente a um forno completamente destruído.

— Sinto muito, Aline, mas prometo que vou comprar um novo – assim que me viu, ela lançou um sorriso na minha direção.

Aline era a companheira de apartamento de Izzy. Ela estava viajando e só voltaria daqui a um mês, acho que ela não gostou de saber que o fogão tinha sido destroçado pelo fogo.

— Depois a gente resolve isso, ok? – ela desligou o telefone e se voltou para mim – Quanto drama.

— Você podia ter colocado fogo no apartamento – argumentei.

— Mas não coloquei – disse revirando os olhos – Estou feliz que aceitou meu convite.

— Para onde está pensando em ir? – questionei.

— Maia e Jordan querem ir para um clube chamado Pandemonium. Simon disse que por ele tudo bem, e você?

— Qualquer lugar está bom – não estava muito animado com a ideia.

— Vai ser divertido, Alec. Quem sabe você não conhece alguém interessante? – ela piscou na minha direção.

Revirei os olhos, mas não pude deixar de pensar no conselho que Magnus havia me dado. Talvez eu devesse realmente tentar.

— Maia acabou de ligar – Simon disse entrando no cômodo – Ela e Jordan vão nos encontrar lá.

— Eu só vou trocar de roupa e já volto – Izzy foi em direção ao quarto.

Um silêncio se instalou no ambiente, mas tinha consciência de que não iria durar muito.

— A Clary está na sua casa agora, não é?

— Sim.

— Eu a convidei para vir, mas ela disse que já tinha planos, imaginei que fosse algo com Jace. Eles formam um bom casal, não acha? Apesar do seu irmão ser meio idiota.

— É, acho que sim – murmurei.

Simon passou dez minutos tagarelando sobre alguma coisa que eu nem me dei ao trabalho de prestar atenção. Senti um grande alívio quando minha irmã voltou, agora usando um vestido vermelho bem justo.

— Vamos? – perguntou enquanto guardava dinheiro em uma pequena bolsa preta.

Decidimos ir no meu carro. Assim que entramos no veículo, lembrei da mensagem que tinha enviado para Magnus e peguei meu celular. Ele tinha respondido.

“Não posso reclamar. Foi um dia difícil no trabalho, mas a noite vai valer a pena”

Magnus parecia realmente ter uma vida agitada. Pela manhã, ele trabalhava para garantir que tudo estaria perfeito na boate e a noite, sempre parecia ter alguma coisa para fazer. Encontros, festas e coisas do tipo.

“Tem algum encontro hoje?”

Assim que enviei a mensagem, guardei o celular e coloquei a chave na ignição. Durante todo o trajeto, fui obrigado a ouvir minha irmã que cantava todas as músicas que tocavam na rádio enquanto eu tentava não rir das performances de Simon imitando Lady Gaga. Assim que chegamos, fiquei surpreso com a fila imensa que se formava diante da porta.

— Tem muita gente – comentei.

— É assim que você sabe que o lugar é bom – Izzy parecia estar ansiosa.

— Não se anime muito, ainda vai demorar um pouco para a gente conseguir entrar.

— Relaxa, Maia está guardando os nossos lugares – falou enquanto procurava a amiga no meio daquelas pessoas.

Posso dizer que tivemos bastante sorte. O casal estava quase no início da fila quando os encontramos. Depois dos cumprimentos, nos juntamos a eles e percebi o olhar furioso de algumas pessoas ao redor. Furar fila é errado, mas só uma vez não iria matar. Quando entramos na boate, senti meus ouvidos vibrarem por conta da música eletrônica. O ambiente era iluminado por luzes coloridas que se alternavam em questão de segundos. Muitas pessoas riam e dançavam, enquanto eu tentava não me sentir sufocado.

— Nós vamos para a pista de dança, quer ir? – Isabelle teve que gritar para que eu pudesse ouvir alguma coisa no meio de todo aquele barulho.

— Não, acho que vou pegar alguma coisa para beber.

Ela sabia que aquilo era uma desculpa, mas resolveu não insistir. Fui andando devagar no meio da multidão, tentando desviar das pessoas que dançavam ou se beijavam, até que finalmente cheguei ao bar. Sentei em um banco de frente para o balcão e pedi uma água. Não poderia consumir nada com teor alcoólico, afinal, estava de motorista, mas admito que uma bebida iria cair bem agora. Peguei o celular para ver a hora e notei um aviso de mensagem.

“Não, mas vou encontrar alguns amigos depois do trabalho. E a sua noite? Não me diga que vai passar o sábado à noite estudando”

Magnus se sentiria orgulhoso de saber que eu estava em um clube. Ele sempre tentava me incentivar a sair.

“Saí com a minha irmã e alguns amigos”

Não demorou muito para que a resposta chegasse.

“Isso é ótimo. Aproveite a noite, Alexander”

Quando levantei meu olhar da tela do celular, tive a sensação de estar sendo observado. Meus olhos percorreram o ambiente, mas não havia ninguém olhando diretamente para mim. Acho que Izzy está certa quando diz que eu tenho uma espécie de mania de perseguição. Já tinha me convencido de que não era nada, quando meus olhos captaram um homem olhando na minha direção. Ele era alto, tinha cabelos negros e suas roupas eram um tanto chamativas. Realmente muito bonito. Não pode estar olhando para mim, pensei. No mesmo instante, um sorriso surgiu em seu rosto e ele piscou. Ok, isso definitivamente foi para mim. Desviei o olhar e pensei no que faria se aquele homem viesse até onde eu estava. Os conselhos de Magnus e Isabelle ficavam ecoando na minha mente “Tente conhecer pessoas novas”, “Você tem que tentar seguir em frente”. Voltei a encará-lo, dessa vez mais confiante. Percebi que ele tinha a intenção de se aproximar, mas uma mulher veio em sua direção e murmurou alguma coisa em seu ouvido. Vi sua expressão mudar e ele seguiu a mulher até outro ponto da boate. Acho que estou sem sorte.

O resto da noite passou sem nada interessante. Não voltei a ver o homem bonito de antes, e tive que carregar um Simon completamente bêbado até o carro e depois até o apartamento da minha irmã. Ele consegue ser ainda mais irritante depois de algumas doses. No fim das contas, sair com eles não foi tão ruim quanto eu imaginava. Para ser sincero, eu me diverti. Até dancei um pouco, admito que muito mal, mas o que vale é a intenção. Quando cheguei em casa, encontrei Jace adormecido no sofá. Toquei em seu ombro e no mesmo instante, ele despertou.

— Melhor ir para a cama – falei.

Jace se espreguiçou, olhou para o relógio em seu pulso e depois para mim.

— Voltou tarde – sua voz estava sonolenta.

— Fui a uma boate – murmurei.

— Com a pessoa das mensagens? – um sorriso surgiu em seu rosto.

— Que pessoa? – inquiri.

— Você passou a semana toda grudado nesse celular, e o seu alerta de mensagem soa a cada cinco minutos – ele colocou uma mão no meu ombro – Não sou idiota, Alec, você conheceu alguém. Tenho que admitir que fiquei chateado por você não ter me contado.

— Não é nada disso – afirmei.

— Tudo bem, não vou insistir – falou erguendo as mãos em sinal de rendição.

Jace recolheu suas coisas e seguiu na direção do quarto, mas parou no meio do caminho.

— Sabe que pode me contar qualquer coisa, não é?

Havia algo naquela pergunta. Era estranho, mas Jace parecia saber que eu estava escondendo algo.

— Eu sei disso.


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