O Irmão Do Meu Sócio escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 7
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Ponto de Vista do Lysandre



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Castiel está insuportável esses dias. Desde que Elle havia lhe informado que ele poderia ir com ela para o show exclusivo, ele estava animado, mas antes de ontem ela simplesmente apareceu com três convites para uma gravação do álbum da Heavens, uma banda de rock que recentemente estava fazendo um sucesso absurdo pelo mundo, e isso tomou proporções assustadoras. Não sei como ela conseguiu, mas parecia realmente feliz em compartilhar o que havia ganhado com o ruivo. Ele, por sua vez, estava tão animado que vivia falando nisso no nosso tempo livre.
    - Precisamos de um baterista. – resmungou Castiel enquanto afinava sua guitarra no porão.
    - Já falamos disso, mas não conhecemos nenhum bom. – respondi secamente.
Não é que eu esteja ignorando Castiel nem nada. Mas ultimamente, eu simplesmente não conseguia lhe tratar com o bom-humor e a paciência de sempre. Não sei por que, eu estava constantemente irritado ao ver sua alegria toda. Além disso, aquela cena que a Elle viu a deixou muito estranha comigo, o que não estava melhorando meu humor. Eu não estou dando tanta importância assim a ela, é só o fato de que ela mora na mesma casa que eu. Não estou acostumado a brigar com pessoas que vivem sob o mesmo teto que eu, só isso.
    - Ah. – Castiel pegou o celular que tocava – Fala loirinha! – riu ele – Você está brincando? Eu estou indo para casa daqui a pouco me arrumar. – ele ficou sério – Não, acho que não... – ele sorriu de novo – Fique bem bonita para o seu homem, viu? – e então riu – Tá bom, tchau.
Ele desligou e acenou a cabeça negativamente, como quem acha algo divertido. Eu suspirei e então comecei a aquecer minha voz. Eu tenho que admitir que compusera algo novo, mas não sei realmente se ia dividir a música com o Castiel. Isso porque ele a interpretaria errado, claro. Era sobre uma crise de raiva que eu tive, embora não saiba exatamente o porquê de tudo. Ele diria que eu estava com ciúmes, mas não é isso. Eu só tive uma crise de raiva sem sentido. Isso é normal para os adolescentes, certo?
    - Você só faz essa cara quando compôs música nova. – disse Castiel.
    - Ah. – falei surpreso – Não sei se está pronta.
    - Me deixa ver. – disse ele estendendo a mão para meu bloco de notas.
    - Não. – respondi.
Tudo bem, talvez agora eu realmente tenha sido grosso. No meu desespero, acabei dando uma resposta mal-humorada e dura, e o ruivo parou em meio do caminho, parecendo atordoado. Ele franziu a testa e deu de ombros, e voltou a afinar sua guitarra. Mas eu conhecia Castiel tão bem quanto ele me conhecia, e sei que estava irritado comigo. Suspirei e abri o bloco de notas onde tinha a letra da música, e então estendi em direção aos seus olhos. Ele leu em silêncio. E então, começou a rir alto.
    - O que tem de engraçado? – perguntei.
    - Você é realmente possessivo, não? – sorriu Castiel maliciosamente.
    - Eu não queria lhe mostrar por causa disso. Eu não estou com ciúmes dela. – falei levemente irritado, enquanto fechava o bloco novamente.
    - Ora, eu nem entrei em detalhes e você já sabe do que eu estou falando? – riu ele maliciosamente - Bem, então isso é ótimo. Nós vamos ao shopping hoje
    - O que vamos comprar? – perguntei surpreso.
    - Não, não eu e você. – ele sorriu maliciosamente mais uma vez – Eu e a loirinha. Ela quer comprar um sapato novo ou algo do tipo, e eu vou acompanhá-la.
O quê? Desde quando Castiel acompanha alguma garota enquanto ela faz compras no shopping? Era uma piada, certo? Não estou sendo possessivo, só estou surpreso. Senti uma raiva subindo pelo meu peito e trinquei os dentes. Por que ele fazia todo um escândalo quando precisávamos ir para o shopping, mas vai com ela sorrindo e de boa vontade? E por que eles não me convidaram?
    - Bom passeio para vocês. – resmunguei e então levantei – Acho melhor encerrarmos mais cedo, então.
Fui respirando fundo para casa, não sei o porquê exato. Talvez devesse falar com Leigh sobre isso, essas crises recentes de raiva. Já estava quase no meio do caminho quando percebi Castiel me seguindo. Resolvi ignorar a sua presença. Eu não estava de bom humor e, se fôssemos conversar, eu provavelmente brigaria com ele. Quando já estávamos perto de casa, eu vi uma mulher andando na calçada em nossa direção, acenando entusiasticamente.
Ela usava óculos escuros grandes, que cobriam boa parte do seu rosto pequeno. Saltos muito altos, cerca de 10 a 15 cm, e um vestido simples, branco, de babados. Uma bolsa atravessada completava tudo e a deixava com cara de simples e elegante ao mesmo tempo. Os cabelos loiros estavam soltos, e caíam em cascatas por toda a parte, balançando com o vento. Por um momento, eu parei de respirar.
    - Loirinha! – riu Castiel atrás de mim.
