O Irmão Do Meu Sócio escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Ponto de Vista de Elle Karnezis



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Se eu dissesse que Lysandre tem agido normalmente esses dias, eu estaria mentindo. Mas resolvi não me aproximar tanto. Segundo Castiel, ele estava com ciúmes, e quase se mordendo, mas eu na verdade achava que ele estava com raiva pelo meu comportamento tão à vontade na casa dele. Eu havia invadido sua vida, me mudado para sua casa, e transformado tudo ao seu redor. Eu preciso me mudar, e isso é uma verdade iminente. Quando contei isso para Castiel, ele só franziu o cenho e disse que eu estava pensando demais, e que não tinha a mínima ideia de como eu havia chegado a essa conclusão absurda.
Quando Lysandre desceu as escadas e nos chamou para ir, eu tenho que admitir que quase deixei o queixo cair. Ele estava mais despojado, de jeans e blusa, usando somente seu casaco e lenço de habituais. Claro que ele ficava lindo em estilo vitoriano, mas também era incrível assim. Parecia aquela vez que eu fora ao desfile da Calvin Klein e passei mais ou menos três horas congelada de tanta beleza masculina ao meu redor, exceto que dessa vez bastou o Lysandre para me fazer ficar assim.
    - Vamos. – disse Castiel levantando do meu colo e me acordando do meu transe.
Eu levantei logo em seguida, indo para a porta e dando tchau para Leigh e Rosalya que passavam por nós, tendo acabado seu trabalho na loja. Eu havia pedido um táxi e ele já nos esperava na porta da casa. Nós entramos e eu sentei na frente, enquanto os meninos iam no fundo. Normalmente, entre Castiel e Lysandre o clima sempre era calmo e brincalhão. Porém, hoje, estava meio tenso. Eu notei que o heterocromático nem olhou direito para Castiel, enquanto o ruivo parecia cansado.
Quando chegamos ao evento, no entanto, eles pareceram levemente esquecidos de suas diferenças. Os dois estavam muito empolgados em ver os jornalistas se arrumando em cadeiras de madeira e o pequeno palco do Heavens bem à frente. Paguei o motorista e passamos pelos seguranças que estavam na porta de vidro. Peguei na bolsa de mão os passes VIPs que tinha e dei um a cada um dos meninos, usando o terceiro eu mesma. Como ninguém se incomodou em chamar nenhum amigo, seríamos só nós três. Então eu passei pelas cadeiras e fui até uma porta ao lado do palco com o nome “Camarim” e dois seguranças enormes parados ao lado. Ergui meu passe VIP e os meninos fizeram o mesmo, e eles acenaram positivamente para que nós passássemos.
Quando entramos, a banda parou o que estava fazendo e nos olhou. O vocalista de cabelos pretos e olhos azuis, George, estava aquecendo a voz e com uma garrafa de água na mão, em pé perto da janela. O baterista, Matthew, um loiro de olhos verdes, estava jogando as baquetas para o ar e as pegando, deitado no sofá. Os gêmeos guitarristas, ambos de cabelos castanhos e olhos azuis claros, James e Jason, pararam de jogar palhetas um para o outro. Foi um minuto de silêncio. E então um minuto de barulho caótico, aonde todos vieram me cumprimentar, me abraçar e me rodar, dizendo que eu estava linda.
    - Anjo! – sorriram os gêmeos enquanto falavam em uníssono – Que saudades!
    - Já faz tempo. – concordei sorrindo – Não os vejo desde o show na Inglaterra, como estão vocês?
    - Estamos superando a sua perda. – sorriu Matthew, vindo até mim e me beijando a testa.
    - Sentimos sua falta nos ensaios. – frisou George, me abraçando.
    - Esses são Castiel e Lysandre, meus amigos. – apresentei – Esses são os Heavens. Os gêmeos guitarristas são Jason e James. – apontei cada um, que acenaram – George é o vocalista e o baterista mal-encarado é o Matthew.
Dizer que o loiro era mal-encarado era elogio. Na verdade, Matthew já foi parado dezenas de vezes pela polícia só pelo seu visual de punk e revoltado, com os cabelos picados e o sorriso ameaçador. Na verdade, se você se importasse o suficiente para tentar conhecê-lo, ele é um amor de pessoa. Além de ter um ótimo senso de moda feminina.
    - Quem te deu essa ousadia, ein, sua pirralha nanica? – perguntou Matthew, passando a mão pelos meus cabelos e os bagunçando todo.
    - Seu tiozinho mau. – falei, me fazendo de magoada enquanto os gêmeos tomavam meus lados.
    - Com licença, você precisa de uma permissão nossa por escrito para tocar a nossa amada. Você a tem? – disse James.
    - Sua amada? Que sua amada? – disse Matthew largando as baquetas e me pegando, colocando no seu ombro como um saco de farinha – Todo mundo sabe que ela é minha namorada.
    - Garotos, por favor... – resmungou George enquanto me ajudava a descer – Não fiquem provocando minha esposa.
Então eles começaram a falar alto, todos juntos, enquanto eu ria das brincadeiras. Na verdade, assim como muitas bandas, eu era uma espécie de patrono deles. Quando eu comecei a andar com o Matthew, toda a banda ficou mais conhecida. Há rumores de que ele terminou comigo para focar em sua carreira, mas na verdade nós nunca tivemos nada. Eu não era o seu “tipo”, se é que você me entende. Castiel ergueu a sobrancelha para mim e fez um gesto de tesoura, como que eu deveria cortar toda a brincadeira. Quando olhei para Lysandre, ele parecia furioso e tenso como um leão.