Ele então passou por mim (sim, eu congelei) e foi até ela, abraçando-a e beijando sua testa. Sentindo-me repentinamente mal, eu descongelei e passei pelos dois, acenando respeitosamente para Elle sem dizer uma palavra. Ela pareceu um tanto tensa, então deixei os dois para trás. Ao longe, escutei seu riso inconfundível, mais espontâneo e leve do que os demais. Suspirei e apertei o passo.
Quando cheguei a casa, Leigh não estava, mas a Rosa tinha ido buscar uns tecidos que ele havia esquecido. Resolvi acompanhá-la, pois precisava espairecer e falar com o meu irmão. Quando cheguei, ele estava super ocupado, então comecei a atender os clientes também. Desde aquela conferência, havia toda uma nova leva de clientes, e também de pessoas analisando as obras da Elle para descobrir como ganhar o concurso. Na maior parte do tempo, atender as pessoas era bom, mas hoje estava cansativo. Quando a loja fechou, eu agradeci mentalmente.
    - Lysandre, o que está acontecendo? – perguntou meu irmão enquanto colocava uma peça no lugar – Você parece abatido, e muito raivoso.
    - Eu estou sentindo umas crises estranhas ultimamente. – revelei, e ele me olhou, preocupado – Estou tendo raiva do nada, e também uma tristeza estranha.
    - Eu sei que esse não é o jeito que queríamos levar a loja. – murmurou Leigh – Desculpe-me, irmão. Mas não precisa ficar assim.
    - Não acho que seja pela loja. Fico feliz que estamos ajudando na caridade e tenhamos uma clientela mais exclusiva. – esclareci – Acho que é porque estamos morando com uma mulher agora, que não é nossa mãe. A Elle tem me deixado meio... Desconcertado.
    - Como assim? – perguntou ele, parando com as roupas no ar.
    - Bem, eu fico meio nervoso perto dela. Temos que tomar cuidado com o que falamos, e tudo o mais. Além disso, ela tem ficado tão perto do Castiel ultimamente, e eles fazem tudo juntos, e ele vive falando dela... – trinquei meus dentes.
    - Deixe-me adivinhar. – disse a voz de Rosalya, que apareceu subitamente – Você também fica triste e irritado quando a vê dando intimidade ao Castiel, e principalmente está com raiva do seu melhor amigo, mesmo sem saber o porquê.
    - Sim. – falei surpreso – Nossa, Rosa, você é muito boa em adivinhação.
    - Bem, isso... – Leigh franziu a testa enquanto Rosalya ria – Isso é um tanto óbvio. É o que eu comecei a sentir pela Rosa, antes que ela me chamasse para sair.
    - Como assim? – perguntei.
    - Meu cunhado está apaixonado! – cantou Rosa.
Eu a olhei, surpreso e assustado. Como assim, apaixonado? Eu não estou apaixonado. Eu não posso estar. Não tem nem um mês que a Elle está conosco, e ela nem passa tanto tempo comigo assim. Além disso, ela é muito estranha, e única, e elegante, e bonita... Espera... Não é possível. Não dá para ser.
    - Às vezes acontece um pouco mais rápido, não se preocupe. É normal. – disse Rosalya enquanto tentava me acalmar.
    - Hã? – deixei cair as peças de roupa da minha mão.
    - Lysandre? – uma voz conhecida chamou.
Castiel e Elle apareceram por trás de uma arara cheia de roupas. Eles estavam prontos. Ele usava roupas largas e pretas, além da sua jaqueta habitual. Tinha uma blusa da “Heavens”, com duas asas e tudo. Elle usava um vestido lilás, rodado, que tinha uma tira apertada um pouco abaixo dos seus seios e ia até o chão, impossibilitando-me de ver os saltos que eu sabia que usava. Seu cabelo longo estava preso para trás, e ela usava muito pouca maquiagem. Ela parecia uma donzela saída de um livro do século XVIII: linda, simplória e elegante.
    - Você não está pronto ainda, cara? – perguntou Castiel rabugento.
    - Estaremos um pouco atrasados se você não se apressar, Lysandre. – disse Elle suavemente.
Como assim, estaremos atrasados? Por que depois de tanto tempo sem falar comigo, ela fala logo isso? E como ela se atreve a fazer essa cara tão linda enquanto eu estou entrando em desespero, quando acabei de descobrir as suspeitas de Rosalya e Leigh? Acho que estou entrando em parafuso. Mas por sorte, meu irmão segurou meu ombro, me tirando do meu transe.
    - Pode ir, eu termino por aqui. – disse meu irmão gentilmente.
Eu assenti um tanto atordoado, e saí da loja. Cheguei a casa e vasculhei o guarda-roupa, tentando achar algo simples e fácil de vestir para sair mais rápido. Uma calça jeans folgada, uma blusa preta e meu casaco e meu lenço. Tomei meu banho rapidamente, tentando por os pensamentos em ordem, e me vesti. Então, após pronto e perfumado (só me deu vontade de passar perfume, só isso) eu saí, descendo as escadas com pressa. Quando cheguei, Castiel estava deitado no meu sofá, com a cabeça no colo da Elle, que parecia levemente desconfortável.
    - Vamos? – perguntei.
E lá estava novamente, aquela raiva estranha e desconhecida. Céus, será mesmo que eu estou apaixonado por Elle Karnezis? Por favor, digam que não. Eu tenho o pressentimento que me apaixonar por ela me traria muita dor de cabeça.


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Notas finais do capítulo

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