    - Meninos. – chamei e eles imediatamente focaram em mim – Vocês não deveriam estar se preparando para o show?
    - Ah, claro. – resmungaram os gêmeos.
    - Não. – respondeu Matthew e me puxou para o sofá, para sentar do lado dele – Vocês aí, sentem também. – ele apontou Castiel e Lysandre – E então, nanica, como anda sua vida?
    - Eu não sou nanica. – tentei me defender.
    - Você é sim. – ele pôs um braço na minha cabeça como um descanso e riu da minha cara de chateada – Aceite que dói menos. Mas a loja está bem? O Leigh tem te tratado direitinho?
Desde que soube do show dos meninos, eu havia ligado para o Matthew e lhe contado as novidades. Ele quase me surdou quando descobriu que eu estava em seu país natal, e disse que se eu não viesse me arrastaria pelos cabelos pessoalmente. Eu vim, né.
     - Sim, todos estão sendo muito gentis, mas eu devo me mudar logo. – eu disse – Há um limite para quanto se pode abusar da hospitalidade alheia. – sorri um tanto sem graça.
    - Você sempre pode ficar na minha casa. – disse Matthew simplesmente – Podemos dividir o meu quarto. – ele sorriu.
    - Não. Já chega de acordar com você todo esparramado e eu encolhida no lado da cama. – eu sorri.
    - Mas a melhor parte é te empurrar para o chão logo pela manhã. – ele disse fazendo uma cara de desapontado.
    - Vocês não deveriam conversar assim perto de gente que não os conhece. Eu já estou até vendo a hora que os olhos dos amigos da Elle vão saltar para fora. – disse George sorrindo.
    - Ah, é mesmo. – Matthew olhou para os dois – Olá, eu sou o Matthew. Não me chamem de Matt. Sou o melhor amigo da Elle, e também gay, só para constar.
Então Castiel começou a tossir enquanto Lysandre relaxava ao meu lado. Pude sentir que o ruivo estava morrendo de vontade de rir.
    - A propósito, e aquele seu namorado? Ainda está com ele? – perguntei.
    - Não, ele foi embora quando descobriu que eu era famoso. – ele deu de ombros – Acho que minha única opção vai ser casar com você.
    - Ei, eu não sou tão solteirona assim. – reclamei com um muxoxo.
    - Desde quando você não é solteirona? – reclamaram os gêmeos.
    - Rapazes, cinco minutos pa... – disse Hwan enquanto botava a cabeça para dentro do camarim.
Hwan é o empresário dos meninos. Ele é mais velho, a idade de Leigh, e asiático. Mais especificamente coreano, de olhos puxados e cabelos coloridos artificialmente para adquirir aquele tom de castanho que os coreanos tanto amam. Ele parou de falar quando me viu, deixando a boca aberta. Eu sempre soube que ele tinha uma quedinha por mim, mas como os meninos da banda sempre estavam ao meu redor, ele não tinha muita coragem de se aproximar nem fazer nenhum movimento tão ousado. Mas ele é bonito, tenho que admitir. Não Lysandre bonito, mas bonito.
    - Oi, Hwan. – acenei amigavelmente.
    - Elle! – ele entrou na sala enquanto tentava se recuperar do choque – Eu não sabia que vinha. Quer dizer, eu sabia que vinha, mas não sabia que vinha cedo... Achei que não vinha, porque da última vez que soube de você estava em Nova York e presumi que você... Acabaria... Não vindo!
É muito fofo o jeito que ele se atrapalha todo todas as vezes que me vê, isso me dá tanta vontade de rir. Mas ele provavelmente teria um ataque do coração se eu risse, então me mantive com um sorriso enquanto Matthew se sacudia de rir ao meu lado, tentando não emitir nenhum som.
    - Eu estou na cidade faz mais ou menos três semanas agora, sou estilista de uma boutique de um amigo meu. – expliquei.
    - Então você vai ficar aqui? Aqui... Aqui em Sweet Amoris? Aqui na cidade?
    - Nossa, moço, vai tomar uma água. – disse Matthew enquanto franzia a testa.
    - Ah... Eu estarei indo, logo. – disse ele.
    - Eu vou ficar na cidade, sim, por pelo menos um ano se tudo der certo. – sorri simplesmente.
    - Um ano? N-na cidade. Ótimo. – ele andou para trás, tropeçando numa baqueta caída de Matthew e caindo no chão.
Os meninos riram alto e eu me levantei para ajudar. Hwan ficou vermelho enquanto aceitava minha mão e então se levantou rapidamente. Ele ficou ali, me olhando intensamente, enquanto segurava minha mão. Desconfortável, eu desviei os olhos dos dele. Então senti um puxão e percebi que o loiro havia segurado minha mão.
    - Vai tomar uma água, Hwan. – disse ele em tom de desaprovação.
Quando o homem saiu, os meninos riram novamente.
    - Ele está ficando cada vez pior! – reclamou George.
    - E mais ousado. – observou James.
    - Ele nunca tinha chamado a Elle de Elle ainda. Era só “Srta. Karnezis, que prazer vê-la”. – riu Jason.
    - Eu tenho que tomar cuidado com todo mundo ao seu redor, nanica? – reclamou Matt com um sorriso.
    - N-não é como se eu tivesse pedido por isso. – eu disse, tentando me defender.
Eles riram e eu suspirei, derrotada. Não adiantaria conversar com eles agora, que se empolgaram tanto com a história.


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Notas finais do capítulo

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